Um sinal do fim dos tempos
(APOLOGIA CRISTÃ)
Primeira Parte
Sumário
1.
O Catolicismo Romano
2. O Espiritismo
3. O Adventismo do 7º- Dia
4. As Testemunhas-de-jeová
5. O Mormonismo
6. A Congregação Cristã no Brasil
7. O Racionalismo Cristão
2. O Espiritismo
3. O Adventismo do 7º- Dia
4. As Testemunhas-de-jeová
5. O Mormonismo
6. A Congregação Cristã no Brasil
7. O Racionalismo Cristão
Introdução
Heresia deriva da palavra grega háiresis e significa: "escolha",
"seleção", "preferência". Daí surgiu a palavra seita, por
efeito de semântica. Do ponto de vista cristão, heresia é o ato de um
indivíduo ou de um grupo afastar-se do ensino da Palavra de Deus e adotar e
divulgar suas próprias idéias, ou as idéias de outrem, em matéria de religião.
Em resumo, é o abandono da verdade.
O termo háiresis aparece no original em Atos 5.17; 15.5; 24.5; 26.5; 28.22. Por sua vez, "heresia" aparece em Atos 24.11; 1 Coríntios 11.9; Gálatas 5.20 e 2 Pedro 2.1.
O estudo da heresiologia é importante, sobretudo pelo fato de os ensinos heréticos e o surgimento das seitas falsas serem parte da escatologia, isto é, um dos sinais dos tempos sobre os quais falaram Jesus e seus apóstolos. O apóstolo Paulo, por exemplo, nos dois primeiros versículos do capítulo quatro da sua primeira epístola a Timóteo, escreve:
"Mas o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras, e que têm cauterizada a própria consciência".
O apóstolo Pedro escreve também:
"Assim como no meio do povo surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão dissimuladamente heresias destruidoras, até ao ponto de negarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme" (2 Pe 2.1-3).
Uma seita é identificada, em geral, por aquilo que ela prega a respeito dos seguintes assuntos:
1. A Bíblia Sagrada
2. A Pessoa de Deus
3. A queda do homem e o pecado
4. A Pessoa e a obra de Cristo
5. A salvação
6. O porvir
Se o que uma seita ensina sobre estes assuntos não se coaduna com as Escrituras, podemos estar certos de que estamos diante duma seita herética.
Entre as muitas razões para o surgimento de seitas falsas no mundo, hoje, destacam-se as seguintes:
O termo háiresis aparece no original em Atos 5.17; 15.5; 24.5; 26.5; 28.22. Por sua vez, "heresia" aparece em Atos 24.11; 1 Coríntios 11.9; Gálatas 5.20 e 2 Pedro 2.1.
O estudo da heresiologia é importante, sobretudo pelo fato de os ensinos heréticos e o surgimento das seitas falsas serem parte da escatologia, isto é, um dos sinais dos tempos sobre os quais falaram Jesus e seus apóstolos. O apóstolo Paulo, por exemplo, nos dois primeiros versículos do capítulo quatro da sua primeira epístola a Timóteo, escreve:
"Mas o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras, e que têm cauterizada a própria consciência".
O apóstolo Pedro escreve também:
"Assim como no meio do povo surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão dissimuladamente heresias destruidoras, até ao ponto de negarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme" (2 Pe 2.1-3).
Uma seita é identificada, em geral, por aquilo que ela prega a respeito dos seguintes assuntos:
1. A Bíblia Sagrada
2. A Pessoa de Deus
3. A queda do homem e o pecado
4. A Pessoa e a obra de Cristo
5. A salvação
6. O porvir
Se o que uma seita ensina sobre estes assuntos não se coaduna com as Escrituras, podemos estar certos de que estamos diante duma seita herética.
Entre as muitas razões para o surgimento de seitas falsas no mundo, hoje, destacam-se as seguintes:
1. A ação diabólica no mundo (2 Co 4.4).
2. A ação diabólica contra a Igreja (Mt 13.25).
3. A ação diabólica contra a Palavra de Deus (Mt 13.19).
4. O descuido da Igreja em pregar o Evangelho completo (Mt 13.25).
5. A falsa hermenêutica (2 Pe 3.16).
6. A falta de conhecimento da verdade bíblica (1 Tm 2.4).
7. A falta de maturidade espiritual (Ef 4.14).
Esperamos, pois, que a leitura deste livro possa de alguma forma ajudar àqueles que estão à procura da verdade libertadora, Jesus Cristo (Jo 8.38).
O Catolicismo Romano
Até há bem pouco tempo, os melhores livros escritos sobre seitas e heresias não incluíam a Igreja Católica Romana no seu esquema de estudos, talvez devido ao fato de grande parte deles terem sido escritos em países onde essa igreja não exercia suficiente influência para ser notada como tal. Não é esse o caso do Brasil, onde a grande maioria dos membros de nossas igrejas, teoricamente, veio do catolicismo romano, já que essa igreja é majoritária (pelo menos nominalmente) em nossa pátria desde o seu descobrimento, em 1500.
2. A ação diabólica contra a Igreja (Mt 13.25).
3. A ação diabólica contra a Palavra de Deus (Mt 13.19).
4. O descuido da Igreja em pregar o Evangelho completo (Mt 13.25).
5. A falsa hermenêutica (2 Pe 3.16).
6. A falta de conhecimento da verdade bíblica (1 Tm 2.4).
7. A falta de maturidade espiritual (Ef 4.14).
Esperamos, pois, que a leitura deste livro possa de alguma forma ajudar àqueles que estão à procura da verdade libertadora, Jesus Cristo (Jo 8.38).
O Catolicismo Romano
Até há bem pouco tempo, os melhores livros escritos sobre seitas e heresias não incluíam a Igreja Católica Romana no seu esquema de estudos, talvez devido ao fato de grande parte deles terem sido escritos em países onde essa igreja não exercia suficiente influência para ser notada como tal. Não é esse o caso do Brasil, onde a grande maioria dos membros de nossas igrejas, teoricamente, veio do catolicismo romano, já que essa igreja é majoritária (pelo menos nominalmente) em nossa pátria desde o seu descobrimento, em 1500.
I. RESUMO HISTÓRICO DO CATOLICISMO
A Igreja Católica menciona o ano 33 d.C. como a data da sua fundação. Isto vem do fato de que toda ramificação do Cristianismo costuma ligar a sua origem à Igreja fundada por Jesus Cristo. Porém, quanto ao desenvolvimento da organização eclesiástica e doutrinária da Igreja Romana, é muito difícil fixar com exatidão a data de sua fundação, porque o seu afastamento das doutrinas bíblicas deu-se paulatinamente.
A Igreja Católica menciona o ano 33 d.C. como a data da sua fundação. Isto vem do fato de que toda ramificação do Cristianismo costuma ligar a sua origem à Igreja fundada por Jesus Cristo. Porém, quanto ao desenvolvimento da organização eclesiástica e doutrinária da Igreja Romana, é muito difícil fixar com exatidão a data de sua fundação, porque o seu afastamento das doutrinas bíblicas deu-se paulatinamente.
1.1. Começo da Degeneração
Durante os primeiros três séculos da Era Cristã, a perseguição à Igreja verdadeira ajudou a manter a sua pureza, preservando-a de líderes maus e ambiciosos. Nessa época, ser cristão significava um grande desafio, e aqueles que fielmente seguiam a Cristo sabiam que tinham suas cabeças a prêmio, pois eram rejeitados e perseguidos pelos poderosos. Só os realmente salvos se dispunham a pagar esse preço.Graças à tenacidade e coragem dos Pais da Igreja e dos famosos apologistas cristãos, o combate da Igreja às heresias que surgiram nessa época resultou numa expressão mais clara da teologia cristã. Quando os imperadores propuseram-se a exterminar a Igreja Cristã, só os que estavam dispostos a renunciar o paganismo e a sofrer o martírio declaravam sua fé em Deus.
Logo no início do século IV, Constantino ascendeu ao posto de imperador. Isso parecia ser o triunfo final do Cristianismo, mas, na realidade, produziu resultados desastrosos dentro da Igreja. Em 312, Constantino apoiou o Cristianismo e o fez religião oficial do Império Romano. Proclamando a si mesmo benfeitor do Cristianismo, achou-se no direito de convocar um Concilio em Nicéia, para resolver certos problemas doutrinários gerados por determinados segmentos da Igreja. Nesse Concilio foi estabelecido o chamado "Credo dos Apóstolos".
1.2. Causas da Decadência da Igreja
A decadência doutrinária, moral e espiritual da Igreja começou quando milhares de pessoas foram por ela batizadas e recebidas como membros, sem terem experimentado uma real conversão bíblica. Verdadeiros pagãos que eram, introduziram-se no seio da Igreja trazendo consigo os seus deuses, que, segundo eles, eram o mesmo Deus adorado pelos cristãos.
Nesse tempo, homens ambiciosos e sem o temor de Deus começaram a buscar posições na Igreja como meio de obter influência social e política, ou para gozar dos privilégios e do sustento que o Estado garantia a tantos quantos fizessem parte do clero. Deste modo, o formalismo e as crenças pagas iam-se infiltrando na Igreja até o nível de paganizá-la completamente.
1.3. Raízes do Papado e da Mariolatria
Desde o ano 200 a.C. até o ano 276 da nossa Era, os imperadores romanos haviam ocupado o posto e o título de Sumo Pontífice da Ordem Babilônica. Depois que o imperador Graciano se negara a liderar essa religião não-cristã, Dâmaso, bispo da Igreja Cristã em Roma, foi nomeado para esse cargo no ano 378. Uniram-se assim numa só pessoa todas as funções dum sumo sacerdote apóstata e os poderes de um bispo cristão.
Imediatamente depois deste acontecimento, começou-se a promover a adoração a Maria como a Rainha do Céu e a Mãe de Deus. Daí procederam todos os absurdos romanistas quanto à humilde pessoa de Maria, a mãe do Salvador. Enquanto se desenvolvia a adoração a Maria, os cultos da Igreja de Roma perdiam cada vez mais os elementos espirituais e a perfeita compreensão das funções sobrenaturais da graça de Deus. Formas pagas, como a ênfase sobre o mistério e a magia, influenciaram essa igreja. O sacerdote, o altar, a missa e as imagens de escultura assumiram papel de preponderância no culto. A autoridade era centralizada numa igreja dita infalível e não na vontade de Deus, conforme expressada pela sua Palavra.
1.4. O Cisma
Entre o Oriente e o Ocidente
O cisma entre o Oriente e o Ocidente logo tornou-se evidente. O rompimento final aconteceu, em 1054, com a Igreja Ocidental, ou Romana, sediada em Roma, então Capital do Império, por parte da Igreja Oriental, ou Ortodoxa, que assim separou-se da Igreja Romana, ficando sediada em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia. A Igreja Oriental guardou a primazia sobre os patriarcados de Jerusalém, Antioquia e Alexandria.
Desde então, a Igreja Romana, nitidamente desviada dos princípios ensinados por Jesus no seu Evangelho, esteve como um barco à deriva, sem saber onde aportar. Até que veio a Reforma Protestante, liderada por Martinho Lutero. Foi mais um cisma na já combalida Igreja Romana.
II. PAGANIZAÇÃO DA IGREJA ROMANA
Note a seguir o processo da gradual paganização da
Igreja Católica Romana, desde que ela começou a abandonar a simplicidade do
Evangelho de Cristo, até os nossos dias:
Século
|
Ano
|
Dogma
ou Cerimônia
|
I-II
|
33-196
|
Nesse período da História, a Igreja
não aceitou nenhuma doutrina anti-bíblica.
|
II
|
197
|
Zeferino, bispo de Roma, começa um
movimento herético contra a divindade de Cristo.
|
III
|
217
|
Calixto se torna bispo de Roma,
pondo-se à frente da propaganda herética e levando a Igreja de Roma para mais
longe do caminho de Cristo.
|
III
|
270
|
Origem da vida monástica no Egito,
por Santo Antônio.
|
IV
|
370
|
Culto dos santos professado por
Basílio de Cesaréia e Gregório de Nazianzo. Primeiros indícios do turíbulo
(incensário), paramentos e altares nas igrejas, usos esses introduzidos pela
influência dos pagãos convertidos.
|
IV
|
400
|
Orações pelos mortos e sinal da cruz
feito no ar.
|
V
|
431
|
Maria é proclamada a "Mãe de
Deus".
|
VI
|
593
|
O dogma do Purgatório começa a ser
ensinado.
|
VI
|
600
|
O latim passa a ser usado como
língua oficial nas VI celebrações
litúrgicas.
|
VII
|
609
|
Começo histórico do papado.
|
VIII
|
758
|
A confissão auricular é introduzida na igreja por religiosos do
Oriente.
|
VIII
|
789
|
Início do culto das imagens e das relíquias.
|
IX
|
819
|
A festa da Assunção de Maria é observada pela primeira vez.
|
IX
|
880
|
Canonização dos santos.
|
X
|
998
|
Estabelecimento do Dia de Finados.
|
X
|
998
|
Quaresma.
|
X
|
1000
|
Cânon da Missa.
|
XI
|
1074
|
Proíbe-se o casamento para os
sacerdotes.
|
XI
|
1075
|
Os sacerdotes casados devem divorciar-se,
compulsoriamente, cada um de sua esposa.
|
XI
|
1095
|
Indulgências plenárias.
|
XI
|
1100
|
Introduzem-se na igreja o pagamento
da missa e o culto aos anjos.
|
XI
|
1115
|
A confissão é transformada em artigo
de fé.
|
XII
|
1025
|
Entre os cônegos de Lião aparecem as
primeiras idéias da Imaculada Conceição de Maria.
|
XII
|
1160
|
Estabelecidos os 7 sacramentos.
|
XII
|
1186
|
O Concilio de Verona estabelece a
"Santa Inquisição".
|
XII
|
1190
|
Estabelecida a venda de
indulgências.
|
XII
|
1200
|
Uso do rosário por São Domingos,
chefe da inquisição.
|
XII
|
1215
|
A transubstanciação é transformada
em artigo de fé.
|
XIII
|
1220
|
Adoração à hóstia.
|
XIII
|
1226
|
Introduz-se a elevação da hóstia.
|
XIII
|
1229
|
Proíbe-se aos leigos a leitura da
Bíblia.
|
XIII
|
1264
|
Festa do Sagrado Coração.
|
XIII
|
1303
|
A Igreja Católica Apostólica Romana
é proclamada como sendo a única verdadeira, e somente nela o homem pode
encontrar a salvação...
|
XIV
|
1311
|
Procissão do Santíssimo Sacramento e
a oração da Ave-Maria.
|
XIV
|
||
XV
|
1414
|
Definição da comunhão com um só
elemento, a hóstia. O uso do cálice fica restrito ao sacerdote.
|
XV
|
1439
|
Os 7 sacramentos e o dogma do
Purgatório são transformados em artigos de fé.
|
XVI
|
1546
|
Conferida à Tradição autoridade
igual a da Bíblia.
|
XVI
|
1562
|
Declara-se que a missa é oferta
propiciatória e confirma-se o culto aos santos.
|
XVI
|
1573
|
É estabelecida a canonicidade dos
livros apócrifos.
|
XIX
|
1854
|
Definição do dogma da Imaculada
Conceição de Maria.
|
XIX
|
1864
|
Declaração da autoridade temporal do
papa.
|
XIX
|
1870
|
Declaração da infalibilidade papal.
|
XX
|
1950
|
A assunção de Maria é transformada
em artigo de fé.
|
de fé, ou dogmas. Um exemplo disto é o dogma do
Purgatório, introduzido na Igreja Romana em 593, mas só declarado artigo de fé
no ano de 1439.
III. É PEDRO
O FUNDAMENTO DA IGREJA?
A Igreja Católica Romana considera o apóstolo Pedro
como a pedra fundamental sobre a qual Cristo edificou a sua Igreja. Para
fundamentar esse ensino, apela, principalmente, para a passagem de Mateus
16.16-19: "E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho de
Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão
Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos
céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a
minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; e eu te darei
as chaves do Reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos
céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus".
Dessa passagem, a Igreja Romana deriva o seguinte
raciocínio:
a. Pedro é a rocha sobre a qual a Igreja está
edificada.
b. A Pedro foi dado o poder das chaves, portanto,
só ele detém o poder de abrir a porta do Reino dos céus.
c. Pedro tornou-se o primeiro bispo de Roma.
d. Toda autoridade foi conferida a Pedro até nossos
dias, através da linhagem de bispos e papas, todos vigários de Cristo na
Terra.
3.1. Uma
Interpretação Absurda
Partindo deste raciocínio, o padre Miguel Maria
Giambelli põe o versículo 19 de Mateus 16 nos lábios de Jesus, da seguinte maneira:
"Nesta minha Igreja, que é o reino dos céus aqui na terra, eu te darei
também a plenitude dos poderes executivos, legislativos e judiciários, de tal
maneira que qualquer coisa que tu decretares, eu a ratificarei lá no Céu,
porque tu agirás em meu nome e com a minha autoridade" (A Igreja
Católica e os Protestantes, p. 68).
Numa simples comparação entre a teologia vaticana e
a Bíblia, a respeito do apóstolo Pedro e sua atuação no seio da igreja
nascente, descobre-se quão absurda é a interpretação romanista a respeito da
pessoa e ministério desse apóstolo do Senhor. Mesmo numa despretensiosa análise
do assunto, conclui-se que:
1) Pedro jamais assumiu no seio do Cristianismo
nascente a posição e as funções que a teologia católico-romana procura atribuir-lhe.
O substantivo feminino petra designa
do grego uma rocha grande e firme. Já o substantivo
masculino petros é aplicado geralmente a pequenos
blocos rochosos, móveis, bem como a pedras pequenas, tais como a
pedra de arremesso. Pedro é petros = bloco rochoso e móvel e
não petra = rocha grande e firme. Portanto, uma igreja sobre a
qual as portas do inferno não prevaleceriam não poderia repousar sobre Pedro.
2) De acordo com a Bíblia, Cristo é a pedra.
"Estavas vendo isso, quando uma pedra foi cortada, sem mão, a qual feriu a
estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou" (Dn 2.34).
"Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e
dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina" (Ef
2.20).
Nestes versículos, "pedra" se refere a
Cristo e não a Pedro.
Diz o apóstolo Pedro: "Este Jesus é a pedra
rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular" (At
4.11, cf. Mc 12.10e 11). (Se desejar leia ainda Romanos 2.20; 9.33; 1 Coríntios
10.4 e 1 Pedro 2.4.)
3-2. O Testemunho
dos Pais da Igreja
Dos oitenta e quatro Pais da Igreja antiga, só
dezesseis crêem que o Senhor se referia a Pedro quando disse "esta
pedra". Dos outros Pais da Igreja, uns dizem que esta expressão se refere
à pessoa de Cristo mesmo, outros, à confissão que Pedro acabara de fazer, e
outros, ainda, a todos os apóstolos. Portanto, se apelarmos para os Pais da
Igreja dos primeiros quatro séculos, as pretensões da Igreja Romana com
referência a Pedro, redundam em sofismas.
Só a partir do século IV começou-se a falar a
respeito da possibilidade de Pedro ser a pedra fundamental da Igreja, e isto
estava intimamente relacionado com a pretensão exclusivista do bispo de Roma.
À luz das palavras do próprio apóstolo Pedro,
Cristo é apetra (= rocha grande e firme): "Chegando-vos
para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus
eleita e preciosa" (1 Pe 2.4).
Todos os crentes são petros =
blocos rochosos e moveis, "...vós mesmos, como pedras que vivem, sois
edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes
sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por intermédio de Jesus
Cristo" (1 Pe 2.5).
IV. O ALEGADO PRIMADO
DE PEDRO
Da interpretação doutrinária que a Igreja Católica
Romana faz de Mateus 16.16-19, deriva outro grande erro: o ensino de que Jesus
fez de Pedro o "Príncipe dos Apóstolos", pelo que veio a se tornar o
primeiro bispo de Roma, do qual os papas, no decorrer dos séculos, são
legítimos sucessores.
Esteve Pedro em Roma alguma vez?
Há uma opinião sobre uma remota possibilidade de
que Pedro tenha estado em Roma.
Oscar Cullman, teólogo alemão, escreve: "A
primeira carta de Pedro... alude em sua saudação final (5.13) à estada de Pedro
em
Roma, ao falar de 'Babilônia' como lugar da
comunidade que envia saudações, pois que a opinião mais provável é que
'Babilônia' designa Roma".
Também Lietzmann, em sua obra Petrus and
Paulus in Rome (Pedro e Paulo em Roma), assim se expressa sobre o
assunto:
"Mais importante, porém, é a debatida
afirmação de que Pedro, no decurso de sua atividade missionária, tenha chegado
a Roma e aí morrido como mártir. Visto que esta questão está intimamente
relacionada com a pretensão romana ao primado, freqüentemente a polêmica
confessional influi na discussão. A resposta a ela só pode ser fruto de
pesquisa histórica desinteressada. Como, porém, ao lado das fontes
neotestamentárias, vêm, em consideração, principalmente testemunhos extra e
pós-canônicos da literatura cristã antiga, e, além disto, documentos litúrgicos
posteriores, e ainda escavações recentes, esta questão não pode ser aqui
discutida em todos os seus pormenores. Queremos apenas lembrar que, até a
segunda metade do século II, nenhum documento afirmava expressamente a estada e
martírio de Pedro em Roma".
4.1. Pedro, um
Papa Diferente
Tenha ou não estado em Roma, o fato é que, se Pedro
foi papa, foi um papa diferente dos demais que apareceram até agora. Se não,
vejamos:
a. Pedro era financeiramente pobre (At 3.6).
b. Pedro era casado (Mt 8.14,15).
c. Pedro foi um homem humilde, pelo que não
aceitou ser adorado pelo centurião Cornélio (At 10.25,26).
d. Pedro foi um homem repreensível (Gl 2.11-14).
É de estranhar que Tiago — e não Pedro, o
"Príncipe dos Apóstolos", como ensina a teologia vaticana, fosse o
pastor da comunidade cristã em Jerusalém (At 15). Se Pedro tivesse sido papa,
certamente não teria aceito a orientação dos líderes da Igreja quanto à obra missionária
(At 15.7). Se Pedro tivesse sido papa, a ordem das "colunas",
conforme Paulo escreve em Gálatas 2.9, seria: "Cefas, Tiago e João",
e não "Tiago, Cefas e João".
4.2.
O Papa, um Pedro Diferente
A própria história do papado é uma viva demonstração
de que os papas jamais conseguiram provar serem sucessores do apóstolo Pedro,
já que em nada se assemelham àquele inflamado, mas humilde, servo do Senhor
Jesus Cristo.
Vejamos, por exemplo:
a. Os papas são administradores de grandes fortunas
da igreja. O clérigo José Maria Alegria, da Universidade Gregoriana de Roma,
declarou, no final do ano de 1972, que o balanço financeiro do Vaticano
dispunha de um ativo de um bilhão de dólares.
b. Os papas são celibatários, isto é, não se casam,
não obstante ensinarem que o casamento é um sacramento.
c. Os papas freqüentemente aceitam a adoração dos
homens.
d. Os papas consideram-se infalíveis nas suas
decisões e decretos.
V. O PURGATÓRIO
A idéia do Purgatório tem suas raízes no budismo e
em outros sistemas religiosos da antigüidade. Até a época do papa Gregório I,
porém, o Purgatório não havia sido oficialmente reconhecido como parte
integrante da doutrina romanista.
Esse papa adicionou o conceito de fogo purificador
à crença, então corrente, de que havia um lugar entre o céu e o inferno, para
onde eram enviadas as almas daqueles que não eram tão maus, a ponto de
merecerem o inferno, mas também, não eram tão bons, a ponto de merecerem o céu.
Assim, surgiu a crença de que o fogo do Purgatório tem poder de purificar a
alma e todas as suas escórias, até fazê-la apta a se encontrar com Deus.
5.1. Alegadas
Razões Desse Dogma
Buscando provar a existência do Purgatório, a
Igreja Romana apela para algumas passagens bíblicas, das quais extrai apenas
falsas inferências, e nada mais. Entre os versículos preferidos, destacam-se
os seguintes:
• "Se alguém proferir alguma palavra contra o
Filho do homem ser-lhe-á isso perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito
Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir" (Mt
12.32).
• "Digo-vos que toda palavra frívola que
proferirem os homens, dela darão conta no dia de juízo" (Mt 12.36).
• "...se a obra de alguém se queimar, sofrerá
ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo" (1
Co 3.15).
5.2. Uma
Descrição do Purgatório
De acordo com a
teologia romanista, o Purgatório, além de ser um lugar de purificação, é também
um lugar onde a alma cumpre pena; pelo que o fogo do Purgatório deve ser
temido grandemente. O fogo do Purgatório será mais terrível do que todo
o sofrimento corporal reunido. Um único dia nesse lugar de expiação
poderá ser comparado a milhares de dias de sofrimentos terrenos.
O escritor católico Mazzarelli faz seus cálculos à
base de trinta pecados veniais por dia, e, para cada pecado, um dia no Purgatório,
perfazendo um total de mil e oitocentos anos, caso o pecador tenha sessenta
anos de vida na Terra, devendo-se acrescentar aos veniais os pecados mortais
absolvidos, mas não plenamente expiados.
5.3. Quem Vai
para o Purgatório?
A pergunta: Que espécie de gente vai para o
Purgatório? — responde o papa Pio IV: "1. Os que morrem culpados de
pecados menores, que costumamos chamar veniais, e que muitos cristãos cometem —
e que, ou por morte repentina, ou por outra razão, são chamados desta vida, sem
que se tenham arrependido destas faltas ordinárias. 2. Os que, tendo sido
formalmente culpados de pecados maiores, não deram plena satisfação deles à
justiça divina" (A Base da Doutrina Católica Contida na Profissão da Fé).
Apesar do fato de as almas no Purgatório, segundo o
ensino da Igreja Romana, terem sido já justificadas no batismo e pelo batismo,
a justiça divina, contudo, não ficou plenamente satisfeita. Desse modo, a
alma, embora escape do inferno, precisa suportar, por causa dos seus pecados
que ainda restam por expiar depois da morte, a punição temporária do
Purgatório. Isso foi categoricamente afirmado pelo Concilio de Trento:
"Se alguém disser que, depois de receber a graça da justificação, a culpa
é perdoada ao pecador penitente, e que é destruída a penalidade da punição eterna,
e que nenhuma punição fica para ser paga, ou neste mundo ou no futuro, antes do
livre acesso ao reino a ser aberto, seja anátema" .
5.4. Sufrágios pelos que se Acham no Purgatório
Entre o que pode assistir aos que se encontram no
Purgatório, há três atos que se destacam no ensino romanista, que são:
5.4.1. Orações pelos mortos
E de se supor que a prática romanista de interceder
pelos mortos tenha-se gerado da falsa interpretação às seguintes palavras de
Paulo: "Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas,
orações, intercessões, ações de graça, em favor de todos os homens" (1
Tm2.1).
5.4.2. Missas
As missas são tidas como os principais recursos
empregados em benefício das almas que estão no Purgatório, pois, segundo o
ensino romanista, a missa beneficia não só a alma que sofre no Purgatório, como
também acumula méritos àqueles que as mandam dizer.
5.4.3. Esmolas
Dar esmolas com a intenção de aplicá-las nas
necessidades da alma que pena no Purgatório "é jogar água nas chamas que a
devoram". Pretende a Igreja Romana que, "exatamente como a água
apaga o fogo mais violento, assim a esmola lava o pecado".
Ainda sobre o Purgatório, o Concilio de Trento
declarou: "Desde que a Igreja Católica, instruída pelo Espírito Santo nos
sagrados escritos e pela antiga tradição dos Pais, tem ensinado nos santos
concílios, e ultimamente, neste Concilio Ecumênico, que há o Purgatório, e que
as almas nele retidas são assistidas pelos sufrágios das missas, este santo
concilio ordena a todos os bispos que, diligentemente, se esforcem para que a
salutar doutrina concernente ao Purgatório — transmitida a nós pelos veneráveis
pais e sagrados concílios — seja crida, sustentada, ensinada e pregada em toda
parte pelos fiéis de Cristo" (Seção
XXV).
5.5. Refutação
O Purgatório não é somente uma fábula
engenhosamente montada, mas a sua doutrina se constitui num vergonhoso sacrilégio
à honra de Deus e num desrespeito à obra perfeita efetuada por Cristo na cruz
do Calvário. Essa doutrina, além de absurda e cruel, supõe os seguintes
disparates e blasfêmias:
• Não obstante Deus declare que já nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1), contudo,
Ele se contradiz a si mesmo quando lança o salvo no Purgatório, para expiar os
pecados já purgados.
• Deus não queima os seus filhos no Purgatório para
satisfazer à sua justiça já satisfeita pelo sacrifício de Cristo, mas para
satisfazer a si mesmo!
• Ao lançar seus filhos no Purgatório, Deus está
com isto dizendo que o sacrifício do seu Filho foi imperfeito e insuficiente!
• Jesus, que dos céus intercede pelos pecadores,
vê-se impossibilitado de livrar as almas que estão no Purgatório, porque só o
papa possui a chave daquele cárcere!
• Dizer que as almas expiam suas faltas no
Purgatório é atribuir ao fogo o poder do sacrifício de Jesus, e ignorar
completamente a obra que Cristo efetuou no Gólgota!
• Que o castigo do pecado fica para depois de
perdoado!
Estes disparates provêm dum erro da teologia
vaticana, segundo o qual a obra expiatória de Cristo satisfez a pena devida
aos pecados cometidos antes do batismo, e não daqueles que foram cometidos
posteriormente.
Todas estas incoerências sobre o dogma do
Purgatório estão em contradição com as seguintes afirmações bíblicas:
a. Quanto à perfeita libertação do pecado (Jo
8.32,36).
b. Quanto ao completo livramento do juízo vindouro
(Jo 5.24).
c. Quanto à completa justificação pela fé (Rm
5.1,2).
d. Quanto à intercessão de Cristo (1 Jo 2.1).
e. Quanto ao atual estado dos salvos mortos (Lc
23.43;Ap 14.13).
f. Quanto à bem-aventurada esperança do salvo (Fp
1.21,23;2Co5.8).
O que a Igreja Católica Romana chama
"Purgatório", a Bíblia chama "Gehenna", ou
"Inferno", lugar de suplício eterno, de onde aqueles que nele são
lançados, jamais sairão (leia Lucas 16.19-31 e veja que nada poderá ser feito
em favor daqueles infelizes que são lançados nesse lugar de terrível suplício).
A esses está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disto o juízo (Hb
9.27), quando serão julgados e condenados ao Lago de Fogo.
A salvação oferecida por Cristo é uma salvação
perfeita e total, pois ela é o resultado da misericórdia de Deus e do sangue
do seu amado Filho.
"Se, porém, andarmos na luz, como ele está na
luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos
purifica de todo pecado. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo
para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 Jo
1.7,9).
O purgatório do crente é o sangue de Jesus.
VI. A TRADIÇÃO E A BÍBLIA
Em 1929, sobre a Bíblia, escreveu o padre Bernhard
Conway: "A Bíblia não é a única fonte de fé, como Lutero ensinou no
século XVI, porque, sem a interpretação de um apostolado divino e infalível,
separado da Bíblia, jamais poderemos saber, com certeza, quais são os livros
que constituem as Escrituras inspiradas, ou se as cópias que hoje possuímos concordam
com os originais. A Bíblia, em si mesma, não é mais do que letra morta,
esperando por um intérprete divino; ela não está arranjada de forma
sistemática; é obscura, e de difícil entendimento, como São Pedro diz de
certas passagens das Cartas de Paulo (2 Pe 3.16, cf. At 8.30,31); como ela é,
está aberta à falsa interpretação. Além disso, certo número de verdades
reveladas têm chegado a nós, somente por meio da Tradição divina" (The
Question Box).
No Compêndio do Vaticano II, lê-se o seguinte:
"Não é através da Escritura apenas que a Igreja deriva sua certeza a
respeito de tudo que foi revelado. Por isso ambas (Escritura e Tradição) devem
ser aceitas e veneradas com igual sentido de piedade e reverência" .
6.1. Estabelecida a Tradição
Desde que muitas inovações anticristãs começaram a
ser aceitas pela Igreja Romana, esta começou a ter dificuldades em como
justificá-las à luz das Escrituras. Desse modo, em vez de deixar o paganismo e
voltar-se para a Bíblia, o clero fez exatamente o contrário: no Concilio de
Tolosa, em 1229, tomaram a medida extrema de proibir o uso da Bíblia pelos
leigos.
Até a Reforma Protestante, a Igreja Católica Romana
não havia ainda tomado nenhuma posição no sentido de conferir à Tradição
autoridade igual à da Bíblia Sagrada. Isto devido à generalizada ignorância do
povo a respeito das Escrituras. Porém, com o advento da Reforma Protestante no
século XVI, o valor da Bíblia, como única regra de fé e prática do cristão, foi
exaltado, e a sua mensagem pregada onde quer que se fizesse sentir a influência
desse evento. Como a maioria dos dogmas da Igreja Romana não tivesse o apoio da
Bíblia, o clero em mais uma demonstração de rejeição das Escrituras, foi levado
a estabelecer a Tradição como autoridade para apoiar os seus dogmas e enganos.
A ênfase bíblica da mensagem reformada forçou o
clero da Igreja Romana a reavaliar a decisão do Concilio de Tolosa, e passou a
permitir a leitura da Bíblia pelos leigos, desde que satisfeitas as seguintes
exigências:
a. Que a Bíblia fosse editada ou autorizada pelo
clero;
b. Que os leigos não formassem juízo próprio dos
seus ensinos;
c. Que os leigos só aceitassem a sua interpretação
quando feita pelo clero.
Impedidos de interpretar a Bíblia por si mesmos, os
leigos estavam privados da possibilidade de ver quão desrespeitosos à Bíblia
são os dogmas acobertados pela Tradição. Só dessa forma, os dogmas
fundamentados na Tradição estariam resguardados de julgamento e a Bíblia
reduzida, assim, a um livro ininteligível e destituído de autoridade.
"A questão da autoridade na Igreja Romana foi
sempre uma dolorosa questão, mas a História revela que a sua tendência sempre
foi de flutuar de um para outro ponto, com propensão para fincar-se no papado.
Esta foi a evolução da autoridade: das Escrituras para a Tradição, desta para
a Igreja, da Igreja para o clero e deste para o papado que, em 1870, diria: A
tradição sou eu" (Fé e Vida, maio de 1943).
6.2. Tradição, Traição ao Evangelho
A Tradição da Igreja Romana é, sem dúvida alguma,
um "outro evangelho" (Gl 1.8); antítese do Evangelho do Senhor Jesus
Cristo. Ela não tinha lugar na igreja primitiva. O
Evangelho só, contém "todo o conselho de Deus" (At 20.27),
dispensando, portanto, a tradição vaticana.
Paulo, o maior escritor e doutrinador do Novo
Testamento, cujo ministério estava fundamentado no Evangelho, falou sobre a
suficiência deste quando escreveu: "Antes de tudo vos entreguei o que
também recebi; que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as
Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia,
segundo as Escrituras" (1 Co 15.3,4, ênfase do autor).
A Tradição não pode resistir a uma análise por
parte de famosos cristãos da antigüidade, tampouco diante das Escrituras.
Cipriano, no século III, disse: "A
tradição, sem a verdade, é o erro envelhecido".
Tertuliano afirmou: "Cristo se intitulou a
Verdade, mas não a tradição... Os hereges são vencidos com a Verdade e não com
novidades".
No ano 450, disse Venâncio: "Inovações são
coisas de hereges e não de crentes ortodoxos".
Jerônimo, o tradutor da "Vulgata",
tradução oficial da Bíblia usada pela Igreja Romana, escreveu: "As coisas
que se inventam e se apresentam como tradições apostólicas, sem autoridade e
testemunho das Escrituras, serão atingidas pela Espada de Deus".
A Confissão de Fé de Westminster traz num dos seus
decretos algo que os católicos deveriam ler e não esquecer, que diz: "O
Supremo Juiz, pelo qual todas as controvérsias de religião são determinadas e
todos os decretos de concílios, opiniões de escritores antigos, doutrinas de
homens e espíritos privados serão examinados e cujas sentenças devemos acatar,
não pode ser outro senão o Espírito Santo, falando através das
Escrituras."
VII. A VIRGEM MARIA
A essência da adoração na Igreja Católica Romana
gira não em torno do Pai, do Filho e do Espírito Santo, mas da pessoa da Virgem
Maria. No decorrer dos séculos as mais diferentes e
absurdas crendices têm sido criadas em torno da humilde mãe do Salvador.
7.1. A Teologia Mariana
Decreta o Concilio Vaticano II: "Os fiéis
devem venerar a memória primeiramente da gloriosa sempre Virgem Maria, Mãe de
Deus e de nosso Senhor Jesus Cristo".
7.1.1. Concebida sem pecado
"Daí não admira que nos Santos Padres
prevalece o costume de chamar a Mãe de Deus toda santa, imune de toda mancha de
pecado, como que plasmada pelo Espírito Santo e formada nova criatura" .
7.1.2. Sempre virgem
"Maria sempre foi virgem: Esta é doutrina
tradicional da Igreja Católica. No entanto a grande maioria das Igrejas
Protestantes afirma que Maria não guardou a sua virgindade e teve outros filhos
além de Jesus".
7.1.3. Medianeira e intercessora
"A Bem-aventurada Virgem Maria é invocada na
Igreja sob os títulos de Advogada, Auxiliadora, Adjutriz,
Medianeira" .
7.2. O Cúmulo do Absurdo
Há alguns anos foi publicado na imprensa de uma
capital latino-americana um discurso de um cardeal católico-romano. O eminente
prelado recorda este sonho. Ele sonhou que estava na cidade celestial. Ouviu-se
bater à porta. Foi comunicado a Deus que um pecador da Terra estava pedindo
entrada. "Cumpriu ele as condições?" foi a pergunta. A resposta foi:
"Não!" "Então não pode entrar", foi o veredicto. Nesse
ponto, a virgem Maria, que estava sentada à direita do seu Filho, falou:
"Se esta alma não entrar eu me ponho fora". A porta abriu-se e o
pecador entrou.
7.3.0 Testemunho das Escrituras
Invocando o testemunho das Escrituras, concluímos
que:
7.3.1. Maria não foi concebida sem pecado
O que a Bíblia declara é que "todos pecaram e
carecem da glória de Deus" (Rm 3.23). Só a respeito de Cristo é que pode
ser dito: "Com efeito nos convinha um sumo sacerdote, assim como este,
santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores, e feito mais alto do que
os céus" (Hb 7.26).
7.3.2. Maria teve
outros filhos
Além de João 2.12, o Novo Testamento se refere aos
irmãos de Jesus, ainda em Mateus 12.46; 13.55,56; Marcos 3.31; Lucas 8.19; João
7.3,5,10; Atos 1.14; 1 Coríntios 9.5 e Gálatas 1.19. Os ensinadores romanistas
dizem que aqueles a quem o Novo Testamento chama de irmãos de Jesus, na
realidade são seus primos. Esta interpretação é errônea e visa fortalecer o
dogma da perpétua virgindade de Maria (leia Lucas 1.36, e veja que irmãos e
primos são distintos no Novo Testamento).
O fato de Maria ter sido virgem no ato da concepção
de Jesus é ponto pacífico nas Escrituras, porém, afirmar que ela continuou
virgem após o parto é antítese de Mateus 1.25: "Contudo, não a conheceu,
enquanto não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus".
7.3.3. Maria não exerce mediação a favor do pecador
"Porque há um só Mediador entre Deus e os
homens, Cristo Jesus, homem" (1 Tm 2.5). "Se, todavia, alguém pecar,
temos um Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo" (1 Jo 2.1).
7-3-4- Só Cristo intercede pelo pecador
"Por isso também pode salvar totalmente os que
por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Hb
7.25).
Epifânio, grande apologista cristão do século IV,
diz o seguinte aos católicos de hoje:
"Não se devem honrar os santos além do que é
justo, mas deve-se honrar o Senhor deles. Maria, de fato, não é Deus nem
recebeu do céu o seu corpo, mas de uma concepção de um homem e de uma mulher.
Santo é o corpo de Maria; ela é virgem e digna de muita honra mas não foi dada
para adoração, antes, ela adora aquele que nasceu da sua carne. Honre-se Maria,
mas adore-se o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Ninguém adore a Virgem
Maria".
Ao mesmo tempo, disse Ambrósio de Milão:
"Maria era o templo de Deus, não o Deus do templo. Deve-se adorar então somente
aquele que opera no templo".
VIII. A MISSA
Dentre os muitos chamados "sacramentos"
da Igreja católica Romana, destaca-se a missa.
8.1. Definição da Missa
O que a missa é no contexto do Catolicismo Romano é
definido pelo padre Miguel Maria Giambelli:
"O que nós, católicos, chamamos 'missa', os
primeiros cristãos de Jerusalém chamavam de 'partir do pão', porque foi exatamente
isto o que fez Jesus na última ceia: 'Tomou o pão, deu graças e
partiu...'" S. Paulo lembra aos coríntios que todas as vezes que eles se
reúnem para comer deste pão e beber deste cálice, anunciam a morte do Senhor,
isto é, eles renovam o sacrifício do Calvário.
"O apóstolo Paulo alerta os coríntios de que
aquele pão e aquele vinho, após as palavras consagradas, não são mais pão e
vinho comuns, mas são algo de misterioso que esconde o corpo sagrado de Jesus,
e quem, portanto, se atrever e comer deste pão e beber deste vinho sem as
devidas condições espirituais, comete uma profanação tão sacrílega que o torna
réu de um crime contra o corpo e o sangue do Senhor Jesus. Daí porque São Paulo
continua alertando os coríntios a tomarem muito a sério o ato de comer deste
pão e beber deste cálice consagrado na eucaristia, porque quem os come e bebe
sem crer firmemente que são corpo vivo de Cristo, e, portanto, sem fazer
distinção entre o pão comum da padaria e pão consagrado 'come e bebe sua
própria condenação!'" (A Igreja Católica e os Protestantes, p.
27).
Deste ensino deduz-se que Giambelli afirma:
a. Missa e santa
ceia do Senhor são a mesma coisa.
b. A missa renova o sacrifício do Calvário.
c. O pão e o vinho usados na missa são
transubstanciados no próprio corpo de Cristo no momento da celebração.
d. Quem não diferençar o pão que é servido na missa
do que é vendido na padaria, "come e bebe sua própria condenação".
8.2.0 Que Dizem as Escrituras
Esse ensino é errado, portanto, contrário àquilo
que as Escrituras Sagradas ensinam. O recurso que a Igreja Romana usa para
confundir o significado da expressão "... em memória..." com a
palavra "... renovar", se constitui numa incoerência, primeiro à luz
da Bíblia, e depois à luz da gramática. No Dicionário da Língua Portuguesa, de
Augusto Miranda, a expressão "em memória" tem como sinônimo a expressão
"em lembrança"; enquanto a palavra "renovar" tem como
sinônimo a palavra "recompor". Portanto, uma nada tem a ver com a
outra. Se a morte de um amigo nos vem à memória, isto não é a mesma coisa
que renová-la. Existem vários versículos na Bíblia que falam da impossibilidade
de se renovar o sacrifício de Cristo, entre os quais se destacam: Hebreus
7.26,27; 10.12-14; 1 Pedro 3.18 e Romanos 6.9.
8.3. O Problema
da Transubstanciação
Não há um só versículo nas Escrituras em apoio à
tese do Concilio de Trento de que o pão e o vinho usados na missa, ao serem
consagrados, tornam-se, ou transubstanciam-se, em Jesus, física e
espiritualmente, assim como Ele está no céu. Veja, por exemplo:
a. Mesmo após a
ressurreição, não obstante gozando do privilégio de um corpo espiritual, Jesus
não bilocou-se, isto é, Ele não esteve em dois lugares ao mesmo tempo. Se
estava em Emaús, não estava em Jerusalém. Ele estava num só
lugar de cada vez. Como pretende, pois, a teologia vaticana provar que Jesus
esteja fisicamente, tanto no céu como nas hóstias espalhadas nos sacrários dos
templos católicos por todo o mundo?
b. Quando Jesus
diz: "E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos
séculos" (Mt 28.10), Ele não sugere que estaria fisicamente através do pão
e do vinho da missa, mas espiritualmente, assim como esteve com Paulo,
conforme Atos 18.9,10.
c. O corpo de Cristo
hoje na Terra não é o pão e o vinho usados na celebração da missa, mas a sua
Igreja, conforme mostram as seguintes passagens bíblicas: 1 Coríntios 10.16,17;
12.27; Efésios 1.22,23; 4.15,16; 5.30.
Outra prova de que missa e santa ceia do Senhor são
cerimônias diferentes, é que na missa os comungantes só tomam um elemento (a
hóstia) enquanto o vinho é tomado exclusivamente pelo padre celebrante, quando
a ordem novitestamentária é: "Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e
assim coma do pão e beba do cálice" (1 Co 11.28).
IX. OS LIVROS APÓCRIFOS
Muitas perguntas têm sido feitas e muitas questões
têm sido levantadas quanto aos livros apócrifos. Os católicos chegam mesmo a
afirmar que a Bíblia usada pelos evangélicos (aos quais chamam
"protestantes") é incompleta e falha por faltarem nela os livros
apócrifos. Muitos evangélicos, por sua vez, perguntam por que a nossa Bíblia
não contém tais livros.
9.1. Definição de "Apócrifo"
Empregamos aqui o termo apócrifo num
sentido restrito, forçando um pouco o sentido original da palavra, e pondo de
parte o caráter de certos escritos, aos quais o referido termo se aplica. A
palavra "apócrifo", literalmente, significa "oculto".
Porém, no decorrer dos tempos e em razão do uso, o termo já não tem o sentido
de "oculto", mas de "espúrio", isto é,
"não-puro". No tempo da Reforma, o termo "apócrifo"
foi definitivamente aplicado a esses livros não-canônicos contidos na Vulgata,
pois não faziam parte do cânon hebraico. Seu significado oposto ao termo
"canônico" acarretou, para esses livros, o desprezo que se sentia
pela literatura apocalíptica e oculta, tanto judaica como cristã-judaica.
9.2. Relação dos Apócrifos
O número de livros apócrifos vai muito além
daqueles que a Bíblia de uso católico contém, porém os mais conhecidos, e aqui
citados, são aqueles que foram aprovados pela Igreja Católica no Concilio de Trento,
em 1546. Destes, mais da metade são inseridos nas Bíblias de edição católica.
Alguns desses livros são também inseridos em Bíblias de editoras protestantes,
para estudo e investigação da crítica textual e devido ao seu relativo valor
histórico. Os apócrifos consistem em livros assim chamados, e em acréscimos a
livros canônicos. A sua aprovação pela Igreja Católica deu-se, como já
dissemos, em 1546, no Concilio de Trento, em meio a intensa controvérsia,
havendo inclusive luta física resultante da contenda e dos debates em torno
deles. Os livros, e acréscimos a livros canônicos, aprovados, foram os
seguintes: Tobias, Judite, acréscimo ao livro canônico de Ester, Sabedoria de
Salomão, Eclesiástico, Baruque (contendo a Epístola de Jeremias), Cântico dos
Três Santos Filhos (acréscimo a Daniel), História de Susana e Bel e o Dragão
(também acréscimos a Daniel), 1 e 2 Macabeus. Eram 14 os principais
apócrifos do Antigo Testamento. Destes, os não reconhecidos pelo Concilio de
Trento foram 1 e 2 Esdras e A Oração de Manasses.
9.3. Questões a
Considerar
Por que estes livros são considerados apócrifos e
não canônicos? A razão óbvia é que eles não suportam uma prova de canonicidade,
como é mostrado a seguir:
• Eles nunca fizeram parte do cânon hebraico.
• Eles nunca foram citados no Antigo Testamento.
• Joséfo, o historiador judeu, os omite em seus
escritos.
• Nenhum deles reclama a inspiração divina para si.
• Eles contêm erros históricos, geográficos e
cronológicos.
• Eles ensinam e apóiam doutrinas que são
contrárias às Escrituras em geral.
• Como literatura, às vezes não passam de mitos e
lendas.
• Em geral, seu nível espiritual e moral deixa
muito a desejar.
• Jesus não os cita em seus escritos.
• Os apóstolos e escritores dos Evangelhos, das
Epístolas e do Apocalipse não se referem a eles nos seus escritos.
• Os famosos Pais da Igreja primitiva não se
reportam a eles como fonte de inspiração dos seus escritos.
• Eles foram escritos muito tempo depois de
encerrado o cânon do Antigo Testamento.
Certamente que nem todas as igrejas têm a mesma
opinião quanto ao valor dos apócrifos. A Igreja Reformada, por exemplo, sempre
considerou os livros não-canônicos como de relativo valor, "para exemplo
de vida e instrução de costumes, ainda que sem autoridade em matéria de
fé".
2
O Espiritismo
O espiritismo é, sem dúvida, uma das heresias que
mais cresce no mundo hoje. O Brasil, particularmente, detém o triste recorde
de ser o maior reduto espiritista do mundo. O seu crescimento se dá, em grande
parte, devido ao fascínio que os seus ensinos exercem sobre as mentes das
pessoas desprovidas do verdadeiro conhecimento, e alienadas de Deus.
Alheio à Palavra de Deus, e divorciado de toda a
verdade, o espiritismo tem se constituído numa espécie de "profundezas de
Satanás", pronto a tragar pessoas incautas que estão a buscar a Deus em
todos os lugares e por todos os meios.
I. RESUMO HISTÓRICO DO ESPIRITISMO
O espiritismo constitui-se no mais antigo engano
religioso já surgido. Porém, em sua forma moderna como hoje é conhecido, o seu
ressurgimento se deve a duas jovens norte-americanas, Margaret e Kate Fox, de
Hydeville, Estado de Nova Iorque.
1.1. Estranhos Fenômenos
Em dezembro de 1847, Margaret e Kate, respectivamente
de doze e dez anos, começaram a ouvir pancadas em diferentes pontos da casa
onde moravam. A princípio julgaram que esses ruídos fossem produzidos por
camundongos e ratos que infestavam a casa. Contudo, quando os lençóis começaram
a ser arrancados das camas por mãos invisíveis, cadeiras e mesas tiradas dos
seus lugares, e uma mão fria tocou no rosto de uma das meninas, percebeu-se
que o que estava acontecendo eram fenômenos sobrenaturais. A partir daí, as
meninas criaram um meio de comunicar-se com o autor dos ruídos, que respondia
às perguntas com um determinado número de pancadas.
1.2. Expansão do Movimento
Partindo desse acontecimento, que recebeu ampla
cobertura dos meios de comunicação da época, sessões espíritas propagaram-se
por toda a América do Norte. Na Inglaterra, porém, a consulta aos mortos já
era muito popular entre as camadas sociais mais elevadas. Por conseguinte, os
médiuns norte-americanos encontraram ali solo fértil onde a semente do
supersticionismo espiritista haveria de ser semeada, nascer, crescer, florescer
e frutificar. Na época, outros países da Europa também foram visitados com
sucesso pelos espíritas norte-americanos.
Na França, a figura de Allan Kardec é a principal
dos arraiais espiritistas. Léon Hippolyte Rivail (o verdadeiro nome de Allan
Kardec), nascido em Lião, em 1804, filho de um advogado, tomou o pseudônimo de
Allan Kardec por acreditar ser ele a reencarnação de um poeta celta com esse
nome. Dizia ter recebido a missão de pregar uma nova religião, o que começou a fazer
a 30 de abril de 1856. Um ano depois, publicou O Livro dos
Espíritos, que muito contribuiu na propaganda espiritista. Dotado de
inteligência e inigualável sagacidade, estudou toda a literatura afim
disponível na Inglaterra e nos Estados Unidos, e dizia ser guiado por espíritos
protetores. Notabilizou-se por introduzir no espiritismo a idéia da
reencarnação. De 1861 a 1867, publicou quatro livros: Livro
dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Céu e Inferno e Gênesis. Allan
Kardec, o pai do Espiritismo
Homem dotado de características físicas e mentais
de grande resistência, Allan Kardec foi apóstolo das novas idéias que haveriam
de influir na organização do espiritismo. Fundou A Revista
Espírita, periódico mensal editado em vários idiomas. Ele mesmo
assentou as bases da "Sociedade Continuadora da Missão de Allan
Kardec". Morreu em 1869.
II. SUBDIVISÕES DO ESPIRITISMO
Embora consideremos o espiritismo igual em toda a
sua maneira de ser, os próprios espíritas admitem haver diferentes formas de
espiritismo, assim designadas:
2.1. Espiritismo Comum
Dentre as muitas práticas dessa classe de
espiritismo, destacam-se as seguintes:
a. Quiromancia - Adivinhação pelo exame das tinhas das mãos. O
mesmo que "quiroscopia".
b. Cartomancia - Adivinhação pela decifração de combinações de
cartas de jogar.
c. Grafologia - Estudo dos elementos normais e principalmente
patológicos de uma personalidade, feito através da análise da sua escrita.
d. Hidromancia - Arte de adivinhar por meio da água.
e. Astrologia- Estudo e/ou conhecimento da influência dos astros,
especialmente dos signos, no destino e no comportamento dos homens; também
conhecida como "uranoscopia".
2.2. Baixo Espiritismo
O baixo espiritismo, também conhecido como
espiritismo pagão, inculto e sem disfarce, identifica-se pelas seguintes
práticas:
a. Vodu -
Culto de negros antilhanos, de origem animista, e que se vale de certos
elementos do ritual católico. Praticado principalmente no Haiti.
b. Candomblé - Religião dos negros ioruba, na Bahia.
c. Umbanda -
Designação dos cultos afro-brasileiros, que se confundem com os da macumba e
dos candomblés da Bahia, xangô de Pernambuco, pajelança da Amazônia, do catimbó
e outros cultos sincréticos.
d. Quimbanda - Ritual da macumba que se confunde com os da
umbanda.
e. Macumba -
Sincretismo religioso afro-brasileiro derivado do candomblé, com elementos de
várias religiões africanas, de religiões indígenas brasileiras e do
catolicismo.
2.3. Espiritismo Científico
O espiritismo científico é também chamado
"Alto Espiritismo", "Espiritismo Ortodoxo",
"Espiritismo Profissional" ou "Espiritualismo". Ele se
manifesta, inclusive, como "sociedade", como, por exemplo, a LBV
(Legião da Boa Vontade), fundada e presidida por muitos anos pelo já falecido
Alziro Zarur. Esta classe de espiritismo tem sido conhecida também como:
a. Ecletismo - Sistema filosófico dos que não seguem sistema
algum, escolhendo de cada um a parte que lhe parece mais próxima da verdade.
b. Esoterismo - Doutrina ou atitude de espírito que preconiza
que o ensinamento da verdade deve reservar-se a um número restrito de
iniciados, escolhidos por sua influência ou valor moral.
c. Teosofismo - Conjunto de doutrinas religioso-filosóficas que
têm por objetivo a união do homem com a divindade, mediante a elevação
progressiva do espírito até a iluminação. Iniciado por Helena Petrovna
Blavastky, mística norte-americana (1831-1891), fanática adepta do budismo e do
lamaísmo.
2.4. Espiritismo Kardecista
O espiritismo Kardecista é a classe de espiritismo
comumente praticada no Brasil, e tem, como principais, entre as suas muitas
teses, as seguintes:
a. Possibilidade de comunicação com os
espíritos desencarnados.
b. Crença da reencarnação.
c. Crença de que ninguém pode impedir o homem de
sofrer as conseqüências dos seus atos.
d. Crença na pluralidade dos mundos habitados.
e. A caridade é virtude única, aplicada tanto aos
vivos como aos mortos.
f. Deus, embora exista, é um ser impessoal,
habitando um mundo longínquo.
g. Mais perto dos homens estão os
"espíritos-guias".
h. Jesus foi um médium e reformador judeu, nada
mais que isto.
Evidentemente, o diabo é um demagogo muito versátil
e maleável, capaz de muitas transformações. Aos psicólogos, ele diz:
"Trago-vos uma nova ciência". Aos ocultistas, assevera: "Dou-vos
a chave para os últimos segredos da criação". Aos racionalistas e teólogos
modernistas, declara: "Não estou aí. Nem mesmo existo". Assim faz o
espiritismo: muda de roupagem, como o camaleão muda de cor, de acordo com o
ambiente, ainda que, na essência, continue sempre o mesmo: supersticioso,
fraudulento, mau e diabólico.
A passada das bandeiras numa cerimônia do vodu
haitiano
III. A TEORIA DA REENCARNAÇÃO
A teoria da reencarnação se constitui no cerne de
toda a discussão espiritista. Destruída esta teoria, o espiritismo não poderá
subsistir.
Sobre o assunto, escreveu Allan Kardec: "A
reencarnação fazia parte dos dogmas judaicos sob o nome de ressurreição... A
reencarnação é a volta da alma, ou espírito, à vida corporal, mas em outro
corpo novamente formado para ele que nada tem de comum com o antigo" .
3.1. A Bíblia Nega a Reencarnação
A Bíblia jamais faz qualquer referência à palavra
"reencarnação", tampouco confunde-a com a palavra
"ressurreição". Segundo o dicionário Escolar da Língua Portuguesa,
de Francisco da Silveira Bueno, "reencarnação" é o ato ou efeito de
reencarnar, pluralidade de existências com um só espírito; enquanto a palavra
"ressurreição", no grego, é anástasis e égersis, ou
seja, levantar, erguer, surgir, sair de um local ou de uma situação para outra.
No latim, "ressurreição" é o ato de ressurgir,
voltar à vida, reanimar-se. Biblicamente, entende-se o termo
"ressurreição" como o mesmo que ressurgir dos mortos, e, em linguagem
mais popular, união da alma e do espírito ao corpo, após a morte física.
3.2. Ressurreição na Bíblia
No decorrer de toda a narrativa bíblica, são
mencionados oito casos de ressurreição, sendo sete de restauração da vida, isto
é, ressurreição para tornar a morrer, e um de ressurreição no sentido pleno,
final — o de Jesus. Este foi diferente, porque foi ressurreição para nunca
mais morrer, não somente pelo fato de Ele ser Jesus, mas porque, ao ressurgir,
tornou-se Ele o primeiro da ressurreição real (1 Co 15.20,23). A expressão
"ressurreição dentre os mortos",
como em Lucas 20.35 e Filipenses 3.11, implica uma ressurreição da qual somente
os justos participarão. Os participantes da verdadeira ressurreição não mais
morrerão (Lc 20.36). A referida expressão e tradução correta do original. A
palavra "dentre" indica que os mortos ímpios continuarão sepultados
quando os santos ressurgirem.
Os sete outros casos de ressurreição na Bíblia, por
ordem, são: o filho da viúva de Serepta (1 Rs 17.19-22); o filho da sunamita (2
Rs 4.32-35); o defunto que foi lançado na cova de Eliseu (2 Rs 13.21); a filha
de Jairo (Mc 5.21-23,35-43); o filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17); Lázaro (Jo
11.1-46); Dorcas (At 9.36-43).
O caso da ressurreição de Jesus, que, como já
dissemos, é diferente, acha-se registrado em Mateus 28.1-10; Marcos 16.1-8;
Lucas 24.1-12; João 20.1-10 e 1 Coríntios 15.4,20-23.
Quanto à ressurreição propriamente dita, escreve
Allan Kardec: "A ressurreição implica a volta da vida ao corpo já morto —
o que a ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os
elementos desse corpo foram, depois de muito tempo, dispersos e
absorvidos".
E evidente que esta teoria de Allan Kardec não pode
prevalecer, uma vez que se baseia em conceitos de homens e não nas Escrituras,
que declaram a possibilidade da ressurreição dos mortos. Não é relevante
citarmos aqui os casos de mortos que foram ressuscitados antes de serem levados
à sepultura. Vamos citar apenas dois casos de mortos que foram levantados
dentre os mortos após quatro e três dias de sepultados: Lázaro e Jesus.
3.2.1. LÁZARO
O testemunho de João capítulo 11 é que Lázaro:
a) estava morto (vv.14,21,32,37);
b) estava sepultado já havia quatro dias (vv.
17,39);
c) já cheirava mal (v.39);
d) ressuscitou ainda amortalhado (v.44);
e) ressuscitou com o mesmo corpo e com a mesma
aparência que possuía antes de morrer (v.44).
3.2.2. Jesus
O testemunho das Escrituras quanto à morte e
ressurreição de Jesus Cristo, é que:
a) Os soldados romanos testemunharam que
Cristo estava morto (Jo 19.33).
b) José de Arimatéia e Nicodemos sepultaram-no (Jo
19.38-42).
c) Ele ressuscitou no primeiro dia da semana (Lc
24.6).
d) Mesmo após ressuscitado, Ele ainda portava as
marcas dos cravos nas mãos, para mostrar que seu corpo, agora vivo, era o mesmo
no qual sofrerá a crucificação, porém, glorificado (Lc 24.39; Jo 20.27).
3.3. Uma Teoria Absurda
Procurando dar sentido bíblico à absurda teoria da
reencarnação, Allan Kardec lança mão do capítulo 3 de João para dizer que Jesus
ensinou sobre a reencarnação. Os tradutores da obra de Allan Kardec, O
Evangelho Segundo o Espiritismo, usaram a versão bíblica do padre
Antônio Pereira de Figueiredo como texto base de sua tradução, grifando o
versículo 3 do citado capítulo de João: "Na verdade te digo que não pode
ver o reino de Deus senão aquele que renascer de novo" (ênfase
minha), quando o versículo naquela versão é escrito da seguinte forma:
"Na verdade, na verdade, te digo, que não pode ver o reino de Deus, senão
aquele que nascer de novo" (ênfase minha).
"Renascer" já significa nascer de
novo, enquanto "renascer de novo" constitui-se numa
intolerável redundância, mas não sem propósito por parte do espiritismo, que
por tudo procura provar que a absurda teoria da reencarnação tem fundamento
na Bíblia.
IV. JOÃO BATISTA ERA ELIAS REENCARNADO?
Dirigindo-se a Jesus, perguntaram-lhe os seus
discípulos: "Por que dizem, pois, os escribas ser necessário que Elias
venha primeiro? Então Jesus respondeu: De fato (...) Elias já veio, e não o
reconheceram, antes fizeram com ele tudo quanto quiseram (...) Então os
discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista" (Mt
17.10-13).
Acerca de João Batista, disse mais Jesus: "E,
se o quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir" (Mt 11.14).
4.1. Opinião Espiritista
Prevalecendo-se do literalismo destas passagens,
escreveu Allan Kardec: "A noção de que João Batista era Elias e de que os
profetas podiam reviver na Terra, depara-se em muitos passos dos Evangelhos,
especialmente nos acima citados. Se tal crença fosse um erro, Jesus não a
deixaria de combater, como fez com muitas outras, mas, longe disso, a sancionou
com sua autoridade... 'É ele mesmo o Elias, que havia de vir'.
Aí não há nem figuras nem alegorias; é uma afirmação positiva"
4.2. Objeção Bíblica
Um dos conceitos de hermenêutica mais conhecido é
aquele segundo o qual a Bíblia interpreta-se a si mesma. Portanto, somos
impedidos de lançar mãos de recursos alheios ao contexto bíblico para
interpretar o mais simples dos seus ensinos. A Bíblia mesma dá respostas às
suas indagações. A pergunta: "João Batista era Elias reencarnado ou
não?" responde o próprio João Batista, dizendo: "Não sou" (Jo
1.21).
Sobre João Batista, diz Lucas 1.17: "E irá
adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos
pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao
Senhor um povo bem disposto". Isto não quer dizer que João fosse Elias,
mas que no seu ministério haveria peculiaridades do ministério de Elias. De
fato, a Bíblia não trata de nenhum outro caso de dois homens, cujos ministérios
tenham tanta semelhança como João Batista e Elias. Lembra o refrão popular:
"Tal Pai, tal filho". Isto não quer dizer que o filho seja
absolutamente igual ao pai, ou que um seja a reencarnação do outro, mas sim,
que existem hábitos comuns entre ambos.
4.3. Cinco Pontos a Considerar
Dentre as muitas razões pelas quais cremos que João
Batista não era Elias reencarnado, queremos citar as seguintes:
• Os judeus criam que João Batista fosse Elias
ressuscitado, não reencarnado (Lc 9.7,8).
• Se os judeus realmente acreditassem que João era
Elias reencarnado e não ressuscitado, não teriam em outra oportunidade admitido
que Cristo fosse Elias ressuscitado. João Batista e Cristo, que viveram
simultaneamente por cerca de trinta anos, não podiam ser Elias ressuscitado ou
reencarnado, ao mesmo tempo (Lc 9.7,9).
• Se reencarnação é o ato ou efeito de reencarnar,
pluralidade de existências com um só espírito, é evidente que um vivo não pode
ser reencarnação de alguém que nunca morreu. Fica claro assim que João Batista
não era Elias, já que este não morreu, pois foi arrebatado vivo ao céu (2 Rs
2.11).
• Se João Batista fosse Elias, quem primeiro
teria conhecimento disso teria sido ele mesmo e não os judeus ou os espíritas.
Àqueles que lhe perguntaram: "És tu Elias?", ele respondeu desembaraçadamente:
"Não sou" (Jo 1.21).
• Se João Batista fosse Elias reencarnado, no
momento da transfiguração de Cristo teriam aparecido Moisés e João Batista, e
não Moisés e Elias (Mt 17.18).
Fica evidente, portanto, que a Bíblia não apóia a
absurda teoria espiritista da reencarnação. Até mesmo os chamados "fatos
comprovados" da reencarnação, apresentados pelos advogados do espiritismo,
na verdade não comprovam coisa alguma.
V. A INVOCAÇÃO DE MORTOS
Reencarnação e invocação de mortos são as duas
principais estacas de sustentação de toda a fraude espiritista. Se ambas puderem
ser removidas, o espiritismo ruirá irremediavelmente.
5.1. O que a Bíblia Diz
Aos hebreus que saíram do Egito e se aproximavam de
Canaã, por intermédio de Moisés, disse o Senhor Deus:
"Quando entrares na terra que o Senhor, teu
Deus, te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações.
Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha,
nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem
encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem
mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é
abominação ao Senhor, e por estas abominações o Senhor, teu Deus, as lança fora
de diante de ti. Perfeito serás, como o Senhor, teu Deus. Porque estas nações,
que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o
Senhor, teu Deus, não permitiu tal coisa" (Dt 18.9-14).
Com base nestas palavras de Moisés, no seu
livro O Céu e o Inferno, aduz Allan Kardec: "... Moisés
devia, pois, por política, inspirar nos hebreus aversão a todos os costumes que
pudessem ter semelhança e pontos de contato com o inimigo".
5.2. Deus Condena a Invocação de Mortos
Alegar que Moisés se opunha aos costumes pagãos dos
cananeus baseado em razões simplesmente políticas, como afirma
Allan Kardec, atesta a completa ignorância do
espiritismo quanto às Escrituras Sagradas.
A proibição divina de consultar os mortos não prova
que havia comunicação com os mortos. Prova apenas que havia a consulta aos
mortos, o que não significa comunicação real com eles. Era apenas uma tentativa
de comunicação. Na prática de tais consultas aos mortos, sempre existiram embustes,
mistificações, mentiras, farsas e manifestações de demônios. É o que acontece
nas sessões espíritas, onde espíritos demoníacos, espíritos enganadores,
manifestam-se, identificando-se como pessoas amadas que faleceram. Alguns
desses espíritos têm aparecido, identificando-se com os nomes de grandes
homens, ministrando ensinos e até apresentando projetos éticos e humanitários,
que terminam sempre em destroços. São espíritos que se prestam ao
serviço do pai da mentira, Satanás.
O povo de Deus, porém, possui a inigualável
revelação de Deus pela qual disciplina a sua vida: "Quando vos disserem:
Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e
murmuram entre dentes; — não recorrerá um povo ao seu Deus? A favor dos vivos
interrogar-se-ão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo
esta palavra, nunca verão a alva" (Is 8.19,20).
5.3.0 Estado dos Mortos
O testemunho geral das Escrituras é que os mortos,
devido ao estado em que se encontram, não têm parte em nada do que se faz e
acontece na Terra. Consulte os seguintes textos: Eclesiastes 9.5,6; Salmos
88.10-12; Isaías 38.18,19; Jó 7.9,10.
Nenhum dos textos bíblicos mencionados contradiz a
esperança bíblica da ressurreição dos mortos, uns para a vida eterna, outros
para vergonha e perdição eterna. Os citados textos mostram, sim, que o homem
após a morte, na sepultura, jamais poderá voltar à vida de outrora, e que na
sepultura nada poderá fazer por si mesmo e muito menos pelos vivos que ainda
estão na Terra.
VI. SAUL E A MÉDIUM DE EN-DOR
(Antes de prosseguir, tome a sua Bíblia, abrindo-a
no capítulo 28 de 1 Samuel. Leia todo esse capítulo e em seguida volte à
leitura deste livro.)
Concluída a leitura desta porção das Escrituras,
vêm à mente perguntas, tais como: É ou não possível comunicar-se com os espíritos
de pessoas falecidas? Foi ou não Samuel quem apareceu na sessão espírita de
En-Dor? Muitas respostas poderiam ser dadas aqui, como por exemplo: A
assembléia judaica sempre acreditou que Samuel realmente apareceu naquela
ocasião. Essa também era a opinião de alguns dos mais destacados líderes da
Igreja dos primeiros séculos, entre eles, Justino Mártir e Origenes. Já
Tertuliano, Jerônimo, Lutero e Calvino acreditavam que um demônio apareceu em
forma de pessoa, personificando Samuel.
6.1. Análise do Caso
Até mesmo uma despretensiosa análise de 1 Samuel 28
mostra com clareza meridiana que um espírito de engano, e não Samuel, foi quem
apareceu na sessão espírita de En-Dor. Dentre as muitas provas contra a opinião
de que Samuel apareceu naquela ocasião, destacam-se as seguintes:
a. Nem a médium nem o seu espírito de mediunidade
exerciam qualquer poder sobre a pessoa de Samuel. Só Deus exercia esse poder;
pelo que não iria permitir que seu fiel servo viesse a se tornar parte de uma
prática que o próprio Deus condenou (Dt 18.9-14).
b. Após informar a Saul que Deus o tinha rejeitado,
Samuel nunca mais disse coisa alguma a esse rei.
c. Se fosse Samuel quem aparecera na ocasião,
ele não teria mentido, dizendo que Saul perturbara seu descanso, se Deus, e não
Saul, lhe tivesse ordenado; nem dizendo que Saul e seus filhos estariam com ele
no dia seguinte (vv.15,16).
d. O próprio Saul disse que Deus já não lhe
respondia nem pelo ministério dos profetas e nem por sonhos (vv. 6,15), pelo
que Deus, no último momento,
• não teria cedido ao desejo de Saul de receber
outra revelação;
• não teria entrado em contradição com a sua
Palavra, que nega a possibilidade de vivos terem contato com os mortos (Jó
7.9,10; Ec 9.5,6; Lc 16.31);
• não teria criado a impressão de que tentar entrar
em contato com os mortos não é tão mau como antes Ele mesmo dissera ser (Dt
18.9-14);
• não teria afirmado que Saul deveria morrer por
causa da consulta feita à médium (1 Cr 10.13).
e. Saul disse à médium a quem deveria chamar.
De acordo com o estudo dos fenômenos psíquicos, a
médium teria lido na mente de Saul qual seria a aparência de Samuel, e a
descrevera como Saul costumava vê-lo.
f. A médium temeu porque:
• em seu transe ela reconheceu Saul (v. 12), que
era conhecido como inimigo das práticas espiritistas; ou,
• ela viu um espírito adejando por cima da
aparição, que com "prodígios de mentira" se fazia passar por Samuel.
g. O próprio Saul não viu Samuel. De acordo com a
descrição da médium, ele mesmo supôs que a personagem descrita era Samuel.
h. Quanto à profecia abordada durante a sessão em
En-Dor, J.K. Van Baalen, no seu livro O Caos das Seitas, dá as
seguintes possibilidades:
• a mulher percebeu o medo de Saul, de que o
seu fim era iminente, e isso ela predisse;
• a mulher tomou conhecimento da profecia
feita antes por Samuel (1 Sm 15.16,18), que vinha perseguindo Saul (1 Sm 16.2;
20.31, etc), pelo que lhe disse o que ele esperava ouvir;
• se um demônio se fazia passar por Samuel e falou por
meio da médium, então a mulher ter-se-ia lembrado da profecia de Samuel,
fazendo uso dela.
i. Não era necessário que alguém fosse perito ou
estrategista em guerras para prever a derrota de Saul e de Israel diante dos
filisteus. Em todos os tempos, o salário do pecado é a morte. No capítulo 15 de
1 Samuel, a questão dessa guerra já havia sido levantada bem antes de Saul
consultar a médium.
j. A parte final do vaticínio da médium não foi
verdadeira no seu cumprimento, pois nem Saul morreu no dia seguinte, nem
morreram nesse dia todos os seus filhos.
6.2. Profundezas de Satanás
A melhor maneira de se definir o espiritismo é
chamá-lo de "profundezas de Satanás" (Ap 2.24). Assim devemos ter
sempre em mente os fatos que mostram que Satanás:
• é o pai da mentira (Jo 8.44);
• sabe imitar a realidade com os seus embustes (Êx
7.22; 8.7);
• se transforma em anjo de luz (2 Co 11.14);
• tem o poder de operar milagres (2 Ts 2.9).
Aqueles que se envolvem com o espiritismo estão sob
as malhas da rede de Satanás, correndo o perigo de jamais se libertarem dela.
VII. PODEM OS MORTOS AJUDAR OS VIVOS?
Para saber se os mortos podem ou não ajudar os
vivos, leia a história do rico e Lázaro, contada por Jesus no Evangelho de
Lucas 16.19-31. Precisamente, os versículos 22 e 23 dizem: "E aconteceu
que o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu
também o rico e foi sepultado. E, no Hades, ergueu os olhos, estando em
tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio".
7.1. Um Quadro Contrastante
Veja que contraste: Lázaro morre e é levado ao
Paraíso de Deus, enquanto o rico, ao morrer, é lançado no inferno de horror, de
onde, em agonia, clama: "Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a
Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque
estou atormentado nesta chama" (v. 24).
Naquele instante de extrema dor e sofrimento, um
pequenino favor de Lázaro seria suficiente para amenizar o sofrimento daquele
infeliz; porém, o pai Abraão respondeu: "... Filho, lembra-te
de que recebestes os teus bens em tua vida, e Lázaro, somente males; e, agora,
este é consolado, e tu, atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo
entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não
poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá" (vv. 25,26).
7.2. Algumas Conclusões Desta Passagem
Feita uma análise desta passagem, as conclusões a
que chegamos são:
a. A vida no porvir será uma conseqüência natural
da vida que se viveu aqui na Terra: Lázaro, que era piedoso e temente a Deus
aqui, ao morrer foi levado para o Paraíso, enquanto o homem rico, vaidoso e
indiferente às necessidades dos outros, morreu e foi levado para o inferno de
trevas e sofrimento.
b. O lugar onde serão lançados os perdidos será um
lugar de sofrimento eterno, e não um lugar de purificação e aperfeiçoamento
dos espíritos.
c. Se ao homem aqui, vivendo ímpia e
perversamente, abre-se-lhe uma porta de escape após a morte, como admite o
espiritismo, o Evangelho de Cristo deixa de ser o que é, ao passo que o
sacrifício de Cristo torna-se a coisa mais absurda sobre a qual já se teve
notícia.
d. Se um falecido pudesse, de alguma forma
ajudar os seus entes queridos vivos, o rico não teria rogado a Abraão que
envias-
se Lázaro ou um dos mortos à casa dos seus irmãos,
a fim de adverti-los do perigo de cair no inferno; ele mesmo teria feito isto.
e. Se fosse possível que o espírito de um falecido
pudesse ajudar os vivos, Deus teria permitido que Lázaro, um dos mortos, ou o
próprio homem rico exercesse influência junto aos parentes deste.
f. Tudo quanto o homem precisa conhecer concernente
à salvação e à vida eterna acha-se exarado nos escritos de Moisés, dos
profetas, dos evangelistas e dos apóstolos do nosso Senhor Jesus Cristo.
Toda a revelação divina escrita encerra-se nas
seguintes palavras de Jesus Cristo: "Eu testifico a todo aquele que ouvir
as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhes acrescentar alguma coisa,
Deus lhe acrescentará as pragas que estão escritas neste livro; e se alguém
tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará a
sua parte da árvore da vida, e da Cidade Santa, que estão descritas neste
livro" (Ap 22.18,19).
Assim, os chamados "bons ensinamentos"
dos espíritos dos mortos, defendidos pelo espiritismo, nada mais são do que
ensinamentos de demônios, pois apresentam-se como nova fonte de revelação, em
detrimento da verdadeira revelação de Deus — a Bíblia Sagrada.
VIII. DE DEUS NÃO SE ZOMBA
Correm grande perigo as pessoas que se dão às
tristes aventuras e experiências espiritistas. Para ilustrar isto, usaremos a
história do bispo episcopal, James A. Pike, envolvendo a morte do seu filho
Jim e o relacionamento de ambos com o espiritismo. Esta história foi publicada
no Anuário Espírita de 1971. Reportamo-nos a ela como meio de oferecer-lhe,
leitor, subsídios no combate ao erro espiritista, e para advertir aqueles que
se estão deixando iludir por esses ensinos de demônios.
8.1. A Trágica Morte de Jim
Pike tinha um único filho, um, belo e culto rapaz.
Em 1966, pai e filho encontravam-se na Inglaterra, em Cambridge.
Jim decidiu voltar aos Estados Unidos. Voou para Nova Iorque, e ali, no
seu quarto de hotel, matou-se com um tiro. Jim tinha dificuldade em se
relacionar com as pessoas. Era arredio mesmo em relação ao pai, e, por ironia,
só depois da morte, através de médiuns americanos e ingleses, teria
conseguido, segundo o relato, comunicar-se com Pike. Jim tinha
22 anos, sua morte arrasou o pai. Tudo era mais dramático porque, por incrível
que possa parecer, Pike não cria na vida após a morte. Ele fora seminarista e
se desiludira com o catolicismo; mesmo como bispo episcopal sua situação era embaraçosa:
sem admitir os dogmas da religião, via-se constantemente atacado e não poucas
vezes taxado de herege.
8.2. Coisas Estranhas Começam a Acontecer
Após os funerais do filho, nos Estados Unidos, Pike
voltou com seus problemas para Cambridge. No quarto do hotel onde antes
estivera com o filho coisas estranhas começaram a acontecer: roupas eram
atiradas dos armários, livros moviam-se das estantes, etc.
Como qualquer pessoa que se envolve com o
espiritismo, Pike resolveu dar um passo desastroso na vida. Em lugar de
normalizar a sua situação com Deus, saiu à procura de alguém que pudesse
explicar tais fenômenos. Foi assim que, com a ajuda de amigos, entrou em
contato com a médium inglesa Ena Twigg. Uma sessão foi marcada e Pike teve o
primeiro contato com aquele que julgou ser o espírito do seu filho Jim. O
espírito dizia: "Tenho sido tão infeliz!" Instado pelo pai, respondeu
que não acreditara em Deus como uma pessoa, mas que, agora, acreditava na eternidade. Acrescenta o
Anuário: "Além disso, o rapaz o exortou a prosseguir em suas pesquisas e
predisse que o pai abandonaria sua igreja. Pike mostrou-se constrangido, mas
Jim insistiu: 'Você fará. Isto ocorrerá no dia 1Q de agosto'".
8.3- Pike Deixa a sua Igreja
Logo após voltar à América, Pike entrou em contato
com o médium americano Arthur Ford, com o qual participou de um programa de
televisão. No citado programa, Ford, em transe, transmitiu mensagens que,
dizia ele, serem de Jim a Pike. O programa produziu tão grande escândalo, que
deixou a imprensa americana e inglesa num verdadeiro reboliço. A Igreja
Episcopal protestou e Pike resolveu deixá-la. Não muito depois da
morte de um, após ingerir forte dose de barbitúricos, morre a senhora Maren
Bergrud, secretária de confiança de Pike. Ela sofria de câncer. Certo dia,
estando ela melhor de saúde, os espíritos segredaram-lhe ao ouvido que, se
pusesse fim à sua vida, poderia perpetuar aquele estado. Foi o que ela fez. Com
a morte do filho e agora da secretária, Pike ficou quase arrasado; mesmo assim
continuou buscando fenômenos relacionados com o além-túmulo.
8.4. "O Outro Lado"
Pike juntou todo o material das sessões espíritas
das quais havia participado, e escreveu o livro O Outro Lado. Pike
foi presa fácil, caindo sob a armadilha do espiritismo sem nenhuma
resistência.
Ao abandonar a Igreja Episcopal, Pike decidiu fundar uma entidade para
estudos psíquicos. Num dos seus diálogos com o suposto espírito de um, indagou
se o filho ouvira falar de Jesus, ao que ele respondeu: "Meus mentores me
dizem: Jim, você ainda não está em condições de compreender. Eu não o
encontrei, mas todos falam a respeito dele como um místico, um vidente. Eles
não o mencionam como o salvador, mas como um exemplo. Você compreende? Eu preciso
dizer-lhe: Jesus é triunfante. Você não pode me pedir que lhe diga o que ainda
não compreendo. Ele não é o salvador, isto é muito importante, mas um
exemplo". Acrescenta o Anuário: "... agora Pike julga-se um cristão
autêntico".
8.5- A Lei da Semeadura e da Colheita
Pike partiu para a Palestina, a fim de fazer uma
pesquisa a respeito de Jesus Cristo, nos próprios lugares por onde Jesus andou
e exerceu o seu ministério. A Bíblia já não lhe valia coisa alguma. Jesus, o
Cristo, o Filho de Deus, não passava de um mito, um místico, um vidente, nada
mais que isso. Ali aconteceu o que certamente ele não previra: no dia 7 de
setembro de 1969 o seu corpo foi achado sem vida, quase que completamente
encoberto pela areia nos desertos próximos do mar Morto. Vale a pena lembrar
e citar as palavras do apóstolo Paulo, quando diz: "Não vos enganeis;
Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também
ceifará. Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas
quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna" (Gl 6.7,8).
IX. VOCABULÁRIO ESPIRITISTA
Assim como a pessoa é conhecida pelo vocabulário
que usa, de igual modo o espiritismo é mais bem identificado por seu
vocabulário, usado para comunicar os seus enganos. É evidente que muitas das
palavras seguintes, usadas no linguajar espiritista, podem ter diferentes
sentidos, por exemplo, de acordo com a ciência. Porém, na relação a seguir,
vamos dar o significado de cada palavra, de acordo com a interpretação dada
pelo próprio espiritismo.
9.1. Palavras de Engano
Do grande universo de termos usados pelo
espiritismo, destacam-se os seguintes:
• Médium - Pessoa a quem se
atribui o poder de se comunicar com espíritos de pessoas mortas.
• Mediunidade - E o fenômeno em que
uma pessoa recebe um outro espírito, supostamente de uma pessoa falecida, sendo
que esse espírito recebido passa a dominar a mente do médium que recebe o
controle e o domínio do seu próprio corpo.
• Clarividência e Clariaudiência -
Fenômenos segundo os quais uma pessoa pode sentir, observar e ver os espíritos
que a rodeiam, servindo de elo de ligação e comunicação entre o mundo visível e
o invisível.
• Levitação - Força psíquica
gerada por uma ou mais mentes na imposição de mãos, onde um objeto ou uma pessoa
pode elevar-se do solo. E muito praticada na parapsicologia, que é uma falsa
ciência.
• Telepatia - Comunicação por via
sensorial entre duas mentes à distância; transmissão de pensamento.
• Criptestesia - E o fenômeno da
sensação do oculto, ou seja, o conhecimento de um fato transmitido por um
morto, sem conhecimento de nenhum vivo.
• Premonição - Sensação,
pressentimento do que vai suceder.
• Metagnomia - É a resolução de
problemas matemáticos, obras artísticas que se produzem e línguas desconhecidas
que se decifram (lembre-se de que isto nada tem a ver com nenhum dos dons do
Espírito Santo).
• Telecinesia - Movimentos de
objetos, toque de instrumentos musicais, alterações de balanços sem o toque de
mãos.
• Idioplastia - É a alteração do corpo
físico em virtude do pensamento.
9-2. Características Desses Fenômenos
Cássio Colombo, em um "Estudo Sobre o
Espiritismo", chama a nossa atenção para o fato de que esses
"fenômenos":
1) Não são fatos comuns da vida; antes,
impressionam pela sua anormalidade.
2) Ocorrem apenas com determinadas pessoas,
que também recebem o nome de "clarividentes" ou "médiuns".
3) Todos são, pelo menos na aparência, fatos
inteligentes.
4) São fenômenos que ninguém tem a consciência de
causas. Daí a atribuí-los cada qual a outrem, ou seja, não há entidade responsável
pelos trabalhos.
5) Os fenômenos metapsíquicos independem de espaço
e de tempo. Há conhecimento direto, imediato.
6) Há condições necessárias para as manifestações
metapsíquicas: concentração, penumbra, etc. O medo, a desconfiança e o
sarcasmo perturbam essas manifestações.
7) Há quase sempre o que se tem chamado de
projeção, isto é, os fenômenos são objetivos e não subjetivos. Não há
alucinações.
8) As mensagens mediúnicas são muitas vezes
apresentadas de modo simbólico. Exemplo: para simbolizar uma morte, surge uma
despedida.
9) Os fenômenos referidos várias vezes
ocorrem na hora da morte, supondo-se que, neste caso, os fenômenos surjam por
causa da tensão emotiva e das condições vitais, que, fugindo à regra, permitem
a manifestação das forças latentes do espírito.
10) Há comportamento nas manifestações
metapsíquicas que parecem expressar existência de personalidades diferentes dos
que tomam parte da sessão. É o caso da fraude e da fantasia comuns no
espiritismo.
X. O ESPIRITISMO E AS SUAS CRENÇAS
Já dissemos que as duas principais estacas de
sustentação do espiritismo são o dogma da reencarnação e a alegada possibilidade
de os vivos se comunicarem com os espíritos dos mortos. Mas a doutrina espiritista
é muito mais que isto, como é mostrado a seguir.
10.1. Complexo
Doutrinário
O conjunto de doutrinas do espiritismo é grande e
complexo. Na verdade constitui-se num esquema de negação de toda a doutrina
bíblica cristã. Veja, por exemplo, o que crê o espiritismo acerca dos seguintes
temas da doutrina cristã.
10.1.1 Deus
"Abrogamos a idéia de um Deus
pessoal" (The Physical Phenomena in Spiritualism Revealed).
"Deve-se entender que existem tantos deuses
quantas são as mentes que necessitam de um deus para adorar; não apenas um,
dois, ou três, mas muitos"
10.1.2. Cristo
"Qual é o sentido da palavra Cristo! Não
é, como se supõe geralmente, o Filho do Criador de todas as coisas? Qualquer
ser justo e perfeito é Cristo"
"Não obstante, parece que todo o testemunho
recebido dos espíritos avançados mostra apenas que Cristo era um médium e um
reformador da Judéia, e que agora é um espírito avançado na sexta esfera"
(Palavras do Dr. Weisse, citado por Hanson, em Demonology or
Spiritualism).
"Cristo foi um homem bom, mas não poderia ter
sido divino, exceto no sentido, talvez em que todos somos divinos" (Mensagem
por um "espírito", citado por Raupert em Spiritist
Phenomena and Their Interpretatiorí).
10.1.3. A Expiação
"A doutrina ortodoxa da Expiação é um
remanescente dos maiores absurdos dos tempos primitivos, e é imoral desde o âmago...
A razão dessa doutrina é que o homem nasce neste mundo como pecador perdido,
arruinado, merecedor do inferno. Que mentira ultrajante!... — Porventura o
sangue não ferve de indignação ante tal doutrina?" (Médium and
Daybreak).
10.1.4. A Queda
"Nunca houve qualquer evidência de uma queda
do homem" (A. Conan Doyle).
"Precisamos rejeitar o conceito de criaturas
caídas. Pela queda deve-se entender a descida do espírito à matéria" (The
True Light).
10.1.5. O Inferno
"Posso dizer que o inferno é eliminado
totalmente, como há muito tem sido eliminado do pensamento de todo homem
sensato. Essa idéia odiosa, tão blasfema em relação ao Criador, originou-se do
exagero de frases orientais, e talvez tenha tido sua utilidade em uma era
brutal, quando os homens eram assustados com chamas, como as feras são
espantadas pelos viajantes" (A. Conan Doyle, em Outlines of
Spiritualism).
10.1.6. A Igreja
"Passo a passo avançou a Igreja Cristã, e ao
fazê-lo, passo a passo a tocha do espiritismo foi retrocedendo, até que quase
não se podia mais perceber uma fagulha brilhante em meio às trevas espessas...
Por mais de mil e oitocentos anos a chamada Igreja Cristã se tem imposto entre
os mortais e os espíritos, barrando toda oportunidade de progresso e
desenvolvimento. Atualmente, ela se ergue como completa barreira ao progresso
humano, como já fazia há mil e oitocentos anos" .
"Se o Cristianismo sobreviver, o espiritismo
deve morrer; e se o espiritismo tiver de sobreviver, o Cristianismo deve
desaparecer. São a antítese um do outro...".
10.1.7. A BÍBLIA
"Asseverar que ela [a Bíblia] é um livro santo
e divino, e que Deus inspirou os seus escritores para tornar conhecida a
vontade divina, é um grosseiro ultraje e um logro para com o
público" (Outlines of Spiritualism).
"Gostamos pouco de discutir baseados na
Bíblia, porque, além de a conhecermos mal, encontramos nela, misturados com os
mais santos e sábios ensinamentos, os mais descabidos e inaceitáveis
absurdos"
10.2. Refutação Bíblica Dessas Afirmações Erradas
A Bíblia Sagrada, a espada do Espírito Santo, lança
a doutrina espiritista por terra, e declara em alto e bom som, que:
10.2.1. Deus
a. é um ser pessoal (Jo 17.3; SI 116.1,2; Gn 6.6;
Ap 3.19);
b. é um ser único (Dt 6.4; Is 45.5,18; 1 Tm 1.17;
Jd 25).
10.2.2. Jesus Cristo
a. foi superior aos homens (Hb 7.26);
b. é apresentado na Bíblia como profeta,
sacerdote e rei, e nunca como médium (At 3.19-24; Hb 7.26,27; Fp 2.9-11).
10.2.3. A Expiação
a. foi um ato voluntário de Cristo (Tt 2.14);
b. é alcançada como conseqüência da fé (At 10.43);
c. é adquirida pelo sangue de Cristo, segundo a
riqueza da sua graça (Ef 1.7).
10.2.4. A Queda
a. sobreveio como conseqüência da
desobediência de Adão (Rm 5.12,15,19);
b. decorreu da tentação do diabo (Gn 3.1-5; 1 Tm
2.14).
10.2.5. O Inferno
a. foi preparado para o diabo e seus anjos (Mt
25.41);
b. fica embaixo (Pv 15.24; Lc 10.15);
c. será a habitação final e eterna dos perversos
(SI 9.7; Mt 25.41).
10.2.6. A Igreja
a. foi fundada por Jesus Cristo (Mt 16.18);
b. jamais será vencida (Mt 16.18);
c. é guardada pelo Senhor (Ap 3.10).
10.2.7. A BÍBLIA
a. é a Palavra de Deus (2 Sm 22.31; SI 12.6; Jr
1.12);
b. foi escrita sob inspiração divina (1 Pe
2.20,21);
c. é absolutamente digna de confiança (SI 111.7);
d. é descrita como pura (SI 19.8), espiritual (Rm
7.14), santa, justa e boa (Rm 7.12), ilimitada (SI 119.96), perfeita (SI 19.7,
Rm 12.2), verdadeira (SI 119.142), não pesada (1 Jo 5.3).
Disse Henrique Heine, o famoso poeta lírico alemão:
"Depois de haver passado tantos e tantos longos anos de minha vida e
correr as tabernas da filosofia, depois de me haver entregue a todas as
politiquices do espírito e ter participado de todos os sistemas possíveis, sem
neles encontrar satisfação, ajoelho-me diante da Bíblia".
3
O Adventismo do 7º Dia
No
princípio do século XIX, quando pouca ênfase era dada à segunda vinda de
Cristo, Guilherme (William) Miller, pastor batista do Estado de Nova Iorque,
nos Estados Unidos, dedicou-se ao estudo e a pregação deste assunto. Lendo
Daniel 8.14, "Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o
santuário será purificado", Miller passou a fazer deste versículo o tema
duma grande controvérsia sobre os eventos futuros.
I.
RESUMO HISTÓRICO DO ADVENTISMO
Calculando
que cada um dos 2.300 dias da profecia de Daniel representava um ano, Miller
tomou o regresso de Esdras do cativeiro no ano 457 a .C. como ponto de
partida para o cálculo de que Cristo voltaria à Terra, em pessoa, no ano de
1834. Esta previsão fora feita em 1818.
Tão
grande foi o impacto causado por essa revelação de Miller, que muitos crentes,
vindos de diferentes igrejas, doaram suas propriedades, abandonaram os seus
afazeres, e se prepararam para receber o Senhor no dia 21 de março daquele ano.
O dia aprazado chegou, mas o tão esperado acontecimento não se deu. Revisando
seus cálculos, Miller concluiu que havia errado por um ano, e anunciou que
Cristo voltaria no dia 21 de março do ano seguinte, ou seja, de 1844. Porém, ao
chegar essa data, Miller e seus seguidores, em número aproximado de 100 mil,
sofrem nova decepção. Uma vez mais Miller fez um novo cálculo segundo o qual
Cristo voltaria no dia 22 de outubro daquele mesmo ano; porém essa previsão
falhou também.
1.1. Miller Reconhece o Seu Erro
Guilherme
Miller deu toda prova de sinceridade, confessando simplesmente que havia se
equivocado em seu sistema de interpretação da profecia bíblica. Nesse tempo
ele mesmo escreveu:
"Acerca
da falha da minha data, expresso francamente o meu desapontamento... Esperamos
naquele dia a chegada pessoal de Cristo; e agora, dizer que não erramos é
desonesto! Nunca devemos ter vergonha de confessar nossos erros
abertamente".
1.2.
Novas Tendências
Não
obstante Miller ter reconhecido o seu erro em marcar o dia da volta de Cristo
pela interpretação da profecia, nem todos os seus seguidores estavam dispostos
a abandonar essa mensagem. Dos muitos grupos que o haviam seguido, três se
uniram para formar uma nova igreja baseada numa nova interpretação da mensagem
de Miller. Esta nova interpretação surgiu de uma "revelação" de Hiram
Edson, fervoroso discípulo e amigo de Miller. Segundo Edson, Miller não estava
equivocado em relação à data da vinda de Cristo, mas sim em relação ao local.
Disse ele que na data profetizada por Miller, Cristo havia entrado no santuário
celestial, não no terrenal, para fazer uma obra de purificação ali.
Guilherme
Miller não aceitou essa interpretação nem seguiu ao novo movimento. Quanto a isto
ele mesmo escreveu:
"Não
tenho confiança alguma nas novas teorias que surgiram no movimento; isto é, que
Cristo veio como Noivo, e que a porta da graça foi fechada; e que em seguida a
sétima trombeta tocou, ou que foi de algum modo o cumprimento da profecia da
sua vinda".
Até o
fim dos seus dias, em 20 de dezembro de 1849, com sessenta e oito anos
incompletos, Miller permaneceu como cristão humilde e consagrado. Ele morreu na
fé e na esperança de estar em breve com o Senhor.
1.3.
Anos Posteriores a Miller
Dos
três grupos que apoiaram Hiram Edson na sua nova "revelação", dois
deles deram substancial contribuição para a formação da seita hoje conhecida
como "Adventismo do 7a Dia".
O
primeiro era dirigido por Joseph Bates, que observava o sábado, e não o
domingo. O segundo grupo dava muita ênfase aos dons espirituais,
particularmente ao de profecia, e tinha entre os seus membros a senhora Helen
Harmon (mais tarde senhora White), que dizia ter o dom de profecia.
Ao se
unirem os três grupos, cada um deu a sua contribuição para a nova igreja em
formação: o primeiro, a revelação de Edson com respeito ao santuário celestial;
o segundo, o legalismo; e o terceiro grupo cooperou com uma profetiza que por
mais de meio século haveria de exercer influência predominante na fundação e
crescimento da nova igreja.
Não
obstante possuir uma esperança escatológica, o Adventismo do Sétimo Dia esposa
uma doutrina pouco coerente com a revelação divina dada através das Escrituras.
II.
A GUARDA DO SÁBADO
A
guarda do sábado é sem dúvida o principal ponto de controvérsia da doutrina do
Adventismo do Sétimo Dia. O próprio complemento do nome desta seita,
"Sétimo Dia", mostra quanta afinidade existe entre o adventismo e o
sábado.
O Adventismo
ensina que o crente deve observar o sábado como o dia de repouso, e não o
domingo. Crê que os que guardam o domingo aceitarão a "marca da
besta" sob o governo do Anticristo. Helen White ensina que a observância
do sábado é o selo de Deus; enquanto o domingo será o selo do Anticristo.
2.1.
Origem da Doutrina Sabática
Já
mostramos que dos três grupos que se juntaram para formar o Adventismo, o
primeiro era liderado por Joseph Bates, e observava o sábado como dia semanal
de descanso. Contudo, a observância do sábado como dia de repouso tomou força
quando a senhora Helen White começou a alegar ter recebido uma
"revelação", segundo a qual Jesus descobriu a arca do concerto e ela
pode ver dentro as tábuas da Lei. Para sua surpresa, o quarto mandamento estaria
no centro, rodeado de uma auréola de luz.
2.2.
Uma Doutrina Insustentável
Evidentemente,
não temos qualquer preconceito contra o Adventismo pelo simples fato de seus
adeptos guardarem o sábado. Questionamos o Adventismo pelo fato de fazerem
desse ensino um cavalo de batalha contra as igrejas evangélicas que têm o
domingo como dia de repouso semanal.
Dos
dez mandamentos registrados em Êxodo 20, o Novo Testamento ratifica apenas
nove, excetuando o quarto, que fala da guarda do sábado. Por exemplo, compare
os mandamentos da coluna esquerda com os da coluna direita:
1. " Não
terás outros deuses diante de mim" (Ex 20.3).
|
1. "...vos convertais ao Deus vivo, que
fez o céu, e a terra..." (At 14.15).
|
2. "Não
farás para ti imagem de escultura" (Êx 20.4).
|
2. "Filhinhos, guardai-vos dos
ídolos" (Jo 5.21).
|
3. "Não
tomaras o nome do Senhor teu Deus em vão" (Ex 20.7).
|
3. "... não
jureis nem pelo Céu, nem pela terra" (Tg 5.12).
|
4. "Lembra-te do dia do sábado, para o
santifícar" (Ex 20.8).
|
4. (Não há este mandamento
no Novo Testamento)
|
5. "Honra a
teu pai e a tua mãe" (Êx 20.12).
|
5. "Filhos, obedecei a vossos pais"
(Ef 6.1).
|
6. "Não
matarás" (Êx 20.13).
|
6. "Não
matarás" (Rm 13.9).
|
7. "Não
adulterarás" (Êx 20.14).
|
7. "Não
adulterarás" (Rm 13.9).
|
8. "Não
furtarás" (Êx 20.15).
|
8. "Não
furtarás" (Rm 13.9).
|
9. "Não
dirás falso testemunho" (Êx 20.16).
|
9. "Não
mintais uns aos outros" (Cl 3.9).
|
10. "Não
cobiçarás" (Êx 20.17).
|
10. "Não
cobiçarás" (Rm 13.9).
|
O Novo
Testamento repete pelo menos:
• 50
vezes o dever de adorar somente a Deus;
• 12
vezes a advertência contra a idolatria;
• 4
vezes a advertência para não tomar o nome do Senhor em
vão;
• 6
vezes a advertência contra o homicídio;
• 12
vezes a advertência contra o adultério;
• 6
vezes a advertência contra o furto;
• 4
vezes a advertência contra o falso testemunho;
• 9
vezes a advertência contra a cobiça.
Em
nenhum lugar do Novo Testamento, no entanto, é encontrado o mandamento de
guardar o sábado.
III.
O SÁBADO OU O DOMINGO?
É
possível alguém cumprir a Lei sem guardar o sábado? A resposta a esta pergunta
é dada quando estudamos a vida e o ministério terreno de nosso Senhor Jesus
Cristo.
O Novo
Testamento ratifica o que está escrito no Antigo Testamento, que, ninguém
jamais foi capaz de cumprir a lei na sua plenitude. A necessidade da encarnação
de Cristo se constitui numa das mais evidentes provas da incapacidade do homem
em cumprir a lei divina, por isso Ele mesmo disse: "Não penseis que vim
revogar a lei ou os profetas: não vim para revogar, vim para cumprir. Porque
em verdade vos digo: Até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til
jamais passará da lei, até que tudo se cumpra" (Mt 5.17,18).
Não
poucas passagens do Antigo Testamento mostram a irritação divina diante do
legalismo frio e morto dos judeus, apresentado através dos sacrifícios e
sucessivas cerimônias feitas com o propósito de satisfazer a letra da Lei.
Quanto mais tempo passava, mais imperfeito se manifestava o homem que buscava
a perfeição através da prática da Lei. Porém, veio Jesus Cristo, o enviado de
Deus, para cumprir a Lei em nosso lugar, o que fez coroando-a pelo ato da sua
morte na cruz.
3.1.
Jesus Violou o Sábado
Segundo
a Bíblia, Jesus teve o seu nascimento prometido segundo a Lei (Dt 18.15);
nasceu sob a Lei (Gl 4.4); foi circuncidado segundo a Lei (Lc 2.21); foi
apresentado no templo segundo a Lei (Lc 2.22); ofereceu sacrifício no templo
segundo a Lei (Lc 2.24); foi odiado segundo a Lei (Jo 15.25); foi morto segundo
a Lei (Jo 19.7); viveu, morreu e ressuscitou segundo a Lei (Lc 24.44,46).
Apesar
de Jesus haver cumprido toda a Lei, a respeito dEle se lê: "E os judeus
perseguiam a Jesus, porque fazia estas coisas no sábado. Mas Ele lhes disse:
Meu pai trabalha até agora, e eu trabalho também. Por isso, pois, os judeus
ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas
também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus" (Jo
5.16-18). (ênfase minha)
Observe
que assim como para os judeus era inadmissível Jesus ser Filho de Deus enquanto
violava o sábado, para o Adventismo é igualmente impossível admitir que os
evangélicos sejam filhos de Deus enquanto guardam o domingo, em substituição
ao sábado.
3.2.
A Abolição do Sábado
Acusado
pelos judeus de violar o sábado, Jesus afirmou que "... o sábado foi
estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; de sorte
que o Filho do homem é Senhor também do sábado" (Mc 2.27,28).
Com
estas palavras, Jesus defende o princípio moral do quarto mandamento do
Decálogo, condenando abertamente o cerimonialismo, e revela a sua autoridade
divina sobre o sábado, para cumpri-lo, aboli-lo ou mudá-lo. O sentimento moral
é a necessidade de se descansar um dia por semana, valendo, para esse fim,
qualquer deles.
Sobre
esta questão, escreveu o apóstolo Paulo: "Um faz diferença entre dia e
dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em
sua própria mente. Quem distingue entre dia e dia, para o Senhor o faz"
(Rm 14.5,6).
3.3-
Por que o Domingo?
Dentre
outras razões da substituição do sábado pelo domingo, como dia semanal de
repouso para a Igreja, destacam-se as seguintes:
•
Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana (Mc 16.9).
• O
primeiro dia da semana foi o dia especial das manifestações de Cristo
ressuscitado. Manifestou-se cinco vezes no primeiro domingo e outra vez no
domingo seguinte (Lc 24.13,33-36; Jo 20.13-19,26).
• O Espírito Santo foi derramado no dia de
Pentecostes, um dia de domingo (Lv 23.15,16,21; At 2.1-4).
• Os cristãos dos tempos apostólicos costumavam
reunir-se aos domingos para celebrar a Santa Ceia do Senhor, pregar, e separar
suas ofertas para o Senhor (At 20.7; 1 Co 16.1,2).
Ainda
sobre o domingo como dia de festa semanal da Igreja, veja o que escreveram os
seguintes Pais da Igreja:
• Barnabé:
"De maneira que nós observamos o domingo com regozijo, o dia em que Jesus ressuscitou
dos mortos".
• Justino
Mártir: "Mas o domingo é o dia em que todos temos nossa reunião
comum, porque é o primeiro dia da semana, e Jesus Cristo, nosso Salvador, neste
mesmo dia ressuscitou da morte".
• Inácio: "Todo aquele que ama a
Cristo, celebra o Dia do Senhor, consagrado à ressurreição de Cristo como o
principal de todos os dias, não guardando os sábados, mas vivendo de acordo com
o Dia do Senhor, no qual nossa vida se levantou outra vez por meio dele e de
sua morte. Que todo amigo de Cristo guarde o dia do Senhor!"
• Dionísio
de Corinto: "Hoje observamos o dia santo do Senhor, em que lemos sua
carta".
• Vitorino:
"No Dia do Senhor acudimos para tomar nosso pão com ações de graça,
para que não se creia que observamos o sábado com os judeus, o qual Cristo
mesmo, o Senhor do sábado, aboliu em seu corpo".
Escreve
o apóstolo Paulo: "Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida,
ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das
coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo. Ninguém se faça árbitro
contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em
visões, enfatuado sem motivo algum na sua mente carnal, e não retendo a Cabeça,
da qual todo corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos,
cresce o crescimento que procede de Deus" (Cl 2.16-19).
IV.
DOUTRINAS PECULIARES DO ADVENTISMO
Além
da guarda do sábado, o Adventismo do Sétimo Dia diverge dos evangélicos em
outros três assuntos de capital importância. São eles: o estado da alma após a
morte, o destino final dos ímpios e de Satanás, e a obra da expiação.
4.1.
O Estado da Alma Após a Morte
O
Adventismo ensina que após a morte do corpo a alma é reduzida ao estado de
silêncio, de inatividade e de inteira in-consciência, isto é, entre a morte e a
ressurreição, os mortos dormem.
Este
ensino contradiz vários textos das Escrituras, dentre os quais destacam-se
Lucas 16.22-30 e Apocalipse 6.9,10.
O
primeiro texto registra a história do rico e Lázaro logo após a morte, e mostra
que o rico, estando no inferno,
a.
levantou os olhos e viu Lázaro no seio de Abraão (v.23);
b.
clamou por misericórdia (v.24);
c.
teve sede (v.24);
d. sentiu-se atormentado (v.24);
e.
rogou em favor dos seus irmãos (v.27);
f.
ainda tinha seus irmãos em lembrança (v.28);
g.
persistiu em rogar a favor dos seus entes queridos (v.30).
Já o
texto de Apocalipse 6.9,10 trata da abertura do quinto selo, quando João viu
debaixo do altar "as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da
palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam".
Segundo
o registro de João, elas
a.
clamavam com grande voz (v.10);
b.
inquiriram o Senhor (v.10);
c.
reconheceram a soberania do Senhor (v.10);
d.
lembravam-se de acontecimentos da Terra (v.10);
e.
clamavam por vingança divina contra os ímpios (v. 10).
As
expressões dormir ou sono usadas na Bíblia para tipificar a morte
falam da indiferença dos mortos para com os acontecimentos normais da Terra e
nunca para com aquilo que faz parte do ambiente onde estão as almas
desencarnadas. Assim como o subconsciente continua ativo enquanto o corpo
dorme, a alma do homem não cessa sua atividade quando o corpo morre.
A
palavra de Cristo na cruz ao ladrão arrependido: "Em verdade te digo que
hoje estarás comigo no Paraíso" (Lc 23.43), é uma prova da consciência da
alma imediatamente após a morte.
No
momento da transfiguração de Cristo, Moisés não estava inconsciente e
silencioso enquanto falava com Cristo sobre a sua morte iminente (Mt 17.1-6).
4.2. O Destino
Final dos Ímpios e Satanás
Spicer,
um dos mais lidos escritores adventistas, escreve: "O ensino positivo da
Sagrada Escritura é que o pecado e os pecadores serão exterminados para não
mais existirem. Haverá de novo um Universo limpo, quando estiver terminada a
grande controvérsia entre Cristo e Satanás". É evidente que este ensino
entra em contradição com as seguintes passagens: Daniel 12.2; Mateus 25.46;
João 5.29 e Apocalipse 20.10.
Daniel
12.2 e Mateus 25.46 estão de acordo ao afirmar que:
a. Os
justos ressuscitarão para a vida e gozo eternos;
b. Os
ímpios ressuscitarão para vergonha e horror igualmente eternos.
Aqui,
"vergonha e horror eterno" não significa destruição ou aniquilamento.
Estas palavras falam do estado de separação entre Deus e o ímpio após a sua
morte. Se for certo que o ímpio será destruído, por que então terá ele de
ressuscitar e depois ser lançado no Lago de Fogo? (Mt 25.41). Apocalipse
14.10,11 diz que os adoradores do Anticristo serão atormentados "e a
fumaça de seu tormento sobe pelos séculos dos séculos". Isto não é
aniquilamento. Quanto à pessoa de Satanás, Apocalipse 20.10 diz que ele, o
Anticristo e o Falso Profeta, "serão atormentados no Lago de Fogo pelos séculos
dos séculos", para sempre. Isto não é aniquilamento.
4.3. A Doutrina
da Expiação
Segundo
o Adventismo do Sétimo Dia, a doutrina da expiação é explicada partindo do
seguinte raciocínio:
a. Em 1844, Cristo começou a purificação do
santuário celestial.
b. O
céu é a réplica do santuário típico sobre a Terra, com dois compartimentos: o
lugar santo e o santo dos santos.
c. No
primeiro compartimento do santuário celestial, Cristo intercedeu durante
dezoito séculos (do ano 33 ao ano 1844), em prol dos pecadores penitentes,
"entretanto seus pecados permaneciam ainda no livro de registros".
d. A
expiação de Cristo permanecera inacabada, pois havia ainda uma tarefa a ser
realizada, a saber: a remoção de pecados do santuário no céu.
e. A
doutrina do santuário levou o Adventismo do Sétimo Dia finalmente a declarar:
"Nós discordamos da opinião de que a expiação foi efetuada na cruz,
conforme geralmente se admite".
Este
ensino não pode manter-se de pé, primeiramente porque foi concebido por uma
pessoa (a senhora White) de exagerado fanatismo e de muitas visões da carne; e
segundo, porque é incoerente com o tratamento do assunto nas Escrituras. A
Bíblia ensina que:
a. A
obra expiatória de Cristo é perfeita (Hb 7.27; 10.12,14).
b. A
salvação do crente é perfeita e imediata (Jo 5.24; 8.36; Rm8.1; 1 Jo 1.7).
4
As
Testemunhas-de-jeová
As
"Testemunhas-de-jeová" formam uma das seitas que mais crescem
atualmente. Em face do seu proselitismo incontrolável, e do grande mal causado
por seus ensinos à vida do crente, necessário se faz estudá-la.
I.
RESUMO HISTÓRICO DO JEOVISMO
Charles
Taze Russell, fundador da seita "Testemunhas de Jeová", nasceu no
Estado da Pensilvânia, Estados Unidos, no ano de 1854. Perturbado pela doutrina
das penas eternas, tornou-se simpatizante da doutrina adventista, a qual
abraçou posteriormente. Como Russell possuía pontos de vista muito pessoais,
principalmente quanto à maneira e ao objetivo da vinda de Cristo, não demorou
haver divergência entre seus pontos de vista e os dos líderes adventistas.
Nessa época, em parceria com um adventista de nome N.H. Barbour, escreveu um
livro. Essa amizade, porém, durou pouco, pois logo se separaram, após uma
acalorada discussão quanto à doutrina da expiação. Um ano após, em 1872,
Russell lança os fundamentos do seu movimento, inicialmente com os nomes
"Torre de Vigia de Sião" e "Arauto da Presença de Cristo".
1.1. As Idéias de Russell
Russell
vivia em freqüentes choques com as autoridades e os tribunais, dos quais nem
sempre se saía bem. Censurou as igrejas e seus líderes como porta-vozes do
engano e como instrumentos do diabo. Para preparação dos seus discípulos,
escreveu uma obra intitulada Estudos nas Escrituras, sobre a qual o
próprio Russell declarou ousadamente que seria melhor que ela fosse lida do que
lida a Bíblia sozinha. Contudo, mais tarde, ele mesmo chamou de
"imaturos" alguns de seus escritos primitivos.
Russell
foi um homem de mau procedimento. Casou-se em 1879. Várias vezes foi levado ao
tribunal por sua própria esposa, em face de maus tratos que sofria dele. Não
podendo ela suportá-lo mais, abandonou-o em 1887, dele divorciando-se em 1913.
Viu-se muitas vezes em apuros com a justiça devido a escândalos financeiros.
1.2.
JOSEPH FRANKLIN RlJTHERFORD
Charles
Taze Russell morreu a 9 de novembro de 1916, sendo substituído pelo juiz Joseph
Franklin Rutherford.
Rutherford
excedeu em muito a atuação do próprio Russell, fundador da seita. Logo no
princípio da sua gestão, fundou a revista Despertai, com uma tiragem
mensal que vai a um milhão de exemplares. Esteve por vários meses na cadeia por
causa de alegadas "atividades antiamericanas", no inicio da entrada
dos Estados Unidos na Primeira Grande Guerra. Isto contribuía mais para que
Rutherford e seus seguidores tivessem maior ódio da "organização do
diabo" (como tratavam toda e qualquer espécie de organização política ou
religiosa que se opunha aos seus ensinos e às doutrinas). Rutherford morreu a 8
de janeiro de 1942, com 72 anos de idade.
1.3. Nathan
H. Knorr
Com a
morte de Rutherford, Nathan H. Knorr assumiu a os liderança da seita. No início
do seu mandato escreveu um ensaio com o título: "Testemunhas-de-jeová dos
Tempos Modernos", com a afirmação: "Deus Jeová é o organizador de
suas testemunhas sobre a terra". Prosseguindo, diz que o nome da
organização deriva-se da passagem de Isaías 43.10: "Vós sois minhas
testemunhas, diz Jeová".
1.4. Escravos
de um Sistema
As
Testemunhas-de-jeová demonstram um zelo incomum em tornarem conhecidas as suas
doutrinas, pelo que se dedicam ao máximo à venda de livros e revistas, de porta
em porta. Além
de se dedicarem com afinco a esse trabalho, quase todos dão uma parcela de
cooperação na disseminação das doutrinas da seita. W.J. Schenell,
ex-testemunha", diz que as "testemunhas" ficam sob constantes
pressões e com medo mortal dos seus líderes. Por exemplo: se não venderem
suficiente literatura, serão rebaixados à "classe de maus servos",
ou "servos inúteis".
1.5. Expansão
da Seita
Já em
1949, o Anuário das Igrejas Americanas trazia o seguinte: "As
testemunhas-de-jeová têm grupos em quase todas as cidades dos Estados Unidos,
bem como em outras partes do mundo, com o propósito de estudar a Bíblia. Não
fazem relatório de seus membros, nem anotam a assistência às reuniões.
Reúnem-se em salões alugados e não constróem templos para o seu próprio
uso".
A
maior parte dos seus esforços é gasta procurando alcançar pessoas já membros de
igrejas evangélicas, cujos preceitos eles põem em dúvida por meio de ensinos
subversivos. Enviam os seus representantes para os campos missionários
estrangeiros, onde, às vezes, entram em conflito com as autoridades.
II.
A DOUTRINA DA TRINDADE
Poucos
aspectos da doutrina cristã têm sofrido tantos ataques das
"testemunhas-de-jeová" quanto a doutrina da Trindade. O que eles
pensam e dizem sobre este tema é abundantemente mostrado nos seus livros,
revistas e palestras, como vemos a seguir.
2.1. O Cúmulo
do Absurdo
"Satanás
deu origem à doutrina da trindade" (Seja Deus Verdadeiro, p. 81).
"Um
contemporâneo de Teófilo na África Setentrional, o escritor latino chamado
Tertuliano, da cidade de Cartago, defronte a Itália, escreveu uma defesa de
sua religião e introduziu nos seus escritos a palavra trinitas, que quer
dizer 'trindade'. Daquele tempo em diante a doutrina trinitária veio a infectar
cada vez mais a crença dos cristãos professos. Tal doutrina é absolutamente
alheia ao verdadeiro Cristianismo. Nem se encontra a palavra trias nas
inspiradas Escrituras gregas cristãs, tampouco se acha a palavra trinitas, nem
mesmo na tradução latina da Bíblia, a Vulgata" (Que tem Feito a
Religião Pela Humanidade? p. 261).
"Ninrode
casou-se com sua mãe Semíramis, e assim, num sentido, ele é seu próprio pai e
seu próprio filho. Aqui está a origem da doutrina da trindade"
2.2. Conceito
Inconsistente
O
ensino jeovista de que Tertuliano inventou a doutrina da Trindade é injusto,
tendencioso e mau. Viria ao caso perguntarmos: "Newton inventou a lei da
gravidade ou simplesmente elucidou-a?" A mesma pergunta deve ser feita
quanto à pessoa de
Tertuliano
relativamente à doutrina da Trindade: "Tertuliano inventou a doutrina da
Trindade ou simplesmente interpretou-a?"
Por
exemplo, o fato de Martinho Lutero ter defendido a doutrina da justificação
pela fé e a do sacerdócio universal dos crentes não significa que ele as
inventou.
É
evidente que a palavra trindade não se encontra na Bíblia, como também nela não
se encontram expressões como "testemunhas-de-jeová" e "Salão do
Reino", porém, a Bíblia contém a idéia básica da doutrina da Trindade. Não
descartamos a possibilidade de que Tertuliano tenha sido o primeiro dos
escritores da Igreja a usar a palavra Trindade (três em um), com o
objetivo de dar forma a uma verdade implícita do Gênesis ao Apocalipse. Devemos
ter em mente, no entanto, que descobrir uma verdade não é a mesma coisa que
inventar a verdade. A verdade não se inventa, descobre-se.
2.3.
A Trindade nas Escrituras
A
idéia da Trindade faz-se presente nos seguintes casos mencionados na Bíblia
Sagrada:
a.
Criação do homem (Gn 1.26).
b.
Conclusão divina quanto à capacidade do conhecimento do homem a respeito do bem
e do mal (Gn 3.22).
c.
Confusão das línguas, em Babel (Gn 11.7).
d.
Visão e chamamento de Isaías (Is 6.8).
e.
Batismo de Jesus no Jordão (Mt 3.16,17).
f. A
Grande Comissão de Jesus (Mt 28.19).
g.
Distribuição dos dons espirituais (1 Co 12.4-6).
h.
Bênção apostólica (2 Co 13.13).
i.
Descrição paulina da unidade da fé (Ef 4.4-6).
j.
Eleição dos santos (1 Pe 1.2).
1.
Exortação de Judas (Jd vv.20,21).
m.
Dedicatória das cartas às sete igrejas da Ásia (Ap 1.4,5).
Tanto
no Antigo como no Novo Testamento, títulos divinos são atribuídos às três
Pessoas da Trindade: a) a respeito do Pai (Êx 20.2); b) a respeito do Filho (Jo
20.28); c) a respeito do Espírito Santo (At 5.3,4).
Cada
Pessoa da Trindade é descrita na Bíblia, como:
·
Onipresente
·
Onipotente
·
Onisciente
·
Criador
·
Eterno
·
Santo
·
Santificador
·
Fonte
da vida eterna
·
Mestre
·
Capacitado
a ressuscitar mortos
·
Inspirador
·
Dos profetas
·
Salvador
·
Supridor
de ministros à Igreja
O
Pai
|
O
Filho
|
O
Espírito
|
Jr 23.24
|
Ef 1.20-23
|
Sl 139.7
|
Gn 17.1
|
Ap 1.8
|
Rm 15.19
|
At 15.18
|
Jo 21.17
|
1 Co 2.10
|
Gn 1.1
|
Jo 1.3
|
Jó 33.4
|
Rm 16.26
|
Ap 22.13
|
Hb 9.14
|
Ap 4.8
|
At 3.14
|
Jo 1.33
|
Jd 24.25
|
Hb 2.11
|
1 Pe 1.2
|
Rm 6.23
|
Jo 10.28
|
Gl 6.8
|
Is 48.17
|
Mt 23.8
|
Jo 14.26
|
1 Co 6.14
|
Jo 2.19
|
1 Pe 3.18
|
Hb 1.1
|
2 Co 13.3
|
Mc 13.11
|
Tt 3.4
|
Tt 3.6
|
Jo 3.8
|
Jr 3.15
|
Ef 4.11
|
At 20.28
|
III.
POR JEOVÁ E CONTRA CRISTO
Quanto
à Pessoa de Cristo, a doutrina das "testemunhas-de-jeová" é
essencialmente ariana, e se identifica muito bem com diferentes correntes
heréticas surgidas nos primeiros séculos da história da Igreja.
3.1.
Rejeição da Divindade de Cristo
Quanto
à Pessoa e à divindade de Jesus Cristo, dizem os jeovistas:
"Este
[Jesus Cristo], não era Jeová Deus, mas estava 'existindo na forma de Deus'.
Como assim? Ele era uma pessoa espiritual, assim como 'Deus é Espírito'; era
poderoso, mas não Todo-poderoso como o é Jeová Deus: também ele existia antes
de todas as outras criaturas de Deus porque foi o primeiro filho que Jeová Deus
trouxe à existência. Por isso é chamado 'o Filho unigênito' de Deus, porque
Deus não teve associado ao trazer à existência o seu unigênito Filho... Ele não
é o autor da criação de Deus; mas, depois de Deus o haver criado como primogênito,
usou-o como seu obreiro associado ao trazer à existência todo o resto da criação".
Em
resumo, o que se conclui deste ensino herético é que Jesus Cristo:
a. não
é Deus;
b. em
sua vida humana foi simplesmente uma pessoa espiritual;
c. não
é Todo-poderoso;
d. foi
criado pelo Pai, como criadas foram as demais coisas;
e. não
é o autor da Criação.
3.2.
A Bíblia Enfatiza a Divindade de Cristo
O
testemunho geral das Escrituras é que:
a.
Cristo é Deus (Jo 1.1; 10.30,33,38; 14.9,11; 20.28; Rm 9.5; Cl 1.15; 2.9; Fp
2.6; Hb 1.3; 2 Co 5.19; 1 Pe 1.2; 1 Jo 5.2; Is 9.6).
b.
Cristo é Todo-poderoso (Mt 28.18; Ap 1.8).
c.
Cristo não foi criado, pois é eterno (Jo 1.18; 6.57; 8.19,58; 10.30,38;
14.7,9,10,20; 16.28; 17.21).
d. Cristo é o autor da Criação (Jo 1.3; Cl 1.16;
Hb 1.2,10;
Ap3.14).
Muitas
afirmações feitas no Antigo Testamento a respeito de Jeová são cumpridas e
interpretadas no Novo Testamento, referindo-se a Jesus Cristo. Compare:
Isaías
40.3,4 com Lucas 1.68,69,76
Êxodo
3.14 com João 8.56-58
Jeremias
17.10 com Apocalipse 2.23
Isaías
60.19 com Lucas 2.32
Isaías
6.10 com João 12.37-41
Isaías
8.12,13 com 1 Pedro 3.14,15
Isaías
8.13,14 com 1 Pedro 2.7,8
Números
21.6,7 com 1 Coríntios 10.9
Salmos
23.1 com João 10.11; 1 Pedro 5.4
Ezequiel
34.11,12 com Lucas 19.10
Deuteronômio
6.16 com Mateus 4.10.
3.3.
Provada a
Divindade de Cristo
Atributos
inerentes a Deus Pai relacionam-se harmoniosamente com Cristo, provando a sua
divindade. Deste modo a Bíblia apresenta-o como:
• O
Primeiro e o Último (Is 41.4; Cl 1.15,18; Ap 1.17; 21.6).
•
Senhor dos senhores (Ap 17.14).
•
Senhor de todos e Senhor da Glória (At 10.36; 1 Co 2.8).
• Rei
dos reis (Is 6.1-5; Jo 12.41; 1 Tm 6.15).
• Juiz
(Mt 16.27; 25.31,32; 2 Tm 4.1; At 17.31). •Pastor (SI 23.1; Jo 10.11,12).
•
Cabeça da Igreja (Ef 1.22).
•
Verdadeira Luz (Lc 1.78,79; Jo 1.4,9).
• Fundamento
da Igreja (Is 28.16; Mt 16.18).
• O
Caminho (Jo 14.6; Hb 10.19,20). •A Vida(Jo 11.25; 1 Jo 5.11,12).
•
Perdoador de pecados (SI 103.3; Mc 2.5; Lc 7.48,50).
•
Preservador de tudo (Hb 1.3; Cl 1.17).
•
Doador do Espírito Santo (Mt 3.11; At 1.5).
• Onipresente
(Ef 1.20-23).
• Onipotente
(Ap 1.8).
• Onisciente
(Jo 21.17).
• Santificador(Hb2.11).
•
Mestre (Lc 21.15; Gl 1.12).
•
Ressuscitador de si mesmo (Jo 2.19).
• Inspirador
dos profetas (1 Pe 1.17).
• Supridor
de ministros à Igreja (Ef 4.11).
•
Salvador (Tt 3.4-6).
3.4.
Jesus, O Verbo Divino
Na. Tradução
do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs, versão bíblica forjada pelas
"testemunhas-de-jeová", lê-se João 1.1, assim: "No princípio era
a Palavra e a Palavra estava com Deus e a Palavra era um deus". Note o
final da expressão: "... um deus".
Entre
as famosas traduções da Bíblia conhecidas hoje, pelo menos «dezenove delas
afirmam que "A Palavra era Deus"; não "deus" com
"dl" minúsculo, ou "um deus" qualquer. Veja, por exemplo:
• KING
JAMES VERSION - A Palavra era Deus.
•THE
NEW INTERNATIONAL VERSION (A Nova Versão Internacional) - A Palavra era Deus.
•
ROTHERHAM - A Palavra era Deus.
•
DOUAY - A Palavra era Deus.
•
JERUSALÉM BIBLE (A Bíblia de Jerusalém) - A Palavra era Deus.
•
AMERICAN STANDARD VERSION (Versão Padrão Americana) - e a Palavra era Deus.
•
REVISED STANDARD VERSION (Versão Padrão Revista) - e a Palavra era Deus.
•
YOUNG'S LITERAL TRANSLATION OF THE BIBLE (Tradução Literal da Bíblia, de Young)
- e a Palavra era Deus.
• THE
NEW LIFE TESTAMENT (O Testamento da Nova Vida) - a Palavra era Deus.
•
MODERN KING JAMES VERSION (Versão Moderna da King James) - a Palavra era Deus.
• NEW
TRANSLATION - DARB Y (Nova Tradução) - a Palavra era Deus.
•
NUMERIC ENGLISH NEW TESTAMENT - a Palavra era Deus.
• THE
NEW AMERICAN STANDARD BIBLE (A Nova Bíblia Padrão Americana) - e a Palavra era
Deus.
• THE
NEW TESTAMENT IN MODERN SPEECH -WEYMOUTH (O Novo Testamento em Linguagem Moderna )
- e a Palavra era Deus.
• THE
NEW TESTAMENT IN BASIC ENGLISH (O Novo Testamento em Inglês Básico ) - e a
Palavra era Deus.
• THE
NEW TESTAMENT IN MODERN ENGLISH -MONTGOMERY (O Novo Testamento em Inglês Moderno ) - e
a Palavra era Deus.
• THE
NEW TESTAMENT IN ENGLISH (Phillips) - essa Palavra estava com Deus e era Deus.
• THE
BERKLEY VERSION (A Versão de Berkley) - e a Palavra era Deus.
•
EMPHATIC DIAGLOTT (Publicação das testemunhas-de-jeová) - e o Logos era Deus.
Quatro
traduções não usam exatamente a expressão "a Palavra era Deus", mas
evidenciam a divindade de Cristo conforme o texto de João 1.1. São elas:
• AN
EXPANDED TRANSLATION - WEST (Uma Tradução Ampliada) - e a Palavra era, quanto à
sua essência, divindade absoluta.
• THE
AMPLIFIED BIBLE (A Bíblia Ampliada) - e a Palavra era o próprio Deus.
•
LIVING BIBLE (A Bíblia Viva) - antes que algo mais existisse, existia Cristo
com Deus. Ele sempre tem vivido e é Ele o próprio Deus.
•
LAMSA - E Deus era essa Palavra.
Quatro
traduções não ensinam claramente a divindade de Cristo, conforme João 1.1. São
elas:
•
MOFATT - O Logos era divino.
•
TODAVS ENGLISH VERSION (Versão em Inglês de Hoje) - e Ele era o mesmo que Deus.
•
GOODSPEED - A Palavra era divina.
• NEW
ENGLISH BIBLE (Nova Bíblia Inglesa) - e o que Deus era, a Palavra era.
Apenas
quatro traduções, negam a divindade de Cristo em João 1.1. São elas:
• THE
NEW WORLD TRANSLATION OF THE HOLY SCRIPTURES (Tradução do Novo Mundo das Escrituras
Sagradas) - e a Palavra era um deus.
•
EMPHATIC DIAGLOTT (tradução interlinear do grego) - e um deus era a Palavra.
• THE KINGDOM INTERLINEAR OF THE SCRIPTURES
(Tradução
do Reino, Interlinear, das Escrituras Gregas) - e deus era a Palavra.
• THE KINGDOM
INTERLINEAR (A Interlinear do Reino) - e a Palavra era um deus.
Todas
estas últimas quatro versões citadas são publicadas e distribuídas pelas
testemunhas-de-jeová.
3.5. Depoimento
da Teologia
Das
dezenove traduções mencionadas, que afirmam que "a Palavra era Deus",
pelo menos treze delas foram feitas por piedosos cristãos. Quanto aos
tradutores das versões citadas pelas testemunhas-de-jeová, as quais afirmam
que "a Palavra era um deus", põe-se em dúvida a sanidade espiritual
dos seus tradutores, inclusive se tinham mesmo algum conhecimento das línguas
originais das Escrituras. De maneira especial, a Emphatic Diaglott, citada
pelas "testemunhas" com maior freqüência, foi feita por Benjamin
Wilson, cristadelfiano, membro de uma seita falsa.
A esperteza
das "testemunhas" não conhece limites, seja quando têm de torcer a
Bíblia, seja falsificando as traduções ou interpolando textos de obras alheias.
Em um
artigo intitulado "Uma Tradução Errada e Chocante", o doutor Julios
R. Mantey, escreve:
"A
Manual Grammar of the Greek New Testament, do qual sou co-autor, é
citado pelos tradutores do apêndice da Tradução do Reino, Interlinear, das
Escrituras Gregas. Eles citaram-me fora do contexto. Apuradas pesquisas
descobriram ultimamente abundante e convincente evidência de que a tradução de
João 1.1 por 'deus era a Palavra' ou 'a Palavra era um deus' não tem qualquer
apoio gramatical."
Em
carta de 11 de julho de 1974, encaminhada à Sociedade Torre de Vigia,
quartel-general das testemunhas-de-jeová, escreve o doutor Mantey: "Não
existe qualquer afirmação na nossa gramática que alguma vez quisesse implicar
que 'um deus' era a tradução admissível em João 1.1... Não revela erudição,
nem mesmo é razoável traduzir João 1.1 por 'a Palavra era um deus'. A ordem das
palavras tornou obsoleta e incorreta tal tradução. A vossa citação da regra de
Colwell é inadequada, porque indica apenas parte das suas conclusões... Ambos
os eruditos escreveram que, quando pretendiam dar a idéia indefinida, os
escritores dos Evangelhos colocavam regularmente o nome predicativo depois do
verbo, e tanto Colwell como Harner afirmaram que Theos, em João 1.1, não
é indefinido e não deve ser traduzido por 'um deus. Os escritores da Torre de
Vigia parecem ser os únicos a advogar tal tradução agora. A evidência contra
eles parece de 99%.
"Em
vista dos fatos precedentes, principalmente por me terdes citado fora do
contexto, peço-vos por meio desta que não volteis a citar A Manual Grammar
ofthe Greek New Testament, como fazeis há 24 anos. Peço ainda que, de agora
em diante, não me citeis, nem a mim nem a esta obra, em qualquer das vossas
publicações.
"Também,
que pública e imediatamente apresenteis desculpas na revista Torre de Vigia,
uma vez que as minhas palavras não tiveram nenhuma relevância no que toca à
ausência do artigo antes de Theos, em João 1.1", conclui o doutor
Mantey.
Se
João 1.1 quisesse dizer "a Palavra era um deus", o apóstolo teria
usado no grego a palavra theios, que significa "um deus", um
ser meio divino; em vez de Theos (Deus), que João usou conscientemente.
O
doutor James L. Boyer, do Seminário Teológico da Graça, de Winona Lake,
Indiana, Estados Unidos, escreveu: "Para um estudante familiarizado com a
língua grega, João 1.1 é a expressão mais forte possível da absoluta divindade
da Palavra, muito mais do que seria com o uso do artigo. O fato de não ser
usado o artigo no grego descreve, qualifica e enfatiza a natureza e a
característica do substantivo usado. O emprego do artigo particulariza e
identifica, aponta para o indivíduo. Se João tivesse escrito o artigo definido
com a palavra Deus, teria significado que a Palavra e Deus eram o mesmo
indivíduo, uma negação da Trindade. Mas ao empregar a Palavra Deus sem
o artigo, diz qual é o caráter da Palavra. Ele é Deus. Ele é alguém cujo
caráter é descrito pela palavra Deus".
IV
DERROCADA ESCATOLÓGICA
Embora
nada de proveitoso haja no sistema doutrinário das testemunhas-de-jeová,
existem aspectos nele que são por demais absurdos. Queremos nos referir em
particular a alguns desses aspectos da sua doutrina escatológica, ou seja, a
doutrina das últimas coisas.
4.1.
A Segunda Vinda de Cristo
Afirmam
as testemunhas-de-jeová:
"Cristo
Jesus vem, não em forma humana, mas como criatura espiritual e gloriosa... Ele
vem, portanto, desta vez, não em humilhação, não na semelhança dos homens, mas
em sua glória, e todos os anjos com ele.
"Alguns
podem citar as palavras dos anjos: 'Esse Jesus que dentre vós foi recebido no
céu, assim virá do modo como o vistes ir para o céu' (At 1.11). Notem, porém,
que este texto não diz que ele virá com a mesma aparência, ou no mesmo corpo,
mas somente do mesmo modo" .
4.2.
O Armagedom e o Governo de Cristo
"A
batalha do grande dia do Deus Todo-poderoso (o Armagedom) terminará em 1914,
com a derrocada completa do governo do mundo... e o pleno estabelecimento do
reino de Cristo" (Russell, Estudos nas Escrituras, vol. II, pp.
101,170).
Segundo
o ensino de Russell, Cristo voltou à Terra e começou o seu governo de paz no
ano de 1914.
4-3-
O Juízo Final
"Na
primavera de 1918, veio o Senhor, e começou o juízo, primeiro da 'casa de Deus'
e depois das nações deste mundo" .
4.4.
Objeções Bíblicas a
Esse Ensino
Ensinar
que Cristo será invisível por ocasião da sua segunda vinda, e que Ele estará
dotado de outro corpo que não seja o corpo da sua ressurreição, é ensino
contrário a muitas passagens das Escrituras, dentre as quais se destacam
Zacarias 12.10; Mateus 24.30 e Apocalipse 6.15-17.
Quanto
ao dia em que se dará a vinda de Cristo, diz Mateus 24.36: "A respeito
daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão
somente o Pai". — Como, pois, o saberão essas falsas testemunhas-de-Jeová?
Vendo
fracassada a sua previsão quanto à segunda vinda de Cristo, Russell arquitetou
uma alteração à sua falsa teoria: "A data era correta, porém,
equivoquei-me quanto à forma; o reino não terá caráter material e visível, como
havia anunciado, mas será espiritual e invisível" .
Tendo
chegado a data anunciada por Russell, em lugar da paz milenária do reino de
Cristo, rebentou no mundo a Primeira Guerra Mundial, que enlutou milhares e
milhares de famílias em toda a Terra.
4.5. Ordem dos Eventos Escatológicos
A
escatologia russelita é mais uma prova inconteste de quão herética é a seita das
testemunhas-de-jeová. Ao contrário da escatologia russelita, a Bíblia apresenta
os eventos escatológicos na seguinte ordem:
a. O
arrebatamento da Igreja.
b. O
comparecimento dos crentes diante do Tribunal de Cristo, as Bodas do Cordeiro
no céu, e a Grande Tribulação na Terra.
c.
Batalha do Armagedom.
d.
Manifestação de Cristo em glória com os seus santos e anjos.
e.
Julgamento das nações.
f.
Prisão de Satanás por mil anos.
g.
Inauguração do reino milenar de Cristo na Terra.
h.
Soltura de Satanás por um breve espaço de tempo, mas logo será novamente preso
para todo o sempre, i. Juízo do Grande Trono Branco, j. Estabelecimento de novo
céu e da nova Terra.
Ninguém
em sã consciência se atreveria a afirmar que já tenha ocorrido qualquer um
desses eventos na Terra. Quando ocorreu o arrebatamento da Igreja? Onde estão
agora o novo céu e a nova Terra?
Diante
de todo este disparate e desrespeito demonstrado por parte das
testemunhas-de-jeová quanto à Palavra de Deus, vale a pena lembrar as palavras
de Apocalipse 22.18,19:
"Eu,
a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se
alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos
escritos neste livro; e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro
desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa, e
das coisas que se acham escritas neste livro".
V.
SÍNTESE DOUTRINÁRIA DAS "TESTEMUNHAS"
A
doutrina das testemunhas-de-jeová forma uma grande miscelânea mais bem
identificada pela desordem e pela negação que lhe são peculiares. Atente para
os seguintes aspectos desta doutrina:
5.1.
A Alma do Homem
"Os
cientistas e cirurgiões não foram capazes de encontrar no homem nenhuma prova
determinante de imortalidade. Não podem encontrar nenhuma evidência indicativa
de que o homem possui uma alma imortal... Assim, vemos que a pretensão de que o
homem possui uma alma imortal, e que, portanto, difere das bestas, não é
bíblica".
5.2.
0 Inferno
"A
doutrina de um inferno ardente onde os iníquos, depois da morte, são torturados
para sempre, não pode ser verdadeira, principalmente por quatro razões: 1) está
inteiramente fora das Escrituras; 2) é irracional; 3) é contrária ao amor de
Deus; 4) é repugnante à justiça".
5.3. A Igreja
"Em
Apocalipse 14.1,3, a Bíblia é terminante ao predizer que o total final da
igreja celeste será de 144.000, segundo o decreto de Deus" . Daí surgiu o falso ensino de que só 144.000 salvos
irão para o céu.
5.4. Refutação
Desse Ensino:
A
doutrina das "testemunhas" quanto à alma humana apóia-se em teorias
de homens sem Deus. O inequívoco testemunho das Escrituras é que o homem não só
foi feito alma vivente, mas também possui uma alma imortal, o que o faz
diferente das demais criaturas da Terra.
É
evidente que "alma" na Bíblia nem sempre significa a mesma coisa, e
que a variação do seu significado depende muito das circunstâncias em que a
palavra é usada, como por exemplo mostram os seguintes casos:
a. A
alma como o próprio sangue (Lv 17.14).
b. A
alma como a pessoa em si mesma (Gn 46.22). c A alma como a própria vida (Lv
22.3).
d. A
alma como o espírito e o coração (Dt 2.30).
e. A
alma como elemento distinto do espírito e do corpo (Hb 4.12; 1Ts5.23; Jó 12.10; 27.3; 1 Pe 2.11; Mt
10.28).
5.5. Sheol, Hades, Geena e Tártaro
A
palavra "inferno" na Bíblia tem significados que variam de acordo com
o texto em que é citado. Há quatro palavras na Bíblia na Edição Revista e
Atualizada, que são traduzidas por "inferno":
• Sheol
- o mundo dos mortos (Dt 32.22; SI 9.17; etc).
• Hades
- é a forma grega para o hebraico Sheol, e significa o lugar das
almas que partiram deste mundo (Mt 11.23; Lc 10.15; Ap 6.8).
• Geena
- termo usado para designar um lugar de suplício eterno (Mt 5.22,29,30; Lc
12.5).
• Tártaro
- o mais profundo do abismo no Hades; significa encerrar no suplício eterno
(2 Pe 2.4; Dn 12.2).
Nenhuma
destas palavras significa "sepultura". A palavra hebraica para
"sepultar" é queber (Gn 50.5), e a grega é mnemeion. E
verdade que a palavra hebraica sheol algumas vezes está traduzida como
"sepultura" em algumas de nossas Bíblias em português, mas isso se dá
por força de uma tradução equivocada.
Quanto
às quatro alegações das "testemunhas", de que a doutrina referente
ao inferno não pode ser verdadeira, respondemos: 1) E um assunto largamente
tratado ao longo da Bíblia Sagrada. 2) Ainda que irracional à mente embotada
das "testemunhas", não o é à mente do crente que crê na veracidade
das Escrituras. 3) É compatível com o amor de Deus, que hoje apela aos homens.
4) É compatível com a justiça divina, que tem reservado o céu para os salvos e
o inferno para os pecadores impenitentes.
5.6. Só 144.000?
O
ensino jeovista de que só 144.000 salvos formarão a igreja triunfante é
contrário às seguintes passagens das Escrituras:
•
"Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador,
o Senhor Jesus Cristo" (Fp 3.20).
•
"Depois destas cousas vi, e eis grande multidão que ninguém podia
enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e
diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e
clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus que se assenta no trono, e ao
Cordeiro, pertence a salvação" (Ap 7.9,10).
VI.
A MENTIRA DESMASCARADA
As
"testemunhas" têm suas mentes entorpecidas pelo erro, perversão e
engano do diabo. De tanto blasfemarem de Deus e da sua Palavra é-lhes quase
impossível se deixarem iluminar pela luz do Evangelho. Eles foram programados,
"educados" e robotizados para crerem nas mentiras e embustes de
Russell, Rutherford e Knorr, líderes jeovistas. Todos, em vida, dizendo-se
detentores de conhecimentos que os faziam mestres do hebraico e do grego, línguas
originais da Bíblia, foram desmascarados e levados à vergonha pública por
parte de tribunais de suas épocas.
6.1.
Uma Tradução Infiel
Na
impossibilidade de encontrar na Bíblia respaldo para os absurdos cridos e
defendidos pelo jeovismo, alguns líderes desta seita manipularam a tradução de
uma bíblia cheia de heresias, como forma de sacralizar os seus erros e
embustes. Essa tradução recebeu o nome de Tradução do Novo Mundo das
Escrituras Sagradas.
Por
muitos anos foram mantidos em sigilo os nomes dos autores dessa tradução de
fundo de quintal. Em um julgamento, em 1954, na Escócia, respondeu a
"testemunha" F.W. Franz que a razão de tal sigilo era porque o
comitê de tradução queria que ela permanecesse anônima, e não buscava qualquer
glória ou honra Para a obra da tradução, ostentando nomes ligados a ela. Mas o
senhor William Cetnar, que trabalhou por vários anos na sede da
Sociedade
Torre de Vigia, quartel-general das testemunhas-de-jeová, no Brooklyn, Nova
Iorque, Estados Unidos, analisa o problema e conclui dizendo que o anonimato
dos tradutores da citada bíblia tem duplo significado: 1) As qualificações dos
tradutores não podiam ser verificadas e avaliadas. 2) Não havia ninguém que
assumisse a responsabilidade pela tradução. E a seguir, cita os nomes de Nathan
H. Knorr, A. D. Schroeder, G. D. Gangas, M. Henschel, e do próprio F. W. Franz,
como tradutores da citada bíblia, conforme dizem as "testemunhas",
traduzida diretamente dos originais hebraico e grego (?).
6.2.
O Mestre de Línguas que Ignorava Línguas
F.W.
Franz, que se dizia mestre em hebraico, demonstrou absoluta ignorância quanto
ao manejo da citada língua. Veja, por exemplo, a troca de perguntas e respostas
entre o Procurador da Coroa Escocesa e o próprio Franz, retiradas de uma peça
do julgamento sofrido por Franz em novembro de 1954, na Escócia:
P.
Também se familiarizou com o hebraico?
R.
Sim...
P.
Portanto, tem instrumentos lingüísticos substanciais à sua disposição?
R.
Sim, para uso do meu trabalho bíblico.
P.
Penso que o senhor é capaz de ler e seguir a Bíblia em hebraico, grego, latim,
espanhol, português, alemão e francês...
R. Sim
(Prova de Acusação p. 7)...
P. O
senhor mesmo lê e fala hebraico, não é verdade?
R. Eu
não falo hebraico.
P. Não
fala?
R.
Não.
P.
Pode, o senhor mesmo, traduzir isto para o hebraico?
R. O
quê?
P.
Este quarto versículo do segundo capítulo de Gênesis.
R. O
senhor quer dizer, aqui?
P.
Sim.
R.
Não, eu não tentaria fazer isso (Prova da acusação, p. 61).
(Não
nos esqueçamos de que Franz é apontado entre os tradutores da Tradução do
Novo Mundo das Escrituras Sagrada, a Bíblia jeovista.)
6.3. Russell
Ignorava o Grego
Em
1912, o reverendo J.J. Ross, na época pastoreando a Igreja Batista de James
Street, em Hamilton, Ontário, no Canadá, foi processado por Charles Russell (o
pai espiritual das "testemunhas-de-jeová"), por haver publicado um
panfleto: Alguns Fatos Sobre o Pretenso Pastor Charles T. Russell, no
qual Ross garantia que Russell era ignorante no que diz respeito à língua
grega; o que Russell considerou difamatório. No final do processo o reverendo
Ross foi absolvido, ficando provadas as acusações feitas contra Russell.
A
seguinte transcrição foi retirada ou trasladada dos autos do citado processo, e
registra perguntas feitas pelo advogado Staunton (advogado de Ross) a Russell:
P. O
senhor conhece o alfabeto grego?
R. Oh!
Sim!
P. O
senhor poderia me dizer os nomes dessas letras se as visse?
R.
Algumas delas; talvez me enganasse com outras.
P.
Poderia me dizer os nomes dessas que estão no alto da página 447, que tenho em
mãos?
R.
Bem, não sei se seria capaz.
P. O
senhor não conhece essas letras? Veja se as conhece.
R.
"Meu caminho..."
(Ele
foi interrompido nesse ponto e não lhe permitiram explicar.)
P. O
senhor conhece a língua grega? R. Não.
6.4. Conclusão
Os
incidentes aqui citados poderiam ser de nenhuma importância, caso não
soubéssemos que as testemunhas-de-jeová, feitas sob medida, possuem as mesmas
habilidades de seus mestres quanto à aplicação do velho truque que os faz
passar por conhecedores das línguas originais da Bíblia. Dizer que sabem grego
é uma coisa; prová-lo é coisa bem diferente.
Veja
um método infalível de provar como as testemunhas-de-jeová nada conhecem de
grego. Tome um Novo Testamento grego, e peça que qualquer um deles designe um
determinado texto (João 3.16 é um exemplo). Facilmente você descobrirá que as
testemunhas-de-jeová, a despeito de "sinceras", estão redondamente
equivocadas e presas pelo engano do deus deste século, que, com sua astúcia,
tem cegado o entendimento dos homens, de sorte que não sejam iluminados pela
luz do Evangelho.
5
O MORMONISMO
A
história do mormonismo tem início com a pessoa de Joseph Smith, nascido a 23 de
dezembro de 1805, no Condado de Windsor, Estado de Vermont, nos Estados Unidos.
I.
UM RESUMO HISTÓRICO DO MORMONISMO
Para
melhor compreender a história do mormonismo, torna-se necessário estudá-la
partindo da sua base, isto é, da vida de Joseph Smith, o fundador da seita.
1.1. A Primeira Visão de Smith
Joseph
Smith tinha mais ou menos dez anos de idade quando, com seus pais, mudou-se
para Palmyra, no Condado de Ontário (atual Wayne), no Estado de Nova Iorque.
Quatro anos após, mudou-se novamente, agora para Manchester, também no Condado
de Ontário.
Foi
criado na ignorância, pobreza e superstição. Ainda moço, decepcionou-se com as
igrejas que conhecera. Foi nesse tempo que diz ter recebido a sua primeira
visão, segundo a qual apareceram-lhe o Pai e o Filho, denunciando a falsidade
de todas as igrejas, com as seguintes palavras: "Eles se chegam a mim com
os seus lábios, mas seus corações estão longe de mim; eles ensinam mandamentos
dos homens como doutrina, tendo aparência de santidade, mas negando o meu
poder"
1.2. A Segunda
Visão de Smith
De
acordo com a relato do próprio Smith, apareceu-lhe o "anjo" Moroni,
que, segundo fez crer, havia vivido naquela mesma região há uns 1400 anos. Mórmon,
o pai de Moroni, um profeta, havia gravado a história do seu povo em placas de
ouro. Quando estavam a ponto de serem exterminados por seus inimigos, Moroni
teria enterrado essas placas ao pé de um monte próximo do local onde hoje é
Palmyra. Nessa visão, Moroni teria indicado a Joseph Smith o lugar onde as
placas foram escondidas, e emprestou-lhe umas pedras especiais, um certo tipo
de lentes, chamadas "Urim" e "Tumim", com as quais Joseph
Smith poderia decifrar e traduzir os dizeres dessas placas.
Depois
de conseguir as placas de ouro e as lentes, Smith, sentado por trás de uma
cortina, teria ditado a um amigo a tradução do que estava escrito nas placas.
Depois devolveu as placas e as lentes a Moroni. Uma vez traduzida, a obra foi
publicada pela primeira vez em 1829, recebendo o título de O Livro de
Mórmon.
1.3. Fundação
da Igreja Mórmon
Joseph
Smith cedo encontrou quem o aceitasse como profeta, pelo que fundou a
"Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias". Desde então,
ficou estabelecido como um princípio doutrinário que esta era a única igreja
verdadeira, e que fora dela não havia outro meio de salvação para o homem.
Uma
série de "revelações" de Joseph Smith foi desenvolvendo a doutrina
dessa igreja, transformando-a, através dos anos, numa forma de politeísmo. Os
crentes deveriam edificar uma teocracia, isto é, teriam o assessoramento de
doze apóstolos. As pretensões de domínio de Smith eram tão elevadas que ele
chegou a lançar-se candidato à presidência dos Estados Unidos.
Smith
e seus seguidores sofriam não poucas perseguições, razão por que eram levados
a peregrinar de um a outro ponto da América, procurando onde estabelecer uma
colônia e fundar o reino de Deus. Encontraram acolhida em Illinois, onde
erigiram a cidade de Nauvoo. Ali, acusado de grosseira imoralidade e falsificação,
Smith foi preso, e uma turba enfurecida invadiu a cadeia e, a tiros, matou
Smith e seu irmão, Hyrum.
1.4.
A Divisão da Igreja Mórmon
Depois
da morte de Joseph Smith, sua igreja se dividiu. A primeira facção seguiu a
liderança de Brigham Young, fiel discípulo do "profeta" Smith. Como
ainda eram muitas as perseguições que sofriam nessa época, Young e aqueles a
quem liderava, após penosa peregrinação, em julho de 1847, chegaram ao Estado
de Utah, na época território mexicano não ocupado, e, ali, onde hoje é a cidade
de Salt Lake City, fundaram a sede da igreja, uma espécie de quartel-general,
de onde o mundo seria alcançado pelos apóstolos do mormonismo.
A
maioria, no entanto, decidiu ficar sob a liderança de um filho de Joseph Smith,
e separou-se dos demais, permanecendo no Estado de Missouri. Reorganizaram a
igreja e estabeleceram sua sede em Independence, Missouri. Chamaram-na
"Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias".
Esta igreja tem prosperado e ainda permanece, embora seja menor que a de Utah.
Das
várias facções que surgiram depois da morte de Joseph Smith, outra digna de
menção é a "Igreja de Cristo do Lote do
Templo",
com sede em Bloomington, Estado de Illinóis. Segundo as "revelações"
recebidas por alguns líderes dessa facção, convenceram-se de que Sião, o lugar
do regresso de Cristo à Terra, está em Bloomington, e não em Israel. Crêem que
Ele terá o seu templo em certo lote da área onde está a sede dessa igreja.
II.
O LIVRO DE MÓRMON
Cabe-nos
perguntar: O Livro de Mórmon é também a Palavra de Deus? Tem ele o
significado e o valor que os mórmons dizem ter? A resposta a ambas as perguntas
é: NÃO!
2.1.
O Que É O Livro de Mórmon
A
primeira edição de O Livro de Mórmon para o português apareceu no ano de
1938, e, até o ano de 1975, já haviam sido impressas seis edições. O Livro
de Mórmon compõe-se de 15 livros, divididos em capítulos e versículos, tal
como a Bíblia Sagrada. Os seus livros estão dispostos da seguinte maneira:
Nome
do Livro
|
Capítulos
|
Versículos
|
1º Livro de Nefi
|
22
|
618
|
2º
Livro de Nefi
|
33
|
779
|
Livro
de Jacó
|
7
|
203
|
Livro
de Ênos
|
1
|
27
|
Livro
de Jarom
|
1
|
15
|
Livro
de Omni
|
1
|
30
|
As
Palavras de Mórmon
|
1
|
18
|
Livro
de Mosiah
|
29
|
786
|
Livro
de Alma
|
63
|
1943
|
Livro
de Helamã
|
16
|
497
|
3a
Livro de Nefi
|
30
|
765
|
4a
Livro de Nefi
|
1
|
49
|
Livro
de Mórmon
|
9
|
227
|
Livro
de Éter
|
15
|
433
|
Livro
de Moroni
|
10
|
167
|
No seu
todo, O Livro de Mórmon soma um total de 239 capítulos e 6553
versículos. Nele são encontrados capítulos inteiros da Bíblia. Por exemplo: Ia
Nefi 20 é igual a Isaías 48; 2a Nefi 12 e 24 são iguais a Isaías 2 e
14; 3a Nefi 24 é igual a Malaquias 3; 3a Nefi 12 e 14 são
iguais a Mateus 5 e 7; Moroni 10.7-20 é igual a 1 Coríntios 12.
Não
obstante O Livro de Mórmon conter muito da Bíblia Sagrada, ele a
condena como um livro mutilado e cheio de erros, que Satanás usa para
escravizar os homens. Isto é dito textualmente em Ia Nefi
13.28,29 e 2a Nefi 29.3,6.
2.2.
Testemunhos Contra O Livro de Mórmon
São
muitíssimas as provas de que O Livro de Mórmon é obra de homem e não a
Palavra de Deus. Dentre essas provas destacam-se as seguintes:
• A
opinião mais comum entre os estudiosos do mormonismo é que o conteúdo de O
Livro de Mórmon, em grande parte, foi tomado de um romance de Salomão
Spaulding, um pastor presbiteriano aposentado, que escreveu uma história
fictícia dos primeiros habitantes da América.
• As
descobertas arqueológicas e os estudos históricos provam que os primeiros
habitantes da região indicada em
O Livro de Mórmon eram muito diferentes da
descrição que ele dá quanto aos costumes, nomes, caráter e línguas.
• O
Livro de Mórmon contém mais ou menos 10.000 citações diretas da versão da
Bíblia inglesa "King James", publicada pela primeira vez em 1611.
• O
livro pretende ser a tradução de placas de ouro enterradas desde o ano 420 até
1823, contudo cita com precisão capítulos inteiros de uma Bíblia publicada em
1611. Isso é simplesmente inconcebível!
• O livro foi escrito em uma linguagem paupérrima,
porém, quando cita a Bíblia (o profeta Isaías, por exemplo), mostra erudição de
linguagem, mais uma prova de que esses textos foram copiados diretamente da
Bíblia.
• O
Livro de Mórmon põe na boca de personagens que viveram séculos antes de
Cristo, palavras que a Bíblia atribui a nosso Senhor; ou põe na boca do Senhor
palavras que só poderiam sair da boca de um bastardo e inculto.
• É
estranho que Joseph Smith não mostrasse as placas de ouro a ninguém mais, além
das três testemunhas abaixo, para que o seu testemunho fosse confirmado.
•
Oliver Cowdery, David Whitner e Martins Harris são citados em O Testemunho
do Profeta Joseph Smith como tendo visto as placas de ouro de onde Smith
teria traduzido O Livro de Mórmon. O próprio Smith os chama depois de
"ladrões e mentirosos, demasiadamente maus para serem mencionados"
(Smith, History of the Church, vol. IV, p. 461).
• Para
tão volumoso conteúdo de O Livro de Mórmon, as placas de ouro que
Joseph Smith descreveu requeriam um trabalho microscópico ou algo miraculoso.
• Os
muitos erros gramaticais e de conteúdo de O Livro de Mórmon o fazem obra
de homem e não Palavra de Deus.
III.
O "PROFETA" JOSEPH SMITH
Como o
caráter de qualquer movimento ou religião é, de certa forma, um segmento do
caráter do seu fundador, torna-se evidente que quanto mais conhecermos a
respeito de Joseph Smith, melhor conheceremos o mormonismo, também chamado
"A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias".
Foi
Joseph Smith um profeta de Deus? Ou foi ele um falso profeta? A resposta a esta
pergunta se acha na Bíblia Sagrada.
3.1. Como Julgar um
Profeta
Deus
mesmo nos dá o critério para julgar um profeta, procurando saber quando ele
fala da parte do Senhor ou fala de si mesmo; quando ele é um verdadeiro ou um
falso profeta. Diz Deus:
"O
profeta que presumir falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe mandei
falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta será morto. Se
disseres no teu coração: 'Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou?'
Sabe que quando esse profeta falar em nome do Senhor, e a palavra dele se não
cumprir nem suceder como profetizou, esta é a palavra que o Senhor não disse;
com soberba a falou o tal profeta: não tenhas temor dele... Quando um profeta
ou sonhador se levantar no meio de ti, e te anunciar um sinal ou prodígio, e
suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, e disser: Vamos após
outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse
profeta ou sonhador" (Dt 18.20-22; 13.1-3).
A prova
do falso profeta tanto era razoável como natural, e consistia no seguinte: 1)
Se a palavra proferida não se cumprir; ou 2) Se a palavra se cumprir, mas o
profeta, prevalecendo-se disto, conduzir as pessoas a se afastarem do
verdadeiro Deus e a seguirem outros deuses.
3.2.
Profecias de Joseph Smith
Vamos
mostrar algumas das "profecias" de Joseph Smith que não suportaram o
rigor e o crivo da exatidão divina:
3.2.1.
A Nova
Jerusalém e seu templo
Smith
profetizou que a Nova Jerusalém e o seu templo devem ser erigidos no Estado de
Missouri, nos Estados Unidos, nesta geração (Doutrina e Pactos, seção 84.1-5).
Ratificando
esta absurda profecia, Orson Pratt, apóstolo do mormonismo, declarou
efusivamente: "Os Santos dos Últimos Dias esperam o cumprimento desta profecia
durante a geração em existência, em 1832, assim como esperam que o sol nasça e
se ponha amanhã. — Por quê? — Porque Deus não pode mentir. Ele cumprirá todas
as suas promessas".
3.2.2.
A CASA EM NAUVOO
Smith
profetizou que sua casa em Nauvoo haveria de permanecer e pertencer à sua
família para sempre (Doutrina e Pactos, Seção 124.56-60). Porém, após sua
morte, os mórmons deixaram a cidade e sua casa não pertence a nenhum dos seus
familiares.
3.2.3. Os INIMIGOS
Aplicou
a si próprio o texto de 2Q Nefi 3.14, dizendo que os seus inimigos
seriam confundidos e destruídos ao procurarem destruí-lo. No entanto, ele foi
morto à bala na prisão de Cartthage, em Illinóis, no dia 27 de junho de 1844.
3.2.4. O NASCIMENTO DE JESUS
Falou
que Jesus devia nascer em "Jerusalém", que é a terra de nossos
antepassados (Alma 7.10), quando a Bíblia diz que Jesus nasceria em Belém da
Judéia (Mq 5.2), profecia que se cumpriu fielmente (Mt 2.1).
3.2.5.
A vinda do Senhor
Em
1835, profetizou: "a vinda do Senhor está próxima... até mesmo cinqüenta e
seis anos deviam terminar a cena"
3.2.6. Os "Habitantes
da Lua"
Smith
predisse que "os habitantes da lua têm tamanho mais uniforme que os
habitantes da Terra, têm cerca de 1,83m de altura. Vestem-se muito à moda dos
quacres, e seu estilo é muito geral, com quase um só tipo de moda. Têm vida
longa, chegando geralmente a quase mil anos" (Revista de Oliver B.
Huntinton, vol. II, p. 166).
Evidentemente,
Smith jamais sonhara que algum dia o homem chegaria à lua, e verificaria que
lá não há nenhum tipo de vida.
IV.
PRINCIPAIS DOUTRINAS DO MORMONISMO
Como
as demais seitas estudadas ao longo deste livro, o mormonismo também possui
suas doutrinas exóticas e anti-bíblicas, como é mostrado a seguir.
4.1.
Regras de Fé do Mormonismo
O
próprio Joseph Smith, fundador do mormonismo, escreveu aquilo que até hoje é
aceito como "Regras de Fé d'A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias", as quais se seguem:
•
Cremos em Deus, o Pai Eterno, e no seu Filho, Jesus Cristo, e no Espírito
Santo.
•
Cremos que os homens serão punidos pelos seus próprios pecados e não pela
transgressão de Adão.
•
Cremos que, por meio do sacrifício expiatório de Cristo, toda a humanidade pode
ser salva pela obediência às leis e regras do Evangelho.
•
Cremos que os primeiros princípios e ordenanças do Evangelho são: primeiro, fé
no Senhor Jesus Cristo; segundo, arrependimento; terceiro, batismo por
imersão, para remissão dos nossos pecados; quarto, imposição das mãos para o
dom do Espírito Santo.
•
Cremos que um homem deve ser chamado por Deus, por profecia e por imposição de
mãos por quem possua autoridade para pregar o Evangelho e administrar
ordenanças.
•
Cremos na mesma organização existente na igreja primitiva, isto é, apóstolos,
profetas, pastores, mestres, evangelistas, etc.
• Cremos no dom de línguas, na profecia, na
revelação, nas visões, na cura, na interpretação de línguas, etc.
•
Cremos ser a Bíblia a Palavra de Deus, quando for correta a sua tradução;
cremos também ser O Livro de Mórmon a Palavra de Deus.
•
Cremos em tudo o que Deus tem revelado, em tudo o que Ele revela agora, e
cremos que Ele ainda revelará muitas grandes e importantes coisas pertencentes
ao Reino de Deus.
•
Cremos na coligação literal de Sião, na restauração das Dez Tribos; que Sião
será construída neste continente (o norte-americano); que Cristo reinará
pessoalmente sobre a Terra, a qual será renovada e receberá a sua glória
paradisíaca.
•
Pretendemos ter o privilégio de adorar a Deus, o Todo-Poderoso, de acordo com
os ditames da nossa consciência, e concedemos a todos os homens o mesmo
privilégio, deixando-os adorar, como ou o que quiserem.
•
Cremos na submissão aos reis, presidentes, governadores e magistrados, como
também na obediência, honra e manutenção da lei.
•
Cremos ser honestos, verdadeiros, castos, benevolentes, virtuosos e em fazer o
bem a todos os homens. Na realidade, podemos dizer que seguimos a admoestação
de Paulo. Cremos em todas as coisas e confiamos na capacidade de tudo suportar.
Se houver qualquer coisa virtuosa, amável e louvável, nós a procuraremos.
4.2.
Destruindo Sofismas
Tem
assustado a muitos cristãos sinceros o fato de haver grande semelhança entre
determinados pontos deste credo mórmon e a crença bíblica por eles esposada.
Vem ao caso indagar: "Isto significa que os mórmons comungam dos mesmos
princípios espirituais que o Cristianismo autêntico aceita como doutrina
bíblica?" A resposta é: NÃO! Como a sinceridade de uma crença não estabelece
a sua veracidade, é muito fácil mostrar que, na teoria, o mormonismo diz crer
no que o verdadeiro cristão crê; enquanto, na prática, as suas doutrinas se
mostram pura heresia. Se não, vejamos:
a. O
Deus e o Cristo do mormonismo não são os mesmos revelados na Bíblia.
b. Na
doutrina mórmon a pena do pecado é muito diferente da mostrada nas Escrituras.
c. A
obra expiatória de Cristo tem significado bem diferente para o mormonismo.
d.
Ainda que admita crer nos "princípios e ordenanças do Evangelho", o
mormonismo os faz monopólio próprio.
e. A
vocação ministerial só é legítima quando evidenciada por parte dos mórmons —
dizem.
f. A
Igreja Cristã fracassou, pelo que o mormonismo com toda a sua hierarquia, é
hoje o único representante da verdadeira Igreja — afirmam.
g. As operações do Espírito, conforme crê o
mormonismo, nada têm a ver com aquelas manifestações tratadas no Novo Testamento.
h. A
Bíblia é um livro imperfeito, precisando ser suplementada pelo O Livro de Mórmon,
Doutrina e Pactos, e A Pérola de Grande Preço — alegam.
i. A
crença mórmon na revelação progressiva de Deus objetiva estabelecer a
canonicidade de O Livro de Mórmon, bem como das chamadas "revelações"
de Joseph Smith.
j. O
mormonismo crê que, na manifestação de Cristo, a América do Norte, e não
Israel, será a sede do seu governo milenar.
l.
Enquanto admite crer nas autoridades constituídas, o mormonismo praticamente
nega obediência ao único e verdadeiro Deus.
4.3.
Outras Heresias da Doutrina Mórmon
Dado o
grande volume de doutrinas defendidas pelo mormonismo, dentre outras, atente
para as seguintes:
4.3.1.
Acerca da Bíblia
"A
Bíblia é a Palavra de Deus, escrita pelos homens. E básica no ensino mórmon.
Mas os santos dos últimos dias reconhecem que se introduziram erros nesta obra
sagrada, devido à forma como este livro chegou a nós. Além do mais,
consideram-na incompleta como um guia...
"Suplementando-a,
os santos dos últimos dias possuem três outros livros. Estes, como a Bíblia,
constituem as obras-padrão da Igreja. São conhecidos como O Livro de Mórmon,
Doutrina e Pactos, e A Pérola de Grande Preço"
4.3.2. Acerca
de Deus
"Agora
ouvi, ó habitantes da terra, judeus e gentios, santos e pecadores! Quando nosso
pai chegou ao jardim do Éden, entrou nele com um corpo celestial, e trouxe
consigo Eva, uma de suas esposas. Ele ajudou a organizar o mundo. Ele é Miguel,
o Arcanjo, o Ancião de Dias! acerca de quem santos homens têm escrito e falado
— ele é o nosso pai e nosso Deus, e o único Deus com quem devemos lidar"
(Brigham Young, Revista de Discursos, vol. Lpp. 50,51).
4.3.3. Acerca
de Jesus Cristo
"Ele
não foi gerado pelo Espírito Santo..." (Revista de Discursos, 1-50).
"Jesus
Cristo foi polígamo: Maria e Marta, as irmãs de Lázaro, eram suas esposas
pluralistas, e Maria Madalena era outra. Também a festa nupcial de Cana da
Galiléia, onde Jesus transformou água em vinho, realizou-se por ocasião de um
dos seus casamentos"
4.3.4. Acerca
da Igreja
"É
evidente que a Igreja foi literalmente expulsa da Terra; nos primeiros dez
séculos que seguiram logo após o ministério de Cristo, a autoridade do
sacerdote foi perdida entre os homens, e nenhum poder humano poderia
restaurá-la. Mas o Senhor, em sua misericórdia, providenciou o restabelecimento
de sua Igreja nos últimos dias, e pela última vez... Foi já demonstrado que
essa restauração foi efetuada pelo Senhor através do Profeta Joseph
Smith"
4.3.5. Acerca
do batismo pelos mortos
"Temos
aqui [Hebreus 6.1,2] a explicação de como as portas de sua prisão poderão ser
abertas e eles postos em liberdade; pela crença do Evangelho, através do
batismo pelos mortos. Os que ainda estão na carne fazem trabalho vicário para
os seus mortos, e, assim tornam-se salvadores do monte Sião"
4.3.6. Acerca
do matrimônio
"O
matrimônio, na teologia mórmon, é um contrato sagrado, ordenado divinamente.
Sob a autoridade do sacerdote, um homem e uma mulher são casados não somente
para essa vida como maridos e esposas legais, mas também para a
eternidade"
4.3.7. Acerca
do castigo eterno
"Não
devemos dar uma interpretação particular a este termo; procuraremos entender
corretamente o seu significado.
"Castigo
eterno é o castigo de Deus; sem fim é a punição de Deus; ou, em outras
palavras, é o nome da punição que Deus inflige, sendo ele eterno em sua
natureza.
"Por
isso, todos aqueles que recebem castigo de Deus, recebem um castigo eterno,
dure este uma hora, um dia, uma semana, um ano ou uma era"
4.4. Refutação
a Essas Doutrinas Falsas
O
árbitro maior da fé cristã não é a teologia seca e morta, nem as alegadas
"visões" de homens, sejam eles quem forem, mas a Bíblia Sagrada. E é
à luz dos seus ensinos que as crenças do mormonismo são refutadas, como é
mostrado a seguir.
4.4.1.
A BÍBLIA
A
Bíblia Sagrada fala de si mesma, como:
• O
livro dos séculos (SI 119.89; 1 Pe 1.25).
•
Divinamente inspirada (Jr 36.2; 2Tm 3.16; 2 Pe 1.21).
•
Poderosa em sua influência (Jr 5.14; Rm 1.16; Ef 6.17; Hb4.12).
•
Absolutamente digna de confiança (1 Rs 8.56; Mt 5.18; Lc 21.33).
• Pura
(SI 19.8).
•
Santa, justa e boa (Rm 7.12).
• Perfeita
(SI 19.7; Rm 12.2).
•
Verdadeira (SI 119.142).
Os escritos
mais antigos dos Pais da Igreja, apoiados pelas mais recentes descobertas
arqueológicas, provam que a Bíblia é um livro inalterável em conteúdo literário
e doutrinário.
4.4.2. Deus
• Deus
e Adão são pessoas distintas. Deus é o Criador (Gn 1.26), enquanto Adão é
criatura de Deus (Gn 1.27).
• Deus
não é homem (Nm 23.19).
• Deus
é Espírito (Jo 4.24).
• Deus
é imutável (Ml 3.6).
• Deus
é eterno (SI 102.26,27).
4.4.3. Jesus
Cristo
•
Jesus Cristo foi gerado por obra e graça do Espírito Santo (Lc 1.35).
•
Dizer que Jesus era casado, e que as Bodas de Cana da Galiléia foi a festa do
seu próprio casamento, demonstra ignorância quanto à exegese de João 2.2. Muito
mais que isto, constitui-se num abominável ultraje à Pessoa do Salvador Jesus
Cristo.
4.4.4. A Igreja
• A
Igreja foi estabelecida por Jesus (Mt 16.18).
• A
Igreja está fundamentada em Jesus (Mt 16.16,18).
• A
Igreja é vitoriosa sobre o inferno pelo poder de Jesus (Mt 16.18).
• A
Igreja será salva da Grande Tribulação pelo poder de Jesus (Ap3.10).
• A
Igreja será glorificada por Jesus (Ef 5.25-27).
É
evidente que, durante séculos, a Igreja tem sofrido a perseguição dos
poderosos e a rejeição dos arrogantes, contudo, tem brilhado e triunfado.
4.4.5. O BATISMO PELOS MORTOS
• Não
há nenhuma referência na Bíblia, nem na história eclesiástica, quanto ao
batismo pelos mortos, como uma prática da Igreja.
• A
ênfase de Paulo em 1 Coríntios 15.29,30 é sobre a ressurreição dos mortos, e
não sobre o batismo pelos mortos. A referência de Paulo a esse batismo
praticado pelo paganismo é feita como represália àqueles que, a despeito de
ensinarem a validade desse batismo, negavam a possibilidade da ressurreição.
4.4.6. O MATRIMÔNIO
• Não
obstante constituído por Deus, o matrimônio não chega a ser um sacramento
divino.
• Os
ressuscitados serão como os anjos, não se casam nem se dão em casamento (Mt
22.30).
4.4.7. O CASTIGO ETERNO
• Se a
interpretação mórmon quanto ao castigo dos ímpios é correta, então o gozo dos
salvos não será eterno no verdadeiro sentido da palavra. Assim sendo, como
explicar passagens como João 6.51; 1 João 2.17 e Mateus 25.46 ?
6
A Congregação Cristã no Brasil
A Congregação Cristã no Brasil, fundada
em 1910 pelo italiano Louis Francescon, durante anos esteve entre as igrejas
que mais crescem no Brasil. Apesar dos seus equívocos doutrinários, não chega
a ser considerada uma seita herética, ainda que grande número das doutrinas que
esposa sejam verdadeiras heresias, uma vez que são mantidas em prejuízo da
integridade do Evangelho. Só este aspecto dessa igreja justifica o seu estudo
no contexto deste livro.
I.
GUERRA DECLARADA
Durante vários anos a Congregação Cristã no Brasil tem
sido conhecida não só pela sua doutrina, mas também pela tenacidade com que se
opõe às demais igrejas evangélicas do Brasil.
1.1. Aversão ã Assembléia de Deus
Quanto à Assembléia de Deus,
particularmente, os membros da Congregação Cristã no Brasil evitam qualquer
tipo de relacionamento, alegando para isto os seguintes motivos:
a. A Assembléia de Deus possui pastores
assalariados;
b. as mulheres não usam véu;
c. não se observa a prática do ósculo
santo;
d. fecham-se as portas enquanto oram;
e. os membros possuem uma saudação
diferente;
f. O batismo no Espírito Santo é ensinado
de modo diferente.
1.2. Aspectos Doutrinários da Congregação
Independentemente das normas que regem o
relacionamento da Congregação Cristã no Brasil com as demais igrejas, ela
ensina entre outras coisas, o seguinte:
• A igreja não precisa de nenhum outro
pastor além de Jesus Cristo.
• As mulheres cristãs devem usar o véu
durante o culto.
• Os crentes devem saudar-se com o ósculo
santo.
• O Evangelho não deve ser pregado fora
dos locais habituais de culto.
• Os pregadores não devem estudar nem se
preparar para a pregação, pois o Espírito Santo colocará em sua boca as
palavras certas no momento certo.
• O dízimo restringe-se aos dias do
Antigo Testamento.
É notável o zelo dos membros da
Congregação Cristã no Brasil, porém, por lhes faltar orientação doutrinária
sadia e sólida, têm-se feito vulneráveis ao fanatismo e ao extremismo, regra geral
combatidos pelas Escrituras Sagradas.
Leonard, estudioso francês que escreveu
uma história eclesiástica de algumas das igrejas evangélicas do Brasil,
preocupa-se com a tendência da Congregação para encaminhar-se para o espiritismo.
Ele sente que os membros da Congregação tendem a abandonar as bases bíblicas e
a depender da inspiração individual e das práticas fanáticas de seus líderes
locais, especialmente das que se relacionam com os chamados "dons
espirituais".
Podemos notar que, não obstante a
Congregação, algumas vezes, usar passagens bíblicas para fundamentar suas crenças
e ensinos, em geral falham os pregadores no que tange à fiel interpretação dos
textos que escolhem. Evidentemente isso se dá mais por ignorância do que por
malícia ou compromisso consciente com o erro.
II. O
PASTOR
O ensino de que a Igreja não deve ter
nenhum pastor além de Jesus Cristo está em desarmonia com o ensino do apóstolo,
na sua carta aos Efésios:
"E a graça foi concedida a cada um
de nós segundo o propósito do dom de Cristo. Por isso diz: Quando ele subiu às
alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens... E ele mesmo
concedeu uns para apóstolo, outros para profetas, outros para evangelistas, e
outros para pastores e mestres, com vista ao aperfeiçoamento dos santos
para o desempenho do seu serviço para a edificação do corpo de Cristo, até que
todos cheguemos à unidade da fé e ao pleno conhecimento do Filho de Deus, à
perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que
não mais sejamos meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por
todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem
ao erro" (Ef 4.7,8,11-14; ênfase minha).
O ensino implícito no texto de Paulo é
que:
a. O pastor é um dom de Deus à sua Igreja
(v. 8, cf. Jr 3.15).
b.
A função do pastor tem propósitos específicos dentro da Igreja de
Cristo, como seja:
• aperfeiçoamento dos santos;
• desempenho do serviço divino;
• edificação do Corpo de Cristo.
Quanto ao pastor e sua função junto ao
Corpo de Cristo, que é a Igreja, declaram ainda os apóstolos Paulo e Pedro:
"Atendei por vós e por todo o
rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes
a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue" (At 20.28).
"Pastoreai o rebanho de Deus que há
entre vós, não por constrangidos, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por
sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram
confiados, antes tornando-vos modelos do rebanho" (lPe 5.2,3).
O Sustento do Pastor
Quanto ao sustento remunerado do pastor e
daqueles que dão tempo integral à obra de Deus, é isto uma recomendação
bíblica. Vejam-se os exemplos:
a.
Paulo recebeu salário de determinadas igrejas para servir aos crentes em
Corinto (2 Co 11.8).
b. O pastor que emprega tempo integral na
assistência à igreja é digno
do seu salário (1 Tm 5.18).
c. Paulo ensinou à igreja de Corinto a
sustentar os pregadores do Evangelho (1 Co 9.4-14).
d. Timóteo foi advertido por Paulo a não
cuidar dos negócios seculares para se sustentar (2 Tm 2.4).
e.
Pedro disse que a única ocupação dele e de seus companheiros de
ministério era a oração e a pregação (At 6.4).
f. Os apóstolos de Jesus viviam das
ofertas que recebiam. Em João 12.6 lemos que existia uma bolsa onde eram
depositadas as contribuições para o sustento dos discípulos, e Judas fazia as
compras com o dinheiro aí depositado (Jo 13.29).
III. O PROBLEMA DO VÉU
Em 1 Coríntios 11, Paulo escreve uma
longa apologia com respeito ao véu e seu uso na comunidade cristã de Corinto.
Nos dias da Igreja Primitiva, a mulher
que não usasse véu nos cultos públicos agia como se tivesse rapado a cabeça.
Ora, a cabeça rapada era algo repugnante para os judeus, já que só as adúlteras
tinham a sua cabeça rapada, como castigo do seu crime (Nm 5.18). O mesmo
acontecia com as escravas, e, às vezes, com as mulheres em luto, mas isso não
era usual para as mulheres que estavam no seu estado normal.
A passagem de 1 Coríntios 11, segundo o
comentador Russel Norman Champlin, "ilustra o perene problema que há entre
os costumes sociais e a moralidade cristã". Segundo Champlin, Paulo
escreve aqui do ponto de vista de um rabino, como representante da antiga
cultura judaica. Porventura tais costumes continuariam sendo obrigatórios para
nós hoje em dia, quando as coisas são tão radicalmente diferentes, em aspectos
como o vestuário, e, sobretudo, no que tange à nossa idéia acerca da posição
da mulher nos dias atuais? Acreditamos que, visto que os costumes sociais
mudaram, as exigências deste tempo também mudaram (O Novo Testamento Comentado,
vol. IV).
Uma vez que nenhum estigma ou impropério
é lançado hoje sobre uma mulher que não usa véu, cremos que o apóstolo Paulo,
se vivesse hoje, nem ao menos teria abordado o assunto. Não obstante, podemos
perceber que esse apelo em prol do uso de cabelos crescidos pelas mulheres
poderia permanecer firme.
Se a Congregação Cristã no Brasil diz
obedecer a essa orientação de Paulo quanto ao uso do véu, suas mulheres
deveriam usá-lo, não apenas no culto, mas também, de acordo com o contexto
histórico, em público, porquanto nenhuma mulher crente da época apostólica
pensaria ser apanhada na rua sem véu.
Esta atitude da Congregação é condenável,
não pelo fato de suas mulheres usarem o véu durante o culto, mas pela maneira
irracional com que condenam o seu desuso nas demais igrejas.
IV. O PROBLEMA DO ÓSCULO
O ósculo era uma maneira comum de
saudação entre os orientais, muito antes mesmo do estabelecimento do Cristianismo.
Servia aos judeus nas suas saudações, tanto nas despedidas como também na
forma de demonstração geral de afeto. O ósculo era entre os orientais uma
expressão de saudações e respeito tão comum quanto o aperto de mãos ou o
abraço, na nossa cultura.
Na igreja primitiva, o ósculo era
simplesmente uma parte da saudação, quando os crentes se reuniam em seus cultos
públicos. Porém, não demorou muito até que fosse transferido para a própria
liturgia, primeiramente como um sinal de despedida, após a oração final, que
encerrava cada reunião, mas, finalmente, como parte do rito da Santa Ceia do
Senhor. Houve regiões em que esta prática perdurou até o final do século III.
O ósculo santo entre os crentes
primitivos não se limitava a ser praticado mulher com mulher e homem como
homem, como hoje fazem os irmãos membros da Congregação Cristã no Brasil. Os costumes
orientais indicam que o ósculo santo era aplicado na testa ou na palma da mão,
mas nunca nos lábios.
Em algumas culturas ocidentais, como por
exemplo o Brasil, seria imputado como algo vergonhoso um homem beijar outro
homem dentro da comunidade evangélica ou da sociedade em geral. Por essa razão
é que temos achado melhor evitar essa forma de demonstração de afeto,
substituindo-a por um simples aperto de mão.
Diante do exposto, conclui-se que:
• Se os irmãos membros da Congregação
Cristã no Brasil saúdam com o ósculo apenas homem com homem ou mulher com mulher,
é sinal de que há malícia em fazer de outra forma, e, se há malícia, torna-se
pecado a prática do ósculo.
• Se os irmãos membros da Congregação
Cristã no Brasil se saúdam com o ósculo apenas no decorrer do culto, também
está errado, já que na Bíblia os cristãos primitivos saudavam-se assim
publicamente (At 20.37).
• A saudação com ósculo não é má em si
mesma; o problema está no fato de assumir feições meramente ritualísticas,
divorciadas da verdadeira piedade cristã.
V. A PREGAÇÃO NAS RUAS
O fato de a Congregação Cristã no Brasil
não pregar o Evangelho pelas ruas e praças não encontra apoio nas Escrituras.
A sua omissão se deve à falsa interpretação que fazem de Mateus 6.5: "E,
quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé
nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens".
Desse modo, com medo de serem considerados hipócritas, desobedecem ao
imperativo de Jesus:
"Ide por todo o mundo, pregai o
evangelho a toda a criatura" (Mc 16.15). Como será possível evangelizar o
mundo inteiro quando se alcançam apenas aqueles que freqüentam os nossos templos?
Na parábola da grande ceia, Jesus ensinou
o modo como a Igreja deve proceder quanto à evangelização:
"Saí depressa pelas ruas e bairros
da cidade, e trazei aqui os pobres, e aleijados, e mancos e cegos... Saí pelos caminhos e
vaiados, e forçai-os a entrar, para que a minha casa se encha" (Lc
14.21,23).
Segundo a Bíblia,
• Jesus pregou nas ruas (Lc 13.26), nas
praças públicas (Mc 1.15,20) e nos montes (Mt 8.1).
•
Paulo pregou à beira de um rio e num logradouro público (At 16.13;
17.17).
Famosos cristãos do Novo Testamento foram
salvos, não num culto dentro de um templo, mas onde estavam, nos seus afazeres.
• Pedro, André, Tiago e João, foram
salvos durante um culto realizado por Jesus, à beira do mar da Galiléia (Mt
4.18-22).
• Mateus estava na coletoria quando ouviu
Jesus dizer: "Segue-me!", e o seguiu (Mt 9.9).
• Lídia foi salva à beira de um rio,
enquanto ouvia Paulo (At 16.13-15).
• Dionísio e muitos outros gregos foram
salvos enquanto ouviam Paulo pregando no Areópago, lugar comum de discussão em
Atenas (At 17.34).
Jesus jamais disse ao pecador:
"Vinde ao templo para serdes salvo", pelo contrário, Ele diz à
Igreja: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura"
(Mc 16.15).
VI. O PREGADOR PERANTE A CULTURA
O ensino da Congregação Cristã no Brasil
de que o pregador não deve buscar "a sabedoria do mundo", pois o
Espírito Santo colocará na sua boca as palavras certas no momento certo,
deve-se a uma interpretação equivocada das seguintes palavras de Jesus:
"... não cuideis em como, ou o que haveis de falar, porque naquela hora
vos será concedido o que haveis de falar; visto que não sois vós os que falais,
mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós" (Mt 10.19,20).
Quando analisada esta passagem dentro do
seu contexto, verificamos que nenhuma alusão há ao fato de que o crente deve
relaxar o estudo e o conhecimento geral sob a garantia de que o Espírito
Santo falará por ele quando estiver pregando. Esta passagem se refere à maneira
como o crente deve se comportar no momento da provação, no caso de vir a ser
conduzido aos tribunais e à presença de governadores e reis por causa do nome
de Cristo.
E evidente que o elemento sobrenatural da
mensagem deve ser realçado; isso, porém, não elimina a utilidade do conhecimento
resultante do estudo e da pesquisa.
Não poucos versículos da Bíblia insistem
na necessidade de o crente buscar maior conhecimento através da leitura, do
estudo e de outras formas de aprendizagem.
Os mais destacados vultos das Escrituras
falaram a essa respeito:
a. Salomão: "Dá instrução ao
sábio e ele se fará mais sábio; ensina ao justo, e ele crescerá em
entendimento" (Pv 9.9).
b. Jesus: "... todo escriba
instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família que tira do
seu tesouro coisas novas e velhas" (Mt
13.52).
c. Paulo: "Procura
apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar,
que maneja bem a palavra da verdade" (2 Tm 2.15).
Cativo num frio cárcere romano,
escrevendo ao seu amigo Timóteo, diz o apóstolo Paulo: "Quando vieres, traze a capa que
deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os
pergaminhos" (2 Tm 4.13; ênfase minha).
Paulo dava prioridade aos
"pergaminhos", a Bíblia dos seus dias, mas por nada abandonava os
outros "livros" de consulta disponíveis nos seus dias.
VII. A QUESTÃO DO DÍZIMO
Só podemos compreender o grande
significado do dízimo no contexto da adoração cristã quando o analisamos à luz
da soberania de Deus. Quando damos o dízimo estamos com isto dizendo que Deus é
dono inalienável de tudo, e que o homem é seu mordomo. O salmista disse:
"Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele
habitam"(Sl 24.1).
O ensino da Congregação Cristã no Brasil
de que o dízimo foi uma prática restrita ao tempo da lei — e, portanto, não se
aplica ao crente na atual dispensação — é improcedente e sem base nas Escrituras.
Opomo-nos a este ensino por duas razões, pelo menos:
1) A prática de dizimar é bem mais antiga
que a própria Lei. Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, mais ou menos quinhentos
anos antes da outorga da Lei no Sinai (Gn 14.18-20). Não muito tempo depois,
Jacó, neto de Abraão, ao fugir da presença de seu irmão, fez um voto ao Senhor,
pedindo prosperidade em sua viagem, dizendo que ao voltar daria ao Senhor o
dízimo de tudo quanto tivesse recebido (Gn 28.20-22).
2) Na atual dispensação, Deus requer o
dízimo e muito mais que isto, por vários motivos: a) como participantes de uma
aliança superior, temos sido contemplados com maiores bênçãos; b) porque
maiores privilégios sempre acarretam maiores responsabilidades. Isto não
significa que o crente da atual dispensação seja forçado a dizimar, pelo
contrário, ele é levado a fazê-lo constrangido pela lei do amor e da gratidão,
por estar recebendo maiores bênçãos de Deus (SI 103.1,2).
7.1.0 Dízimo
Hoje
Os escritores do Antigo Testamento viram
os direitos de Deus sobre a vida do homem à luz da criação, enquanto os do Novo
Testamento viram-nos à luz do Calvário. Com isso, corrobora o ensino do
apóstolo Paulo: "Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos,
para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi
precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressuscitou, para ser Senhor,
tanto de mortos como de vivos" (Rm 14.8,9).
Alguém disse que cada cheque de pagamento
é um novo Éden. Reconhecemos nós a soberania de Deus e os seus direitos como
parte do seu propósito? Ou consideramos nossas todas as árvores do jardim?
7.2. A Soberania
de Deus
O milagre da criação de Deus e o seu
direito permanente de soberania são ilustrados pelo resultado da seguinte
pesquisa.
Certa faculdade de estudos agrícolas fez
uma pesquisa das coisas indispensáveis empregadas na produção de 100 alqueires
de milho em meio hectare de terra. Verificou-se que o homem contribui apenas
com o trabalho de preparar a terra, plantar e colher, ao passo que Deus
concorre com muitas coisas, como, por exemplo: cerca de 1.800.000 litros
de água; uns 3.200
litros de oxigênio; 2.400 litros de
carbono ou 8.200 de monóxido de carbono; 73 quilos de nitrogênio; 57 de
potássio; 18 de fósforo; 34 de enxofre; 23 de magnésio; 23 de cálcio; 908 gramas de ferro,
além de pequenas quantidades de iodo, zinco e cobre. Cem alqueires de milho!
Quem os produziu? De quem são?
Tudo pertence a Deus, no entanto Ele nos
entregou tudo, requerendo o retorno de apenas um décimo, e ainda sob a
promessa de que sobre aquele que o fizer, derramará bênçãos sem medida (Ml
3.10).
O reverendo Stanley Jones escreveu:
"O Dízimo é um Sinal-Uma Prova de que Você não é Dono, mas Devedor".
Assim como você paga impostos em reconhecimento do senhorio de mais alguém,
também com o dízimo você reconhece a soberania de Deus sobre os nove décimos
restantes.
Assim, todo crente deve dizimar, por que:
a. Deus recomenda que o façamos (Ml
3.10).
b. Não dizimar é furtar ao Senhor (Ml
3.8).
c.
Do dízimo depende o sustento material da casa do Senhor (Ml 3.10).
d. Da fidelidade em dizimar advém grande
abastança (Ml 3.10).
7
O Racionalismo Cristão
O Racionalismo Cristão é um movimento
religioso de feições nitidamente sincretistas. Quanto à sua concepção, diz-se
filosófico-cristão. Quanto às suas crenças, é uma mistura de espiritismo,
humanismo e panteísmo. E, acima de tudo, hostil ao Cristianismo e à Bíblia.
I. O QUE É O
RACIONALISMO CRISTÃO
Segundo o panfleto O Que E o
Racionalismo Cristão, distribuído pela sede da entidade na cidade do Rio
de Janeiro, "o Racionalismo Cristão trata do espiritualismo racional e
científico e explica os porquês da vida,
dentro da razão, da ciência, da filosofia e do bom
senso. É a própria doutrina explanada por Cristo (daí o motivo de chamar-se
Racionalismo Cristão)."
1.1. Origem
do Racionalismo Cristão
Crendo que essa concepção do homem, da
vida e do Universo, é tão antiga quanto a própria existência da humanidade, os
historiadores do Racionalismo Cristão dizem que este foi
"re-implantado" na Terra em 1910, pelo brasileiro Luiz de Mattos, na
cidade de Santos, Estado de São Paulo.
Com sede na cidade do Rio de Janeiro, o
movimento possui templos e adeptos em outros grandes centros, como São Paulo e
Campinas. Suas sessões públicas acontecem nas segundas, quartas e
sextas-feiras, geralmente das 20 às 21 horas. Além das sessões normais noturnas,
os templos racionalistas estão abertos de segunda a sexta-feira, inclusive
feriados, para prestar orientação e esclarecimento doutrinário a quem
interessar.
1.2. A Que
se Propõe o Racionalismo Cristão
A doutrina dita racionalista cristã alega
ter como proposta e finalidade a espiritualização e a humanização dos povos,
esclarecendo o ser humano sobre a vida fora da matéria e sobre sua composição
astral e física, ou seja, como força e matéria (espírito e corpo).
A oposição do Racionalismo Cristão ao
Cristianismo, e a qualquer outro sistema religioso organizado, é demonstrada
no seguinte trecho extraído do folheto O Que E o Racionalismo Cristão:
"Vale salientar aqui alguns pontos
fundamentais que distinguem e diferenciam o Racionalismo Cristão das seitas
e religiões, bem como das demais correntes espiritualistas e do próprio
espiritismo. O principal deles, isto é, a sua concepção (nova para a maioria da
humanidade) da composição do Universo e do homem, logo chama a atenção do
observador e estudioso da doutrina. Assim, Força e Matéria são os dois únicos
princípios fundamentais de que se compõe o Universo. A Força é o agente ativo,
inteligente, transformador; a Matéria é o elemento passivo, inerte, plasmável,
o qual é utilizado pela Força como condição ou meio para a sua evolução. Tudo
no Universo está indissoluvelmente ligado à ação da Força sobre a Matéria,
sendo esta ação permanente a própria definição da vida. A compreensão de Força
e Matéria situa-se, pois, dentro da lógica dos fenômenos psíquicos divulgados
pelo Racionalismo Cristão. E nestes dois princípios se resume e se
explica toda a ciência, que é o conhecimento da Verdade."
O Racionalismo Cristão é a complicação e
confusão do homem contrapondo-se à simplicidade da mensagem de Cristo e da Bíblia!
1.3. A Doutrina
Racionalista
A doutrina racionalista, dita cristã, se
diz apenas uma filosofia de cunho exclusivamente espiritualista, sem nenhuma
conotação de caráter religioso, místico e sobrenatural. Nega a existência de
mistérios, a validade dos dogmas e a possibilidade da ocorrência de milagres,
pois, segundo crêem os racionalistas, tudo no Universo, tudo na vida, tem
explicação racional e científica. Tanto os fenômenos que obedecem às leis do plano físico, como os
que obedecem às leis do plano psíquico, espiritual, e invisível, são
exteriorizações da Força e se enquadram, igualmente, nas leis que regem o
Universo. Logo, nada há de sobrenatural, mas simplesmente manifestações da
Força, em suas numerosas aplicações. Desse modo, o que foge ao entendimento
humano e mesmo à ciência, no plano terreno, torna-se compreensível em uma
esfera mais elevada, onde a inteligência e a evolução dos seres estão muito à
frente da nossa.
A doutrina racionalista ensina ainda que
quando a criatura chega à compreensão de que o espírito é força, luz,
inteligência e poder, que dispõe de atributos para vencer racionalmente quaisquer
situações, que faz parte integrante do Todo, como partícula da Força Universal,
"caem por terra as idéias primitivas de um deus protetor, ilusório,
corpóreo, irreal e fictício. Desaparecem as concepções de caráter divino, que
trazem o espírito sob o jugo do sobrenatural do mistério e do milagre,
compreendendo-se que a Verdade não está nessa concepção deísta, divinal, de
sentido adoratório"
1.4. Propagação do Racionalismo Cristão
Até onde nos é possível saber, o
"Racionalismo Cristão", conforme concebido no Brasil, não chegou a
atravessar as nossas fronteiras. Apesar disto, os seus adeptos aceitam como
satisfatório o crescimento do movimento em nosso país.
A disseminação do Racionalismo Cristão se
deve, basicamente, ao zeloso proselitismo levado a efeito por seus membros e à
literatura que a entidade produz, destacando-se aqui dois livros, intitulados: Racionalismo
Cristão e A Vida Fora da Matéria.
Apesar de alegarem clareza de linguagem,
ausência de sofis-mas e subterfúgios, os escritos racionalistas são confusos e
obscuros. São lidos, parece, pelo simples fato de o ser humano gostar de se
ver envolvido com assuntos complicados.
1.5.
As Sessões de Limpeza Psíquica
As chamadas "sessões de limpeza
psíquica", mui comuns nos cultos racionalistas, são espécies de sessões de
exorcismo. "Através destas, o Astral Superior arrebata para fora da
atmosfera da Terra os espíritos perturbadores que assistem e obsedam os seres
humanos, produzindo, com sua assistência maléfica e fluidos deletérios,
doenças e outros males de ordem física, moral, espiritual e social.
"Tal ação benéfica de saneamento e
higienização astral processa-se principalmente através do fenômeno psíquico do
desdobramento. O trabalho das Forças Superiores feito deste modo, através do
Racionalismo Cristão, com segurança e eficácia, é uma das revelações mais
notáveis de que tem ciência o ser humano, no campo do psiquismo, e seus
resultados são inegavelmente benéficos para a humanidade".
II. ASPECTOS DA DOUTRINA RACIONALISTA
Já dissemos que o Racionalismo Cristão,
apesar do complemento "Cristão", constitui-se num movimento
religioso nitidamente anticristão e avesso à Bíblia. As diferenças básicas
entre o chamado Racionalismo Cristão e o Cristianismo são detectadas na crença
racionalista acerca dos seguintes temas:
2.1. A Bíblia
Sagrada
O desprezo e desrespeito do Racionalismo
Cristão pela Bíblia são revelados na seguinte manifestação racionalista:
"Na Bíblia, todos sabem, foram
alterados diversos textos originais, com o fim de favorecer a um vantajoso sistema
capaz de propiciar fundos suficientes para sustento das legiões que mantém.
"Somente a palavra 'perdão',
habilmente introduzida naquele livro, tem proporcionado imensa, incalculada
renda.
"Durante muitos séculos, as
religiões propugnaram pela ignorância dos seres. Essa ignorância convinha aos
interesses dos orientadores religiosos. Isto porque ricos e ignorantes sempre
viveram às mil maravilhas com as seitas religiosas que introduziram na Bíblia
este versículo repleto de malícia: “Bem-aventurados os pobres de espírito,
porque deles é o reino dos céus'" (Racionalismo Cristão, p. 55).
Segundo a opinião do Racionalismo
Cristão, conclui-se que a Bíblia Sagrada:
a. teve o seu texto interpolado e
alterado para satisfazer interesses humanos;
b. é objeto de lucros financeiros por
parte dos líderes religiosos que a usam como fonte doutrinária;
c. é usada como forma de manter os seus
leitores na ignorância espiritual.
2.2. Deus
A mesquinhez do conceito racionalista
quanto ao Ser de Deus é evidente no seguinte raciocínio:
"Grupos afins se reúnem para adorar,
de um certo modo, um certo deus. Cada povo, cada raça, criou a imagem desse
deus à sua própria semelhança.
"Um chinês, por exemplo, jamais
admitiria um deus com feições ocidentais, assim como um ocidental acharia
absurda, e até ridícula, a idéia da divindade de rosto asiático.
"Os deuses possuem, invariavelmente,
os caracteres físicos e mentais dos seres que os conceberam...
"Na Bíblia, no Velho Testamento —
livro sagrado e intocável para tantos adoradores — existem várias referências
ao deus de temperamento iracundo e vingativo da época.
"Esse vergonhoso sentimento,
especialmente em um deus, nada mais é do que o reflexo do sentimento do próprio
povo que o imaginou Segundo um documento racionalista,"
a expressão 'deus' acha-se profundamente
desmoralizada pelo sentido mesquinho, materialista e animalizado que lhe emprestaram,
através dos tempos, os adoradores e as religiões; e esteado nessa verdade
básica da composição do Universo, o Racionalismo Cristão substituiu a palavra
'deus' por termos mais condizentes e adequados à realidade, tais como a Força
Universal, a Inteligência Universal, a Força Criadora ou o Grande Foco, do
qual fazemos parte integrante como partículas em evolução, possuindo, em
estado latente, todos os atributos, poderes e dons dessa Força, dessa
Inteligência Universal.
"O Grande Foco ou Força Universal
ocupa todo o espaço infinito, não existindo um só ponto no Universo que não
acuse a sua presença vital, inteligente e criadora. Assim, o Racionalismo Cristão,
evidentemente, não admite a idéia de Deus como terceiro elemento no Universo,
além da Força e Matéria" (O Que É o Racionalismo Cristão).
O Racionalismo Cristão cai no velho
engano panteísta de confundir Deus com a Criação.
2.3. Jesus
Cristo
O Racionalismo Cristão reinterpreta a
Pessoa e obra de Jesus Cristo, a princípio, dizendo que Ele não foi um
"milagreiro", mas que apenas utilizou-se das leis naturais e
imutáveis que regem o Universo.
Diz o Racionalismo que grandes espíritos
movidos por ideais reformadores baixaram à Terra, encarnando, com enorme
sacrifício, para ver se conseguiam a desbrutalização da mente humana, que se
deixara empolgar pelo sentimento do gozo e dos prazeres apenas materiais.
Segundo o Racionalismo Cristão, esses
valorosos espíritos, porém, além de não haverem sido compreendidos, acabaram
divinizados pela massa ignorante, como aconteceu com Jesus, Buda, Confúcio e
Maomé.
Na doutrina racionalista, Jesus Cristo
perde a posição singular de Filho eterno de Deus, conforme documentam as
Escrituras e crêem os cristãos, sendo reduzido à posição de um espírito valoroso
e evoluído, ao nível de fundadores de religiões pagas como Buda, Confúcio e
Maomé.
2.4. O
Homem
Contestando a crença universal da criação
do homem como obra de Deus, declara o racionalismo: "Não importa que
estes, invertendo a realidade dos fatos, afirmem que foi Deus que criou o homem
à sua imagem. A verdade é bem outra, e não é preciso ter grande imaginação para
descobrir o logro multissecular de que tem sido vítima a humanidade" (Racionalismo
Cristão, p. 50).
Negando o relato bíblico da criação do
homem, o racionalismo acolhe a absurda teoria espiritista da reencarnação.
Deste modo, divide os espíritos desencarnados em trinta e três classes, espalhadas
em mundos diferentes, dezessete delas no nosso planeta.
Distribuídos na série de trinta e três
classes, de acordo com o grau de desenvolvimento de cada um, os espíritos fazem
a sua evolução partindo da seguinte ordem de mundos:
a. mundos materializados — espíritos da 1a
à 5a classe
b. mundos opacos — espíritos da 6a
à 11a classe
c. mundos brancos — espíritos da 12a
à 17a classe
d. mundos diáfanos — espíritos da 18a
à 25a classe
e. mundos de luz puríssima — espíritos da
26a à 33a classe.
O mundo dividir-se-ia, ainda, em duas
grandes categorias: mundo de estágio e mundo de escolaridade. Para o primeiro,
iriam os espíritos que desencarnam e deixam a atmosfera da Terra, cada um
ascendendo ao mundo correspondente à sua própria classe, pois neles não
estagiam espíritos de classes diferentes.
Crê o Racionalismo que a Terra é um mundo
de escolaridade em que as dezessete primeiras classes da série de trinta e três
promovem a sua evolução, partindo da primeira e chegando à décima sétima em
períodos que variam muito, de espírito para espírito, mas que se elevam,
sempre, a milhares e milhares de anos.
2.5. O
Pecado e o Perdão
O Racionalismo Cristão nega a realidade
do pecado e a possibilidade do perdão, quando assevera:
"Quando o indivíduo se convencer de
que se praticar o mal terá, inapelavelmente, de resgatá-lo, sem possibilidade
de perdão; que numa encarnação se prepara para a encarnação seguinte; que esta
será mais ou menos penosa consoante o uso que tenha feito do seu livre
arbítrio, na prática do bem ou do mal; que as ações boas revertem em seu
benefício e as más em seu prejuízo; que não pode contar com o auxílio de
ninguém para libertá-lo das conseqüências das faltas que cometer e que terá de
resgatar com ações elevadas — qualquer que seja o número de encarnações para
isso necessárias — por certo pensará mais detidamente, antes de praticar um
ato indigno.
"Os que sabem avaliar o peso da
responsabilidade que arrastam com os próprios atos, fazem todo o possível para
se firmarem nos ensinamentos reais que transmitem o conhecimento da Verdade,
rompendo com as entorpecentes mentiras religiosas" (Racionalismo
Cristão, p. 58).
O que a Bíblia considera pecado, primeiro
como um estado herdado, e em segundo lugar como um ato resultante da escolha
pessoal, e a necessidade de arrependimento para confissão, o racionalismo
considera fatos normais inevitáveis dentro do processo evolutivo do homem.
2.6. A
Salvação
Quanto à questão da salvação, escreve
Luiz de Mattos, fundador do Racionalismo:
"Martelando a idéia da 'salvação' na
mente da criança, vai-se essa fantasia impregnando no seu perispírito, até
criar raízes profundas. Mais tarde, quando adulta, repete, maquinalmente, o
que se habituara a ouvir, sem querer submeter o caso ao raciocínio por sentir
um desagradável choque entre o falso, por tanto tempo armazenado no
subconsciente, e o verdadeiro, latente no sentido consciente.
"Além
de absurdo, é o dogma da 'salvação' um estímulo ao comodismo. O trabalho, a luta que o ser humano precisa
travar, o esforço a que se não pode deixar de entregar para conseguir a evolução
espiritual e o progresso material, não são entendidos pelos sectaristas que
melhor confiam na 'graça', nos 'favores', na proteção da suposta divindade, do
que em tudo mais.
"Ainda mesmo que se trate de vadios,
parasitas e malandros, isso não modifica a sua imunidade celestial se vierem ao
mundo como eleitos de 'deus' e a salvo, portanto, das conseqüências dos pecados
terrenos. De qualquer maneira, não estão aí os representantes da divindade
para conceder aos delinqüentes as absolvições e, com elas, o passaporte para o
céu?"
2.7. O Juízo Final
O Racionalismo Cristão ab-roga a
possibilidade do juízo final propugnado pelas Escrituras como uma coisa só
concebida por uma mentalidade atrofiada.
Quanto a isto, pontifica o racionalismo:
"Céus beatíficos e paradisíacos, purgatórios estagiários e infernos e
demônios e caldeiras incandescentes são imaginosas criações que o próprio bom
senso repele. O mesmo acontece com relação a um suposto julgamento divino. E
pura invencionice. Não existem deuses para julgar os que desencarnam" (Racionalismo
Cristão, p. 104).
O Racionalismo Cristão admite possuir uma
vocação messiânica e exclusivista. Admite estar engajado na nobre e árdua
tarefa de esclarecer, despertar e transformar as consciências do século XXI.
Diz esposar uma doutrina revolucionária, no sentido moral e espiritual, de
caráter essencialmente racional e científico, condizente com a evolução dos
tempos, capaz de pregar e conduzir, com segurança, uma nova humanidade pelos
caminhos do futuro, da supercivilização do próximo milênio. Civilização esta
esteada no avanço da ciência e da tecnologia, mas esclarecida e humanizada pela
filosofia espiritualista, baseada em Força e Matéria.
O Racionalismo Cristão diz que, em
obediência ainda às leis evolutivas que a tudo presidem, tendo passado pelas
fases de implantação e consolidação, está agora iniciando uma nova etapa de
expansão e divulgação. E nesta conjuntura, diz constituir-se mais do que nunca,
em mensagem e veemente apelo dirigido às criaturas espiritualmente
independentes e livres. De modo especial aos jovens e à infância, porque deles
depende, evidentemente, o futuro da humanidade. "Sobretudo, por serem
espíritos de evolução adiantada e ávidos de saber, mais susceptíveis, nessa
idade, de se desfazerem e se libertarem, à luz da razão, de seculares erros,
preconceitos, crenças e crendices, fanatismos e sectarismos religiosos, enfim
de todas as místicas, aceitando as verdades transmitidas e explanadas pelo
Racionalismo Cristão"
III. O RACIONALISMO CRISTÃO DESMASCARADO
As teorias do Racionalismo Cristão, com
feições inequivocadamente tupiniquins, são demasiadamente frágeis. Eivadas de
erros como são, são incapazes de suportar uma contra-argumentação da Bíblia, da
fé e mesmo da razão. Para provar isto, vamos alinhar a nossa refutação às
teorias racionalistas, tomando
os mesmos temas na ordem em que foram abordados anteriormente.
3.1. A Bíblia
Sagrada
O Racionalismo diz que a Bíblia está
cheia de erros, que ela nada tem a ver com o livro sagrado que diz ser, porém,
é incapaz de provar teológica e cientificamente onde está sequer um erro das
Escrituras.
Independentemente do arrazoado dos
racionalistas, toda a Bíblia "é divinamente inspirada e proveitosa para
ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o
homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra"
(2 Tm 3.16,17).
Vozes autorizadas de grandes mestres das
letras levantam-se em defesa da Bíblia como um livro singular. Dentre esses
destacam-se:
Pedro Calmom, magnífico Reitor da antiga Universidade do Brasil:
"Livro dos livros, a Bíblia é o fundamento de uma cultura que se fez com a
palavra — no princípio era o verbo — a promessa, a divina promessa da justiça,
que pacifica os homens; que os incorpora na sociedade; que lhes abre as portas
da sobrevivência. Alicerce de uma civilização eminentemente moral, a Bíblia é o
eterno documento do espírito, mensagem de comunhão do homem com Deus".
Coelho Neto, polígrafo — homem de fé: "O livro de minha alma, a
Bíblia, não o encerro na biblioteca entre os livros de meus estudos. Conservo-a
sempre à minha cabeceira, à mão. E dela que tiro a água para a minha sede da
verdade; é dela que tiro o bálsamo para as minhas dores nas horas de agonia. E
vaso em que cresce a verdade. Nela vejo sempre a verde esperança abrindo-se na
flor celestial, que é a fé. Eis o livro que é a valise com que ando em
peregrinação pelo mundo".
J.J. Rousseau, filósofo francês: "Eu confesso que a majestade
das Escrituras Sagradas me abisma, e a santidade do Evangelho enche o meu
coração. Os livros dos filósofos com toda a sua pompa, quanto são pequenos à
vista deste! Pode-se crer que um livro tão sublime e, às vezes, tão simples,
seja obra dos homens?!"
Erasmo Braga, teólogo: "Considerando a Bíblia pelo seu aspecto
literário, não se compreende como intelectuais podem permanecer indiferentes à
grande fonte em que se abeberaram os que fizeram a nossa literatura —
eminentemente bíblica —, e deram maciez, tom suave, e caminho ao nosso meigo
idioma. Como se pode ler Bernard, Frei Luiz, e Vieira, e não possuir o veio de
onde lhes saiu o ouro de lei — Deus?"
Tobias Barreto, escritor: "A Bíblia é um modelo de tudo quanto é
bom e belo, e, se outras razões não determinassem sua leitura, bastaria o
gosto, o simples instinto literário, para levar-nos a folhear, a admirar as
palavras sublimes, as lavras petrificadas que brotaram daquelas bocas abrasadas
como crateras do céu".
Victor Hugo, escritor francês: "Há um livro que, desde a
primeira letra até a última, é uma emanação superior; um livro que contém toda
a sabedoria divina, um livro que a sabedoria dos povos chamou de Bíblia.
Espalhai evangelhos em cada aldeia: uma Bíblia em cada casa!"
César Cantu, historiógrafo: "A Bíblia é o livro de todos os
povos, de todos os séculos, e para todas as idades".
Werner Keller, arqueólogo, autor do laureado livro E a Bíblia
Tinha Razão..., nos dois últimos parágrafos da introdução ao citado livro,
escreve: "Nenhum livro de história da humanidade jamais produziu um efeito
tão revolucionário, exerceu uma influência tão decisiva no desenvolvimento de
todo o mundo ocidental e teve uma difusão tão universal como o 'Livro dos
livros", a Bíblia. Ela está hoje traduzida em mil cento e vinte línguas e
dialetos e, após dois mil anos, ainda não dá qualquer sinal de que haja
terminado a sua triunfal carreira.
"Durante a coleta e o estudo do
material, que de modo algum pretendo seja completo, ocorreu-me a idéia de que
era tempo de os leitores da Bíblia e seus opositores, os crentes e os
incrédulos, participarem das emocionantes descobertas realizadas pela sóbria
ciência de múltiplas disciplinas. Diante da enorme quantidade de resultados de
pesquisas autênticas e seguras, convenci-me, apesar da opinião da crítica
cética, de que desde o século do Iluminismo até os nossos dias tentava-se
diminuir o valor documentário da Bíblia, do que a Bíblia tinha razão!"
Todos estes testemunhos corroboram com a
declaração dos Gideões Internacionais na apresentação do seu Novo Testamento de
bolso, segundo a qual, a Bíblia contém a mente de Deus, a condição do homem, o
caminho da salvação, a condenação dos pecadores e a felicidade dos crentes.
Suas doutrinas são santas, seus preceitos são justos, suas histórias
verdadeiras e suas decisões imutáveis.
Leitor, leia-a para ser sábio, creia nela
para estar seguro e pratique o que nela está escrito, para ser santo. Ela
contém luz para dirigi-lo, alimento para sustê-lo, e consolo para animá-lo.
A Bíblia é o mapa do viajor, o cajado do
peregrino, a bússola do piloto, a espada do soldado e o mapa do cristão. Por
ela o Paraíso é restaurado, os céus abertos e as portas do inferno descobertas.
Cristo é o seu grande tema, e a glória de
Deus a sua finalidade. A Bíblia deve encher a mente, governar o coração e guiar
os nossos pés.
Leia-a leitor, lenta e freqüentemente, e
em oração. É uma mina de riqueza, um paraíso de glória e um rio de prazer.
É-lhe dada em vida, será aberta no dia do julgamento e lembrada para sempre.
Ela envolve a mais alta responsabilidade, recompensará o mais árduo labor e
condenará a todos quantos menosprezam seu sagrado conteúdo.
3.2. Deus
O Racionalismo Cristão nega a existência
de Deus como revela a Bíblia, para esposar a crença em um deus impessoal.
Chega às raias do absurdo panteísta de ensinar que, no Universo, Deus é tudo e
tudo é Deus. Isto é, Deus é não só parte do Universo, Ele se confunde com o
próprio Universo.
Apesar de o racionalismo negar a
existência de Deus como um Ser pessoal, distinto da Criação, são muitos os
argumentos racionais, além dos elementos oferecidos pela Bíblia, a favor da
existência de Deus. Dentre esses destacam-se os seguintes:
3.2.1. O ARGUMENTO ONTOLOGICO
O argumento ontológico tem sido
apresentado de diversas formas por diferentes pensadores. Em sua mais refinada
forma, foi apresentado por Anselmo, teólogo e filósofo agostinista italiano.
Seu argumento é que o homem tem imanente em si a idéia de um ser absolutamente
perfeito e, por conseguinte, deve existir um Ser absolutamente perfeito. Este
argumento admite que existe na mente do próprio homem o conhecimento básico da
existência de Deus, posto lá pelo próprio Criador.
3.2.2.
O ARGUMENTO COSMOLOGICO
Este argumento tem sido apresentado de
várias formas. Em geral encerra a idéia de que tudo o que existe no mundo deve
ter uma causa primária ou razão de ser. Emanuel Kant, filósofo alemão, indicou
que se tudo que existe tem uma razão de ser, isto deve ter um ponto de origem em Deus. Assim sendo,
deve haver um Agente único que equilibra e harmoniza em si todas as coisas.
3.2.3.
O ARGUMENTO TELEOLÓGICO
Este argumento é praticamente uma
extensão do anterior. Ele mostra que o mundo, ao ser considerado sob qualquer
aspecto, revela inteligência, ordem e propósito, denotando assim a existência
de um ser sumamente sábio. Por exemplo, o homem, para viver, consome o ar, do
qual retira todo o oxigênio, resultando disso o dióxido de carbono, inútil ao
ser humano. As plantas, por sua vez, consomem o dióxido como elemento
essencial, e produzem daí o oxigênio, que será novamente consumido pelo homem.
3.2.4.
O ARGUMENTO MORAL
Este, como os outros argumentos, também
tem diversas formas de expressão. Kant partiu do raciocínio que deduz a
existência de um Supremo Legislador e Juiz, com absoluto direito de governar
e corrigir o homem. Esse filósofo era da opinião de que este argumento era
superior a todos os demais. No seu intuito de provar a existência de Deus, ele
recorria a este argumento. A teologia moderna utiliza este mesmo argumento,
afirmando que o reconhecimento por parte do homem de um Bem Supremo e do seu
anseio por uma moral superior indicam a existência de um Deus que pode
converter esse ideal em realidade.
3.2.5.
O ARGUMENTO HISTÓRICO
A exposição principal deste argumento é a
seguinte: entre todos os povos e tribos da Terra é comum a evidência de que o
homem é potencialmente religioso. Sendo universal este fenômeno, deve ser parte
constitutiva da natureza do homem. E se a natureza do homem tende à prática
religiosa, isto só encontra explicação em um Ser superior que originou uma natureza tal que
sempre indica ao homem um Ser superior. É aqui que milhões, inclusive os
racionalistas, por ignorarem o único e verdadeiro Deus, enveredam pelo caminho
das heresias. É o anseio da alma na busca do
Criador que ignoram, por ter dEle se afastado.
A Bíblia registra vários nomes referentes
a Deus, mas jamais o designa como: Inteligência Universal, Força Criadora ou
Grande Foco, como presunçosamente faz o Racionalismo Cristão.
3.3. Jesus
Cristo
A Bíblia diz que "ninguém conhece o
Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o
Filho o quiser revelar" (Mt 11.27). Ora, uma vez que o Racionalismo Cristão
ignora a Deus, o Pai, como esperar que conheçam a Deus, o Filho e zelem pelo
seu Santo Nome?
Conhecer a Jesus como o Cristo, o Filho
enviado de Deus, é uma prerrogativa exclusiva daqueles que, a exemplo do
apóstolo Pedro, foram iluminados pelo Espírito Santo (Mt 16.16,17).
Jesus Cristo é o personagem principal da
História Universal. A humanidade não pode esquecer-se de Cristo enquanto se lembrar
da História, pois a História é a História de Cristo. Omiti-lo seria como omitir
da astronomia as estrelas ou da botânica as flores. Como apropriadamente
afirma Bushnell: "Seria mais fácil separar todos os raios de luz que
atravessam o espaço e deles remover uma das cores primárias, do que retirar do
mundo o caráter de Jesus".
Um autor desconhecido escreveu que poderá
haver outro Homero, ou outro Virgílio, ou outro Dante, ou outro Milton, mas
jamais haverá outro Jesus. Sejam quais forem as surpresas que possam estar
reservadas para o mundo, Jesus jamais será ultrapassado ou superado. Ele é o
alvo de toda a bondade, o ápice de todo o pensamento, a coroa de todo o caráter
e a perfeição de toda a beleza. Ele é a encarnação de toda a ternura, a
focalização do vigor, a manifestação da força, a personificação do poder, a
concentração do caráter, a materialização do pensamento e a ilustração viva de
toda a verdade. Ele é a profecia da possibilidade do homem.
Olhamos para Ele e vemos nEle a
realização de todas as expectativas humanas: um líder maior que Moisés, um
sacerdote maior que Arão, um rei maior que Davi, um comandante maior que Josué,
um filósofo maior que Salomão e um profeta maior que Elias. Ele anda como um
homem. Fala como Deus. Suas palavras são oráculos. Seus atos, milagres. A coroa
da divindade repousa em sua fronte. O cetro do domínio universal está firme em
sua mão; o brilho da eternidade, em seus olhos. A retidão eterna está escrita
em sua face; o sorriso de Jeová transforma sua aparência.
Ele é a imagem expressa de seu Pai. As
crianças se agrupam aos seus pés. Em sua fronte está a coroa da pureza. Os
ventos lhe obedecem. Um olhar seu e as águas cristalinas se transformam em
vinho cor de âmbar. Os mortos esquecem-se de si mesmos e vivem. Os coxos pulam
de alegria. Ouvidos que nunca ouviram anseiam pelo próprio som de sua voz e
olhos sem visão negam seu passado e descerram suas palpebras abatidas para a
beleza de sua presença. A dor se desvanece sob seu toque.
Todas as bênçãos espirituais, por meio
das quais a Igreja é enriquecida, estão em Cristo e são concedidas por Cristo.
Nossa redenção e remissão de pecados são ambas mediante Ele. Todas as
transações graciosas entre Deus e seu povo realizam-se através de Cristo. Deus
nos ama por meio de Cristo. Ele ouve as nossas orações mediante Cristo. Ele
nos perdoa todos os pecados por meio de Cristo.
Mediante Cristo Ele nos justifica,
santifica, sustem e aperfeiçoa. Todas as suas relações conosco são por meio de
Cristo; tudo o que temos vem de Cristo; tudo o que esperamos ter, depende
dEle. Cristo é a dobradiça dourada sobre a qual gira a nossa salvação.
O nome de Cristo permanece sozinho. Deus
lhe deu um nome que está acima de todo nome. Nenhum credo pode contê-lo, nenhum
catecismo pode explicá-lo. A Ele, pois, seja a glória, o domínio e o poder para
todo o sempre.
3.4. O
Homem
A crença racionalista quanto à origem do
homem constitui-se declarado desrespeito às Escrituras e afronta à mente
inteligente. Suas teorias, seja quanto à reencarnação, seja quanto à evolução,
já foram refutadas na análise das doutrinas do espiritismo e do evolucionismo.
O duplo relato da criação do homem (Gn
1.26,27; 2.7) leva os estudiosos do assunto às seguintes conclusões
irrefutáveis:
1) A criação do homem foi precedida por
um solene conselho divino: "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança..." (Gn 1.26).
2) A criação do homem é um ato imediato
de Deus: "E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente,
árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela
sobre a terra. E assim foi... E disse Deus: Produzam as águas abundantemente
répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus"
(Gn 1.11,20). Compare estas declarações com a que se segue: "... criou
Deus o homem..." (Gn 1.27). Não há aqui qualquer idéia de mediação na
criação do homem.
3) O homem foi criado segundo um tipo
divino: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança..." (Gn 1.26).
4) Os elementos da natureza humana se
distinguem: "E formou o Senhor Deus o homem... e o homem foi feito alma
vivente" (Gn 2.7).
5) O homem foi feito coroa da criação
divina: "Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de
honra o coro-aste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas
mãos; tudo puseste debaixo de seus pés" (SI 8.5,6).
Deus, e não o homem, é o responsável pela
criação, sustentação e futuro da humanidade.
3.5. O Pecado
e o Perdão
Assim como a simples negação de uma
moléstia não cura um doente, a simples negação da realidade do pecado e da
necessidade de perdão não resolvem o problema espiritual do homem.
Creia ou não o Racionalismo Cristão,
"todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23). E
ainda: Cristo "nos mandou pregar ao povo, e testificar que Ele é o que por
Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos. A este dão testemunho todos
os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome" (At
10.42,43).
A própria história das religiões pagas
testifica da universalidade do pecado. A pergunta de Jó 25.4: "Como,
pois, seria justo o homem perante Deus, e como seria puro aquele que nasce de
mulher?" é uma pergunta feita tanto por aqueles que conhecem a revelação
especial de Deus, como por aqueles que a ignoram.
Quase todas as religiões dão testemunho
de um conhecimento universal do pecado e da necessidade de reconciliação com um
Ser superior. Há um sentimento geral de que os deuses estão ofendidos e de que
algo deve ser feito para apaziguá-los. A voz da consciência acusa o homem
diante do seu fracasso em alcançar o ideal da vida perfeita, dizendo que ele
está condenado aos olhos de alguém que possui um poder superior.
Os altares banhados de sangue e as
freqüentes confissões de agravo, feitos por pessoas que buscam livrar-se do
mal, apontam em conjunto para o conhecimento do pecado e da sua gravidade. Onde
quer que os missionários cristãos se encontrem, apodera-se deles a certeza de
que o pecado é um flagelo universal para a humanidade.
Os mais antigos filósofos gregos, na sua
luta contra o problema do mal, foram levados a admitir a universalidade do
pecado, ainda que incapazes de explicar esse fenômeno.
A maior prova em favor da universalidade
do pecado é a própria obra realizada por Cristo na cruz, que no seu escopo
apresenta-se como uma obra de alcance universal, e como remédio único para a
doença espiritual de toda a criatura.
Compreendendo a realidade do pecado e a
necessidade do perdão, é simplesmente impossível negar a possibilidade de salvação
oferecida por Cristo, e o julgamento divino dos ímpios e de todas as gentes que
se esquecem de Deus (SI 9.17).
Enoque incluiu os racionalistas, quando,
falando acerca do iminente juízo de Deus, disse: "Eis que é vindo o Senhor
com milhares de seus santos, para fazer juízo contra todos e condenar dentre
eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade que impiamente
cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra
ele. Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências,
e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do
interesse" (Jd vv. 14-16). NÃO PERCA O ESTUDO DA SEGUNDA PARTE DE SEITAS E HERESIAS QUE TRATAREMOS A RESPEITO DE A Maçonaria, Voz da Verdade, Seicho-No-Ie, Como Identificar Uma Seita e Como Evangelizar os Adeptos das Seitas. QUE DEUS VOS ABENÇOE !
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