PERGUNTAS E RESPOSTAS NA LUZ DA BÍBLIA
ESTAREI ABORDANDO 77 PERGUNTAS E
RESPOSTAS A DUVIDAS DE TEMAS POLÊMICOS, QUE A MAIORIA DOS EVANGÉLICOS TEM E NÃO
SABEM RESPONDER NA LUZ DAS ESCRITURAS SAGRADAS. (A BÍBLIA). APOS ESTA LEITURA
COM A BÍBLIA EM SUAS MÃOS, DORAVANTE A SUA VISÃO NAS ESCRITURAS SAGRADAS, NÃO
SERÁ MAIS A MESMA ! QUE DEUS VOS ABENÇOE . Stefan Neves
PREDESTINAÇÃO EXISTE ?
"Na sua onisciência, Deus
predestinaria um número exato de pessoas para ser condenado e outro para
descansar eterna • mente? Teria cada homem seu destino traçado?"
Acreditamos que Deus, na sua
onisciência, por meio de leis científicas e matemáticas, sabe quantos vão
vencer a batalha da fé e terminar triunfantes na eterna glória, porém, isso
nada tem a ver com a predestinação fatalista: Jo 17.5.
No que tange à predestinação, ela se
baseia, em essência, no "conhecimento anterior" de Deus, no sentido
de que o seu "amor eterno" e preocupação e interesse pelos crentes é
que está em foco. Aqueles sobre quem fixou seu coração de antemão, portanto, são
aqueles que se tornaram o alvo de seu decreto determinador.
Esse decreto determinador não é um
mero pronunciamento judicial, mas é, sem dúvida, acompanhado por um poder
orientador e criador, através do Espírito Santo, que garante o cumprimento do
propósito de Deus.
O grande alvo da predestinação é a
chamada dos crentes dentro do tempo, e o resultado de ambas as coisas é a
transformação do crente segundo a imagem de Cristo, tanto moral (no que tange à
participação do crente na própria santidade de Deus, tal como Cristo dela participa),
como metafísica (no que convence a natureza essencial de Cristo).
Não existe, portanto, predestinação
para a condenação. Por exemplo: O caso do endurecimento do coração de Faraó,
por dez vezes consecutivas, a Bíblia diz que ele mesmo se endureceu contra a
ordem de Deus (Êx 7.13; 8.15,19,32; 9.7,34,35; 13.15; 14.22), e dez vezes lemos que Deus o
endureceu: Êx 4.21; 7.3; 9.12; 10.20,27; 11.10; 14.4,8,17.
Theodoret assim explica o caso:
"O sol, pelo seu calor, torna a cera mole e o barro duro, endurecendo um,
amolecendo outro, produzindo pela mesma ação resultados contrários. Assim a
longanimidade de Deus faz bem a alguns e mal a outros; alguns são amolecidos e
outros endurecidos". Contudo, cremos que esse amolecimento ou esse
endurecimento vêm daquilo que o homem apresenta a Deus: um coração contrito, ou
orgulhoso.
Deus não endurece o coração de um
indivíduo, necessariamente com uma inter- venção sobrenatural; o endurecimento
pode ser produzido pelas experiências normais da vida, operando através dos princípios
e do caráter da natureza humana, que são determinados por Ele. Esta verdade é
profundamente hebraica. Um exemplo semelhante desta forma hebraica de
pensamento encontra-se em Marcos 4.12, onde Jesus apresenta sua razão para
ensinar a verdade sob a forma de parábola. -
Em outras palavras, apesar de a
Bíblia declarar que Deus predestina para a vida, para a transformação segundo a
imagem de Cristo e para a santidade, isso não quer dizer que Ele predestine
algumas pessoas para a condenação conforme os teólogos calvinistas mais
radicais têm imaginado. Deus predestina segundo a sua presciência: 1 Pe 1.2.
As Escrituras denominam tão-somente
os crentes de eleitos, chamados, escolhidos e predestinados, mas sempre
relacionados com a sua posição em Cristo, como as varas na videira. "Assim
que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram;
eis que tudo se fez novo", 2 Co 5.17; "Todo aquele que crer em Jesus,
e pela fé permanece nele tem a vida eterna e não entrará em condenação",
Jo 15; Rm 8.28-30.
O fatalismo e a predestinação
absoluta nunca fizeram parte da doutrina e tradição apostólica, e são comuns às
seitas heréticas que se consideram favoritas da divindade e responsáveis pelo
desinteresse, frustração e miséria de muitos indivíduos, povos e igrejas.
Analisando a idéia do destino na
linguagem popular, vemos que significa uma forma sobrenatural, indomável e
irresistível, da qual não podemos fugir e que limita a nossa liberdade e
vontade.
Por ser uma maneira muito cômoda de
pensar e de agir, é ela perfilhada por várias religiões e filosofias
(fatalismo) e até por confissões religiosas (predestinação absoluta), mas sem
base no ensino das Sagradas Escrituras.
Desde épocas imemoriais o homem tem
tido o hábito de acumular na lembrança, através da sua agitada existência,
pequenos fracassos, desventuras e fatalidades, e com elas construiu um monstro
a que deu o nome de "destino", que compreende como uma determinação
imutável, esquecendo as inúmeras bênçãos, vantagens e vitórias alcançadas sobre
a adversidade.
Sendo o destino o fim para que tende
qualquer ação, o lugar a que se dirige a pessoa ou objetivo em causa, está ele
sujeito às leis espirituais e materiais que regem o universo.
Assim, a vida é composta de bons e
maus sucessos, em conformidade com o tempo, o local, o ambiente, a experiência
e a atitude do indivíduo em relação a esses elementos. Cada homem tem, pois,
que procurar, na prática de uma boa consciência, o caminho da verdade e do
dever, sejam quais forem as conseqüências da sua determinação.
Está escrito na Bíblia que só Deus é
realmente bom, não pode ser melhor do que é visto ser a personificação do Amor:
Lc 18.19; 1 Jo 4.8. Como pessoa livre, perfeita e justa, criou o homem à sua
imagem e tornou-se o alvo de toda a dedicação: Gn 1.26,27; SI 8. Como podia
Deus fazer acepção dentre as suas criaturas e determinar-lhes destinos
diferentes, senão aqueles que eles próprios como seres livres e feitos a
semelhança da mesma divindade, desejarem de "motu próprio" trilhar?
Rm 2.11-16; 10.12-17.
Deus não apenas seria imperfeito, mas
também a encarnação da matéria e maldade, se nos induzisse a acreditar no
Evangelho para nossa salvação, quando afinal já determinara que nos havíamos de
perder ou salvar.
Portanto, nenhum homem, grupo ou
organização tem privilégios diante de Deus, a não ser aquele que aceita Jesus
como Salvador. Porque Deus não faz acepção de pessoas, e muito menos
predetermina, para certos grupos, um juízo, um destino cruel na eternidade.
Sobre o assunto a Bíblia diz: "Vivo eu, diz o Senhor Jeová, que não tenho
prazer na morte do ímpio mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva:
convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que razão
morrereis?" Ez 33.11a; "Porque eu bem sei os pensamentos que penso de
vós, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que
esperais", Jr 29.11.
QUEM APARECEU A SAUL UM DEMÔNIO OU
SAMUEL ?
"Quem foi que apareceu a Saul em
1 Samuel 28.7-25?"
Preliminarmente, ressaltamos, que o
capítulo 28 de 1 Samuel, a começar do seu versículo 7 até o 25, foi escrito por
uma testemunha ocular; logo, por um dos servos de Saul que o acompanhou à
necromante: vv.7,8. Freqüentemente, esses servos eram estrangeiros e quase
sempre supersticiosos, crentes no erro - razão por que o seu estilo é tão
convincente. Esta crônica que é parte da história de Israel, pela determinação
divina, entrou no Cânon assim como os discursos dos amigos de Jó (42.7), as
afirmações do autor de "debaixo do sol" (Ec 3.19) e a fala da mulher
de Tecoa (2 Sm 12.2-21), que são palavras e conceitos meramente humanos. A
confusão gerada pelo assunto exposto no texto é porque foi analisado o ponto de
vista do servo de Saul. Todavia, sobre a questão se Samuel falou ou não com
Saul, a Bíblia é bem clara e tem argumentos definidos para desmentir todas e
quaisquer afirmações hipotéticas e asseverações parapsicológicas a seu
respeito. Examinaremos alguns desses argumentos e veremos a impossibilidade de
ter sido Samuel a pessoa com quem falou Saul: 1
1. Argumento gramatical (v.6):
"... o Senhor... não lhe respondeu". O verbo hebraico é completo e
categórico. Na condição que Saul estava, Deus não lhe responderia e não lhe
respondeu. O fato é confirmado pela frase: "... Saul... interrogara e
consultara uma necromante e não ao Senhor...", 1 Cr 10.13,14.
2. Argumento exegético: v.6. Nem por
Urim - revelação sacerdotal (w.14,18), nem por sonhos - revelação pessoal, nem
por profetas - revelação inspiracional da parte de Deus. Fosse Samuel o veículo
transmissor, seria o próprio Deus respondendo, pois Samuel não podia falar
senão por inspiração. E, se não foi o Senhor, não foi Samuel.
3. Argumento ontológico. Deus se
identifica como Deus dos vivos: de Abraão, de Isaque, de Jacó: Êx 3.15; Mt
22.32. Nenhum deles perdeu a sua personalidade e sua integridade. Seria Samuel
o único a poluir-se, contra a natureza do seu ser, contra Deus e contra a
doutrina que ele mesmo pregara (1 Sm 15.23), quando em vida nunca o fez?
Impossível.
4. Argumento escatológico. O pecado
de Samuel tomar-se-ia mais grave ainda, por ter ele estado no "seio de
Abraão", tendo recebido uma revelação superior e co- nhecimento mais exato
das coisas encobertas, e não tê-las considerado, nem obedecido às ordens de
Deus: Lc 16.27-31. Mas Samuel nunca desobedeceu a Deus: 1 Sm 12.3,4.
5. Argumento doutrinário. Consultar
os "espíritos familiares" é condenado pela Bíblia inteira. Logo,
aceitando a profecia do pseudo-Samuel, cria-se uma nova doutrina, que é a
revelação divina mediante pessoas ímpias e polutas. E, além disso, para serem
aceitas as afirmações proféticas como verdades divinas, é necessário que sejam
de absoluta precisão; o que não acontece no caso presente.
6. Argumento profético: Dt 18.22. As
profecias devem ser julgadas: 1 Co 14.29. E essas do pseudo-Samuel não resistem
ao exame. São ambíguas, imprecisas e infun- dadas. Vejamos: a) Saul não foi
entregue nas mãos dos filisteus (1 Sm 28.19), mas se suicidou (1 Sm 31.4) e
veio parar nas mãos dos homens de Jabes-Gileade: 1 Sm 31.11,13. Infelizmente, o
pseudo-Samuel não podia prever este detalhe; b) não morreram todos os filhos de
Saul ("... tu e teus filhos", 1 Sm 28.19) como insipua essa outra
profecia obscura. Ficaram vivos pelo menos três filhos de Saul: Isbosete (2 Sm
2.8-10), Armoni e Mefibosete: 2 Sm 21.8. Apenas três morreram, como anotam
clara e objetivamente as passagens seguintes: 1 Sm 31.26 e 1 Cr 10.2-6; c) Saul
não morreu no dia seguinte ("... amanhã... estareis comigo", 1 Sm
28.19). Esta é uma profecia do tipo délfico, ambígua. Saul morreu cerca de
dezoito dias depois: 1 Sm 30.1,10,13,17; 2 Sm 1.13. Afirmar que a palavra
hebraica "mahar" (amanhã), aqui, é de sentido indefinido, é torcer o
hebraico e a sua exegese, pois todos vão morrer mesmo, em "algum dia"
no futuro, isto não é novidade; d) Saul não foi para o mesmo lugar que Samuel
("... estareis comigo", 1 Sm 28.19). Outra profecia inversossímil:
interpretar o "comigo" por simples "além" (Sheol), é
tergiversar. Samuel estava no "seio de Abraão", sentia isso e sabia a
diferença que existe entre um salvo e um perdido. Jesus também o sabia, e não
disse ao ladrão que estava na cruz: "Hoje estarás comigo no além
(Sheol)", mas sim no "Paraíso". Logo, Samuel não podia ter dito
a Saul que este estaria no mesmo lugar que ele: no "seio de Abraão".
Porque com o ato abominável e reprovado de Saul em con- sultar uma feiticeira e
não ao Senhor, foi completamente anulada a sua possibilidade de ir para o mesmo
lugar de Samuel - o "seio de Abraão". Ainda notamos este absurdo,
analisando a palavra "médium" (heb), que é traduzida em outras
versões por "espírito adivinhador" ou "espírito familiar" e
no texto grego (LXX) por "engastrimuthos", que significa ventríloquo,
isto é, um de fala diferente, palavra que indica a espécie de pessoa usada por
um desses espíritos.
Assim concluímos que:
• Não foi Samuel quem apareceu e
falou com Saul, mas sim um espírito de- moníaco.
• Nenhum morto por invocação humana
pode aparecer ou falar com alguém, e quanto mais Samuel.
• Todas as predições do pseudo-Samuel
estavam deturpadas. Nada se cumpriu. Isto é um verdadeiro contra-senso, visto
que, Samuel quando em vida, "nenhuma só das suas palavras caiu por
terra". 1 Sm 3.19.
• Quem pratica tais coisas, a saber,
invoca os mortos, consulta necromantes, está sendo logrado pelas artimanhas de
Satanás.
• Deus é Deus dos vivos e não dos
mortos: Mt 22.32. Assim, aqueles que invocam os mortos estão indo de encontro a
essa lei básica e bíblica.
• Não existe, portanto, neste trecho
nenhuma similaridade ou abertura para supostos fundamentos de doutrinas
heréticas. Ademais, todos esses argumentos provam categoricamente a
impossibilidade de tais pensamentos. A Bíblia é a verdade.
RESPONDENDO AO TOLO
"Como entender o capítulo 26 de
Provérbios versículos 4 e 5?"
A aparente contradição existente nesses
dois versículos é eliminada quando os analisamos global e minuciosamente.
Em primeiro lugar, este provérbio com
seus afins, foi escrito para nos mostrar dois aspectos: a) o dilema daqueles
que querem arrazoar com os que não são razoáveis;
b) nós mesmos somos insensatos em
potencial.
Em segundo lugar, o sentido basilar
destes versículos é que nada se pode fazer com os insensatos, porque quem entra
em diálogo com eles, isto é, no seu próprio nível, vai solidificá-los na sua
ignorância e rebaixar-se por nada: v.4. E, quem tenta elevar o nível deles por
esse meio, dar-lhes-á um falso conceito de si mesmo, sem alterar o seu caráter
em nenhum pormenor: v.5.
FUNDO DUMA AGULHA
"A expressão de Mateus 19.24
'fundo duma agulha' ou 'buraco duma agulha' é literal ou simbólica?"
O contexto desse passo bíblico trata
de um jovem rico que amava tanto as suas riquezas que elas lhe serviam de
impedimento. A mensagem é clara. Os indivíduos de mentalidade materialista que
consomem a vida procurando adquirir bens materiais, só encontram satisfação nas
riquezas ou na busca delas; e somente em casos raríssimos é que chegam a se
importarem com as questões espirituais para encontrar a vida eterna. Porém,
seria um erro aplicarmos o texto somente aos ricos, porquanto o materialismo
tem realizado a sua devastação moral até mesmo entre os pobres. Ao falar sobre
a impossibilidade desse tipo de pessoas entrarem no reino de Deus, Jesus pregou
a ilustração que é a impossibilidade de um "camelo passar pelo buraco de
uma agulha". Alguns têm imaginado que o buraco de agulha referido fosse
uma portinhola, no muro de Jerusalém, através do qual pudesse passar finalmente
um camelo, depois de muitos puxões e empurrões; outros admitem que a expressão
camelo, que no grego representa uma pequena modificação de "Kamelos"
para "Kamilos", trata de uma corda grossa ou um cabo, mas isso só
diminuiu a impossibilidade do ato. Todavia, o grego de Mateus 19.24 e de Marcos
10.25 fala de uma agulha usada com linha, enquanto que o de Luca 18.25 usa o
termo médico que indicava uma agulha usada nas operações cirúrgicas. É evidente
que ali não é considerada nenhuma portinhola, mas sim, o pequenino buraco de
uma agulha de costura. Provavelmente era um provérbio incomum para ilustrar
coisas impossíveis. O Talmude fala por duas vezes de um elefante para o qual é
impossível passar pelo buraco de uma agulha. Por conseguinte, quem quer que ame
as riquezas, a ponto de isso impedi-lo de confiar em Jesus Cristo como
Salvador, está na impossibilidade de ser salvo.
Em resposta à pergunta feita pelos
discípulos: "Então quem pode ser salvo?" Jesus respondeu: "Os
impossíveis dos homens são possíveis para Deus", Lc 18.27. Nessa frase, as
palavras "dos" e "para" são uma só no original, cujo sentido
literal é "ao lado". Tome-se o lado do homem, na questão das
riquezas, e torna-se-á impossível a salvação. Porém,-tome-se o lado de Deus
sobre a questão e a impossibilidade anterior se transformará em possibilidade.
CRISTO INFERIOR AO PAI?
"Se Jesus é Deus, como está
escrito em João 14.28 por que o Pai é maior do que Esta aparente contradição
não significa qualquer problema. A Bíblia afirma que Jesus é o verdadeiro Deus,
na primeira epístola de João. E há muitas outras inferências e referências.
Mas, também a Bíblia se refere expressamente às duas naturezas de Cristo: a
humana e a divina. É no tocante à natureza humana que Jesus disse ser o Pai
maior do que Ele. Graças a Deus pela plena harmonia das Escrituras.
RIQUEZAS DA INJUSTIÇA
"Como se explica a expressão
'Granjeai amigos com as riquezas da injustiça', da parábola do mordomo infiel,
de Lucas 16.1-12?"
Esse versículo é. sem dúvida, de
difícil interpretação. Há pontos que não serão esclarecidos antes que venha o
Senhor pela segunda vez. É natural, que um livro como a Bíblia, escrita por
inspiração, contenha coisas difíceis de se compreender. O defeito, contudo, não
está no livro, mas em nosso limitado entendimento. Se não aprendemos outra
coisa nesta parábola, ao menos, sejamos humildes. Devemos possuir, antes de
mais nada, muito cuidado, para não deduzirmos do versículo citado, doutrinas e
preceitos que ele não ensina.
Em primeiro lugar, queremos salientar
que o nosso Senhor não se refere ao mordomo como um modelo de probidade; de
outro modo, não lhe teria dado o epíteto de "mau". Jesus nunca
autorizou a falta de honradez no comércio humano. O mordomo de que tratamos
enganou o seu senhor, e quebrou, assim, o oitavo mandamento. Seu amo ficou
admirado da astúcia do seu servidor, quando lhe chegou ao conhecimento o que
lhe havia feito, e louvou-o pela sua sagacidade e previsão. Porém, isso nada
prova que o seu proceder lhe agradasse, e, de fato, não há uma palavra que
indique a aprovação do Senhor Jesus, pois, com o vocábulo "amo" ou
"senhor", a parábola não denota o Senhor Jesus, mas o amo do
malfeitor. De fato, sob o ponto de vista moral cristão, o modo como agiu o
mordomo não pode, de forma alguma, ser imitado por nós.
A advertência feita nesse caso é
muito necessária. A má fé nos negócios é, desgraçadamente, muito comum em
nossos dias. A honradez nos contratos é coisa rara.
Em transações comerciais muitos
praticam atos que a Bíblia condena. Milhares de pessoas há que, para depressa
ficarem ricas, cometem faltas que ofendem a equidade: Pv 28.28. A astúcia, a
destreza em comprar, a habilidade e esperteza em vender e realizar negócios de
toda natureza, fazem passar despercebidas coisas que se não deveriam permitir.
A classe a que pertencia o mordomo infiel é, contudo, numerosa.
Não nos esqueçamos disto: sempre que
fizermos aos outros, aquilo que não desejamos que nos façam, podemos estar
certos de que procedemos mal aos olhos de Cristo. Observa-se a lição principal
que se nos prodigaliza nesta parábola: é prudente estarmos prevenidos para
qualquer contratempo.
O modo como se portou o mordomo infiel,
quando soube que seria prejudicado seu futuro, foi, indubitavelmente, hábil e
sagaz. O diminuir partes das contas do que devia ao seu senhor, era um ato de
má fé, mas, sem dúvida, com ele adquiriu muitos amigos. Pervertido como era,
não descurou o futuro. Desonestas como eram as providências que tomou, não
deixava, contudo, o mau servidor de atender às suas próprias necessidades. Não
cruzou os braços, nem deixou que a pobreza fechasse as portas de sua casa,
porém meditou, raciocinou, fez seus cálculos e pô-los em execução, sem receio
algum. O resultado viu-se: não ficou desamparado.
Que contraste surpreendente
observamos entre o proceder do mordomo infiel em referência aos interesses
temporais e a maior parte dos homens a respeito das questões espirituais! É sob
este ponto de vista, unicamente, que o mordomo infiel nos dá exemplo que
devemos imitar. Como ele, é mister que cuidemos do nosso porvir. Como ele, é
necessário que nos previnamos para o dia em que deixarmos a morada terrena para
entrarmos na celestial; como ele, temos de construir "um edifício nos
céus", onde fixaremos o nosso lugar, quando se desfizer o tabernáculo
terrestre do nosso corpo: 2 Co 5.1. Realmente, é necessário empregar todos os
meios válidos ao nosso alcance, para obtermos a morada celestial.
Sob este aspecto, a parábola é
altamente instrutiva. A solicitude que os homens do mundo manifestam pelos
interesses dessa vida, deverá provocar vergonha aos cristãos por sua frieza
muitas vezes manifestada para com as coisas eternas.
O zelo e a constância de que os
homens negocistas dão provas, quando percorrem mar e terra para granjearem
riquezas, são uma natural reprovação da indiferença e indolência que patenteiam
muitos crentes a respeito dos tesouros celestiais. As palavras do Senhor são
verdadeiramente profundas e solenes: "... os filhos deste mundo são mais
prudentes na sua geração do que os filhos da luz", Lc 16.8.
Nosso Senhor nos ensina, com essas
palavras, a sermos escrupulosos, fiéis em tudo, e nos previne a não pensarmos
que o procedimento, em assuntos pecuniários, de conformidade com o mordomo
infiel, seja coisa insignificante. Jesus quer que não nos esqueçamos de que o
modo como o homem procede em relação ao "muito pouco", dará uma prova
de sua índole e que a injustiça "no muito pouco" é grave sintoma do
mau estado em que se encontra o coração. Sem dúvida, não nos dá a entender, nem
por sombra, que a honradez em questões pecuniárias pode tornar justas as nossas
almas ou purificá-las dos nossos pecados, porém, ensina-nos, clara e positivamente,
que a má fé nas transações é sinal de que o coração não é reto aos olhos de
Deus.
O ensino que o Senhor nos dá há de
merecer consideração muito séria nos tempos que correm. Parece que existem
pessoas que se persuadem da possibilidade de divorciar a religião verdadeira da
honradez comum, e que se alguém é ortodoxo na doutrina, pouco importa que na
prática use a trapaça ou o engano. As palavras de nosso Mestre são, de fato, um
protesto solene contra essa perniciosa idéia. Destarte, devemos velar para não
cairmos em semelhante erro. Defendamos com energia as doutrinas gloriosas da
salvação pela graça e da justificação pela fé, porém, longe de nós supor que a
verdadeira religião autoriza, de alguma forma, o menosprezo da segunda tábua da
Lei. Não nos esqueçamos, nem por momentos, de que a verdadeira fé se conhece
por seus frutos. Estejamos certos de que quem não é honrado, não possui a graça
divina.
Por outro lado. o leitor deve
entender que essa parábola não foi dirigida aos escribas e fariseus, mas aos
discípulos. Estes ouviram a lição que Jesus dera aos hipócri- tas, ouviram
falar de um homem que malbaratou seu dinheiro e também de outro que havia
empregado a má fé. Em sua presença, tinha-se descrito com cores vivas o pecado
da libertinagem; era coerente que se lhes oferecesse agora um quadro de uma
falta menos chocante - a da fraude e engano.
Finalmente, podemos dizer ao leitor
que três são, a nosso ver, as lições contidas nesta parábola:
• E prudente estarmos preparados para
o futuro.
• É importante fazer bom uso do
dinheiro.
• Temos de ser fiéis, mesmo nas
coisas menores.
A OPÇÃO DE DAVI
"Foram propostos a Davi sete
anos de fome, conforme 2 Samuel 24.13, ou três anos, de acordo com 1 Crônicas
21.22?"
Devemos, em princípio, notar que
entre uma narrativa e outra, muito tempo decorreu e que a semelhança entre as
letras hebraicas "zain" e "vav" que correspondem aos
números sete e três respectivamente, pode ter gerado uma discordância na
tradução, tanto mais que as Crônicas podem ter sido baseadas em escritos
anteriores e não na redação de textos exclusivos. Essa observação, a nosso ver,
não deve, contudo, ser tomada ao pé da letra para que não se incorra na negação
da inspiração divina das Sagradas Escrituras e na sua autoridade. "O
número sete tem uma posição eminente entre os números sagrados da Bíblia e está
associado com algo completo, com cumprimento, com perfeição" (Novo
Dicionário da Bíblia -Douglas). A sua citação em 2 Samuel, parece incutir a
idéia de que a escolha de Davi seria conclusiva, levada por Deus ao extremo e a
sua responsabilidade seria tremenda, por ter desagradado a Deus com um ato que
até na opinião do seu general -Joabe - pareceu supérfluo, e abominável, a ponto
de este omitir a contagem de duas facções: 1 Cr 21.3,6. A alma de Davi, porém,
estava realmente atribulada e a sua experiência com Deus fê-lo preferir que o
castigo viesse diretamente de Deus, "pois grandes são as suas
misericórdias". Devemos aprender com esta sua decisão que por mais penosas
que nos pareçam as tribulações, elas serão atenuadas pelas misericórdias do
Senhor. Seriam muitas as citações em que o número sete representa a perfeição
dos atos divinos. Quanto ao número três, citado em 1 Crônicas 21.12, além da
sua fortíssima alusão à Trindade, também é associado com poderosos atos de Deus
e à presteza com que os realiza ou quer realizar. Aqui, o número três seria a
confirmação de que não somente os atos de Deus são perfeitos, mas que são atos
poderosos e que Deus tem mesmo poder para executá-los, além da autoridade que
vem dele mesmo e da sua natureza poderosa. A duplicidade de termos, que nos
parecem discrepantes, fortalece ainda mais a inspiração das Escrituras, que
afirmam a perfeição dos atos divinos e o seu fiel cumprimento em 2 Samuel e os
reafirma como atos pode- rosos e competentes nas Crônicas, escritas muitos anos
depois. Embora não sendo co- nhecido o autor dos livros de Samuel, é aceito que
ele mesmo os tenha escrito e que foram completados por Gade e Nata, os quais
também teriam depois escrito os dois livros de Crônicas - que originalmente
eram unificados - baseados nas anotações já existentes, revistas e aumentadas,
ou, pelo menos, mais aclaradas. Podemos inferir do exposto que as duas citações
são válidas, observando-se o ponto de vista de quem possa ter escrito e o uso
que faz dos números bíblicos e seus significados.
RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
"Como conciliar 1 Coríntios
15.20 com Mateus 27.52?"
Em 1 Coríntios 15.20 o apóstolo Paulo
fala de Cristo como a garantia da nossa ressurreição, no futuro, na sua segunda
vinda. Em Mateus 27.52, os santos ressuscitados, depois de Jesus, constituem um
sinal da vida eterna e confirmação de que Deus, ao aceitar aqueles
"santos" das mãos de seu Filho, estava aceitando todos os restantes.
Este fato concorda com a oferta que o sacerdote fazia a Deus, por ocasião da
festa das colheitas: "Então trareis um molho das primícias da vossa messe
ao sacerdote: este moverá o molho perante o Senhor, para que sejais
aceitos", Lv 23.10,11. Jesus como nosso Sumo Sacerdote ofereceu, após a
sua ressurreição, um "molho", que foi aceito pelo Pai, prova de que
também nós fomos aceitos.
OS DIAS DA CRIAÇÃO
"Os dias da criação do mundo
foram literalmente dias de vinte e quatro horas?"
Realmente, muito se tem discutido
sobre o significado da palavra dia nos primeiros versículos do livro de
Gênesis. Para muitos, os dias da criação (Gn 1.1,13) são longos períodos, que.
inclusive, devem coincidir com as eras geológicas. Outros, no entanto,
interpretam esses dias como períodos de vinte e quatro horas.
Os que advogam a palavra dia como
significando um longo período, afirmam que até o 3" dia (Gn 1.1.13) não
existiam o Sol e a Lua. para regerem o tempo, definindo o dia e a noite, à
semelhança de hoje. Os que declaram que os dias da criação compreendem um
período de vinte e quatro horas apegam-se a Êxodo 20.11. Moisés se teria
referido a dias de vinte e quatro horas aplicando-os à criação.
Em muitas referências bíblicas, a
palavra dia ou "Yom" (heb.). tem vários significados. Por exemplo,
"dia" 1.181 vezes; "hoje" 87 vezes; "eternamente"
18 vezes; "continuamente" 10 vezes; "idade" 6 vezes;
"vida" 4 vezes; "perpetuamente" 2 vezes. Além disso, às
vezes parecem compreender o período da criação, isto é, os seis dias (Gn 2.4),
o que dificulta, de fato, a compreensão exata do assunto.
O que é mais aceito pelos estudiosos
desse assunto é que aí se refere a dia solar. As seguintes referências
sustentam o princípio de que os dias da criação,
mencionados em Gênesis capítulo 1 e
2, são dias solares: a) cento e cinqüenta dias do Dilúvio: Gn 8.3; b) quarenta
dias (espias): Nm 13.25; c) três dias (Jonas): Jn 1.17; d) quarenta dias depois
da ressurreição de Jesus: At 1.3; e) seis dias (criação): Êx 20.9-11. Em todas
as referências do Velho Testamento aqui mencionadas, a palavra "dia",
no original está "yom" (hb), que significa, neste caso, dia solar. Em
Atos aparece a palavra "hemera" (gr), que tem o mesmo significado.
Todavia, existem outros importantes sentidos, como seja, um período de tempo
que pode ser de curta ou de longa duração (Is 2 e 4), ou um tempo mesmo (Gn
4.3; 26.8; Nm 20,15) ou um período inclusivo e compreensivo: Gn cap. 2; Dt cap.
10.
Destarte, a fim de esclarecer esta
questão, apresentamos, ao caríssimo leitor, nove razões que levam alguns
estudiosos da Bíblia a pensar que estes "yons", ou seja, dias, foram
de 24 horas:
1. Cada um destes dias de Gênesis
está dividido em períodos de luz e escuridão, exatamente como um dia solar.
Alguns, entretanto, discutem baseados na convicção de que nos três primeiros
dias da criação não havia sol, e que, por isso, não poderiam ser dias solares.
Porém, existem dias no inverno em que não aparece a luz solar, e, além disso,
há países onde a luz do Sol não aparece por longos períodos, mas ainda assim
dividem-se os dias em 24 horas.
2. Notamos que no 3º dia o grande
mundo botânico nasceu, sendo este também dividido como os outros; mas, se
acreditarmos que este foi um período geológico, como alguns admitem, de 500.000
anos de luz e seguido por 250.000 anos de trevas; perguntamos: Seria possível o
mundo botânico sobreviver metade duma era geológica sem os raios do Sol?
3. O texto hebraico implica numa
espontaneidade de acontecimentos, que rejeitam, de fato. a necessidade duma era
para representar a palavra dia. Disse Deus: "Haja luz", e a luz
existiu. Será que o Deus onipotente e plenipotenciário iria precisar de tantos
séculos para realizar essa obra? Pedro esclarece-nos isso quando diz que um
dia. para o Senhor, é como mil anos e mil anos como um dia: 2 Pe 3.8. Deus.
pela sua Palavra, poderia ter feito todas as coisas num só dia, pois, para Ele,
tempo não é impedimento.
4. Temos de convir em que Moisés,
quase com certeza, se está referindo a dias solares de 24 horas, e não a dias
geológicos, que os cientistas com seus determinados cálculos pretendem provar.
Moisés certamente não estava procurando expressar-se em termos científicos, mas
usou uma linguagem acessível à época.
5. Nos manuscritos hebraicos, quando
um número definido precede ou
acompanha a palavra "yom".
sempre indica um dia solar. Por que não aqui?
6. Está em evidência o relato da
própria Bíblia, especialmente tratando do estabelecimento do sábado, 79 dia: Êx
20. Portanto, se fôssemos dar crédito no que dizem alguns cientistas modernos,
teríamos, também, de crer no mesmo período geológico para a criação de Adão e
ainda em que Deus continua descansando até hoje. Impossível!
7. Se aceitarmos a teoria de que cada
um destes "dias" representa uma era geo- lógica de 500.000 anos. como
explicar, por exemplo, que Adão foi criado no sexto período e que Deus
descansou no sétimo dia ou "era"? Adão estaria vivo depois ou foi
expulso do jardim do Éden no oitavo dia? Que idade teria ele, então? a Bíblia
declara- nos que Adão morreu com 930 anos. Porém, se seguirmos o raciocínio da
geologia moderna ele teria 750.000 anos, quando foi expulso do jardim do Éden.
Isto constitui um verdadeiro absurdo!
8. Não há razão de se exigir um
período tão extenso para cada dia. A menos que acreditemos na teoria dos
evolucionistas, porque somente deste modo precisaríamos crer nesses dias
longos.
9. No versículo 3 de Gênesis não
existe discrepância. Deus disse: "Haja luz" e a luz existiu. Ademais,
o hebraico ajuda-nos a entender qual o significado dessa expressão. O termo vem
de uma tradução do hebraico: "Wa ye hi or". que dá a entender que foi
um ato instantâneo. A palavra luz, no versículo 3 é "or" fheb). e seu
corres- pondente é "phos" (gr). Já no versículo 14, temos a expressão
"luminares", "maior" fheb). que significa literalmente um
candeeiro, castiçal ou candelabro, ou seja, aquele que segura a luz ou depósito
de luz.
Ademais, para provar a origem da luz
no primeiro dia da criação (pois o Sol somente foi criado no quarto dia),
temos, por exemplo, a "Aurora Boreal", do Pólo Nor- te; os
"mares" que possuem elementos e minerais que dão brilho
fosforescente, onde existem plantas, peixes, fungos marinhos, que têm este
brilho. Um outro exemplo não menos importante é o "vagalume" que. sem
dúvida, quebra todos os argumentos da ciência moderna, quando diz não existir
luz sem calor; porém, confessam os próprios cientistas, o inseto luminoso, joga
por terra a exigência da ciência, pois há luz sem calor. E finalmente, a
"luz cósmica", que era desconhecida e desacreditada até os homens
explorarem o espaço.
O nosso Planeta e Vênus, quando
contemplados de longe, no espaço, parecem bolas de luz.
Do exposto, podemos dizer que essa
incerteza por parte da ciência, em relação à criação do universo em nada afeta
a veracidade da Palavra de Deus. Ele é o Criador de todas as coisas.
INSCRIÇÃO MISTERIOSA
"Por que quando Daniel
interpretou as palavras misteriosas escritas pelo dedo de Deus, omitiu a
expressão 'ufarsim' colocando em seu lugar a palavra 'peres'?"
Estas duas palavras são de origem
aramaica e, sendo esta língua de fácil assimi- lação na Babilônia, podemos
supor que a perplexidade do rei Belsazar e dos sábios foi devido, em parte, a
alguma coisa desconhecida nos caracteres e também pela concisão inexplicável da
mensagem.
O caro leitor tem de convir em que,
quando Daniel foi inquirido a dar uma resposta ao enigma exposto na parede do
palácio real, não houve nenhuma tentativa da sua parte em traduzi-lo, mas
simplesmente interpretá-lo, sendo conivente com a revelação que Deus lhe dera.
Destarte, embora Daniel tenha trocado a palavra "Ufarsim" pela
expressão peres quando interpretava a escritura misteriosa, não alterou de
forma alguma a mensagem que Deus lhe entregara. Então podemos concluir que, o
profeta usou a palavra peres, que é o singular de ufarsim, visto que, essa
expressão sugere mais prontamente, por um terrível jogo de palavras, tratar-se
dos persas que já estavam às portas da cidade para suceder ao império
babilônico.
GENEALOGIA DE JESUS
"Descrevendo a genealogia de
Jesus, Mateus escreve que Davi gerou a Salomão (Mt 1.6) e Lucas escreve que
Davi gerou a Nata: Lc 3.31. Há contradição entre as duas passagens? Como se
explica isso?"
São duas as correntes de
interpretação mais aceitas entre os teólogos, mas a segunda nos apresenta mais
detalhes probatórios. A primeira diz que Mateus dá a lista dos antepassados de
Jesus como filho adotivo de José, enquanto Lucas apresenta a sua lista dos
antepassados de Maria, a mãe de Jesus. Notemos alguns pontos que dão grande
valor a tal suposição: É certo que Maria foi da linhagem de Davi: At 2.30; Rm
1.3. Lucas, para acentuar a humanidade de Cristo, relata detalhadamente muitos
dos eventos na vida de sua mãe, do seu nascimento, de sua meninice. É natural,
portanto, supor que Lucas, para cumprir seu propósito de acentuar a humanidade
de Jesus, desse a sua genealogia segundo a carne. O nome de Maria não aparece
na genealogia de Lucas porque, conforme o costume dos judeus de não incluir os
nomes de mulheres nas genealogias, foi necessário usar o nome de seu marido, em
vez do nome dela. Apesar de Lucas dizer que José foi o "filho de
Heli", Lc 3.23. Essas idéias parecem muito plausíveis, contudo nenhuma
está fora de dúvida. Não podemos ter a certeza de que em Lucas 3.23 "o
filho de Heli" que dizer "o genro de Heli".
A segunda corrente diz que as duas
genealogias são, como consta, realmente de José, a descendência de Jesus, tanto
em Lucas, como em Mateus, é considerada segundo o seu estado legal na família
de José.
O estado judicial de Jesus, como
Filho de Davi, perante o mundo, dependia de sua genealogia como "filho de
José". O único alvo de Mateus é o de demonstrar o direito legal de Jesus
ao trono, enquanto o propósito de Lucas é o de dar a própria linha da qual José
nascera. Examinando a genealogia de Mateus, observamos que a linha real de Judá
rompeu-se em Jeconias. Pela boca de Jeremias, o Senhor ordenou que Jeconias
fosse privado de filhos e que ninguém da sua semente se assentasse no trono de
Davi, nem reinasse mais em Judá: Jr 22.30. Os homens depois de Jeconias
desprovidos de filhos, são os herdeiros mais próximos, como também o são em 1
Crônicas 3.17. Olhando novamente para a lista em Mateus e Lucas ficamos certos
desta conclusão. Os dois nomes que seguem, o de Jeconias, Salatiel e Zorobabel
estão realmente transferidos da outra ge-nealogia (de Lucas), na qual consta
que o pai de Salatiel foi realmente Neri, da família de Nata. Tornou-se certo,
portanto, que Salatiel, da família de Nata, irmão de Salomão, tornou-se
herdeiro do trono de Davi, quando falhou a linha de Salomão, na pessoa de
Jeconias. Assim Salatiel e seus descendentes foram transferidos, como
"filhos de Jeconias" para a tábua genealógica real, segundo a lei
judaica. (Vede Nm 27.8-11.) Depois as duas genealogias coincidem por duas, ou
melhor, por quatro gerações. Então aparecem seis nomes em Mateus que não se
acham em Lucas. A seguir as duas listas concordam no nome de Nata (Mt 1.15; Lc
3.24) a quem são atribuídos dois filhos diferentes, Jacó e Heli; mas somente um
é o mesmo neto e herdeiro, José, o marido de Maria, o reputado pai de Jesus,
que se chama o Cristo.
A súmula do exposto é que tendo sido
extinta a linha de Salomão em Jeconias, que morreu sem descendência, tornou-se
Salatiel, da casa de Nata, herdeiro do trono de Davi, e desta forma entrou nas
tábuas genealógicas como "filho de Jeconias". Lucas escrevendo para
os gentios dá a tábua genealógica de Jesus Cristo, como filho legal de José,
segundo seu nascimento. Mas Mateus escrevendo para os judeus, dá a lista dos
herdeiros ao trono.
O ALIMENTO DE JOÃO BATISTA
"O gafanhoto de que se
alimentava João Batista era o inseto saltador que se conhece hoje ou alguma
planta com aquele nome?"
De acordo com o conciso Dicionário
Bíblico, há, pelo menos, nove termos nos originais da Bíblia como designativos
desse inseto. A passagem de Êxodo 10, referente à praga que se abateu sobre o
Egito, está corretamente traduzida por gafanhoto como nós o conhecemos, ou
seja, inseto saltador. Não havia nenhuma proibição bíblica de comê-los. (Conf.
Lv 11.22.) Era alimento apreciado desde os primitivos tempos. Eram assados ou
secos ao sol, depois eram comidos como grãos tostados. Afirma-se que têm sabor
de camarão.
A CHAMADA DE PAULO
"Há alguma contradição entre os
textos de Atos 9.7 e 22.9? No primeiro temos que os acompanhantes de Saulo
'ouviram a voz', enquanto no segundo, referindo-se ao mesmo fato, está
registrado que eles 'não ouviram a voz'."
No momento em que Jesus apareceu a
Saulo no caminho de Damasco, rodeando-o de uma luz e dizendo-lhe: "Saulo,
Saulo, por que me persegues?" os acompanhantes ouviram a voz mas não viram
a pessoa de Jesus: At 9.7. O texto de Atos 22.9, segundo as melhores traduções,
afirma que eles ouviram a voz, porém sem entenderem o sentido das palavras, e
que também viram a luz. Há, certamente, uma falha de tradução na Almeida
Simplificada, ao registrar em Atos 22.9: "... mas não ouviram a
voz...". As principais traduções, como a Revisada da SBB, a Versão da
Imprensa Bíblica Brasileira e a edição em espanhol de Casiodoro de Reina, 1569
(revisada em 1602, 1909 e 1960), registraram: "... mas não entenderam a
voz..."; em vez de: "... não ouviram a voz...". Em 26.13,14 do
mesmo livro temos ainda outras informações, a de que a luz envolveu também os
companheiros de Saulo, que caíram por terra, e a língua usada por Jesus foi a
hebraica. Como se vê, um texto completa o outro, não havendo qualquer
contradição entre eles.
A CRIAÇÃO DOS ANJOS
"Quando os anjos foram criados,
Deus tinha ciência de que um deles - Satanás - se rebelaria? Por que, então,
criou os anjos?"
Sim, tinha. Um dos atributos de Deus
é onisciência. Seu conhecimento é perfeito, absoluto. Ele conhece o passado, o
presente e o porvir. Conhece tão bem o eterno passado como o futuro eterno.
Temos de nos conscientizar dessa verdade. Temos de nos conformar com ela,
porque não a podemos negar. Se Deus não conhecesse o eterno futuro, Ele não
seria Deus. Só concebemos Deus como aquele ser que tem todo o poder' no Céu, no
Universo, e na Terra. Deus criou os anjos porque necessitava deles para o
servirem, para o glorificarem, para o adorarem. A previsão da rebeldia de um
grupo não podia impedir que o Todo-poderoso deixasse de executar o que fora
planejado. Como oportuna, incluamos na resposta a esta consulta a seguinte
pergunta que constantemente nos é feita, e da qual muitos se valem para
depreciar a obra de Deus: "Se Deus sabia que o homem ia pecar, por que o
criou?" Respondemos - Deus apesar de saber disso, criou o homem por causa
do seu imensurável amor para com aqueles que haveriam de herdar a salvação: Hb
1.14. O plano divino é eternal e, por isso, nenhuma força no universo pode
modificá-lo ou impedir que ele se realize. Por causa dos que não quiseram no
passado, dos que rejeitam no presente e dos que recusarão no futuro a graça
oferecida por Deus, esse Deus de amor não poderia deixar de mostrar a sua
inefável bondade para com aqueles que no passado aceitaram, para com os que no
presente estão recebendo, e para com os que no futuro aceitarão com corações
transbordando de alegria o eternal plano de salvação. Essas verdades sublimes,
que não podem ser contraditadas, estão reveladas na Palavra inspirada do
apóstolo Pedro: "Eleitos segundo a presciência de Deus o Pai, em
santificação do Espírito para a obediência", 1 Pe 1.2a. Não aceitamos uma
predestinação arbitrária que permite uma vida desregrada para os
"contemplados" porque isso ofende a santidade de Deus. Mas cremos
numa eleição em santificação do Espírito para a obediência. Foi para isso que
Deus nos chamou, e isso glorifica o seu nome.
QUAL O NOME DO SOGRO DE MOISÉS?
"Qual é o nome do sogro de
Moisés, o que se vê em Êxodo 2.18 ou o citado em Êxodo 3.1?"
Reuel, citado em Êxodo 2.18, e Jetro
mencionado no capítulo 3, versículo do mesmo livro, são a mesma pessoa. Diz o
Dicionário da Bíblia, de Davis, que Reuel significa amigo de Deus, e que seria
realmente o nome do sogro de Moisés. Jetro seria nome de um título honorário a
ele pertencente. O nome de Reuel, como sogro de Moisés, só aparece na passagem
citada. O nome Jetro, no mesmo sentido, aparece nove vezes na Bíblia.
A ORAÇÃO DE JOSUÉ
"No livro de Josué (10.12-15)
está escrito que Josué mandou parar o Sol. Mas, segundo a Ciência, é a Terra
que gira em torno do Sol. Como é que Josué mandou parar o Sol se o mesmo está
parado segundo a nossa concepção?"
O Sol - centro do nosso sistema
planetário - está apenas relativamente parado, já que anda, em corrida veloz,
rumo à estrela Vega, na constelação de Hércules, arrastando o sistema em causa.
Este é, em certo aspecto, o seu movimento de translação. Quanto ao de rotação,
o astro-rei leva 24 dias e 15 horas para completar uma volta em torno do seu
eixo. Pode-se dizer, portanto, que o Sol está parado, mas em relação ao nosso
sistema planetário. Apesar disso, ainda hoje os próprios cientistas usam as
expressões: "pôr-do- sol" e "nascer do sol". O povo diz com
freqüência: "O sol vai alto" ou "o sol vai para o sul".
Contudo, nos dias de Josué e segundo a astronomia egípcia, eram o Sol e a Lua
que andavam ao redor da Terra. Claro que a Bíblia não é um compêndio de
ciência, mas as suas assertivas são verdadeiras. Emprega, porém, uma linguagem
popular, a fim de as verdades divinas poderem ser assimiladas, mesmo pelas
pessoas mais humildes.
Josué, ao dirigir-se ao Sol, aplicou
o termo "deman". exarado 21 vezes no Velho Testamento, significando,
entre outras coisas, silencia-te. A palavra hebraica para detém-te é
"amad". a qual ocorre centenas de vezes no Antigo Testamento, sendo
ge- ralmente traduzida por ficar de pé ou deter.
Admite-se. nos meios científicos, que
a revolução da Terra em torno do seu próprio eixo é motivada pela ação do Sol
sobre o nosso planeta. Assim, quando Josué ordenou: "Sol. aquieta-te"
ou "detém-te", a rotação do Globo Terráqueo teria diminuído
substancialmente por via de um temporário enfraquecimento da ação solar sobre
ele. Existem, como é óbvio, outras teorias para explicar a detenção do Sol
narrada no livro de Josué, porém cremos na palavra bíblica.
Finalmente, os astrônomos modernos
deram-se ao trabalho de buscar, no calendário astronômico, se de fato teria
realmente ocorrido o evento. Depois de buscas e fastidiosos estudos, concluíram
que, efetivamente, falta um dia no calendário as- tronômico, concluindo então,
que o quase um dia inteiro (Js 10.13b), correspondem a 11 horas e cinqüenta minutos,
sendo assim provado que de fato a Terra esteve parada por todo um dia de Sol.
MORTE E HADES
"Na parábola de Lucas 16.23, diz
que o rico foi para o 'Hades' e Lázaro para o 'Seio de Abraão'. Gostaria de
saber onde se situava um e outro lugar."
Em primeira instância podemos
declarar que é impossível situar a localização geográfica destes dois lugares,
por se tratar da habitação dos espíritos. Todavia, apresentaremos a posição
bíblica analisando ambos, dentro do parâmetro contextual divino "além-túmulo".
Primeiramente, a palavra
"hades", no Novo Testamento, é a transliteração do vocábulo grego
"Hades", expressão essa usada para indicar o lugar dos espíritos que
se foram daqui, isto é, o submundo. Eqüivale ao termo "sheol".
Na tradução septuaginta ou LXX, hades
é a tradução constante do termo hebraico "sheol". Essa dimensão é
pintada como lugar que consiste de duas divisões, a saber: uma para os ímpios e
outra para os justos. A divisão para os justos também é denominada nos escritos
judaicos de "seio de Abraão" por conotar um lugar de descanso e
tranqüilidade. Equivale dizer que Jesus empregou os termos hebraicos nesta
passagem. Assim, tanto faz dizer "seio de Abraão" (termo hebraico),
como "Paraíso" (termo grego), porque ambos são análogos.
O Paraíso foi arrebatado desde as
partes inferiores da terra para um lugar situado perto do trono de Deus. Esta
mudança produziu-se durante a ascensão de Cristo. Esta afirmativa está em
concordância com as palavras de Paulo em Efésios 4.8-10, nas quais se refere à
descida aos lugares mais baixos da terra, realizada por Cristo, que, na sua
subida, "levou cativo o cativeiro". Os mortos em Cristo estão
ausentes do corpo e presentes com o Senhor: 2 Co 5.3. Paulo foi
"arrebatado ao Paraíso" indica que o Paraíso foi mudado de lugar. O
apóstolo desejava partir e estar com Cristo. Os que morreram em seus pecados
estão nas regiões inferiores e somente depois do Milênio eles ressuscitarão (Jo
5.29), a fim de comparecerem diante do Trono Branco, onde serão julgados e
receberão a condenação eterna, sendo lançados na "Geena", isto é, no
lago de fogo ardente, preparado para o Diabo e seus anjos.
Em segundo lugar concluímos que:
• A alma sobrevive à morte física.
• A alma, mesmo depois da morte,
continua dotada de consciência, memória e razão. vivem.
• Os justos entrarão em um estado
infinitamente melhor do que este que ora Finalmente, fazemos nossas as palavras
do profeta Malaquias: "Então vereis outra vez a diferença entre o justo e
o ímpio, entre o que serve a Deus, e o que não o serve", Ml 3.18.
O SERMÃO DE ESTÊVÃO
"Em Gênesis 46.27 e Deuteronômio
10.22, consta que 70 almas foram de Canaã ao Egito, mas em Atos 7.14 esse
número é elevado a 75 almas. Como se explica?"
A tradução do Velho Testamento
chamada Septuaginta (LXX) ou tradução dos setenta, por ter sido traduzida por
cerca de setenta judeus, dá como sendo o número de 75 pessoas que foram de
Canaã ao Egito, morar na terra de Gósen, no tempo de José. Esse é o número de
que Estêvão, no seu sermão, falou em Atos 7.14. Essa diferença do texto
hebraico talvez seja por ter a Septuaginta incluído os netos de José.
Considere-se que a mencionada tradução era muito usada no tempo de Jesus e dos
apóstolos, e foi ela que Estêvão tomou por base.
QUEM CRIOU SATANÁS?
"Satanás existe antes da criação
do mundo? Quem o criou? Como ele veio a pecar?"
Reconhecemos, com humildade, que
alguns assuntos envolvem em verdade pro- fundos segredos e ninguém tem o
direito de conhecer qualquer coisa que porventura seja impenetrável: Dt 29.29.
No nosso desejo de atender os leitores, somente desejamos esclarecer pelo
Senhor e por sua Palavra. Efetivamente, Deus não criou Satanás. Deus criou os
exércitos celestiais, os anjos e entre eles estava um chamado até de
"Estrela da Alva". Os profetas Isaías e Ezequiel apresentam um quadro
que geralmente é aceito como sendo de dupla interpretação: refere-se
parcialmente ao rei de Tiro no sentido histórico e, parcialmente a Satanás, num
sentido profético mais extensivo. Esse anjo de luz, grandemente honrado nos
céus, um dia intentou rebelar-se contra Deus, pelo que foi julgado, punido e
expulso. A muitos perturba o fato de tal rebelião ter ocorrido no Céu, lugar de
perfeição. No entanto, devemos reconhecer que não partiu de Deus. A rebelião
originou-se no coração de Lúcifer. A perfeição absoluta somente pertence â Deus
e qualquer criatura que dele se afaste pode vir a ser um terrível pecador. Por
haver pecado sem tentação exterior, Satanás não tem direito ao perdão. Quanto à
onisciência e à presciência de Deus, estes atributos não foram atingidos porque
Deus permanece o
mesmo, Lúcifer foi quem mudou e mesmo
para a rebelião de um anjo de luz Deus tem solução perfeita, pois embora a
queda de Satanás tenha ocorrido antes dos dias da humanidade, vale lembrar que
o Cordeiro de Deus também foi imolado "perante Jeová" desde antes da
fundação do mundo. Não desonra a Deus o pecado de Satanás. Desonra sim, a
Satanás mesmo. Deus continua sendo o sustentador do universo e um Ser de
absoluta moral e perfeição. Qualquer que dele se aproxima alcançará sua bênção,
seu refúgio e sua graça sem igual.
SAUL PERANTE SAMUEL
"Acaso há contradição entre 1
Samuel 15.35 e 1 Samuel 19.24? Na primeira passagem afirma-se que 'nunca mais
viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte', e, na segunda, que Saul profetizou
diante de Samuel."
Note-se, no segundo texto, que é Saul
que está diante de Samuel e não este diante daquele. Samuel, que já havia
deixado Saul oito anos antes, presidia as assembléias de profetas, ou casa de
profetas, espécie de escola ou seminário onde se anotavam e arquivavam os fatos
notáveis da vida religiosa e nacional do povo, além de servirem de reunião de
ensino e de louvor e adoração a Deus. O contexto revela que Davi, ao fugir de
Saul, procura Samuel em Rama, de onde ambos seguem para a casa dos profetas.
Então Saul, depois de enviar mensageiros em busca de Davi e de saber que eles,
esquecidos de sua missão, estavam profetizando envolvidos pelo Espírito de
Deus, foi ele mesmo à assembléia dos profetas e "profetizou diante de Samuel".
MORADA DE SATANÁS
"Muitos asseveram que o palácio
do Diabo é no Inferno, mas em Efésios 6.12 indica ser nos ares. Explique, por
favor!"
Em primeiro lugar deve ficar patente
que o texto não fala de palácio nem de inferno, mas encerra um posicionamento
psicológico. Metaforicamente, a armadura reveste o corpo, quando realmente
deveria revestir o espírito, uma vez que "não temos de lutar contra a
carne e o sangue", isto é, não vamos despender esforço físico, senão
metafísico contra os principados, dando idéia de um batalhão, um agrupamento de
autoridades; contra as potestades, ensejando personalidades dotadas de grande
poder, e contra os príncipes, arrefecendo um pouco essa autoridade coercitiva,
tornando essas personagens menos agressivas, porém, mais sugestivas, amorais e
persuasivas e, por fim, contra as hostes espirituais da maldade, falanges
destinadas a incutir a maldade no espírito do indivíduo. Essas agressões podem
estar nos lugares celestiais, isto é, no nosso ambiente celeste. Na nossa
disposição para as coisas de Deus. Essas agressões não são de corpo contra
corpo, mas de espírito contra espírito tentando-nos a desistir do ideal a que
nos propusemos. Essa luta demanda toda oração e súplica em todo o tempo, pois a
batalha é contínua e incessante e estamos sempre sujeitos aos dardos
inflamados. Traduz-se, normalmente, a palavra inferno como "Sheol"
(seol), Hades e Geena. A primeira poderia significar lugar de inquisição dando
a idéia de alguém que esteja em determinado lugar aguardando um interrogatório.
Pode ter também o significado de profundeza, lugar de mortos, sepultura, de
onde é impossível sair, abismo. O vocábulo correspondente no grego é
"hades", ou "haidês", com a mesma impressão de
inexpugnável, por cujas portas não se pode passar para fora. Uma vez ali
colocada, a alma não poderá livrar-se. Jesus, porém, está de posse das chaves
da morte e do Inferno (Ap 1.18), este último representado também pelo termo
hebraico "Gêhinnon", que designa um vale de propriedade de Hinom ou
de seus filhos, situado, segundo historiadores, mas sem muita afirmação, a dois
quilômetros de Jerusalém, próximo ao ribeiro de Cedrom. Nesse vale estava o
"santuário" de Moloque, onde se ofereciam crianças em sacrifício,
atirando-as a uma fogueira permanentemente acesa. O rei Josias destruiu o
"santuário" ( 1 Rs 11.7; 16.3; 23.10) e o local continuou a ser usado
para a cremação de cadáveres de criminosos e de animais, como também de toda a
espécie de lixo. O termo hebraico passou ao grego como Geena, simbolizando o
Inferno, como lugar onde o fogo nunca se apaga: Is 66.24; Mc 9.43-48. A
tradição judaica dizia que o vale de Hinom era a porta do Inferno, querendo
aludir que se a porta era tão terrível, o que não seria o seu interior. Sua
localização é muito discutida, como discutido é o local exato do Inferno, mas
devemos estar certos de que se a Geena existiu, assim é claro que o Inferno
existe também. Só que as suas portas não prevalecerão contra a Igreja de Deus.
OS DOZE
"Se Judas Iscariotes suicidou-se
antes da morte e ressurreição de Jesus (Mt 27.5) e se Matias tomou o seu lugar
como apóstolo, como se explica 1 Coríntios 15.5?"
A expressão "os doze" é
designativa do colegiado inaugurado por Jesus, ao escolher os doze homens
dentre os que se tornaram seus discípulos. Jesus era seguido por grandes
multidões, mas o apóstolo Paulo identifica 500 irmãos: v.6. Sabendo-se que a
epístola foi escrita cerca de 57 anos depois da ascensão de Cristo, é lícito
deduzir que a posição de Matias no colegiado se havia alicerçado o bastante para
que a expressão "os doze" o incluísse no lugar de Judas, há muito
desaparecido. E essa expressão era tão regular que o apóstolo Paulo a empregou
sem ressentir-se de dar uma explicação maior do texto, quanto a ser Matias e
não Judas o duodécimo apóstolo. A narração de Lucas em Atos 1.2, diz que Jesus
deu mandamentos aos apóstolos que escolhera, sem dizer que Judas já não estava
entre eles e que Matias não tinha sido ainda escolhido.
JEREMIAS OU ZACARIAS?
"Em Mateus 27.9, lê-se: 'Então
se cumpriu o que profetizou o profeta Jeremias...', porém quem vaticinou
realmente foi Zacarias. Pergunta-se: Como se explica esta contradição?"
Diversas teorias engenhosas têm
surgido para solucionar o problema, e dentre elas, citemos algumas:
1. Alguns têm sugerido que o autor
citou de memória, e que por isso simplesmente incorreu em pequeno equívoco.
2. Orígenes, ao tentar solucionar o
mistério, supôs que a passagem se encontra em algum livro apócrifo de Jeremias.
Jerônimo chegou mesmo a encontrar uma refe- rência em certo livro apócrifo de
Jeremias, mas pensou que esse versículo, na obra apócrifa, em realidade fosse
uma citação tirada do livro original de Zacarias, pelo que o problema permanece
até hoje.
3. Eusébio pensava que o livro
original de Jeremias tivesse essa citação, mas que os judeus a apagaram de
todas as cópias, por causa de sua conexão com a história de Jesus. Entretanto,
disso não há prova alguma.
Agostinho concorda com a primeira
posição, dada acima, afirmando que o motivo foi um lapso de memória. Entre os
teólogos modernos, Alford também concorda com isso, dizendo:
"Provavelmente a citação foi feita de memória, sem exatidão". Essa
explicação é, de fato, contrária e incompatível com a inspiração divina da
Escritura Sagrada.
Na realidade, após um estudo mais
acurado do assunto, entendemos que no texto de Mateus, há, em verdade, uma
alusão a Zacarias 11.12,13, mas as palavras não concordam pormenorizadamente
nem em hebraico, nem em grego (LXX). O acréscimo mais importante é a palavra
"campo", sobre a qual depende o cumprimento da profecia citada pelo
evangelista. Tanto esta palavra, como as idéias relacionadas a ela, são
oriundas de Jeremias 32.6-9, onde ocorre a transação de um campo por tantas
moedas de prata.
Gostaríamos de salientar também ao
leitor que a relação entre a profecia e seu cumprimento, a que o evangelista
chama a atenção, depende dos dois trechos do Velho Testamento. É compreensível
então que dos profetas, o evangelista escolhesse Jeremias, sendo até o maior e
mais antigo dos dois e que também fornece a palavra essencial da citação.
Segundo Champlin, teólogo norte-americano, a referência feita a Jeremias também
se deve ao fato de que esse profeta aparecia em primeiro lugar entre os livros
proféticos, e que ele fez a citação sob o nome daquele que figurava em primeiro
lugar entre esses livros, ao invés de identificar com mais exatidão o autor
dessas palavras.
Já Meyer procurou resolver a
dificuldade explicando que não é provável que o autor do evangelho de Mateus
incorresse em tão grande equívoco, porquanto em muitíssimas outras passagens
ele demonstra ter bom conhecimento do VT, e que é provável que tivesse usado o
material básico de Jeremias 32.6,14, como vimos acima, e, mediante uma
paráfrase, produziu a citação que encontramos aqui. Essa paráfrase teria a
intenção de destacar o sentido original do autor, ou de explicar mais
completamente as implicações dessa profecia. Isto nos parece ser o mais
provável, para explicar o texto de Mateus.
O TEMPLO DE SALOMÃO
"Há contradição entre os
versículos de 1 Reis 6.38 e João 2.20? Nos quais se diz que o templo foi
construído em sete anos e quarenta e seis anos respectivamente?"
O templo citado em 1 Reis 6.38 é o
Templo de Salomão, e o mencionado em João 2.20, é o Templo construído por
Herodes, o qual mandou edificar essa obra com muita suntuosidade, visando
agradar os judeus, para firmar o reinado sobre eles, apesar de ser um edumeu.
OS DOIS MALFEITORES
"Como explicar Mateus 27.44 e
Marcos 15.32, onde se diz que os dois malfeitores crucificados com Jesus o
injuriavam, e blasfemavam contra Ele, com Lucas 23.39,40, que afirma ser um só
o blasfemador, e o outro não, antes censurava seu companheiro em defesa do
Senhor, a quem fez o célebre pedido: 'Senhor, lembra-te de mim, quando entrares
no teu reino'?"
Não há dificuldade em conciliar estas
passagens. Os evangelhos não foram escritos ao mesmo tempo, nem no mesmo local,
nem destinados às mesmas pessoas: Mateus, por exemplo, apresenta Jesus como o
Messias, e foi endereçado primeiramente aos judeus; Marcos apresenta o Senhor
como Maravilhoso, e destinou-se aos gentios; Lucas mostra o Mestre como o F'lho
do homem, e teve endereço pessoal a Teófilo; João mostra o Salvador como o
Filho de Deus, e é o Evangelho Teológico destinado a todos os crentes. Mateus e
João foram apóstolos e tiveram a oportunidade de ver e ouvir melhor tudo o que
se passou com Jesus, pois conviveram com Ele por mais de três anos; Lucas e
Marcos não foram apóstolos. Para escrever seu evangelho, Lucas só o fez depois
de haver-se "informado minuciosamente de tudo desde o princípio",
1.3. De Marcos, se diz que foi informado do que conhecera pelo apóstolo Pedro,
talvez por não possuir conhecimento e instrução suficiente do que ocorrera. É
uma verdade conhecida que duas ou mais pessoas, ao presenciarem o mesmo fato,
divergem, ao descrevê-lo, mas essa divergência, quando não prometida, é
benéfica, pois completa a descrição.
De fato, os Evangelhos foram escritos
sem prévia combinação entre seus escritores. Desse modo, um descreve um fato
que o outro não narra. Mateus e Marcos deram ênfase a que os dois ladrões que
estavam sendo crucificados com Jesus blasfema- vam e zombavam. E isso foi
verdade, porque ambos estavam revoltados, pois julgavam que a crucificação de
Jesus apressara a própria crucificação deles. Lucas, por sua vez, relata o
sucedido, ou seja, a conversão de um dos malfeitores, enquanto o outro
continuou com o coração endurecido e fechado para a grandiosidade da obra que
presenciava. A descrição dessa minúcia que completou o ocorrido no Calvário foi
citado pelo médico amado, Lucas, visto que se informara "minuciosamente de
tudo". Desejamos enfatizar que esse comentário em nada contraria a
inspiração divina das Escrituras. Na inspiração Deus usou também a ação dos
escritores bíblicos. Uma prova irrefutável disso são as próprias palavras de
Lucas já citadas: "Havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o
princípio". Deus usou ainda a idéia do escritor, a sua instrução, os seus
conhecimentos, etc. Pedro, o pescador, não poderia jamais ser usado para
descrever a sublimidade do Evangelho e a sua eficácia, como o foi Paulo, o
apóstolo. Mas Deus, pela inspiração, fez com que a ação, o pensamento, a
instrução do escritor bíblico fossem adaptados a revelar unicamente o plano
divino, ao escoimá-lo de qualquer sombra de erro.
SOFRIMENTOS INCOMPREENDIDOS
"Por que o justo mesmo estando
sobre a proteção de Deus sofre tribulação?"
O que devemos analisar de imediato é
que a lei da semeadura e da colheita está em pleno vigor.
A Palavra de Deus preceitua que tudo
quanto o homem semear, isso também ceifará. Não raro, sofremos apenas a
conseqüência de nossa imperícia.
Todavia, existem casos que desafiam e
anulam essa justificativa. Então, surgem as perguntas: "Por que sofre o
justo?"; "Por que o cristão, protegido pelo amor de Deus, padece
tribulações?"; "Por que o ímpio, que amaldiçoa e escarnece da
divindade parece vencer e prosperar em todas as coisas?; "Como explicar
que alguém no vértice de sua comunhão, com Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o
Espírito Santo, se veja de repente soterrado pela adversidade, pela tragédia e
pela destruição?"
Estas perguntas não são novas. Foram
sempre a arma maliciosa e cruel que os céticos e materialistas usaram, e ainda
usam, para ridicularizar e pôr em dúvida a confiança e a firmeza dos fiéis, ao
se encontrarem falidos e desamparados. Estas per- guntas têm sido um dilema
insolúvel até mesmo para os religiosos mais sinceros de todos os tempos. Nos
dias de Jesus, após a realização de uma cura, indagaram-lhe os seus discípulos:
"Mestre quem pecou para que este homem nascesse cego, ele ou seus
pais?"
Ainda hoje prevalecem essas
conjecturas. "Sofremos porque nossos pais pecaram" - dizem uns.
"Sofremos - argumentam outros - porque nós mesmos pecamos em tempos
remotos; pagamos dívidas antigas, a fim de evoluirmos espiritualmente."
Pergunta-se então ao próprio Cristo: "Terá o sofrimento caráter
tão-somente negativo?" Eis a resposta do Mestre Divino: "Nem ele nem
seus pais pecaram, mas isso aconteceu para que se revelasse a glória de
Deus". E para que coisa mais positiva do que revelar-se a glória de Deus
entre os homens?
O grande enigma do sofrimento dos
justos é-nos impossível decifrar.
A par destas difíceis perguntas, há
ainda quebra-cabeças como "Por que o Céu, sendo um lugar onde não entra
pecado, foi justamente o berço da iniqüidade, com a rebelião de Lúcifer?",
ou dilemas semelhantes a "Como podia Deus ser eterno, em termos absolutos
e ao mesmo tempo deixar-se subjugar pela morte no Calvário?", ou ainda, "Como
Deus, sendo um Deus de amor, permite um filho seu morrer incinerado num
desastre aéreo, em plena viagem missionária?", são segredos que talvez
nunca conseguiremos perscrutar nesta vida.
Entretanto, como a questão do
sofrimento dos justos afeta decididamente o nosso dia-a-dia, rogamos a Deus
que, pelo poder do seu Espírito Santo, rasgue novas perspectivas e descortine
novos horizontes na compreensão e no entendimento do amigo leitor, a fim de que
vislumbre, bem mais e melhor, as razões por que Deus permite a provação.
De fato, temos de convir, quer
queiramos ou não, que Deus não procede, em geral, e também neste caso, como nós
gostaríamos que Ele agisse. Não é assim no mundo material, nem no espiritual.
Os terremotos e os tufões não são os seus meios ordinários, mas extraordinários.
A razão por que Deus permite certas coisas, encontra-se além das nossas
conjeturas. Contudo, poderemos estudar suas obras na natureza, e acharemos que
concordam com as obras da sua providência: Mt 6.25-32. "Deus tem a
eternidade perante si", diz santo Agostinho, e "pode esperar". O
seu tempo não é limitado como o do homem, que, se tem alguma coisa a fazer,
quer fazê-lo logo, pois a noite vem. Porém, não é assim com Deus: Ele opera, em
nosso pensar, deliberada, segura e irresistivelmente.
Não devemos contar os anos de Deus
como contaríamos os poucos dias a nós re- servados: "Não retarda o Senhor
a sua promessa como alguns entendem". O nosso fraco alcance, a
profundidade do infinito e a sua extensão, lembram que os juízos de Deus são muito
profundos. Aprendamos, portanto, que quando Deus trabalha, ninguém pode
impedir; contudo, Ele trabalha como o eterno Deus: Jo 13.7.
ALELUIA O QUE SIGNIFICA ?
"Qual o significado da expressão
'Aleluia'?"
Com a grafia "allelujah",
de origem aramaica e significando louvai ao Senhor, essa palavra passou à
igreja cristã através da Versão dos Setenta. O termo original hebraico
"hallelu-yahweh", louvai vós. "yah", forma abreviada de
"yahweh", ocorre vinte e quatro vezes nos salmos e é variante de
termos com a mesma significação que não parecem pertencer ao mesmo texto, mas
incursões alheias durante a leitura, por efusão da alegria espiritual do
ouvinte, tanto quanto nos dias atuais se ouve em nossas reuniões. Por isso,
ocorrem tanto no início como no meio ou no fim dos salmos, dando a entender que
o tradutor registrou na transição o fato de se ouvirem essa palavra por ocasião
da leitura. Pode também ser uma conclamação - ainda alheia - para que os
ouvintes glorifiquem a Deus enquanto se faz a leitura, tanto no templo, como
nas sinagogas, ou na igreja cristã. Essa expressão de fervor e gratidão
espiritual encontram- se nos salmos 104,105,106,111,112,113,114,115,116,117,
118,135,136,146 a 150. A sugestão dos salmos com a expressão Aleluia é que eram
cantados em ocasiões especiais de adoração nas sinagogas. "Os salmos
113-118 eram cantados na festa da Páscoa, do Pentecoste, dos Tabernáculos e da
Dedicação, sendo que na primeira delas, os salmos 113 e 114 eram entoados antes
das refeições, enquanto que os 115 a 118, após o terceiro cálice. (Conferir Mc
14.26.) Os salmos 135 e 136 eram entoados no sábado e o Grande Halel (SI 146 a
150), juntamente com o SI 145, eram entoados nos cultos matutinos" - HLE,
Douglas. Em nossas igrejas, embora a maioria dos irmãos desconheça a etimologia
da expressão, ficam movidos pelo Espírito Santo ao exclamá-la em voz alta,
sentindo um reforço espiritual avivalista que vivifica as reuniões. As igrejas
onde o louvor de Deus é cultivado permanecem ativas, enquanto que nos tem- plos
onde se combate o entusiasmo do povo, há uma carência de vida espiritual.
Portanto, louvai ao Senhor - Aleluia!
DISCOS VOADORES
"Os discos voadores
existem?" O assunto é atual, embora seja inverossímil e incomprovada a sua
existência. Esta expressão "discos voadores" foi cunhada há 31 anos
pela imprensa ao noticiar a visão de nove objetos em forma de disco voando
sobre Mount Kenneth Arnold, no dia 24 de junho de 1947. Mais tarde criou-se uma
expressão mais elástica -Objetos Voadores não Identificados ou OVNIs. Desde então
várias pessoas começaram a ver estes objetos, sempre de forma misteriosa, nunca
em lugares abertos ao grande público. No momento, de todas as partes do mundo,
chegam inúmeros relatos da existência de objetos voadores não identificados.
Mas, 90 por cento destes relatos diários são imprestáveis por falta de
consistência. Sobre este assunto é necessário considerar outros fatos de suma
importância.
1. Os simples enganos. O relatório de
1969 (8.400 páginas) da Força Aérea dos EUA, que analisou 12.618 visões de
OVNIs, afirma que 95 por cento dos relatos devem-se a "simples enganos de
identificação de uma variedade incrível de fenômenos". Os tais objetos
voadores foram confundidos com meteoros, relâmpagos em forma de bola, reflexões
de holofotes nas nuvens, balões meteorológicos, foguetes e até com insetos que
apresentam órgãos fosforescentes localizados na parte inferior dos segmentos
abdominais (os pirilampos, também chamados vaga-lumes, as moscas de fogo).
2. Mistificações. Para ganhar
dinheiro e notoriedade, ou para distrair a atenção da massa, milhares de
pessoas estão prontas a abusar da credulidade alheia, com exageros ou mentiras
bem elaboradas. Religiosos, políticos, vendedores e até cientistas estão sempre
prontos a explorar esta mina que é a credulidade humana.
3. Alucinações. O indivíduo
alucinado, isto é, privado temporariamente da razão, pode não estar mentindo
quando afirma sem sombra de dúvida ter visto objetos voadores não identificados
e seus tripulantes, mas isto não quer dizer obrigatoriamente que a visão seja
real. Segundo o psiquiatra Jean Rosembaum, este é o caso do lenhador Travis
Walton, que em 1975 teria sido levado para o interior de um OVNI, no Arizona, e
visto "seres semelhantes a fetos desenvolvidos, de 1,50 m de altura mais
ou menos, com cabeças carecas e ovais, e enormes olhos castanhos". Walton
era fã de discos voadores e, pouco antes do incidente, dissera à mãe que, se
algum dia fosse raptado por um aparelho destes, ela não se preocupasse, pois
tudo terminaria bem. As alucinações podem ser provocadas por enfermidades
mentais e por outros meios, inclusive a ingestão de drogas alucinógenas.
4. Projeções. O psicólogo suíço Kal
Jung, falecido em 1961, acreditava que os OVNIs eram produtos da inteligência e
imaginação do homem, "projeções do sub- consciente coletivo, trazidos à
tona em tempo de "stress" ou coisa parecida". Aquilo que sempre
foi história de quadrinhos e ficção científica tornou-se na mente do povo,
estranha realidade.
No que diz respeito a fotografias de
OVNIs, um artigo de Seleções informa que elas "têm sido identificadas como
discos plásticos de brinquedo atirados ao ar, fotomontagens, objetos pendentes
de fios, sujeira na lente da máquina e manchas de re-
velação". Ninguém ignora as
possibilidades atuais da arte fotográfica, especialmente na fotomontagem.
Finalmente, concluímos: se em cada
100 casos de visões de OVNIs 95 não passam de simples enganos de identificação
de uma variedade incrível de fenômenos, seria razoável acreditar na existência
de tais objetos?
O PECADO DE BLASFÊMIA
"O que significa blasfemar
contra o Espírito Santo?"
A blasfêmia contra o Espírito Santo é
um pecado singular e somente abrange aqueles que já experimentaram o poder do
Espírito em suas vidas e depois por algum motivo o rejeitaram com escárnio e
endurecimento. Este ato não trata de blasfêmia contra a Palavra de Deus, ou
contra qualquer ministro da igreja, porque para tudo isto existe perdão, mas a
blasfêmia contra o Espírito Santo é um pecado diferente dos demais; pois, para
ele não há perdão. Os fariseus o cometeram quando, com intuito de afastar o
povo de seguir a Jesus, afirmaram que Ele havia expulsado demônios pelo
espírito de Belzebu: Mtl2.24.Pecado contra o Espírito Santo é rejeitar as mais
claras provas de que as obras de Jesus foram feitas pelo poder do Espírito e
alegar que estes milagres pertencem ao Diabo. Isso é sinal de endurecimento
completo, a ponto de não existir nenhuma esperança de arrependimento e
conversão: o pecador torna-se incapaz de conhecer ou distinguir o divino do diabólico.
Aquele que comete pecado dessa natureza sofre um afastamento imediato do
Espírito Santo da sua vida, o que ocasiona morte espiritual total. É necessário
ressaltar que, às vezes, aparecem pessoas, até chorando, por acharem que pesa
sobre elas este pecado e, julgam que nunca poderão ser perdoadas. Porém, só o
fato de estarem arrependidos, desejosos de salvação ou perdão, prova que não
blasfemaram contra o Espírito Santo; pois, o próprio Espírito os está chamando
para o arrependimento.
SEOL
"Que significa a palavra
Seol?"
A palavra Seol no AT eqüivale, em
sentido, a Hades, no NT. Diferem na forma porque a primeira é hebraica e a
segunda grega. Elas designam o lugar para onde iam todos após a morte: justos e
injustos, havendo, no entanto, nessa região dos mortos uma divisão para os
justos e outra para os injustos, separados por um abismo intransponível. Todos
estavam ali plenamente conscientes. O lugar dos justos era de felicidade,
prazer e segurança. Era chamado "Seio de Abraão" e "Paraíso".
Já o lugar dos ímpios era medonho, ignífero, cheio de dores, sofrimentos.
Conforme Efésios 4.8-10, parece que o Hades situa-se bem no profundo da terra.
As referências à entrada de almas nesse lugar são sempre "desceu"
(Cf. Jacó: Gn 37.35; Core: Nm 16.30-33; Jó: 17.16, etc.)
Em todas essas passagens a referência
é ao Seol, e mostram um lugar situado nas profundezas da terra. É de lastimar o
fato de que inúmeras referências ao Seol no AT certas versões em português
traduzem por sepultura e outros termos afins, trazendo não pouca confusão ao
leitor comum. As palavras Hades e Seol, aparecem, às vezes, também traduzidas
por Inferno, como em Deuteronômio 32.22; 2 Samuel 22.6; Jó 11.8; 26.6; Salmos
16.10, e em muitos outros lugares do AT, bem como no NT, em Mateus 16.18; Apocalipse
1.18. Um estudante menos avisado ou apressado pode partir daí para falsas
interpretações. O Inferno propriamente dito, isto é, o Inferno eterno como
destino final dos ímpios é chamado Lago de Fogo e Enxofre, mencionado em
Apocalipse 20.10,14.
O Hades é apenas um Inferno-prisão
onde os ímpios permanecem entre sua morte e sua ressurreição que ocorrerá por
ocasião do juízo do Grande Trono Branco, após o reino milenial de Cristo: Ap
20.7,11-15. Outras vezes, a palavra Hades, como já dissemos, é traduzida por
sepultura, como em Gênesis 37.35; 42.38; 44.31; Jó 21.13, etc. É preciso muito
cuidado para evitar ensino errôneo decorrente de imperfeições nas traduções. É
preciso recorrer a obras de renome para consulta e referência, como a
Concordância de Strong e léxicos bilingües das línguas originais, mesmo para os
versados nessas línguas. Para citar só mais um exemplo deste problema, esta
mesma palavra Hades é ainda traduzida por morte em 1 Coríntios 15.55b. Estas
diferentes traduções de uma mesma palavra têm trazido muita confusão entre os
menos avisados. Portanto, antes da vinda de Jesus, a este mundo, todos desciam
ao Seol justos e injustos, havendo uma separação intransponível entre as duas
divisões desse lugar.
AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL
"Como se explicam as setenta
semanas de Daniel?"
A expressão correspondente no
original, significa "setenta setes". Como a mensagem do capítulo nove
de Daniel abrange um longo espaço de tempo, entende-se que cada uma dessas
semanas mencionadas pelo anjo representa sete anos. A Bíblia usa linguagem
semelhante em Levítico 25.8, onde a tradução é feita literalmente como
"semanas de anos". Em Ezequiel 4.5,6 ocorre o mesmo fato, já que
estes versículos tratam também de anos e utilizam o mesmo método simbólico.
Portanto, as setenta semanas de Daniel compreendem 490 anos, ou seja, setenta
vezes sete anos assim explicados, segundo as opiniões mais abalizadas: v.25 -
"Desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao
Messias, sete semanas e sessenta e duas semanas". Esta ordem foi dada por
Artaxerxes em cerca de 445 a. C. (leia Neemias 2), sendo que as primeiras sete
semanas correspondem aos 49 anos gastos na reedificação da cidade. As sessenta
e duas semanas seguintes compreendem 434 anos que, somados aos 49 anteriores,
totalizam 483 anos: v. 26 - "E depois das sessenta e duas semanas será
tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe que há de vir destruirá
a cidade e o santuário". Assim sendo, estes 483 anos culminam com a
crucificação de Cristo. O povo aqui mencionado são os romanos, que dominavam o
mundo contemporâneo de Jesus, e foram os responsáveis pela destruição de
Jerusalém e do Templo, no ano 70 d.C. Cumprindo-se neste último caso as
palavras do Mestre: "Não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja
derribada", Mt 24.2. "O príncipe que há de vir" é uma referência
direta ao Anticristo, por diversas vezes aludido em outras passagens bíblicas,
o qual se manifestará no fim dos tempos. V. 27 - "E ele firmará um concerto
com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a
oferta de manjares; e sobre as asas das abominações virá o assolador, e isso
até a consumação; e o que está determinado será derramado sobre o
assolador". Neste versículo, chegamos à última fase da mensagem profética,
isto é, a septuagésima semana que começará após o arrebatamento da Igreja e o
retorno geral dos judeus à Palestina, conforme se observa no versículo 26.
Convém salientar que este último fato já está ocorrendo. Na ocasião, o
Anticristo fará uma aliança por sete anos com Israel, e estabelecerá um governo
mundial com base no seguimento do antigo império romano, sob a forma de uma
confederação de dez nações: Dn 2.42,43; 7.7,8. Porém, na metade da semana, ou
seja, após três anos e meio, ele quebrará o concerto, dando início à Grande
Tribulação propriamente dita. "O príncipe que há de vir" então
tripudiará sobre o povo israelita "até a consumação" da semana
profética e, finalmente, "o que está determinado será derramado sobre o
assolador": Cristo se manifestará, segundo o relato de Apocalipse 19, e
começará uma era de paz sobre a terra, conhecida como o Milênio.
TIPOS DE BATISMO
"Quantas espécies de batismo
existem na Bíblia?"
Preliminarmente, devemos, antes de
qualquer explicação acerca do assunto em pauta, conhecer a palavra batismo, que
é, sem dúvida, importante dentro do contexto doutrinário neotestamentário. Esta
expressão se origina do vocábulo grego "baptizõ", que significa
imersão, mergulho, submersão. Daí a razão de Paulo comparar esse ato a um
sepultamento (Rm 6.4), pois é através desta ação que o novo convertido enterra
para sempre o seu velho homem (na linguagem paulina), isto é, seu caráter
inconverso, carnal, natural, pecaminoso, corrompido. Devemos salientar também
que o batismo não salva o homem, mas é tão-somente uma confirmação daquilo que
já lhe aconteceu, isto é, a conversão.
Não somos batizados para a salvação;
ao contrário, somos batizados porque já somos salvos. Esclarecemos, também, por
via de dúvidas, que o batismo por aspersão é uma incoerência. Isto eqüivale
dizer: "imersão por aspersão". Faz sentido?
No que tange ao número de batismos
existentes na Bíblia, o autor aos Hebreus parece fazer alusão ao assunto quando
fala da "doutrina dos batismos", Hb 6.2. Entretanto, entendemos, pelo
contexto do capítulo, que o escritor está apenas classificando este assunto no
rol das doutrinas rudimentares para novos convertidos como o a-bê-ce- da vida
cristã. Apesar da explicação acima, parece-nos viável salientar que as
Escrituras Sagradas, mormente no Novo Testamento, apresentam algumas espécies
de batismo.
Na tentativa de esclarecer a questão
supra, o articulista Venâncio R. dos Santos, em artigo publicado num periódico
evangélico, enumera, com muita propriedade, sete tipos de batismo:
1. O batismo de João, também chamado
de batismo do arrependimento: Lc 3.3; 7.28; At 18.25.
2. O batismo do sofrimento que é
aquele com que Cristo foi batizado; qualquer servo de Deus pode recebê-lo: Mc
10.38,39; Lc 2.50.
3. O batismo cristão-apostólico, que
é ministrado em nome da Trindade: Mt 28.19,20; At 2.38; 19.5.
4. O batismo pelos mortos - uma
heresia muito difundida no tempo dos apóstolos; citada, mas não aprovada por
Paulo: 1 Co 15.29.
5. O batismo de Moisés - na nuvem e
no mar: Êx 14.15-25; 1 Co 10.2.
6. O batismo com o Espírito Santo que
é efetuado por Jesus Cristo: Mt 3.11; At
2.1-4.
7. O batismo no corpo de Cristo. Este
é realmente realizado pelo Espírito Santo
imergindo o novo convertido no corpo
místico de Jesus, a Igreja.
Das sete espécies de batismo
encontradas no Novo Testamento - continua o articulista - três merecem
destaque, por terem missão específica no âmbito da Igreja:
1. O batismo nas águas, que
exterioriza a nova vida que o recém-convertido assume interiormente. Por esse
batismo, o novo convertido é introduzido na igreja local: At 2.41.
2. O batismo com o Espírito Santo,
que é a concessão do poder, manifesta-se em dons espirituais, visando à
evangelização em todas as dimensões. É o mergulho do crente no poder do
Espírito: At 1.8; 1 Co 12.7-11.
3. O batismo no corpo de Cristo, que
é a imersão do novo convertido no corpo místico de Jesus (a Igreja), feito pelo
Espírito Santo no ato da conversão.
Finalmente, para concluirmos o nosso
pensamento sobre o assunto, evocamos aqui, a propósito, a opinião do renomado
escritor J. Edwin Orr, que, em seu livro Plena Submissão, faz alusão ao assunto
supracitado, dizendo: "No batismo com água, o agente é o ministro, o
recipiente é o crente e o elemento a água. No batismo do crente no Corpo de
Cristo, o agente é o Espírito Santo, o recipiente o novo convertido e o
elemento é o Corpo de Cristo: a Igreja. Na outorga de poder (o batismo com o
Espírito Santo), o agente é Cristo, o recipiente é o crente e o elemento é o
Espírito Santo."
Portanto, reiterando o que até agora
foi visto, podemos declarar mais uma vez e, sem medo de errar, que a Bíblia
Sagrada é a verdade de Deus revelada aos homens.
JOÃO BATISTA FOI BATIZADO COM O
ESPÍRITO SANTO?
"Por que João Batista era cheio
do Espírito e nunca falou em línguas?"
As línguas estranhas são um sinal
exclusivo da operação do Espírito Santo du- rante a Dispensação da Graça, ou da
Igreja. João Batista foi o último profeta vinculado à Dispensação da Lei, para
a qual não havia o plano de línguas. Só quando os primeiros discípulos foram
batizados com o Espírito Santo (At 2.1-6), então ocorreu o maravilhoso fenômeno
de falar em línguas.
"CAUSA MORTIS" DE JESUS
Se, do ponto de vista espiritual,
analisarmos a causa da morte de Cristo, ficaremos perfeitamente informados que:
"Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas
iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas suas
pisaduras fomos sarados", Is 53.5; "Convém que um homem morra pelo
povo, e que não pereça toda a nação. Ora, ele não disse isto de si mesmo, mas
sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus deveria morrer pela
nação. E não somente pela nação, mas também para reunir em um corpo os filhos
de Deus, que andavam dispersos", Jo 11.50-53; "Estando nós ainda
fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um
justo, pois pode ser que pelo bom alguém ouse morrer, mas Deus prova o seu amor
para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores", Rm
5.6-8; "O qual [Jesus] por nossos pecados foi entregue", Rm 4.25;
"Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos
amigos", Jo 15.13; "Quem os condenará? faos escolhidos] pois é Cristo
quem morreu [por eles]", Rm 8.34; "Foi para isto que morreu Cristo, e
tornou a viver: para ser Senhor, tanto dos mortos, como dos vivos", Rm
14.15.
Por outro lado a "causa
mortis" de Jesus, segundo o dr. R. W. Wynek, autor do livro intitulado
paixão de Cristo estudada pela ciência médica moderna, a morte de quem quer que
fosse crucificado "era provocada por cãibras tetânicas e por sufocação,
entre espasmos inenarráveis e em plena consciência. Dando uma visão geral da
morte de um condenado diz ainda que a prolongada expansão dos braços que se
verifica na crucificação reduz gravemente a função respiratória, pela desusada
tensão do diafragma, assim só isto basta para a sufocação. É preciso notar que
as mãos dos crucificados não eram firmadas ao braço horizontal da cruz,
atravessando as palmas com pregos, mas eram traspassados os pulsos onde a
resistência era mais forte, pelas robustas formas palmares e dorsais, que unem
solidariamente o conjunto ósseo da mão. O crucificado, fixo pelos pregos que
traspassaram o pulso, ficava com o corpo completamente suspenso, e isto devia
produzir atrozes cãibras tetânicas..."
"Essas cãibras", continua
Wynek, "traziam uma dor muito atroz, provocada pela forte compressão das
extremidades dos nervos, enquanto a circulação do sangue, devido às contrações
que comprimiam os vasos, se tornava fatigante em plena posse da consciência,
como uma agonia cruciante... À morte seguia imediatamente a rigidez cadavérica,
conseqüência da expressiva fadiga dos músculos."
ü evangelista João afirma que da
ferida da lança saiu um fio de sangue e água. Nenhuma estranheza deve
apresentar o fato de ter saído sangue ainda fluído, porque sabemos conservar-se
o sangue na aurícula direita do coração dos cadáveres, mesmo depois de muitas
horas após a morte. A saída da água foi explicada, por Barbet, como oriunda de
líquido hidropericardíaco, de origem agônica. Judica, ao invés, defende que o
cruel tratamento da flagelação deve ter causado uma pericardite, sendo o
líquido, neste caso, efeito de suor.
MÁQUINAS
"Que máquinas eram aquelas de 2
Crônicas 26.15?"
Como o próprio versículo indica,
tratava-se de armamentos bélicos rudimentares construídos para proteger
Jerusalém e combater seus inimigos. É a primeira vez que a história bíblica
registra a existência desses aparelhos, que eram acionados por cordas e
colocados em lugares estratégicos, nas muralhas da cidade, a fim de que seus
manejadores tivessem a mais ampla visão da área a ser defendida.
ANJO DA GUARDA
"É verdade que cada homem tem o
seu anjo da guarda?"
Reconhecemos que os anjos são seres
elevados, independentes. Existem, porém, anjos que não guardaram o seu
principado, antes abandonaram o seu próprio domicílio e, por isso, o
"Senhor os tem reservado em trevas, com cadeias eternas para o juízo do
grande dia", Jd v.6.
Encontramos, também, outros lugares
na Bíblia, em que se fala desse assunto. Existem anjos que são maus e procuram
prejudicar os homens; há, igualmente,
hostes de anjos bons, criados por
Deus e postos para o servir. Eles voluntariamente, servem a Deus e estão sempre
juntos do seu trono, para fazerem a sua vontade.
Salientamos, que não nos é permitido
adorar anjos. Está escrito, a respeito de João. que um dia se prostrou diante
do anjo que lhe concedera a revelação maravilhosa. O anjo, porém, lhe disse:
"Vê, não faças tal? Sou servo contigo e com os teus irmãos... adora a
Deus". Os colossenses erraram grandemente nesse assunto, pois prestaram
culto aos anjos. Não podemos assim proceder. Todavia, não rejeitamos a verdade
bíblica sobre as hostes do anjos com as quais os primeiros cristãos tiveram
relação íntima.
De fato, Deus tem miríades de anjos,
que incumbiu de trabalhos diversos, que têm a cumprir em relação a nós, os
homens. Portanto, não é extraordinário que Deus possa controlar tudo e cuidar
dos nossos interesses, até do menor detalhe de nossa vida.
O mundo de Deus é como uma grande
empresa. Existe um chefe, que entrega os detalhes para os muitos que são seus
auxiliares. Deus tem de cuidar de um mundo imenso de anjos, que executam a sua
vontade. Na administração mundial de Deus, os seres celestiais ocupam um grande
e importante lugar.
Sobre a questão, Jesus fala do grande
perigo de seduzir alguns dos pequeninos, porque, diz Ele: "Os seus anjos,
nos céus, vêem sempre a face de meu Pai celestial". O que queria salientar
era: "Guarda-te para não te fazeres algum mal, pois os anjos de Deus
sempre se mantêm em íntima relação com o meu Pai, no Céu, e Ele te fará ajustar
contas". Os anjos têm comunicação com o Céu, dando informações a Deus
sobre o alguém que lhe foi entregue para seguir, guiar e auxiliar.
O ministério dos anjos A Palavra de Deus diz especialmente
que os anjos foram "enviados para exercer o ministério a favor dos que hão
de herdar a salvação". Notamos que, quando se fala da salvação do homem,
geralmente os anjos estão incluídos.
Podemos ainda observar, pela Bíblia,
a presença de anjos em relação à manifestação de Jesus na Terra! Eles
anunciaram o seu nascimento; estiveram presentes quando Ele nasceu; entregaram
a mensagem aos pastores, e uma multidão do seu exército louvou a Deus nos
campos de Belém. Os anjos revelaram-se no tempo da meninice de Jesus e
instruíram seus pais como deviam fazer para escapar dos seus inimigos. Nas
ocasiões importantes da vida de Jesus, como na tentação no deserto, durante a
luta no Getsêmane, na ressurreição e na ascensão, Ele foi servido pelos anjos.
E o próprio Jesus, falando a Natanael, disse que assim aconteceria:
"Vereis o céu aberto e anjos de Deus, subindo e descendo sobre o Filho de
Deus". No ministério terreno de Jesus, estava o Céu aberto e os anjos em
atividade; por ocasião do seu aparecimento e durante a sua vida.
Quando os discípulos estavam
encarcerados, vieram os anjos e os libertaram. Paulo, certa ocasião, sofreu um
naufrágio, e um anjo, que estava ao seu lado, à noite, disse que Deus salvaria
tanto a sua vida como a dos seus companheiros.
O trabalho dos anjos visa, de fato,
ajudar, proteger e guardar aqueles que têm suas vidas nas mãos de Deus.
Tratando-se da salvação, vemos que os
anjos, vez após outra, aparecem. Quando o Evangelho foi pregado pela primeira
vez aos gentios, os anjos lá estavam. Veio um anjo à casa de Cornélio e
disse-lhe a quem deveria chamar e onde, a fim de ouvir o Evangelho vivo. No
tempo em que Filipe estava em Samaria, veio um anjo a ele e disse:
"Levanta-te a vai em direção sul, ao caminho que desce de Jerusalém a
Gaza; este se acha deserto". Filipe creu e deixou-se guiar pela mensagem
do arauto celeste, e, assim, tornou-se instrumento para a salvação do
tesoureiro da corte etíope. Ao findar a sua luta pela fé, Lázaro, segundo as
palavras de Jesus, foi conduzido pelos anjos ao seio de Abraão. Ao ser redimida
a alma do corpo, pertence aos anjos a tarefa da sua condução até o Céu.
Jesus diz, no capítulo 15 de Lucas,
que haverá alegria entre os anjos de Deus por um pecador que se converter. Eles
são os fiéis da Casa do Senhor, e acompanham os filhos de Deus com muito
interesse.
Nossos primeiros passos, no caminho
da salvação, são observados pelos anjos, pois foram incumbidos de seguir-nos
até chegarmos ao fim. O dever das hostes angelicais, em relação aos salvos, é o
de proteger, guardar, acompanhar e conduzi-los, por fim, ao Céu.
FESTA DO "ÁGAPE"
"O que era a festa do
'Ágape'?" O Novo Testamento refere-se a esta festa em 2 Pedro 2.13 e Judas
v.12. Consistia numa refeição em comum, geralmente ligada à celebração da Ceia
do Senhor, imitando o exemplo de Jesus e seus discípulos, que participaram da
Ceia Pascal, imediatamente antes da instituição da Santa Ceia.
A festa de amor ou Ágape, usualmente
formava parte do festim por ocasião de batismo ou casamento, e também era
observada em enterros. No decurso dos tempos cometeram-se excessos, que
degeneraram em abusos, até que a festa foi banida de várias igrejas e
finalmente abolida na Europa.
Nas eras primitivas da igreja estas
festas promoviam sem dúvida, relações de amizade cristã e amor fraternal.
Tertuliano, na sua apologia, dá-nos uma descrição muito elogiosa delas.
Descreve-nos como se realizava a refeição modesta: a conversação era produzida
sob a convicção de que Deus estava presente; fazia-se oração, e eram lidas e
explicadas as Escrituras, e cantados hinos; a cerimônia incluía o ósculo de paz
e uma coleta para os pobres. (É provável que o costume de velar cadáveres, como
ainda hoje é usado em alguns lugares, tenha tido origem nesta festa.)
Algumas igrejas cristãs,
particularmente as metodistas, reviveram, nestes últimos dias o costume de
celebrar ágapes ou festas de caridade; e como a água é o copo que anima mas não
embriaga, tem substituído o vinho. Assim, os excessos são evitados e a prática não
fica exposta aos perigos a que antes estava sujeita.
O SELO DA PROMESSA
"O batismo com o Espírito Santo
é o selo da promessa?"
Uma das muitas obras do Espírito
Santo é a de selar. Este serviço Ele o faz no momento em que a pessoa aceita
Cristo como Salvador: "E tendo nele crido, fostes selados com o Espírito
Santo da promessa, o qual é o penhor da nossa herança", Ef 1.13,14. É
oportuno dizer algo sobre o selo do Espírito Santo nesta dispensação. Muitos
confundem selo com batismo, dizendo serem ambos uma mesma coisa. Não. O selo do
Espírito é a garantia de que somos, a partir da nossa conversão, propriedade
exclusiva do Senhor nosso Deus; e, como afirma Norman Harrison em Efésio, o
Evangelho das Regiões Celestes, comentando Efésios 1.13 e 14: "Quando cremos,
o Espírito procura assegurar o seu direito em nós. Este é o seu trabalho
selador. A palavra selar tem três significados:
1. Uma transação terminada. É
imutável o selo de autoridade, é como quando o tabelião sela um feito ou
qualquer documento com selo governamental.
2. Marca da posse. É como quando o
gado ou as ovelhas na fazenda são marcadas, estabelecendo-se o direito de
propriedade.
3. Garantia de entrega segura. É como
quando um pacote ou um carro é selado pela companhia transportadora. Isso proíbe
qualquer embaraço que impeça o objeto de chegar ao seu destino. Em cada um e em
todos esses sentidos, são os salvos do Senhor Jesus selados com o selo do
Espírito. Quando Paulo fala do selo referindo-se à pessoa que crer no Senhor,
ele evoca os costumes daquelas terras de os negociantes de madeira marcarem com
o seu nome (selo) as toras; e quando os servos iam buscá-las não tinham
dificuldade no reconhecimento, por estar nelas gravado o selo do seu
proprietário. O gado marcado com a marca do nome de seu senhor não podia de
modo nenhum misturar-se com outro gado. Também o Espírito de Deus sela os
crentes para não se misturarem com os mundanos: 2 Tm 2.19. Sendo ele o penhor
da nossa herança, no dia da redenção seremos conhecidos pela marca que nos
caracteriza: 2 Co 1.22; 5.5. Precisamos da assistência do Paracleto celeste até
o dia da nossa completa redenção. Nesse dia, o nosso corpo será libertado de
todos os males que ainda o afligem: Rm 8.23.
A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS
"Como se explica a parábola das
dez virgens?"
As dez virgens da parábola proposta
por Jesus em Mateus 25.1-13, representam duas fases da nossa vida espiritual. A
fase da vigilância, da preparação, da esperança e até mesmo da ansiedade pelas
coisas espirituais, e a fase da dormência, do despreparo, do descaso e até do
abandono, que caracterizam um estado espiritual decadente. Dessas fases podem
decorrer o alcance da glória de Deus ou a rejeição final: Ap 20.15. Com este
mesmo ensino há outras parábolas que devem ser observada. Necessário se faz
notar que havia nas dez uma "semelhança" com o reino de Deus. As
prudentes se assemelhavam mais do que as néscias. Todavia as prudentes
alcançaram o prêmio da sua dedicação e preparação, entrando para as bodas.
As outras foram rejeitadas. Embora
fossem assim todas virgens, todas damas de honra, as néscias não valorizaram o
convite a ponto de prever uma "demora" do noivo e a necessidade de
levar bastante azeite para as lâmpadas, isto é, de manter a perseverança e a
fidelidade doutrinária (2 Pe 3.4)', igrejas há que continuam pregando o
Evangelho, promovendo estudos bíblicos, realizando congressos de mocidade, mas
estão inteiramente afastadas das doutrinas básicas que demonstram a real
transformação que o crente recebe ao aceitar a Cristo. Já não praticam as
"primeiras obras", Ap 2.3-5. As lâmpadas estão "acesas",
mas as vasilhas estão vazias.
Muitos perguntam se haverá
arrependimento depois do arrebatamento da Igreja. Acreditamos que sim, mas
mesmo que haja, ele será tardio com relação à participação das bodas, pois, a
nosso ver, a porta estará fechada: 1 Co 15.51-54; 1 Ts 4.15-17. Alguns
comentadores acham que era costume ter-se moças durante um casamento que
seguravam lâmpadas e cuidavam para que estivessem sempre acesas, provindo daí o
maior brilho da festa. A maior alegria da igreja deve provir também do seu
maior brilho espiritual.
Sobre o noivo tardar, acreditamos que
a longanimidade de Deus espera que cada um se prepare em tempo e não na última
hora. Ouviu-se um grito: é a trombeta de Deus que soará ajuntando o povo,
seguida do alarido que caracterizará a alegria das bodas: 1 Co 15.52; 1 Ts
4.16. Lembremo-nos de que esse grito - essa trombeta - não é para preparação,
mas para sair ao encontro do noivo, num abrir e fechar de olhos. Tentar
"comprar azeite" depois disso será pura perda de tempo. Voltando à
questão da semelhança com o reino, queremos lembrar que há igrejas muito
"semelhantes" com a Igreja de Deus. Fazem tudo muito parecido, e quem
olha de fora não percebe a disparidade entre ambos, não vê a diferença entre a
verdadeira igreja e as apenas semelhantes. Isto tem levado muitas pessoas a
perder tempo em igrejas que não produzem o novo nascimento de seus seguidores.
Não os ensina a deixar o pecado, a vaidade, os maus costumes. Durante anos a fio,
essas pessoas continuam enganadas, pensando que o "azeite" é
suficiente e a sua decepção será horrível, quando constatarem o engano. A cena
será indescritível.
Após o sumiço dos que foram com o
noivo, pelo arrebatamento, muitos procurarão examinar as Escrituras na
tentativa de encontrar apoio para novamente fazerem parte do reino de Deus e
poderão até provocar a própria morte pela pregação ostensiva do Evangelho. A
agonia será tremenda, por constatarem que a oportunidade passou. A lição final
é que devemos estar, não somente preparados mas avivados, esperançados, cheios
do Espírito Santo, aguardando a vinda do Senhor.
A ORIGEM DOS CALENDÁRIOS
"Quando teve início a Era
Cristã? E qual a origem dos calendários, mormente do nosso?"
"Era" é um acontecimento
marcante, que serve de partida de um sistema cronológico. No que tange à Era
Cristã, ela teve início no nascimento de Jesus Cristo. É comumente escrita em
forma abreviada "AD"do latim "Anno Domini" que significa
Ano do Senhor. Para as datas antes do nascimento de Jesus, usa-se a abreviatura
"AC" que se refere às palavras Antes de Cristo. A contagem do tempo
que vai de Adão a Cristo é feita no sentido regressivo, isto é, o cômputo de
Cristo para Adão. Noutras palavras, partindo de Adão para Cristo, os anos
diminuem até chegar à Era Cristã, portanto de Cristo para Adão (o normal), os
anos aumentam. É que Jesus é o centro de tudo, e também do marco divisório e
central do tempo.
Quando Jesus nasceu, o Império Romano
dominava o mundo. Os romanos datavam seus acontecimentos tomando por base o ano
da fundação de Roma: o ano 753 antes de Cristo. Para os romanos, esse ano era o
"1 AUC". As iniciais "AUC" são três palavras latinas
"Anno Urbis Conditae" que significam: "O ano em que a cidade foi
fundada". A alusão é à cidade de Roma. A era romana começa em 1 AUC.
A palavra calendário vem do latim
"calenda" primeiro dia de cada mês entre os romanos. Seu uso é tão
antigo quanto a própria humanidade. Ao que se sabe, os primeiros povos a usarem
calendário foram os egípcios. Há calendários diversos.
O Calendário romano. Foi organizado
por Rômulo, que, segundo a história, foi o primeiro rei de Roma, então
cidade-reino. Reinou em 753-715 a.C. Esse calendário tinha dez meses de trinta
dias. Numa Pompílio, o sucessor de Rômulo, reformou-o, acrescentando-lhe dois
meses, passando o a-no então a ter 355 dias.
O Calendário Juliano. Júlio César
reformou o Calendário romano em 46 a.C. através de seu astrônomo, Sosignes de
Alexandria. A partir de então, esse calendário passou a chamar-se juliano.
César cometeu um pequeno erro, ao considerar o ano solar como tendo 365 dias e
6 horas, quando ele tem 365 dias, 5 horas e 49 minutos. Esses minutos
acumulados anualmente, somaram 10 dias em 1582, o que motivou o papa Gregório
XII a reformar outra vez o calendário. Falaremos desse calendário mais adiante.
O Calendário de Dionísio. Em 526 d.C,
o imperador romano do Oriente, Justiano I, decidiu organizar um calendário
original partindo do ano do nascimento de Jesus. A tarefa foi entregue ao abade
dominicano Dionysius Exigiuus, que fixou o ano 1 d.C, isto é, o ano 1 da Era
Cristã. Como mais tarde ficou comprovado, ele devia ter fixado o ano 1 d.C.
cinco anos antes, isto é, em 749 AUC, e não 753. Seu erro foi um atraso de 5
anos na fixação do ano 1 da Era Cristã. Uma vez concluído, esse calendário
passou a ser adotado em todo o mundo onde quer que o cristianismo se pregava.
Tempos depois, os doutos na matéria
encontraram erros no calendário de Dionísio. Davis, citando o historiador judeu
Flávio Josefo, mostra que Herodes morreu depois do nascimento de Jesus, logo o
calendário de Dionísio está errado quando afirma que Jesus nasceu em 753 ÂUC.
Se Herodes morreu em 750, então Jesus nasceu em 749 AUC, isto é, quatro a-nos
antes do ano 1 da Era Cristã (?). Notemos que de 753 a 749 há quatro anos, e
não cinco como parece à primeira vista, por causa dos meses que ultrapassaram
de quatro anos. Conforme os estudos dos eruditos, arrendonda-se o número de
anos para cinco, para facilidade de cálculo.
Eis aí a razão por que livros e
publicações em geral afirmam que Jesus nasceu em "5 a.C", isto é, 5
anos antes da Era Cristã, o que é um contra-senso se não houver uma explicação.
Como poderia Jesus nascer 5 anos antes do seu nascimento? A explicação já demos
acima. E, por qual razão perpetuou-se o erro em vez de corrigi-lo? É que uma
vez descoberto o erro (um atraso de cinco anos), sua correção no calendário
acarretaria problemas seríssimos nas atividades humanas. Portanto, as datas
atuais estão atrasadas quase 5 anos.
O Calendário gregoriano. Em 1582 o
papa Gregório XIII aconselhado pelo astrônomo Calabrês Líbio, alterou num ponto
o calendário de Dionísio. Gregório tirou 10 dias do ano 1582 a fim de corrigir
a diferença de dias devido ao acúmulo de minutos a partir de 46 a.C. quando
César reformulou o calendário. Por causa dessa pequena alteração o calendário
atual é denominado gregoriano. A Grécia e a Turquia ainda observam o Calendário
juliano, o qual está 13 dias adiante em relação ao nosso.
As datas exatas do nascimento e morte
de Jesus não se sabe com precisão. O que se tem é apenas uma idéia aproximada.
A primeira comemoração do Natal de Jesus em 25 de dezembro deu-se em 325, em
Roma, mediante o imperador Constantino. Até hoje a Igreja Ortodoxa observa o
Natal em 6 de janeiro, e os armenianos em 19 de janeiro. A data não importa
muito, e sim o propósito e o espírito da comemoração.
As divisões do tempo:
1. O dia. Entre os judeus, o dia ia
de um pôr-do-sol a outro. Entre os romanos, ia de uma meia-noite a outra. As
horas do dia e da noite eram computadas separadamente, isto é, doze e doze,
isto entre os romanos: Jo 11.9; At 23.23. Entre os judeus, no entanto, a hora
primeira do dia era às seis da manhã. O mesmo ocorria em relação à noite.
2. A semana. Entre os hebreus, os
dias da semana não tinham nomes e sim números, com exceção do 6? e 79 dias, que
também tinham nomes: Lc 23.54. (Trad. Brás.)
3. Os meses. Eram lunares. A lua nova
marcava o início de cada mês, sendo esse dia festivo e santificado: Nm
28.11-15; 1 Cr 23.31. Tinham 29 e 30 dias, alternadamente. Antes do exílio
babilônico eram designados por números. Depois disso, passaram a ter nomes e
números.
4. Os anos. Tinham 12 meses de 29 e
30 dias. Os judeus observavam dois diferentes anos: o religioso, que começava em
Abibe (mais ou menos o nosso abril), e o civil, que começava em Tisri (mais ou
menos o nosso outubro).
5. Os séculos. Sua computação: Século
I. Compreende os anos 1 a 100 d.C.
Século II. Compreende os anos 101 a
200 d.C.
Século III. Compreende os anos 201 a
300 d.C, e assim por diante.
BATIZAR-SE PELOS MORTOS
"Existia na igreja de Corinto a
doutrina de batizar-se pelos mortos? Como entender 1 Coríntios 15.29?"
Sempre houve os que deram ao batismo
nas águas valor sacramentai, valor que transmite graça ao que recebe o ato. Há
igrejas que julgam ser o batismo indispensável à salvação, e, por isso, batizam
até crianças. Nos dias de Paulo," houve os que levaram esse assunto a tal
ponto que julgaram necessário batizar pessoas vivas em lugar de outras que haviam
morrido sem terem oportunidade de receber o batismo.
O texto está indeterminado: "Que
farão os que se batizam", parecendo que tal doutrina existia na igreja
local. Tratava-se de um ensinamento estranho, chegado acidentalmente ao
conhecimento da igreja. Paulo, é claro, não estava apoiando essa doutrina
errada, nem podia apoiá-la, pois não encontra base no Novo Testamento.
A PURIFICAÇÃO DE JERUSALÉM
"Como entender o capítulo quatro
do livro de Isaías. É literal ou figurado?"
Este capítulo se refere ao dia do
Senhor (Grande Tribulação) e à purificação de Jerusalém. O versículo primeiro
fala-nos do castigo das filhas de Sião, conforme registro em Isaías 3.16-25.
Elas, como os homens, serão humilhadas (vv. 16,17); o vigor do quadro aqui
apresentado é realçado pelo contraste com o luxo a que estavam habituadas:
3.18-24. Assim como Amos denunciou as mulheres de Samaria pela sua desalmada
opressão dos pobres e pela sua conduta subseqüente (Am 4.1-3), do mesmo modo
Isaías ataca a altivez e o desdém das mulheres de Jerusalém: 3.16. Elas serão
incluídas no castigo que se avizinha, e sobre as tais cairá uma terrível praga:
3.17. Não só serão vítimas de uma doença repugnante, mas sobre elas virá a
maldição do Oriente - não se casarão: 4.1.
O restante do capítulo inclui, como
sucede tão freqüentemente no sumário, e coroamento das grandes mensagens do
profeta, uma visão de conforto e paz. Temos nesta passagem a promessa de uma
consumação e vida magnífica (w. 2,3), ou seja, a resposta divina às queixas do
homem. A terra cobrir-se-á de frutos e de vegetação para o remanescente eleito
no Senhor: v.2. A justiça e a verdade reinarão no país; o povo será purificado
e a coluna de fogo e de nuvem será, mais uma vez, a glória de Israel e a sua
defesa segura: 4.3-5.
É evidente, nessa passagem, que o
autor se refere a alguém que governará em justiça, um descendente de Davi, um
servo de Deus. Não pode ser outro, senão o Messias que distribuirá para todo o
país um dia de alta e graciosa bênção. Como diz G.
A. Smith: "Do pessimismo mais
negro surgirá nova esperança de fé, assim como dos versículos mais sombrios de
Isaías irrompe subitamente esta passagem, qual fonte irreprimível que jorra aos
pés do inverno". Portanto, concluímos tratar-se da vida material e não da
espiritual, conforme muitos afirmam.
AS DUAS TESTEMUNHAS
"Quem são as duas testemunhas de
Apocalipse 11.3?"
Há uma infinidade de suposições em
torno deste assunto. Até mesmo as escolas de interpretação desse polêmico
problema escatológico (estudos sobre as últimas coisas), têm entrado em várias
contradições em suas assertivas.
Os pressupostos nomes apresentados
por elas são diversos, como seguem: Moi- sés e Elias, Elias e Enoque, Jeremias
e João Batista, as duas últimas igrejas da Ásia Menor, o Velho e o Novo
Testamento, etc. Todas afirmam que têm tido "revelação" divina e que
estão certas em seus pontos de vista. Algumas baseiam-se, inclusive, em
Malaquias 4.5: "Enviarei o profeta Elias". Mas, quando lemos em Lucas
1.17, com referência a João Batista, observamos que ele veio no espírito e no
poder de Elias, isto é, na virtude ministerial daquele profeta. Temos muitos
casos na Bíblia, tanto no Velho como no Novo Testamento, de uma pessoa sendo
representada por outra.
No caso das duas testemunhas, elas
têm idêntico poder ao de Elias para fazer descer fogo dos céus: 2 Rs 1.10. E
também se assemelham a Moisés, que fez as águas se transformarem em sangue: Êx
7.20. Porém, temos de admitir que tudo isso foi realizado pelo poder de Deus e
não dos homens.
Portanto, quem são as duas
testemunhas ninguém sabe porque este assunto não foi revelado. Entretanto, elas
representam o governo civil e religioso de Israel, pois são semelhantes às duas
oliveiras do tempo da volta do cativeiro babilônico: Zc 4.12-14.
Reiterando-se o que foi dito, afirmamos
que o homem pode operar maravilhas pelo poder de Deus. Porém, Ele não necessita
necessariamente de homens como Elias ou como Moisés, para operar aqui na terra.
Ele pode operar por qualquer um, do contrário seria uma operação humana e não
divina. Portanto, ninguém sabe os nomes das duas testemunhas.
Assim todas e quaisquer afirmações
sobre o assunto esposado não passam de suposições.
QUEM SERÁ O ANTICRISTO?
"Como podemos interpretar
Apocalipse 13? A besta será um homem, um animal ou um símbolo?"
Esta forma de revelação de Deus,
biblicamente falando, feras ou aves de rapina, são símbolos do verdadeiro
caráter do império mundial gentílico, guerreiro e agressor, estabelecido pela
força: Dn 7.7. Daniel tinha visto o reino da Babilônia, o Medo-Persa, e o
Greco-Macedônio, sob a figura de um leão, um urso e um leopardo: Dn 7.3-6; mas
João o vê semelhante ao leopardo, com os pés de urso e boca de leão, isto
tipificando o reino da besta à semelhança daqueles reinos nos seus diferentes
aspectos de governo.
Finalmente, este capítulo prenuncia o
Anticristo, na época da Grande Tribulação que precede à segunda vinda de Cristo
(a revelação): Mt 24.15-31.
Assim, acreditamos que a besta seja
um homem.
O MILÊNIO
"Gostaria de saber, com
precisão, o que significa o Milênio."
O Milênio é, sem dúvida, o
maravilhoso reinado de Cristo na Terra por mil anos. Há aqueles que totalmente
o materializam, ou o espiritualizam demais. Evitemos tais extremos. Esse
período áureo é ansiosamente esperado pelo povo israelita. Podemos dizer também
que, na verdade, o Milênio não deixa de ser um assunto controvertido, como as
profecias acerca dos últimos dias. Exatamente por isso, o nosso interesse por
ele aumenta, ao examiná-lo à luz das Escrituras.
O Milênio é um período de mil anos em
que Jesus, juntamente com a sua Igreja glorificada, governará a Terra. Esse
governo, porém, não será alegórico nem simbólico, mas real, concreto, visível:
Ap 20.4,6.
Terá início no fim da Grande
Tribulação, quando o Anticristo e o falso Profeta tiverem sido vencidos, e
Satanás estiver preso; mas depois que Jesus tiver julgado as nações.
Os diferentes nomes aplicados ao
Milênio, fazem-nos compreender o significado desse período:
1. "Mil anos" (Ap 20.4,6),
expressão que define a extensão do tempo.
2. "Regeneração da Terra"
(Mt 19.27,28), mostra-nos a origem do novo tempo de bênção para o mundo.
3. "Consolação de Israel" e
"Redenção de Israel" (Lc 2.25,38), isso fala daquilo que Israel
esperava: a plenitude na manifestação do Messias.
4. "Reino de Cristo e de Deus"
(Ef 5.5), revela-nos Cristo como governante: Ele receberá o poder e o reino, de
Deus, seu Pai: Is 9.7; Dn 7.13,14; Lc 1.32,33.
5. "Dispensação da plenitude dos
tempos", Ef 1.10. As Escrituras mostram-nos que o Milênio será o último
dos grandes períodos históricos, antes do raiar da eter- nidade.
Afirmamos ainda que o Milênio é um
tempo de extrema felicidade: Jesus gover- nará, e o Diabo estará preso. Os
homens, nesse tempo, gozarão bênçãos riquíssimas na vida material. Haverá
condições favoráveis à abolição do álcool, dos entorpecentes e do fumo, que
causam danos a saúde; isso fará os homens alcançarem idade avançada, o que era
comum no início da criação: Is 65.20,23; Zc 8.3,4. As bênçãos de Deus operarão
saúde para os povos: Is 35.5,6; Ml 4.2.
No que tange ao desenvolvimento
tecnológico e econômico - neste período será surpreendente. Haverá um tempo de
reconstrução como nunca houve na terra. Não haverá administradores desonestos
no governo de Jesus: Is 58.12; 61.4. As possibilidades de aquisição de casa própria
serão ampliadas: Is 65.21,22. O bem-estar social alcançará progressivamente a
todos: SI 72.1,7; 1.3,6. Também a tecnologia será posta a serviço do bem comum.
Atualmente o objetivo da Ciência é a guerra, o aper- feiçoamento bélico, mas no
Milênio ela estará a serviço da paz e do bem.
A natureza florescerá no Milênio.
Nesse período áureo a vegetação estará liberta da maldição do dia da queda: Gn
3.17,19. Toda criação será liberta da escravidão (Rm 8.18,22) e a terra será
fértil, de modo que os lugares secos se tornarão em jardins verdejantes: SI
67.6; Jl 2.19,24; 3. 18; Am 9.13.
Ademais, a fauna será alcançada pelas
bênçãos do Milênio. Por ter sido abolida a maldição original, nenhum animal
causará mal ao homem (Is 11.6,7,8; 65.25) e também, nesse tempo, os homens
estarão livres dos insetos.
Ainda no plano político, haverá
durante o Milênio paz e compreensão como nunca antes: o povo judeu, em cuia
terra será centralizada a administração universal de Jesus, terá alcançado a
glória perfeita anunciada nas profecias. Quando Jesus vier em glória dará
ordens aos seus anjos para que ajuntem todos os judeus dos quatro cantos da
terra, para trazê-los à Palestina, para que ali se tornem, de fato, numa única
nação.
A Palestina terá todo o território
que Deus prometeu a Abraão: Gn 15.14,18; 32.41,46. Os judeus alcançarão também
a paz e o sossego que atualmente lhes é tão difícil conseguir: Ez 28.15; Zc
10.10,11. Viverão a plenitude da promessa feita a Abraão: "Em ti serão
benditas todas as famílias da terra", Gn 12.1,2. Serão cabeça entre as
nações: Dt 28.13. Destarte, haverá completa harmonia entre as nações, Dt 28.
13. Haverá também harmonia entre os israelitas: Is 11.13. Nenhuma forma de
mentira condicionará as relações internacionais: Sf 3.9. Os povos viverão felizes
(Is 66.18,19) e a glória habitará na terra: SI 85. 9.
Queremos salientar ainda que, se
alguma dúvida ficou a ser esclarecida, propo- mos ao amigo leitor a leitura do
livro O Milênio, de autoria do pastor João de Oliveira (de saudosa memória),
que, exaustivamente, discorre sobre este tema, elucidando, com muita precisão e
firmeza, os pontos conflitantes.
OS FILHOS DE DEUS
"Quem são os 'filhos de Deus' e
as 'filhas dos homens' de Gênesis 6.2-4?"
Estes versículos, sem dúvida, têm
suscitado polêmicas e interpretações das mais variadas. Uma delas, sem nenhum
embasamento bíblico, interpreta que as "filhas dos homens" eram a
descendência de Adão e Eva e que os "filhos de Deus" eram os anjos
que entraram em conúbio com a raça humana. Destarte, tomam como argumento
provativo o versículo 6 do livro de Judas. Entretanto, este versículo refere-se
aos anjos que não guardaram sua própria habitação, isto é, que não ficaram
fiéis à sua missão, ficando por isso reservados, para o dia do juízo. O
versículo 7 é uma analogia ou explicação do versículo 6. Assim como os
sodomitas tinham fornicado, desviando-se das normas naturais, semelhantemente,
os anjos se tinham desviado da sua posição.
Realmente, os "filhos de Deus
são os descendentes de Sete, ou seja, a linhagem piedosa e obediente a Deus, e
as "filhas dos homens", representam as mulheres da descendência de
Caim, isto é, a linhagem da desobediência e rebelião. Com isto está de acordo
Gênesis 4.26: "Então começaram os homens a invocar o nome do Senhor",
ou como seria melhor traduzido: "então começaram os homens a ser chamados
pelo nome do Senhor". Estas duas correntes humanas são claras através de
toda a história da humanidade. O fato de Moisés mencionar estes casamentos e
dá-los mesmo como causa da corrupção que se seguiu, não nos deve surpreender,
porque o Novo e o Velho Testamento proíbem casamento de pessoas de condições
espirituais diferentes: 2 Co 6.14-16.
O CÉU É UM LUGAR?
"O Céu é um lugar ou um
estado?" A Bíblia ensina claramente que o Céu é um lugar. É um lugar de
descanso, de delícias, de atividade. Jesus subiu ao Céu corporalmente. Ele nos
falou do Céu como um lar: Jo 14.1-5. Existem lugares preparados no Céu. A
descrição do Céu em Apocalipse não comporta imaginações estranhas: o Céu é um
lugar. Graças a Deus!
MISTÉRIO DA INIQÜIDADE
"Que significa a expressão
'mistério da iniqüidade'?"
A expressão "mistério da
iniqüidade", usada por Paulo em 2 Tessalonicenses 2, relaciona-se
diretamente com a pessoa de Satanás e de seu Anticristo. Trata-se das
manifestações de Satanás na época que precede a vinda do Senhor Jesus. De certa
forma, atualmente Satanás ainda tenta ocultar sua verdadeira face, mas, após o
arrebatamento da Igreja, revelar-se-á em sua plenitude a natureza iníqua de
suas obras e o agente principal dessa manifestação será o Anticristo, que é
chamado de "homem do pecado", o revelador da iniqüidade.
QUE É O HOMEM?
"O homem, especialmente o homem
de Deus, pode ser classificado como animal racional?"
Os cientistas agruparam todos os
seres da natureza em três grandes divisões: reino animal, reino vegetal, e
reino mineral. No reino animal incluíram o homem. Com esse ato o homem
rebaixou-se a si mesmo. Deus não fez assim. Ele deu a honra devida ao homem:
"Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos, de glória e de honra o
coroaste, e o constituíste sobre as obras das tuas mãos. Todas as coisas lhe
sujeitaste debaixo dos pés", Hb 2.7,8.
"TESTEMUNHAS DE JEOVÁ"
"As 'testemunhas de Jeová' dizem
que é pecado prestar serviço militar; é isso verdade, de acordo com a
Bíblia?"
Não é necessário comentar o assunto
no período do Velho Testamento, na Dispensação da Lei, de vez que nesse tempo
grandes homens de guerra foram também grandes homens de Deus. Atenhamo-nos,
assim, à Dispensação da Graça: "E uns soldados o interrogaram também,
dizendo: E nós que faremos? E ele lhes disse: A nin- guém trateis mal nem
defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo", Lc 3.14; "E o
centurião respondendo disse: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu
telhado, mas dize uma palavra e meu criado há de sarar. E maravilhou-se Jesus
ouvindo isto e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em
Israel encontrei tanta fé", Mt 8.8,10; "E havia em Cesaréia um varão
de nome Cornélio, centurião da corte chamada italiana, piedoso e temente a
Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo
orava a Deus", At 10.1,2.
Quando os soldados foram a João
Batista, ele não os censurou por serem soldados, nem os aconselhou a deixarem a
profissão, disse-lhes, apenas, que deveriam exercê-la de modo digno. Ao
centurião romano, que era homem de guerra, Jesus não mandou que abandonasse o
cargo, antes louvou-o pela fé viva que nele encontrou. A Cornélio, homem
piedoso e temente a Deus, e que foi salvo e batizado com o Espírito Santo, o
apóstolo Pedro igualmente não o aconselhou a deixar o serviço militar. Em
Romanos 13.1-7 lemos do respeito e submissão que o crente deve ter às
autoridades. Em 1 Pedro 2.13, a Escritura nos aconselha que nos sujeitemos a
toda a or- dem humana (às autoridades). Vivemos em um mundo de pecado e o
pecado provoca a guerra. Nestas condições, um país precisa do apoio das
"Forças Armadas" (Exército, Marinha e Aeronáutica), para ser
respeitado, para manter a ordem interna. Do exposto, fica esclarecido, de
acordo com a Bíblia, que o crente não se pode negar ao serviço militar. Os
"estudantes da Bíblia" ou "testemunhas de Jeová" têm, além
do exposto, muitos outros ensinamentos errados. É digno de nota que seus erros
são sempre, ou por torcerem a verdade bíblica ou por ignorarem propositadamente
essa verdade.
ÁGUIAS OU ABUTRES?
"Como se explica a expressão
'onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres', de Mateus 24.28?"
Acreditamos que o texto em epígrafe •
está correlacionado com os últimos acontecimentos escatológicos. Trata-se,
aqui, de fatos que sobrevirão, no tempo do fim, a Israel e aos gentios. Mas é
preciso salientar, a título de estudo, que este versículo, embora muito breve,
tem sido motivo de inúmeras interpretações, algumas das quais inteiramente
equívocas. Observemos as opiniões de algumas das correntes sobre o texto:
1. Cristo seria o alimento (a
carcaça), e os crentes seriam os abutres. Assim pensaram Teofilacto, Calvino,
Colávio, e Jerônimo, que encontraram na palavra "cadáver" até mesmo
uma referência à morte de Cristo. Crisóstomo também defendia essa
interpretação, chamando os participantes da assembléia de santos de águias.
Alguns intérpretes modernos, como Wordsworth, têm-se lançado na defesa dessa
interpretação. Porém a simples leitura do contexto basta para mostrar a
qualquer um que no versículo não há intenção de transmitir tal idéia, porquanto
o tema do texto é julgamento.
2. Tão inocente quanto essa é a
interpretação que diz que o cadáver significa aqueles que morrerem para si
mesmos (a crucificação espiritual) e que as águias são os dons do Espírito
Santo. Isso está completamente fora do sentido do texto.
3. Jerusalém e os judeus seriam os
cadáveres que teriam atraído as águias roma- nas (assim pensam Lightfood, Wolf,
e De Wette).
4. O cadáver representaria os
indivíduos espiritualmente mortos, e as águias seriam os anjos vingadores
enviados por Cristo, visto que, a expressão "cadáver" se deriva do
verbo grego que significa "cair", e fala de um "corpo caído".
O vocábulo português "cadáver", vem do vocábulo latino
"cado" cair.
5. Que o versículo em apreço está
ligado à batalha do Armagedom, por ocasião da revelação de Jesus em glória: Ap
19.11,12.
A par de todas essas correntes que
foram analisadas, existem, ainda, algumas considerações a ser ponderadas sobre
o texto em pauta, com vistas a um maior esclarecimento.
No que tange à expressão
"abutre" no versículo em apreço, algumas traduções dizem águias -
expressão grega "aethos" que significa águia. Na realidade, nesse
caso as "águias" são abutres, que os antigos aceitavam como uma raça
de águias: Jó 39.30; Os
8.1. Trata-se do abutre que
ultrapassava a águia em tamanho e poder.
A águia representa símbolos diversos:
de nação, de força, de poderio, etc. Segundo alguns, o seu masculino (aguilão)
quer dizer vento do norte. Esse mesmo vocábulo quer dizer trapaceiro, tratante,
covarde. Esta ave é considerada pelos zoologistas como a rainha das aves, em
razão de sua força e destreza, pelo seu domínio nas maiores alturas. Somente se
lhe iguala o condor dos Andes. A águia pode ver a presa até 3 km de distância,
como atestam os cientistas. A Bíblia se refere a esta ave (Dt 28.49,50; Jó
39.30), dando-lhe uma consideração especial, como é o caso do versículo em
apreço. A águia tem todas as características das aves que podem levantar vôo
sem bater asas. É símbolo de auto-suficiência.
Alguns estudiosos crêem que o
versículo pode referir-se a uma poderosa nação (Dt 28.49,50) que virá contra o
povo de Jacó: "O Senhor levantará contra ti [Israel], uma nação de longe,
da extremidade da terra, que voa como a águia, nação cuja língua não
entenderás, nação feroz de rosto, nem se apiedará do moço". Já em Ezequiel
38, se nos diz que ela (uma poderosa nação) virá com os seus aliados, "e
muitos povos virão contigo", v.6.
Outros teólogos concluem que o
versículo em pauta tem duas interpretações: a literal e a simbólica. Diz
literalmente, crendo na mortalidade que haverá nas terras da Palestina, segundo
Ezequiel 38. Diz simbolicamente, referindo-se às nações que virão para invadir
a Palestina, com o fim de varrê-la da face da terra.
Outra forte corrente diz que na
antigüidade os países e impérios consideravam- se fortes e usavam esta ave como
insígnia; hoje muitos países ainda a usam como símbolo e sinal de poderio. Os
Impérios Romano, Russo, Austríaco, e da França, adotaram a águia como símbolo
heráldico. Damos a seguir alguns exemplos:
1. Napoleão Bonaparte, que usou o
símbolo da águia, disse ao referir-se a Israel: "quem ficar com essa terra
governará o mundo".
2. Império Romano Redivivo, que
também adotou a águia como símbolo, marchará contra Israel, a fim de
destruí-lo.
3. A U.R.S.S., que tem como insígnia
esta ave, virá do Norte com o objetivo de tomar os despojos e de arrebatar a
presa (Ez 30.1-12) -sabe-se que de longe a águia avista sua presa - Assim a
única terra a ser contemplada é a Palestina, não só pela poderosíssima nação,
mas também pelos outros povos que estão ligados a ela: "Seus filhos,
chupam o sangue e onde há mortos, aí ela está", Jó 39.30; Ez 38.6.
De todas essas correntes e
declarações estudadas, o mais provável e o que mais se coaduna com o contexto
bíblico, é que este texto se refere a um provérbio secular, usado por Jesus,
dando-lhe uma nova aplicação. Esse provérbio significa algo como "onde
houver motivos para julgamento, aí haverá julgamento". A declaração,
portanto, seria uma afirmação geral, acerca da inevitabilidade do julgamento
que se tornava necessário e imperioso. No caso da volta de Cristo, Ele (Jesus)
atacará os poderes do mal neste mundo, tanto individuais como das nações. Ele
destruirá o Anticristo com o resplendor de sua vinda. É uma lei geral que o
julgamento cai onde deve, tal como os abutres se reúnem onde jazem os
cadáveres.
O DESTINO DOS ÍNDIOS
"Qual será o futuro espiritual
dos índios?"
Quando Jesus ordenou: "Ide por
todo o mundo, e pregai a toda criatura", Ele estava incluindo naturalmente
os índios, cuja alma é igualmente preciosa aos olhos do Senhor. Cremos que as
pessoas que nunca ouviram o Evangelho de Cristo aqui na terra serão julgadas no
último dia de acordo com o almejo de seus corações, e descansemos nisso, pois
sabemos que o nosso Deus de modo algum fará injustiça: Rm 2.14-16.
MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL
"O que vem a ser meditação
transcendental?"
A meditação é tão antiga como o homem
e sua consciência. Porém salientamos que a meditação transcendental,
particularmente, está por detrás de todos os tipos de "vogas",
"filosofias orientais", "gurismos". "sistema de meditação"
e "comunidades" que oferecem equilibrantes descobrimentos interiores,
seja de uma velha escola monástica ou de uma renovada vestidura; tem ela o
objetivo comum de esvaziar da mente do homem toda a crença e pensamento, com o
alvo de conseguir que o ser humano esqueça a sua situação posicionai e até um
Deus que tem uma vontade para cada homem.
Nada de transcendental pode surgir de
uma consciência em intranscendência na vida do homem. O desaparecimento de
objetivos concretos no ser humano necessariamente conduz a uma vivência existencial
muito subjetiva. E semelhante atitude, longe de possibilitar uma vida mais
"humana", mais "tolerante" amarra, implacavelmente, o homem
e a sociedade com férrea ditadura do dogmatismo relativista e irresponsável.
Quando consideramos o verbo hebraico
"hâgâh", que as versões da Bíblia traduzem no português por meditar,
verificamos que na sua raiz está implícita a idéia de murmurar ou sussurrar.
Psicolingüisticamente falando, o aludido verbo produz em cada uma subjetiva
mentalidade a imagem de um homem "falando só".
Esse foi o mandamento de Deus a
Josué, segundo se depreende do texto bíblico: "Não se afaste da tua boca o
livro desta lei; antes medita nele dia e noite para que tenhas cuidado de fazer
tudo quanto nele está escrito: porque, então, farás prosperar o teu caminho e
prudentemente te conduzirás", Js 1.8.
Quando chegamos às páginas do Novo
Testamento, Paulo é quem transmite a luz que ele recebeu do Espírito Santo,
exortando Timóteo e a todos nós a meditar na Palavra de Deus: "Medita
nestas coisas, ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a
todos", 1 Tm 4.15. Aqui, a versão espanhola de Reina-Valera traduz o verbo
grego "meleto" por "ocupar-se", ainda que na sua raiz
básica está o significado de "resolver em nossa mente",
"imaginar", "dar interesse absorvente a alguém ou algo".
Frente à meditação transcendental que
parte da intranscendência humana, a Bíblia Sagrada apresenta e propõe a
supremacia da meditação bíblica, isto é, faz com que a palavra vinda do Deus
vivo se torne o nosso interesse absorvente, com o singular propósito de
conhecermos a Deus, sermos cheios do Espírito Santo e vivermos essa experiência
traduzida em atos quotidianos.
O QUE É A ALMA?
"Gostaria de saber se o vocábulo
"aima" significa: sopro, vida, sangue ou personalidade?"
A alma é distinta entre o corpo e o
espírito, sendo imortal e imaterial. O vocábulo "nephesh" (Heb) é
traduzido alma mais de 500 vezes no Antigo Testamento e "psy-chê"
(Gr) mais de 30 vezes no Novo Testamento. Assim, a palavra alma aparece com
vários sentidos nas Santas Escrituras tanto figurativo como por Sinédoque. É
nesse particular que se precisa muito cuidado, pois muitas falsas
interpretações resultam daí, originando destarte falsos ensinos. É imperioso
conhecer o sentido estrito e teológico da palavra "alma", bem como os
figurados do mesmo vocábulo, como aparece no texto bíblico. Os animais também
têm alma, mas muito inferior à do homem: Gn 1.20,21,24,28; SI 8.5-8; Mt 6.26; 1
Co 15.39-41. Note-se que a mesma palavra original "nephesh" é usada
em Gênesis capítulo primeiro, concernente ao homem e aos animais. A alma dos
animais além das muitas inferioridades, acaba com a morte do bruto, já a alma
do homem é eterna. Além disso, Deus, ao criar os animais disse:
"faça-se", mas
quanto aos homens, disse:
"façamos o homem segundo a nossa imagem e semelhança".
O nosso corpo é a "bainha"
da alma; ela explora o ambiente ao nosso redor e recebe as impressões do mundo
exterior por meio dos sentidos corporais: vista, ouvido, olfato. etc. A alma é
a sede das emoções, paixões, desejos e sentimentos. A alma, por meio do
espírito, põe-nos em contato com Deus e por meio do corpo põe-nos em contato
com o mundo.
A alma é o ser social do homem. Por
meio dela ele tem consciência de si mesmo. Sabe que é uma personalidade.
Resta-nos saber que este vocábulo tem seis sentidos diferentes nas Escrituras,
sendo um real e cinco figurados. São eles:
1. 0 sentido real. Isto é,
"alma" significando alma mesmo.
2. A alma significando o sangue: Lv
17.14; Dt 12.23. Isto apenas ressalta o valor do sangue, sem o qual o homem não
pode viver. Quando se faz transfusão de sangue, não se diz que estão fazendo
transfusão de alma, nem injetando alma.
3. "Alma" significando o
corpo, a pessoa física: Gn 12.5; 46.27; Êx 1.5; 12.4; Lv 21.11; Nm 6.6; Rm
13.1. •
4. "Alma" significando
animal: Gn 1.20. Aí, no original a palavra empregada é "nephesh". Se
o sentido não fosse figurado, entenderíamos por exemplo: "produzam as
águas pessoa vivente", o que seria um contra-senso.
5. "Alma" significando
vida: Lv 22.3. Trata-se de sinédoque, figura de linguagem literária, em que a
parte é tomada pelo todo. Alma é também chamada vida, porque é ela a parte mais
importante do ser. Ela transmite vida ao corpo mediante o espírito.
6. "Alma" significando
coração: Dt 2.30. Ora, sabemos que o coração é um órgão como os demais, de
carne, que bombeia o sangue através do corpo. Tudo o que se atribui ao coração
o é figuradamente. A referência mesmo é a alma: 1 Rs 8.17; SI 14.1; Mt 9.14; 1
Co 7.37.
A IDADE DE ADÃO E EVA
"Quanto tempo Adão e Eva viveram
no Éden antes do pecado?"
Não existe qualquer possibilidade de
sabermos pela Bíblia, quantos foram os anos de inocência vividos por Adão e
Eva. E, fora da Bíblia, ainda seria mais difícil. É um segredo que Deus guardou
para si mesmo: Dt 29.29.
DE ADÃO A ABRAÃO
"Quantos anos se passaram de
Adão a Noé, e de Noé a Abraão?"
"As datas que se vêem às margens
de algumas Bíblias não fazem parte do texto da Escritura. Foram calculadas pelo
Arcebispo Usher, em 1650 d.C. A criação de Adão, de acordo com o que ele diz,
data de 4004 a.C. O dilúvio de 2348 a.C, o nascimento de Abraão, de 1996 a.C.
Há divergências de opiniões entre os eruditos, especialmente quanto às datas
mais remotas" (Manual Bíblico, edição de 1971, pág. 32).
O AUTOR DO LIVRO DE CRÔNICAS
"Quem escreveu o livro de
Crônicas dos reis de Israel?"
A Bíblia menciona vários livros, que,
com seus nomes primitivos, não constam entre os livros canônicos. Não está
claro se a pergunta se refere a um desses livros (1 Cr 9.1) ou aos livros
canônicos de 1 e 2 Crônicas. Nos reinos de Judá e Israel havia cronistas: 2 Sm
8.16; 2 Rs 18.18, etc. Esses oficiais do rei registravam os acontecimentos
tanto no reino do Norte como no do Sul. Cremos que seus registros constam
consolidados nos livros históricos da nossa Bíblia.
COLISEU ROMANO
"O Coliseu foi construído antes
ou depois de Cristo?"
O Coliseu, o maior anfiteatro romano,
foi inaugurado pelo imperador Vespasiano em 79 d.C, com o sacrifício de cinco
mil animais mansos. Foi posteriormente ampliado por Tito. Este lugar, onde, no
dizer do poeta, "sacrificavam pobres seres humanos para dar um feriado aos
romanos", foi palco de cenas sanguinárias onde homens se transformavam em
verdadeiros animais, extrapolando impulsos selvagens e desapiedosos; onde
cristãos eram lançados impiedosamente às feras, na mais desumana de todas as
crueldades, ante a visão de 45 mil espectadores sedentos de sangue. Com a
promoção desses massacres, a popularidade dos governos da capital e das
províncias era alimentada.
O SIGNIFICADO DA CRUZ
"A cruz tinha algum significado
religioso antes da crucificação de Cristo?"
A cruz era um instrumento de suplício
conhecido desde os tempos dos assírios e outras nações para ser usado na
punição de crimes ou para atormentar os que eram contrários ao regime. A cruz
era usada também entre os persas, fenícios, gregos, egípcios e romanos. Jesus
tinha conhecimento desse instrumento de castigo, inclusive usava o seu
simbolismo para a vida de abnegação e sacrifício que seus discípulos deviam
levar: "Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre
si a sua cruz, e siga-me", Mt 16.24.
Não há indignação de que a cruz tenha
tido significação religiosa nem mesmo que alguns nela supliciados fossem
religiosos. O suplício da cruz tinha sempre caráter de punição e não de
martírio, nem era assim considerado.
SÁBADO OU DOMINGO?
"Qual o dia verdadeiro de
descanso, o sábado ou o domingo?"
O observador mais acurado vai
perceber que o sábado não é um mandamento originado na lei mosaica (Gn 2.3),
ainda que mais tarde a ela foi incorporado. Verá, inclusive, que o sábado não é
nome do sétimo dia da semana, mas a designação da sua funcionalidade. O termo
em hebraico "shabbath" da raiz "shãbhath" supõe cessar,
deixar de fazer, parar de fazer e até desistir. Em nenhum dicionário a palavra
significa descansar. A idéia de que Deus descansou no dia sétimo só pode ser
interpretada antropomorficamente, uma vez que Deus não pode cansar-se, sendo
Ele o sustentador de toda a criação. Além do mais, devemos notar ainda o tempo
em que o Gênesis foi escrito e a utilização de vocábulos babilônicos na sua
composição sendo "shabbatum" o que mais corresponde à intenção
judaica de significar que Deus completou a sua obra no sétimo dia. E se completou,
trabalhou, o que tiraria a validade do sábado judaico como lei. Esta parece ser
a idéia de que Jesus quis mostrar aos escribas e fariseus quando disse:
"Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também", Jo 5.17. A lei
judaica posterior definiu 39 tipos separados de ações que constituem infração
ao sábado. No entanto, as mesmas escrituras prescreviam oferendas de sacrifício
no Templo, no sábado, ainda que isso fizesse o ofertante incorrer em esforços
físicos: Nm 28.9,10. Os princípios rabínicos prescreviam que se uma vida humana
estivesse em perigo no sábado, tudo o que fosse possível devia ser feito para
salvá-la. Jesus foi mais adiante quando argüiu: "E qual de vós que se a
sua ovelha num sábado cair num buraco não a pegará e tirará dali?" Mt 12.11.
Quando Deus diz: "Lembra-te do dia do sábado para o santificar" (Êx
20.8), poderia estar dizendo: "Lembra-te de honrar-me com teu louvor e
ações de graça no dia do teu descanso". É notório que nem todos podem
descansar no atual sábado, ou seja, no sétimo dia da semana. Principalmente nas
cidades grandes. Essa imposição da vida cotidiana poria milhões de crentes em
desobediência contra Deus e passíveis de morte: Nm 15.32-36. Felizmente, não
estamos debaixo da Lei e podemos santificar todos os dias da semana ao Senhor.
E como foi no primeiro dia da semana que o Senhor Jesus ressuscitou (Mt 28.1;
Mc 16.2; Lc 24.1; Jo 20.1), nesse dia denominado domingo, do latim "dies
dominicu", dia do Senhor, procuramos nele servir mais demoradamente à obra
de Deus. Agora, quanto à santificação, não temos de escolher esse ou aquele
dia, mas vivê-la a todo o momento, pois, sem ela, "ninguém verá o
Senhor".
A ORIGEM DA PALAVRA LÚCIFER
"Como surgiu a palavra
Lúcifer?" Lúcifer, do latim "lúcifer", vem do hebraico
"hêlêl", e significa brilhante, esplendoroso, e tem sido traduzido
por portador de luz, o que leva o archote, filho da alva, estrela da manhã. É o
nome que os latinos davam ao planeta Vênus, que também chamavam "estrela
da alva", "estrela da manhã", "estrela vespertina",
por ser o mais brilhante astro (depois do Sol e da Lua) que, à nossa vista,
aparece na abóboda celeste. O profeta Isaías aplicou esse termo ao rei da
Babilônia, certamente pela grandeza e esplendor em que vivia o monarca, do que
é exemplo a suntuosa obra "Os jardins suspensos da Babilônia" -uma
das sete maravilhas do Mundo Antigo. Essa palavra aparece no Velho Testamento,
em Isaías 14.12. Na Bíblia traduzida ao português na forma latina: "Como
caíste do céu, ó Lúcifer, tu que ao ponto do dia parecias tão brilhante?"
Isaías também apresentou o rei da Babilônia, que se considerava um deus, como
inimigo de Deus: "E tu que dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima
das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei...
subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo",
w.13,14. Por esse motivo, pelo desafio à autoridade de Deus, pela pretendida
usurpação, foi sendo, pelos comentadores das Escrituras, gradativamente,
aplicado o nome "Lúcifer" a Satanás, que também lhe assentava, visto
que fora "anjo de luz" e "querubim ungido", Ez 28.13-15.
CASA EM ORDEM
"Qual o significado de 2 Reis
20.1, quando Isaías diz a Ezequias: 'Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e
não vi-verás'?"
O fato está registrado também em 2 Cr
32.24 e Isaías 38.1, afirmando-se que o rei sofria de uma chaga exposta que a
medicina da época não poderia curar, possivelmente, um câncer. 0 mal já estaria
tão adiantado, que Deus, na sua infinita misericórdia, achou por bem adverti-lo
da brevidade de seus dias.
Ezequias era um rei empreendedor,
trabalhador, que pensava no bem do seu povo e na prosperidade do reino,
conforme se vê em 2 Crônicas 32.27-30. Os seus muitos negócios talvez tivessem
agravado a sua enfermidade e o levassem a abandonar os seus projetos e
propósitos, sua dedicação, de modo que a sua casa estava em de- sordem, isto é,
ninguém fora nomeado para continuar a sua obra.
Há certos lares assim. O chefe de
família mete-se em muitos negócios, muitas despesas e, quando acontece uma
enfermidade ou um desenlace, a família fica desamparada: 2 Rs 4.1. Igualmente,
algumas igrejas estão em mãos de dirigentes que trabalham sozinhos e ninguém
toma conhecimento dos muitos negócios em que eles se arriscam. Por isso o
trabalho não progride, não se estabiliza. Quando ele é removido, ou se afasta,
ou morre, o seu sucessor terá problemas para reorganizar as coisas na igreja.
Ezequias, entretanto, humilhou-se,
orou ao Senhor e foi atendido. Deus concedeu-lhe mais quinze anos de vida e ele
pôde assim concretizar os seus empreendimentos.
O PREGUIÇOSO
"A Bíblia condena o
preguiçoso?" A preguiça é um mal social. O preguiçoso é um desajustado na
sociedade. O desamor ao trabalho só se justifica por doença grave que tire da
pessoa o desejo de trabalhar. Fora desse caso é reprovável. Jesus disse:
"Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também", Jo 5.17. A Bíblia
contém vinte referências a respeito do preguiçoso e da preguiça, e sempre se
refere a isso censurando, condenando, aconselhando. É no livro de Provérbios
que encontramos: "Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, olha para os seus
caminhos e sé sábio" (6.6); "ó preguiçoso, até quanto ficarás
deitado? quando te levantarás do teu sono?" (6.9); "A alma do
preguiçoso deseja e coisa nenhuma alcança" (13.4); "O caminho do
preguiçoso é como a sebe de espinhos" (15. 19); "O desejo do
preguiçoso o mata, porque as suas mãos recusam-se a trabalhar", 21.25. O
preguiçoso tem as suas desculpas: "Diz o preguiçoso: um leão está lá fora;
serei morto no meio da rua", Pv 22.13. Também na obra de Deus a preguiça
causa muitos males. A igreja de um pastor preguiçoso estaciona. A vida do
crente que, por preguiça, não ora, não lê a Palavra de Deus, é sem frutos.
Paulo, o maior dos apóstolos, afirma: "Mas pela graça de Deus sou o que
sou, e sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que
todos eles", 1 Co 15.10. Jesus muitas vezes chamou seus discípulos a
trabalhar. Essa ordem chega até nós. Trabalhemos, pois, lançando fora a
preguiça!
RECONHECEREMOS NOSSOS IRMÃOS NO CÉU?
"Quando o crente chegar ao Céu
irá reconhecer parentes e irmãos em Cristo?" Naturalmente que sim. Dentre
muitos outros textos que afirmam esta verdade,
citaremos: "Digo-vos que muitos
virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugar à mesa, com Abraão, Isaque e
Jacó no reino, dos céus" (Mt 8.11); "E eis que lhes apareceram Moisés
e Elias, falando com Ele" (Mt 17.3); "E quanto à ressurreição dos
mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou: Eu sou o Deus de Abraão, o
Deus de Isaque e o Deus de Jacó; Ele não é Deus de mortos, e, sim, de
vivos", Mt 22.31-33. "No Hades ergueu os olhos, estando em tormentos,
e viu ao longe Abraão e Lázaro no seu seio", Lc 16.23. Abraão, Isaque e
Jacó estarão em pessoa no reino dos céus e serão por nós reconhecidos. Moisés e
Elias foram reconhecidos no monte da transfiguração pelos apóstolos. Deus não é
Deus de mortos, mas de vivos, o que indica que estaremos no Céu em nossos
corpos glorificados. Ressurreição significa reviver o mesmo corpo, embora
glorificado. O rico reconheceu Abraão e Lázaro. Se não nos reconhecêssemos no
Céu, isto seria para nós contraproducente, pois o que almejamos é vermo-nos na
Glória. Se no Céu houvesse inconsciência do passado, parece-nos que pouco
adiantaria estar ali. O grandioso, o sublime é estarmos ali conhecendo o plano
de Deus e vendo o cumprimento dele. Lá, sem dúvida, haveremos de conhecer em
pessoa todos os heróis da fé que hoje conhecemos pela Bíblia. Lá veremos os
nossos irmãos junto aos quais lutamos neste mundo a boa peleja da fé.
BÍBLIA CATÓLICA OU PROTESTANTE?
"Por que razão a Bíblia católica
tem 73 livros, quando a protestante tem apenas 66? Qual delas é a certa?"
O Novo Testamento, tanto nas bíblias
católicas como nas protestantes, não apre- senta qualquer diferença quanto à
quantidade de livros. Todavia, o mesmo não ocorre com o Velho Testamento, pelas
razões seguintes:
a) Segundo o concilio de Rabinos de
Jâmnia, realizado entre 90 e 100 d.C, o V.
T. constitui-se apenas de 39 livros
constantes das bíblias evangélicas, mas a Igreja Católica Romana, no Concilio
de Trento (1546) resolveu afirmar solenemente a canonicidade dos apócrifos
(livros completos e aditamentos), b) Em virtude de ter aceito muitas inovações
doutrinárias, o catolicismo romano foi obrigado afastar-se da Bíblia. O
rompimento não foi imediato, mas gradativo: Jerônimo e Crisóstomo in- sistiram
na leitura da Bíblia. Agostinho considerava as traduções dela um meio abençoado
de pregar a Palavra de Deus entre as nações. Gregório I recomendou a sua leitura.
As restrições começaram com Hildebrando, que proibiu aos boêmios a leitura da
Bíblia. Inocêncio III, em 1215, impediu o povo de ler a Palavra de Deus em sua
língua materna, mas somente em latim, língua conhecida apenas por alguns
eruditos. Clemente XI condenou a leitura da Bíblia pelos leigos, etc. c) O
Concilio Tridetino foi um dos pontos salientes da Contra-Reforma Católica. Com
o progresso do protestantismo, a Bíblia foi colocada nas mãos do povo. que
percebia claramente, na sua leitura, o quanto o romanismo afastara-se da sã
doutrina apostólica. O clero romano pressionado e desafiado a sustentar na
Palavra de Deus suas doutrinas foi forçado a aceitar uma autoridade religiosa -
a tradição - e canonizar os apócrifos, nos quais muitos dos falsos dogmas poderiam
ser sustentados, d) A própria canonização constitui a maior prova de que tais
livros, até o Concilio de Trento (1546) não eram considerados, mesmo pelos
católicos, como escritos sob inspiração divina. Os motivos da rejeição de tais
livros por parte dos rabinos judeus, são: porque tinham sido escritos depois de
Esdras e Neemias (Eclesiástico e I Macabeus). quando se cria que a inspiração
havia cessado; porque foram escritos em grego ou. pelo menos, por se
desconhecer seu possível original hebraico (Sabedoria e 2 Macabeus); porque seu
texto hebraico (ou aramaico) estava perdido na ocasião do Concilio (Judite,
Tobias, Baruc). e) Em conclusão, a Bíblia certa é aquela traduzida por
entidades fiéis ao texto sagrado, descomprometidas com o falso ecumenismo ou
seitas heréticas; é aquela que não apresenta livros e aditamentos espúrios, e
nem mesmo anotações capciosas tendentes a desviar o leitor da sã doutrina da
Palavra de Deus. Contudo, muitos católicos sinceros, ao examinarem humildemente
o texto sagrado de suas próprias Bíblias, encontraram nele a orientação segura
para o único caminho de salvação, Jesus Cristo, e hoje servem ao Mestre nas
diversas denominações evangélicas.
A COR NEGRA
"Como se explica a existência
das raças em todo o mundo, mormente no que tange à cor preta da pele?"
Sobre a origem das raças, existem
inúmeras opiniões de escritores, antropólogos, sociólogos e biólogos, tentando
responder a estas perguntas, mas preferimos ficar com a Bíblia, que ensina que
todos os homens são descendentes de um casal único. Depois do Dilúvio havia só
uma família sobrevivente - a de Noé, o qual teve filhos: Sem, Cão e Jafé. Os
filhos, netos e bisnetos do patriarca bíblico constam dos capítulos 10 e 11 de
Gênesis, sendo, portanto, os nossos ancestrais: At 17.26.
A divisão nas Escrituras é esta: de
Sem derivam os semitas, dos quais o Senhor Jesus, segundo a carne, descende.
Eles habitavam na Ásia e são conhecidos pelo zelo religioso que possuíam; os
cananitas (provenientes de Cão) viviam, via de regra, no continente africano, e
distinguem-se pela sua pujança física; os descendentes de Jafé, que, após a
confusão das línguas (Gn 11.1-9), emigraram para a Europa. Esta raça é
caracterizada pela atividade intelectual.
Quanto à diferença de cor, todos
somos seres humanos, criados por Deus, descendentes de Adão e Eva, mas existem
pigmeus e gigantes, negros, brancos e amare- los. Portanto, tentar explicar
esta coloração, por especulações antropológicas e bio- lógicas, não passa de
uma tentativa infundada.
Ressaltamos, ainda, que, para
explicar a cor dos homens pela maldição de Noé, proferida sobre Canaã, ou pelo
sinal que Deus colocou em Caim, não passam essas teorias de hipóteses inócuas,
sem nenhuma concordância com o ensino das Escrituras Sagradas.
Alguns tomam outra posição, afirmando
que o clima, o ambiente, a alimentação, a educação e outros fatores,
influenciaram no aspecto da cor. Mas a Bíblia Sagrada no seu escopo global
mantém a divisão de Gênesis, não entrando no mérito da questão nem no âmbito
discriminativo dela. Com efeito. lemos no Novo Testamento de um descendente de
Cão. salvo e batizado (At 8.26-40); de um semita de nome Saulo (At 9) e de um
descendente de Jafé. todos convertidos e batizados. O prezado leitor tem de
convir em que. se invertêssemos a pergunta sobre a coloração branca, teríamos
os mesmos problemas, as mesmas interrogações e especulações. O jornalista e
escritor Miguel Vaz, no seu livro Um caminho para ns jovens, analisa o assunto
dizendo:
"Não há, de fato, uma opinião
firmada, quanto à cor da pele dos homens, nas Escrituras, mesmo porque a Bíblia
não cita textualmente pessoas de pele clara ou escura, a não ser em Cantares de
Salomão, onde aparece a morena, e isso metaforicamente. Mas moreno não é preto.
A sabedoria de Deus não revela esse assunto, justamente para evitar polêmicas
sobre a cor da pele dos seus servos e para mostrar que em Deus não há acepções
de pessoas."ção?"
A PAZ DO SENHOR
"Saudar com 'a paz do Senhor'
está certo? Desde quando é usada essa sauda A origem dessa saudação é bíblica.
Remonta ao Antigo Testamento, quando os judeus se diziam: "Shalon".
Com o advento do Cristianismo. Jesus nos deu a "sua paz". (Leia-se
João 20.15,21,26.) Paulo adotou essa saudação em suas epístolas: Rm 1.7: 1 Co
1.3, etc. Quanto ao uso específico da saudação "A paz do Senhor", as
Assembléias de Deus usam-na, e ela pode ser usada por qualquer denominação
ortodoxa reconhecidamente evangélica. Cada pastor local nesse assunto tem o
direito de agir segundo a sua própria consciência ministerial.
JERUSALÉM OU SALÉM?
"Onde está escrito na Bíblia que
Jerusalém chamava-se Salém?"
Em Gênesis 14.18. ocorre a primeira
referência bíblica à cidade de Jerusalém, quando esta ainda se chamava Salém.
Outros nomes de Jerusalém são: Jebus: Js 18.28; Sião: 1 Rs 8.1; Ariel: Is 29.1;
Cidade de Davi: Is 22.9, etc. Para uma compreensão mais definida, recomendamos
a leitura do Salmo 76.1,2.
DE ONDE VIERAM OS ÁRABES?
"Os árabes são descendentes de
Esaú?" Sim. Esaú, filho de Isaque e Rebeca, casou-se com Malate ou Basemate,
filha de Ismael. Este, por sua vez, era filho de Abraão e Hagar: Gn 28.9; 36.3.
Os descendentes dos doze filhos de Ismael formavam doze tribos de árabes, das
quais subsistem algumas ainda. Os árabes modernos afirmam que sua nação é
predominantemente ismaelita. A Arábia ocidental, que inclui a península do
Sinai, foi povoada pelos descendentes de Esaú. Era geralmente conhecida por
terra de Edom ou I-duméia, bem como pelos seus antigos nomes: deserto de Seir
ou monte Seir.
O BATISMO DE PAULO
"Quem batizou o apóstolo Paulo?
Ananias ou outro?
Em Damasco havia discípulos, como
vemos de Atos 9.19. Ananias era ali um crente de projeção. Talvez fosse o
dirigente do trabalho cristão na cidade. Ele foi escolhido por Jesus para
encontrar-se com Saulo. Desse modo, bem pode ser que tivesse batizado o
recém-convertido, mas não há registro a respeito.
O JOVEM FUGITIVO
"Quem é o mancebo de que nos
fala Marcos 14.51,52?
Acreditam os estudiosos da Palavra de
Deus que o mancebo referido no texto acima seria o próprio Marcos, autor do
Evangelho que leva o seu nome. aliás o único a narrar este fato. Jesus teria
escolhido a residência desse jovem para comer a páscoa com seus apóstolos. Foi
dessa casa que o traidor saiu. depois de denunciado por Cristo. Judas Iscariotes.
esperando ainda encontrar o Mestre na casa de Marcos, para lá se dirigiu,
acompanhado da turba. O moço. acordado depressa e sem tempo de vertir-se. os
teria acompanhado até o iardim. correndo o risco de ser preso. (Veja estas
passagens: At 12.12.25; 13.13; 15.17-39; Cl 4.10; 2 Tm 4.11.)
DAVI ENUMERA O POVO
"Por que Deus não gostou que
Davi numerasse o povo?"
O fato é contado de maneira judicial
em 2 Samuel 24.1, e de maneira pragmática (segundo o pensamento religioso), em
1 Crônicas 21.1. No primeiro caso, o ato seria uma permissividade de Deus para
dar oportunidade a Davi de retroceder do seu intento, mas sem interromper a sua
decisão, ainda que tivesse depois que puni-lo. No segundo caso, o ato é tido
como indução de força maior, alheia à vontade de Davi. O rei estaria sendo
coagido por uma tentação irresistível, mas também passível de punição. Em ambos
os contextos teríamos o orgulho de Davi em querer conhecer o poderio militar de
que poderia dispor e tranqüilizar-se quanto aos efetivos, em caso de guerra
contra outras nações. A idéia subjetiva é que Davi fugiu da dependência divina,
tentando resolver os casos do povo pela confiança em carros e cavalos (SI
20.7), deixando de honrar a Jeová como "socorro bem presente na
angústia", SI 46.1. Dessa forma ele teria mudado "a ver- dade de Deus
em mentira e honrado mais a criatura do que o Criador, que é bendito
eternamente. Amém", Rm 1.25. Se a primeira citação em 2 Samuel 24.1 é uma
transigência do texto, Davi se torna desculpável era 1 Crônicas 21.1, pois
estaria sendo tentado. De qualquer modo ele incorreria no castigo, porque
"ceder é pecar". Ainda mais quando admoestado pelo seu próprio
general, Joabe, de que o seu esforço era supérfluo, senão desnecessário. O
oficial fêz-lhe ver que todo o acervo material e humano da nação havia sido
colocado por Deus ao seu dispor, como a um despenseiro fiel, para os casos de
necessidade e não de usufruto e vaidade. Na sua misericórdia, Deus lhe deu três
opções, numa das quais o rei se incluiu como culpado principal, disposto a
sofrer sozinho o castigo: 1 Cr 21.17. Mas o povo era também conivente com ele,
pois aceitou passivamente que Deus fosse como que posto de lado. De qualquer
maneira, a escolha de Davi foi sábia: "Fiquemos debaixo da mão de Deus.
pois são grandes as suas misericórdias". 1 Pe 5.6.
O LIVRO DE EZEQUIEL
"Quem escreveu o livro de
Ezequiel?" Os livros proféticos da Bíblia (AT) trazem os nomes de seus
próprios escritores. Isto significa que Ezequiel, um provável discípulo de
Jeremias, foi o escritor do livro que traz o seu nome e é chamado de profeta
maior, devido à quantidade de mensagens que o livro apresenta. Embora pouco se
saiba a respeito de Ezequiel, vale a pena estudar detidamente o que se encontra
escrito em 1.1-3 do seu livro.
GOGUE E MAGOGUE
"Como entender Apocalipse
20.8?" Satanás instigará uma rebelião final contra Deus. Muita gente o
seguirá nessa ocasião. Gogue e Magogue, na passagem em apreço, são as nações
rebeladas, que conduzirão furioso ataque contra os santos. É oportuno esclarecer
que Gogue aqui não é o mesmo de Ezequiel 38, porque a Bíblia é enfática nesta
distinção. Em Ezequiel, (Gogue é uma pessoa) (v.2), vem do Norte (v.6Xe age por
ato divino: "Hei de trazer-te". Em Apocalipse, Gogue representa as
nações (v.8), engloba toda a terra (v.8), é movido pelo Diabo: vv.7,8.
Portanto, Ezequiel trata de um evento e Apocalipse de outro.
FILHO DO HOMEM
"Por que Jesus é chamado Filho
do homem”
De acordo com o hebraico, a expressão
"filho de" denota relação e participação. Por exemplo: "Os
filhos do reino" (Mt 8.12) são aqueles que hão de participar De suas
verdades e bênçãos. "Os filhos da ressurreição" (Lc 20.36),
participarão da vida ressuscitada. Um "filho da paz" (Lc 10.6), é um
que possui caráter pacífico. Dessa maneira, "filho do homem" vem a
ser uma designação para o homem em seu estado de debilidade e impotência.
Refere-se à condição humana de Jesus. Neste sentido, o título é aplicado 80
vezes a Ezequiel.
NÃO PASSARÁ ESTA GERAÇÃO
"Como entender Mc 13.30?"
Este texto afirma o seguinte: "Na verdade vos digo que não passará esta
geração sem que todas estas coisas aconteçam". Trata-se da
indestrutibilidade do povo israelita. A palavra geração vem do grego
"genea", que significa raça, tipo de povo.
Uma promessa maravilhosamente cumprida
até os nossos dias.
Aí está o povo israelita,
atravessando os séculos e fazendo história, apesar dos massacres e guerras de
extermínio, que lhe têm movido muitos povos.
ENTREGUE A SATANÁS
"Como entender 1 Co 5.5?"
"Entregue a Satanás". Esta
frase parece ter-se originado das fórmulas judaicas de excomunhão, porque a
pessoa banida da assembléia teocrática era considerada privada da proteção de
Deus e entregue ao poder do Diabo. Era a exclusão dos faltosos da comunhão com
a igreja, da participação de suas bênçãos, seus privilégios, sua proteção. Era
a devolução do infiel ao reino das trevas onde Satanás cruelmente reina: Ef
2.12; Cl 1.13; 1 Jo 5.19. A sentença incluiria, provavelmente, sofrimento e
doença física. A exclusão tem a finalidade de produzir arrependimento. Não é
punitiva, mas corretiva.
O PESO DA CRUZ
"Quantos quilos aproximadamente
pesava a cruz que Cristo carregou e na qual foi crucificado?"
A Bíblia não menciona o peso da cruz,
mas dá a entender que ela era demasiado pesada para uma só pessoa carregar,
principalmente morro acima. Acredita-se que Jesus foi crucificado numa cruz
latina, em forma de "T", onde a peça vertical era mais cumprida que a
horizontal, embora existissem outros tipos, como na forma de "X". A
cruz era a maneira mais cruel e vergonhosa de inflingir a morte. Foi usada
pelos fenícios, assírios, gregos, persas, egípcios e romanos.
RAINHA DOS CÉUS
"Quem era a 'rainha dos céu é
mencionada em Jeremias 7.17,18?"
A opinião mais coerente é a de que o
profeta se está referindo à deusa Astarote, também chamada Astarte. Era a deusa
que os sidônios relacionavam com o amor e a guerra.
O TEMPLO VISTO POR EZEQUIEL
"O templo mostrado a Ezequiel,
em visão, refere-se a algum outro posteriormen- te edificado ou à Nova
Jerusalém?"
Ezequiel, cativo em Babilônia, teve a
visão do templo no ano 25 de cativeiro de Joaquim, cerca de 13 anos após a
destruição de Jerusalém por Nabucodonosor. Numa alta montanha, Ezequiel viu a
construção de um novo santuário, que, embora tendo por modelo o templo de
Salomão, conhecido do profeta na sua mocidade, possuía, linhas mais arrojadas e
uma série de câmaras ao redor das portas. As medidas mais arrojadas e uma série
de câmaras ao redor das portas. As medidas descritas por Ezequiel não são
geográficas, mas geométricas, não obedecendo a um projeto literal que se deseja
ver realizado no futuro, mas constituem um simbolismo com lições espirituais:
as disposições das câmaras servem para o amparo da santidade de Jeová, que
dentre em pouco ali habitaria com o seu povo, separando-o de todas as impurezas
morais e cerimonias vãs. Na primeira parte da visão (40-42), está revelado o
templo ideal, cuja arquitetura simboliza as aspirações espirituais do povo. Na
segunda parte (43-46), o culto ideal é constituído da glória de Deus, do
ministério sacerdotal, das contribuições do povo, etc, e, finalmente, na
terceira parte, a nação ideal (47-48)que tem sua vida ao redor do templo, de
onde extrai sua alimentação, seu refrigério e sua inspiração. Trata- se de uma
mensagem de restauração, santificação e glorificação, em que a nova ordem é
revelada mediante verdadeiro
arrependimento da parte do povo.
A ARCA DE NOÉ
"Quantos anos Noé levou para
construir a arca?"
Ao lermos a citação bíblica em
Gênesis 6.3, deparamos com a seguinte afirmação: "Então disse o Senhor:
não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é
carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos".
Ao lermos a citação bíblica em
Gênesis 6.3, deparamos com a seguinte afirmação: "Então disse o Senhor:
não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é
carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos".
De imediato, julgamos tratar-se de um
limite de idade, preestabelecida para cada um, individualmente, desde que
muitos deles atingiram a cifra de quase um milênio de anos, conforme viveram
Adão, Sete, Enos, Quenã, Jarede e Metuselá, o que mais viveu. (No entanto, se
meditarmos sobre o versículo supracitado, chegaremos à conclusão de que a
palavra homem foi tomada como um coletivo generalizado de toda a raça humana.
Entendemos, portanto, que os 120 anos eqüivalem à duração daquela dispensação
antediluviana, após o julgamento divino.
Noé estava com 480 anos, quando Deus
lhe ordenou a construção da arca. Vinte anos após já com 500 anos de idade, é
que lhe nasceu o seu filho primogênito, conforme Gênesis 5.32. Seus três filhos
vieram ao mundo e já encontraram o pai em plena atividade, ocupado na
construção da arca. Cem anos após o nascimento de Sem, contando Noé 600 anos,
veio o dilúvio que fez chover 40 dias e 40 noites, permanecendo Noé, esposa,
filhos, noras e os animais, na arca, um ano e 17 dias: Gn 7.10,11; 8.14.
Deus concedeu um prazo de 120 anos
para que a humanidade se arrependesse. Mas como não deram crédito à mensagem do
pregoeiro da verdade sucumbiram pelas águas do dilúvio.
A prova de que os 120 anos eqüivalem
ao fim de uma dispensação, após o juízo de Deus, é ter Noé vivido, após o
dilúvio, 350 anos: Gn 9.28.
SALVAÇÃO NACIONAL DE ISRAEL
"A Bíblia diz, em Romanos 11.26,
que todo Israel será salvo. Pergunto: até os que morreram em pecado?"
Não podemos analisar um texto bíblico
sem primeiro estudar o contexto, nem tampouco interpretar a parte de um
versículo pelo todo.
Lendo o capítulo 11, versículos 1-32
de Romanos, entendemos estar o apóstolo exortando os gentios, ao se presumirem
salvos e os judeus condenados.
Paulo descreve não ter Deus nunca
rejeitado o povo de Israel, pois sendo ele próprio da tribo de Benjamim, era um
apóstolo de Cristo. Entendemos, no entanto, estar Israel sob um profundo sono,
para que, vendo, não vissem, nem ouvissem ouvindo. Tal fato aconteceu e
acontece, para que, por meio desse endurecimento, viesse a salvação dos
gentios.
O apóstolo reconhece que, na verdade,
alguns dos ramos (Israel) foram quebrados, a fim de que fôssemos, como
zambujeiros, enxertados em lugar deles e feitos participantes da raiz e da
seiva da oliveira. Não devemos nos gloriar contra os ramos, pois não somos nós
quem sustentamos a raiz, mas a raiz que nos sustenta. Se, contra a natureza
(pois somos ramos dos zambujeiros), fomos enxertados na boa oliveira, quanto
mais Israel (oliveira natural) será reenxertado em sua própria oliveira.
Este profundo sono, no qual se
encontra (em parte) imerso Israel, perdurará até que os gentios entrem em sua
plenitude. Então, "todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião
virá o Libertador, e desviará a Jacó as impiedades", Rm 11.26.
Isto não significa dizer que todo o
Israel / será salvo, pois teríamos de incluir nesta afirmação o próprio Judas
Iscariotes, o traidor. O texto explica que Israel será salvo, na Grande
Tribulação, quando invocar o Messias prometido e quando Jesus se manifestar com
a sua Igreja (inclusive muitos judeus), para estabelecer o Milênio.
A fim de comprovar a nossa afirmação,
observemos o emprego da palavra grega "houtos" (assim, desta forma)'
em sentido temporal. Todo Israel é expressão que aparece repetidamente na
literatura judaica, onde não significa necessariamente todos os judeus, sem uma
única exceção, mas Israel como um todo.
Em Romanos 9.27, Paulo faz alusão a
uma profecia de Isaías, referente à salva- ção nacional de Israel: "Ainda
que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é
que será salvo." Zacarias, acerca do assunto diz: "E acontecerá em
toda a terra, diz o Senhor, que as duas partes serão extirpadas e expirarão;
mas a terceira parte restará nela. E farei passar esta terceira parte pelo
fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o
ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O
Senhor é meu Deus", Zc 13.8,9.
ARREBATAMENTO E REVELAÇÃO
"Como será a segunda vinda de
Cristo?"
A segunda vinda de Cristo se
verificará em duas fases. A primeira é o Arrebatamento da Igreja. Será em
segredo "num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta;
porque a trombe-ta soará, e os mortos ressuscitarão incor- ruptíveis, e nós
seremos transformados", 1 Co 15.52. Nesta primeira fase, Jesus virá
somente até as nuvens. Nesse dia solene, "estando dois no campo, será
levado um, e deixado o outro; estando duas moendo no moinho, será levada uma e
deixada a outra" (Mt 24.40,41); "estarão dois numa cama; um será
tomado, e o outro será deixado", Lc 17.34. Nesse dia se manifestará
"o homem do pecado, o filho da perdição". "Já o mistério da
injustiça opera: somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado;
então será revelado o iníquo...", 2 Ts 2.6,7. Esse "um que agora
resiste" é a Igreja, o povo de Deus. A sua resistência está nas orações
cheias de fé e poder que milhões de crentes fazem continuamente subir ao Céu.
Essa igreja, esse povo santo, será tirado, então não haverá mais empecilho e o
"homem do pecado se manifestará". Aí principia a Grande Tribulação,
sob o reinado pessoal do Anticristo, que durará sete anos. Desses momentos
indescritíveis, quando a ira de Deus cair sobre a humanidade que rejeitou o
Salvador, a "Igreja Filadélfia" será guardada: "Como guardaste a
palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há
de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra". Ap 3.10.
A segunda fase é a chamada revelação
de Jesus em glória: "E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos
os santos anjos com Ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as
nações serão reunidas diante dele", Mt 25.31,32. Nesse dia, sim,
"aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se
lamentarão, e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e
glória", Ap 1.7. É nesta fase que Jesus se manifestará a Israel, que
estará a ponto de sucumbir sob os exércitos confederados do Anticristo. Nesse
soleníssimo dia, os israe- litas, já quase na sua totalidade na Palestina, ao
olharem para as mãos do Messias, que surge, perguntarão: "Que feridas são
essas nas tuas mãos?" O meigo nazareno responderá: "São as feridas
com que fui ferido em casa de meus amigos!" Então, "olharão para mim
a quem traspassaram; e o prantearão como quem pranteia por um unigênito e
chorarão amargamente por Ele. Naquele dia será grande o pranto em
Jerusalém", Zc 13.6; 12.10,11. (Se os leitores estiverem interessados em
conhecer mais sobre o assunto, indicamos "Escatologia Bíblica", do
professor Antônio Gilberto.)
A MULHER QUE UNGIU JESUS.
"A mulher que ungiu Jesus em
casa de Simão, seria Maria, irmã de Lázaro?"
A passagem em João 11.12 dá a idéia
de um acontecimento anterior (Mt 26.6- 13; Mc 14.3-9; Lc 7.37), nos moldes em
que é contado no capítulo 12, versículo 3, com igual reação dos discípulos e
também igual ao comentário de Jesus, o que deixa transparecer que o fato é o
mesmo e as mesmas as pessoas, sendo apenas uma recapitulação. Pela ordem
natural, podemos inferir que depois do jantar em casa de Simão o (que fora)
leproso (Espada Cortante, O. S. Boyer, pg. 783), Jesus se tornou amigo da
família, por meio de Maria, sendo depois recebido muitas vezes nessa casa: Lc
10.38. Numa dessas vezes, Lucas estabelece (v.40) a intimidade que se vê em
João 11.5. Os detalhes da murmuração dos discípulos em Mateus e Marcos, que em
João é atribuída somente a Judas, não aparecem em Lucas, bem como o diálogo
entre Jesus e Simão, narrado por Lucas, não aparece nas demais narrativas, mas
nada impede que tenham acontecido na mesma ocasião. É de se esperar que fatos
narrados 20 ou 30 anos depois de acontecidos possam ter tido algumas omissões
por esquecimento, sem que isso invalide a sua inspiração e até mesmo que assim
sucedeu por força dessa inspiração divina, para que o observador atento pudesse
tirar delas as lições de que viesse a precisar. Há, porém, quem advogue a
possibilidade de terem ocorrido até três casos em que Jesus seria ungido por
mulheres diferentes, mas as coincidências não reforçam a afirmação. Nossa
opinião é a mesma do Novo Dicionário da Bíblia de Douglas, pág. 1.007, de que a
mulher que ungiu a Jesus em casa de Simão foi Maria, irmã de Marta e de Lázaro
e que o próprio Simão tinha parentesco com os três. "Mateus, Marcos e João
concordam em que o Senhor Jesus foi ungido em Betânia e Mateus e Marcos
especifi- cam que isso aconteceu em casa de Simão" (Douglas). Quanto ao
pejorativo "hamartoulos" - pecadora, que Lucas insere, não é
obrigatório julgar-se que Maria - a Maria piedosa de Betânia - fosse uma mulher
de moral duvidosa, como alguns comentaristas sugerem, mas que ela, em presença
de Jesus, sentira as suas próprias carências e buscara abrigo na honraria que
achou por bem fazer-lhe. Mesmo porque não se admite que a honradez encontrada
em Marta e Lázaro, a ponto de Jesus chegar a amá-los e a comover-se diante do
fato fúnebre que os envolveu, encontrasse tolerância numa atitude menos
conveniente da parte da irmã sob o mesmo teto.
QUANDO JESUS MORREU?
"Segundo Mateus 12. v.40: 'Pois,
como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o
Filho do homem três dias e três noites no seio da terra', qual foi o dia da
morte de Jesus?"
O dia da crucificação de Jesus tem
sido por alguns situado na quarta-feira, e pela maioria dos eruditos na
sexta-feira. Mas qualquer dessas datas conta com algumas dificuldades. No
entanto, a questão tem provocado muitos debates, e muito tempo tem sido
desperdiçado, e imensas energias têm sido concentradas nessa discussão. Para
alguns, o conhecimento e a declaração do dia certo parecem ter a importância de
uma convicção religiosa.
Russel em seu comentário do Novo
Testamento, diz: "Algumas pessoas por desconhecerem a índole das línguas
antigas, como o grego e o hebraico, insistem que tais palavras devem indicar
três dias e três noites completos; porem [apresenta grande número de citações
extraídas do hebraico, do grego e do latim] tal expressão era usada, nos dias
antigos, para significar parte de três dias e noites, e que uma parte era usada
para expressar a totalidade". A seguinte citação de Jerônimo ilustra esta
idéia: "Tenho abordado mais completamente o trecho sobre o profeta Jonas
(isto é, o livro do V.T.) em meu comentário. Direi agora somente que isto [esta
passagem ] deve ser explicada como modo de falar chamado sinédoque, quando uma
porção representa a totalidade. Não significa que nosso Senhor esteve três dias
e três noites inteiros no sepulcro, mas sim, parte da sexta-feira, parte do
domingo e todo o dia de sábado o que é apresentado como três dias". Assim
também esclarecem os pais da Igreja em geral. Na linguagem popular, "três
dias e três noites" significa, figuradamente, não mais do que três dias, o
que, na linguagem antiga, podia ser calculado incluindo-se o primeiro dia,
aquele em que algo acontecia. Nesse caso, o dia de crucificação teria sido o
primeiro dia, e o dia da ressurreição o terceiro. O segundo dia teria sido o
sábado, ficando assim completados os três dias. O próprio Jesus declarou isso
por diversas vezes, e a expressão foi repetida por Paulo, afirmando que Jesus
declarara que ressuscitaria ao terceiro dia: Mt 16.21; 17.23; Mc 9.31; 10.34;
Lc 9.22; 18.33; 24.17; 1 Co 15.4.
HOMEOPATIA: DIVINA OU DIABÓLICA?
"Desejo saber se é lícito o
crente consultar-se com médicos homeopatas." Doutrina proposta pelo médico
alemão Cristiano Frederico Samuel Hahnemann,
em 1789, cujos pais pertenciam à
Igreja Eyangélica Luterana, a homeopatia tem por lema a expressão latina:
"Similia similibus curantur" que significa - as doenças são curadas
pelos remédios que poderiam provocá-las. Isto quer dizer que a homeopatia é o
recurso pelo qual, quando enfermos, tomarmos o tipo de remédio que tomado,
provocasse a mesma enfermidade nas pessoas sãs, ficaremos automaticamente
curados.
Samuel, como religioso, acreditava
que as curas que realizava pela sua medicina eram de procedência divina.
Guilherme Gustavo Gross (alemão), médico homeopata, era filho de um pastor
protestante. Casou-se com a filha de um pastor evangélico. Hartmann, amigo de
Gross, pastor, tornou-se médico homeopata. É bem provável que deixou o
pastorado pela profissão homeopática, não deixando, contudo, o Evangelho.
Vejamos o exemplo do medicamento
homeopático por nome Berberis, o qual sendo tomado por quem não sofresse do
fígado, causaria danos a este aparelho do organismo humano. Esse remédio é
indicado pelos homeopatas, em pequenas doses, para a cura das doenças do
fígado, com resultados satisfatórios.
Além dos muitos tratados de
literatura homeopática, temos a obra intitulada Iniciação Homeopática, escrita
pelo professor Emydio Rodrigues Galhardo, catedrático da Escola de Medicina e
Cirurgia do Instituto Hanemanniano. Afirma o autor do livro que o espiritismo
tem, na verdade, feito a propaganda da homeopatia no Brasil, mas que essa
intromissão é uma deturpação.
O Dr. Samuel Pfeifer afirma: "Um
antigo ex-curandeiro e um praticante do magnetismo escreveu-me: "Satanás
tem um catálogo gigantesco de métodos, pelos quais quer separar a nós homens,
aberta e veladamente de Jesus Cristo. Disso faz parte também a oferta de diversos
métodos de cura. que pretendem ser um auxílio para o doente. Certamente é
verdade que muitos cristãos não sabem discernir se esses métodos de cura estão
solapados pelo inimigo, tornando-se também vítimas de charlatões,
principalmente quando se quer ficar curado a qualquer preço, ao invés de
perguntar, a qualquer custo, pela vontade de Deus".
Devemos ter cuidado, portanto, para
não consultarmos os curandeiros que não têm conhecimento de medicina. Eles
aproveitam a boa fé da população menos esclarecida e receitam medicamentos que
podem causar danos à saúde, por sua excessi- va dose e pelos componentes que os
integram.
Seitas religiosas, especialmente as
de origem afro-brasileiras, apresentam-se Domo salvadoras da humanidade,
indicando medicamentos nocivos ao organismo humano.
Um novo convertido que sofria de
bronquite desde os nove anos de idade, tendo tomado diversos medicamentos e não
obtendo resultado, achou por bem, às escondidas, visitar uma curandeira que lhe
passou a seguinte receita:
"Compre uma panela de barro
baiana que nunca foi usada e um prato de porcelana. Coloque uma camada de
folhas Je agrião no fundo da panela e outra de açúcar em cima, até encher o
recipiente. Em seguida, coloque nove pingos de limão galego, sem deixar cair a
semente dentro da panela. Tampe a boca da panela com um prato de porcelana que
nunca foi usado. Faça uma cova de três palmos. Coloque a panela e feche buraco
sobre ela. Retire-se sete dias após e tome o suco que você ficará curado".
Esse irmão saiu daquela casa e dirigiu-se
à igreja, onde as irmãs estavam reunidas em oração; chorou copiosamente,
pedindo perdão a Jesus pelo que fizera. O Senhor usou um presbítero que
participava do círculo de oração, o qual lhe disse em profecia: "Agora
mesmo te curei. Testifica entre teus irmãos o que eu fiz por ti neste
dia". Passaram-se quase dez anos e esse irmão nunca mais foi acometido
daquela doença.
Finalmente, dizemos: Desde que a
homeopatia seja aplicada por um médico, que é responsável perante a lei pela
profissão que exerce, não há nada de mais em servimo- nos dela. No entanto, o
melhor mesmo é confiar no Médico dos médicos - Jesus Nazareno.
NICODEMOS FOI SALVO?
"Nicodemos foi salvo?"
"Nicodemos" significa
vitorioso sobre o povo; é o nome de um fariseu membro do Sinédrio, e príncipe
dos judeus, que visitou Jesus, à noite (talvez por lhe ser mais conveniente),
por ocasião da Páscoa, quando também o Nazareno se encontrava em Je- rusalém.
Registramos o advérbio talvez no período anterior, pelo fato de que se encon-
travam na capital da Palestina judeus de todo o mundo, e o Filho de Deus
aproveitara o ensejo para falar-lhes da vida eterna; não tendo o tempo
necessário para dialogar com o componente do Sinédrio durante o dia.
Nicodemos tinha a convicção de que
Jesus viera da parte de Deus, conforme de- clarou em João 3.2: "Rabi, bem
sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais
que tu fazes, se Deus não for com ele". Chegamos também à sublime
conclusão de que Nicodemos não fora por conta própria manter o diálogo com o
Nazareno, quando declara "sabemos", significando ele e quem o enviou,
que pode ter sido um grupo de zelosos judeus que aguardavam a remissão de
Israel por intermédio do Messias. Ele era o porta-voz daqueles que desejavam
dirimir as suas dúvidas.
Causa estranheza a resposta de
Nicodemos no versículo quatro: "Como pode um homem nascer, sendo velho?
porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?" No
entanto, quando analisamos a sua posição de fariseu e mestre em Israel, concluímos
estar ele duvidando desta transformação, comparando Jeremias 13.23: "Pode
o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? nesse caso, vós
também podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal".
Jesus explicou-lhe, detalhadamente, o
processo do novo nascimento, comparando-o ao fenômeno do vento: "assopra
onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai, assim
é todo aquele que é nascido do Espírito".
Nicodemos deixou bem claro que se
convertera ao Evangelho, mesmo perten- cendo ao Sinédrio, quando interpelou em
favor de Jesus, ao lhe chamarem de impostor: "Porventura condena a nossa
lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz?", Jo
7.51.
Por ocasião da morte de Jesus,
enquanto os seus discípulos fugiam do compro- misso de sepultarem o corpo do
Mestre com medo dos judeus, Nicodemos e José de Arimatéia, enfrentando o risco
de perder a própria vida, tiraram o corpo de Cristo do madeiro, ungiram-no com
ungüento caríssimo e o sepultaram.
Após este ato de solidariedade e amor
para com o Mestre, dizer que Nicodemos não foi salvo é mesmo que afirmar não
ter o ladrão da cruz alcançado a misericórdia de Deus, quando Jesus lhe disse:
"Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso". E o malfeitor
nada fez de bom que merecesse a salvação. Ele só contou com a benevolência de
Jesus.
CRIANÇAS CONDENADAS?
"As crianças de pais não-crentes
serão salvas?"
Ao analisarmos este complexo assunto,
devemos, de pronto, entender o seguinte:
• A criança não tem condições de
arrependimento.
• A criança não pode ser batizada.
• A criança está livre de qualquer
responsabilidade.
Alguns alegam, contrariando o ponto
de vista bíblico, dizer a Escritura que "to- dos pecaram e destituídos
estão da glória de Deus", Rm 3.23. Se afirmamos que essa condenação
abrange também as crianças dos descrentes, pois que estão incluídas em
"todos", estaremos condenando as crianças dos próprios crentes, de
vez que, forço- samente, estarão elas igualmente incluídas nesse coletivo.
Se admitirmos que as crianças filhos
de não-crentes estão condenadas, então te- mos de considerar que agem
acertadamente as igrejas que batizam crianças, visando a prepará-las para a
eternidade. O "cate-cismo da Doutrina Cristã da Igreja Romana ", diz:
"os pais e as mães que, por negligência, deixam seus filhos sem o batismo,
pecam gravemente, porque privam essas criancinhas da felicidade eterna".
Mas nós não cremos que o batismo de crianças seja bíblico, nem que o batismo em
si seja um meio de graça. (Sobre o assunto, leia o livro da CPAD - As Crianças
e seu Destino Eterno.)
Sob expiação A expiação estende-se a
todos os homens e opera sobre todos os homens que aceitam o sacrifício de
Cristo os que não têm qualquer condição de aceitá- la, estão nela incluídos.
Seu paralelismo com os efeitos do pecado de Adão é visto no fato de que as
crianças e outras pessoas irresponsáveis, incapazes de rejeitá-la são salvas,
sem o próprio consentimento. Se nasceram debaixo da maldição, semelhantemente,
nasceram sob a expiação, que é designada para remover a maldição. Ás crianças
permanecem ao abrigo da expiação até atingirem a idade suficiente para
repudiá-la ou aceitá-la.
A expiação estende-se a todos os
homens e opera sobre todos os homens que crêem.
Se as criancinhas nascerem debaixo da
maldição, semelhantemente, nasceram sob a expiação que é designada para remover
a maldição, e isso tem valor até que elas possam aceitar ou rejeitar a
salvação.
Só por uma predestinação autocrata e
injusta poderiam as crianças ser condena- das pelo simples fato de nascerem de
pais descrentes.
É incorreto dizer que o reino dos
céus é somente para as crianças que vem a Jesus, pois como podemos admitir que
crianças inocentes e irresponsáveis possam vir a Jesus?
Alguém poderia indagar porque está
escrito em Apocalipse 20.12 de "pequenos e grandes" diante do trono
de juízo. Como pode ser isso?
A palavra que aparece nesse texto
como "pequenos" não se trata da expressão grega "Teknos" ou
"Phaidion", que significa criança ou menino. Mas "Mikros",
que quer dizer pequeno no sentido de posição, isto é, serão julgados tanto os
grandes (os reis ou príncipes, etc.) como os pequenos (os pobres). Além do
mais, é bom lembrar que está escrito que cada um foi julgado segundo as suas
obras. Onde estão as obras de uma criança? Podem elas ser justificadas por suas
obras? Ap 20.13. Afirmamos que a criança, embora pecadora por origem, não tem
cometido pecado, pela inocência.
Surgirá, então, outra pergunta: Como
Paulo falou dos "filhos imundos" e dos "filhos santos"?
O que realmente o apóstolo asseverou
sobre este assunto nada tem a ver com a salvação ou com o castigo eterno da
criança, mas simplesmente com a limpeza ceri- monial dos cônjuges, em
concordarem em viver sob disciplina evangélica, fora das con- taminações de
prostituições idolátricas. Assim, ao nascerem, os filhos seriam limpos ou
santos ( no original é "ÁGIOS"), separados de atos profanos, puros
socialmente, castos, etc. Um crente casado com descrente vivendo
evangelicamente, seus filhos seriam isentos da impureza venérica das
prostituições religiosas, muito comuns naqueles dias: 1 Co 6.18,19. Também foi
neste sentido que Paulo ensinou que os cônjuges incrédulos seriam santificados
pelos crentes, isto é, vivendo a pureza evangélica, embora não sejam salvos: 1
Co 7.13.
Logo, as crianças, ao morrerem sem os
pais se converterem, estão debaixo da obra do Grande Fiador e Advogado -
Cristo, nosso Senhor: Hb 7.22; 1 Jo 2.2. E as que vivem sob um lar ímpio, estão
sob a proteção da obra redentora até o tempo de saberem escolher entre o bem e
o mal e terem a faculdade exercitada pela razão para crerem e serem salvas pela
graça de Deus: Tt 2.11.
Diante disso, fica bem claro que o
pecado original das crianças em idade de não compreensão, não é levado em
consideração por Deus, pois elas estão incluídas na redenção, e esse pecado
original delas é, pelo eterno plano divino, lavado pelo precioso sangue de
Cristo.
Finalmente, devemos fazer, ainda,
algumas ponderações:
1. Os maridos ou as esposas
descrentes não serão salvos só por ser o seu cônjuge crente.
2. Os filhos (na idade da razão) dos
crentes não serão salvos por causa da condição de santificação de seus pais.
3. Nas crianças, o pecado congênito é
eliminado, é apagado, através da obra expiatória de Cristo.
4. Uma criança não tem capacidade
para crer.
5. Uma criança não pode ser
convencida do pecado, porque não praticou pecado algum, ela é, diante de Deus,
irresponsável.
6. As criancinhas não podem ser
julgadas, porque jamais se aperceberam de quaisquer leis. A única lei (se assim
pode ser chamada) que predomina sobre elas é a da inocência. Elas ignoram tudo
e Deus não leva em consideração o tempo da inocência: At 17.30.
Acerca das crianças do Dilúvio, não
pereceram por serem pecadoras, mas por uma circunstância eventual. O mesmo aconteceu
com as crianças em Nobe (1 Sm 22.11), que foram mortas "desde os meninos
até os de mama", e com as de Belém (Mt 2.16), onde Herodes mandou matar
todos os meninos que ali havia e em todos os contornos, de dois anos para
baixo.
Também nas cidades de Sodoma e
Gomorra, as crianças foram destruídas pelo juízo dos pecadores; entretanto,
devemos notar que esses juízos foram materiais e temporais e não constituíam o
castigo eterno. Pois, segundo as nossas leis e as leis divinas, as crianças não
podem sofrer pena de condenação.
O SIGNIFICADO DO BATISMO
"O que é batismo?"
Noé e sua família, seguros na arca,
foram postos em um mundo novo pelas águas que afogaram os ímpios. Assim o
crente, simbolicamente, passa pelo julgamento contra o pecado, seguro em Cristo,
pelo batismo. O dilúvio foi o tipo; o batismo é o antítipo. Aqui temos a
passagem do crente para a nova vida, mas não pelo batismo como tal, que é
impotente para lavar a imundície da carne. O poder reside na morte e na
ressurreição de Cristo, apropriado por um apelo pessoal a Deus. O batismo, por
conseguinte, representa para nós o estabelecimento do novo pacto e de nossa
entrada pessoal nos seus benefícios.
Pedro apresenta o batismo também
simbolicamente como o escape do crente do julgamento e a transição para o reino
de Deus. O batismo significa também uma fi- liação, mediante a remissão dos
pecados e o novo nascimento.
A imersão total é reputada como a
mais correta, pois está de acordo com a etimologia do verbo
"baptizõ". Por outro lado, entendem alguns que qualquer que seja a
etimologia conforme é empregada no Novo Testamento, a palavra
"baptizõ" não exige imersão, como o batismo com o Espírito Santo que
é descrito como derramamento, adotando, portanto, a efusão ou a aspersão. No
entando, julgamos ser a primeira forma a mais correta, conforme nos diz o
significado da palavra. O batismo deve ser ministrado em nome da Trindade: Mt
28.19.
O MINISTÉRIO DE ISAIAS
"Quantos anos durou o ministério
do profeta Isaías?"
Isaías, que é chamado o profeta
messiânico, ou o evangelista do Velho Testamento, em virtude do grande número
de profecias que tem a respeito de Jesus, profetizou durante um longo período.
A maioria dos estudantes e comentadores bíblicos crê que Isaías profetizou
pelos menos durante quarenta anos, ou seja, do último ano do reinado de Uzias
até o décimo quarto do reinado de Ezequias. O nome "Isaías" significa
salvação de Jeová.
O NOME DA RAINHA DE SABÁ
"Podemos saber o nome da rainha
de Sabá que visitou Salomão?"
Não existe uma opinião unânime quanto
ao nome pessoal da rainha de Sabá. A Bíblia omite este detalhe. Os
historiadores têm opiniões distintas a respeito. Uns afirmam que o nome dela
era Makida, outros Balkis.
QUEM ERAM OS SADUCEUS?
"Quem eram os saduceus tão
mencionados nos Evangelhos?"
Os saduceus eram um dos grupos em que
se dividiam os judeus no tempo de Je- sus. Eles eram adversários doutrinários
dos fariseus. Não criam na ressurreição dos mortos nem na vida futura. Eles
alcançaram grande prestígio com a ascensão de Herodes ao trono. Sua oposição a
Jesus era mais forte que a de qualquer outro grupo. Os principais dignatários
do sacerdócio mosaico eram os saduceus. Por várias vezes Jesus os repreendeu.
A INTERPRETAÇÃO DO LIVRO DE CANTARES
"Como se interpreta o livro de
Cantares?"
Trata-se de um livro poético que,
segundo os eruditos da língua hebraica, utili- zase de uma linguagem soberba
para descrever as peculiaridades do amor puro entre o casal. Sua autoria
geralmente é atribuída a Salomão, além de Sulamita e das filhas de Jerusalém.
Alguns vêem, ainda, outro personagem, provavelmente um pastor apaixonado, de
que a Sulamita seria noiva, razão pela qual ela teria resistido aos galanteios
de Salomão para atraí-la. As intepretações judaica e cristã são consentâneas
com a realidade espiritual, já que a inclusão do "Cântico dos
Cânticos" no cânon sagrado o identifica com a inspiração plenária da
Bíblia. No primeiro caso, "o amado representa Deus, e Sulamita, a noiva,
Israel. O rei é o símbolo da tentação mundana, que procura atraí-la afastando-a
do fiel amado, porém sem êxito. Assim, conta a alegoria o profundo amor de Deus
por Israel, da fidelidade de Israel a Deus, exaltando o poder do verdadeiro
amor em resistir à tentação do esplendor do mundo". No segundo caso, todo
o desenrolar de Cantares reflete o relacionamento entre Cristo e a Igreja, que
assumem a posição anteriormente ocupada por Deus a Israel.
O NÚMERO DE PROMESSAS
"Qual o número de promessas na
Bíblia Sagrada?"
Torna-se muito difícil dizer com
precisão o número de promessas contidas em toda a Bíblia, visto que as opiniões
acerca do assunto divergem muitíssimo. Todavia, por fonte abalaizada de
pesquisas, podemos afirmar que, no Velho e Novo Testamento há 8.810 promessas.
Um número aparentemente irrisório, comparado aos 1.189 capítulos e 31.173
versículos existentes nas Escrituras Sagradas. Mas esta é a fonte mais acurada
que temos no momento.
Ademais, continuando a analisar o
âmbito do assunto, descobrimos que existem oito tipos de promessas em toda a
Bíblia. Deus fez ao homem 7.487 promessas, cerca de 85% de todas.
Em quase 1.000 exemplos anotados
(991) uma pessoa faz promessa a outra pessoa. Isto dá cerca de 11% das
promessas da Bíblia. Por exemplo, a promessa dos caldeus ao rei Nabucodonosor:
"Diga o rei o sonho a seus servos, e lhe daremos a interpretação", Dn
2.7.
Há ainda 290 promessas feitas pelo
homem a Deus. A maior parte 235 - encontra-se nos Salmos. Exemplo: "Abre,
Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará os teus louvores", SI
51.15.
Vinte e oito promessas foram feitas
pelos anjos, estando 23 delas no Evangelho de Lucas. Como exemplo, citamos a
promessa feita pelo anjo às mulheres junto ao túmulo de Jesus: "Ide
depressa e dizei aos discípulos que Ele ressurgiu dos mortos, e vai adiante de
vós para a Galiléia; ali o vereis. É como vos digo", Mt 28.7.
Existem ainda duas promessas de
Satanás. E esta é uma delas: "Tudo isto te darei se, prostrado, me
adorares", Mt 4.9.
Um espírito maligno fez duas
promessas: "Então saiu um espírito e se apresentou diante do Senhor, e
disse: Eu o enganarei. Perguntou-lhe o Senhor: Com quê?
Respondeu ele: Sairei, e serei um
espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas", 2 Cr 18.20-21.
Dos 66 livros da Bíblia, só a
Epístola de Paulo a Ti to não tem promessas. Dezessete outros livros contêm
menos de dez promessas em cada um. Mesmo um livro importante como Efésios só
tem 6 promessas.
O Novo Testamento tem 1.104
promessas; o Velho Testamento, 7.706. Isto significa que sete em cada oito
promessas são encontradas no Antigo Testamento. Ade- mais, Isaías, Jeremias, e
Ezequiel têm mais de 1.000 promessas cada um, ou 3.086 nos três, e, ou, mais de
1/3 (35%) das promessas da Bíblia. A maioria delas é de natureza profética.
Exemplo: "Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e lhe chamará
Emanuel", Is 7.14.
Muitos versículos têm mais de uma
promessa. Este aqui tem quatro: Os que esperam no Senhor 1) renovarão as suas
forças; 2) sobem como asas como águias; 3) correm e não se cansam; 4) caminham
e não se fatigam: Is 40.31. Este outro tem cinco promessas: Levantai os vossos
olhos para os céus, e olhai para a terra em baixo, porque
1) os céus desaparecerão como fumo;
2) e a terra envelhecerá como um vestido; 3) e os seus moradores morrerão como
mosquitos; 4) mas a minha salvação durará para sempre; 5) e a minha justiça não
será anulada: Is 51.6.
O capítulo com maior número de
promessas é Deuteronômio 28. As 133 promessas ali contidas referem-se às
bênçãos e maldições que Deus prometeu aos israelitas em Canaã, dependendo da
obediência ou desobediência às suas ordens.
Outro capítulo semelhante é Levítico
26, que contém 94 promessas, 3/4 de todas as promesas do livro.
No que diz respeito a promessas, o
Salmo 37 é o mais importante capítulo da Bíblia. Praticamente cada versículo é
uma preciosa promessa. A Bíblia é um livro de infalíveis promessas.
Finalmente, fazemos nossas as
palavras do sábio Salomão, rei de Israel, dizendo: "... nem uma só palavra
falhou de todas as suas boas promessas, feitas por intermédio de Moisés, seu
servo", 1 Rs 8.56.
IMAGEM E SEMELHANÇA
"Como explicar a expressão
"imagem e semelhança de Deus, em Gn 1.27?" Inicialmente, temos de
entender que se trata da parte imaterial, e não material.
"Imagem e semelhança" se
manifesta no ser imaterial (espiritual), através da parte material. Lembremos o
seguinte: a representação da parte imaterial do homem representa a parte
espiritual.
A Bíblia declara que o corpo (parte
material) do homem foi feito pelo ato direto e imediato de Deus, como o próprio
texto alude em Gênesis 2.7: "então Deus formou o homem do pó da
terra". Entretanto, no texto anterior (Gn 1.26,27), a Bíblia diz que Deus
o criou "à sua imagem e semelhança; à imagem de Deus o criou". Este
texto não declara que a parte imaterial foi criada, pois a parte espiritual foi
outorgada ao homem através do sopro divino, tornando a parte criada em
"alma vivente". A parte imaterial se originou do homem mediante um
"ato de transmissão", e não, por um "ato de criação".
É esta parte imaterial que dignifica
o homem e o torna superior no universo. Quando a Bíblia declara: "Façamos
o homem à nossa imagem e semelhança", a colocação plural do verbo indica o
nome do Criador, que no original hebraico aparece
como "Elohim" e significa
literalmente "deuses". Mas como a Trindade celestial não se apresenta
no plural, mas no singular, entendemos que "Elohim'' indica a Trindade em
ação, isto é, os três em um só. As três pessoas da Trindade não são três
deuses, mas um só Deus em três pessoas. As três pessoas da Trindade tomaram
parte da criação do homem, e cada uma das pessoas, suficientemente em si mesma,
deu a sua parte nessa criação. Por isso, Deus Pai é "Elohim" e Deus
Espírito Santo é "Elohim" e Deus Filho (Jesus) é "Elohim".
A criação do homem é o apogeu da obra
criadora. É a Trindade quem declara, sem qualquer intervenção ou consulta feita
aos anjos: "a nossa imagem, conforme a nossa semelhança: v.26. São
sinônimos os substantivos, e se compreendem em face do paralelismo da poesia
hebraica. Trata-se de uma semelhança natural e moral, "e domine...",
v.26. É desta semelhança com Deus que deriva todo o domínio do homem sobre as
criaturas.
O pecado manchou essa imagem no
homem. Somente a obra expiatória de Cristo pode recuperá-la mediante
arrependimento dos pecados e a aceitação da obra expiatória de Cristo. Assim,
quando o homem se torna "uma nova criatura em Cristo", pelo
arrependimento (2 Co 5.7), essa "imagem e semelhança divina", que
estava manchada pelo pecado (1 Jo 1.7), é recuperada integralmente em Cristo
Jesus, mediante a obra remidora do Calvário.
IRMÃS PODEM UNGIR?
"É bíblico irmãs ungirem
enfermos e darem óleo para eles beberem?"
A Concordância Bíblica aponta 24
citações onde aparece a palavra unção e 83 com o verbo ungir. Há nas Escrituras
somente um caso em que a unção foi feita por uma mulher e este aconteceu quando
Maria ungiu Jesus com ungüento de nardo puro, trazido num vaso de alabastro.
Esta unção não parece terapêutica, senão de honraria e não consta que Jesus
estivesse enfermo.
A unção era efetuada não somente
sobre pessoas (1 Sm 10.1; SI 23.5; SI 133.2); mas também sobre utensílios (Êx
30.26,30); e até sobre animais: "Os pastores da Palestina compunham em
ungüento de azeite de oliveira que esfregavam nos focinhos feridos das
ovelhas" (cf. SI 23.5 -Douglas). Quando João diz que "vós tendes a
unção do Santo" (1 Jo 2.20-27), ele fala em termos de discernimento entre
o que é proveitoso à fé e o que se demonstra como armadilha: v.26. Por meio
desta "unção", isto é, pela operação do Espírito, o crente discerne a
heresia, da boa doutrina, e é exortado a aderir à mensagem apostólica.
Pessoas ou coisas eram ungidas no AT,
a fim de significar santidade ou separação para Deus. Desse modo podiam ser
ungidas pedras, ou montes de pedras (Gn 28.18); peças do templo, etc: Ex
30.26,27. Certo tipo de unção era tido como especial, a ponto de ser proibido o
seu uso em outras circunstâncias: Êx 30.31-33,37,38. A unção conferia poder e
autoridade ao ungido: 1 Sm 10.1; 16.12,13. A unção era feita com azeite
composto de uma mistura de perfumaria (Êx 30.34-38), que, de acordo com a idade
de sua composição, aumentava de preço: Mt 26.7.
O termo "Mirgahath Shemen",
em grego "Myron", designa ungüentos de várias espécies largamente
empregadas no Oriente, primariamente como cosméticos. Os egípcios serviam-se do
ungüento para uso medicinal, mas o empregavam também para abluções em casos
onde a água para o banho era escassa. Os hospedeiros colocavam sobre a testa do
visitante cones providos de ungüento que diluía ao calor do corpo, atingindo o
rosto e até as vestes. Esse costume foi assimilado pelos sionistas e demais
povos do Oriente. Nos tempos neo-testamentários, os enfermos eram
freqüentemente ungidos (Lc 10.34; Tg 5.14), e essa atribuição na igreja era um
privilégio dos anciãos (presbíteros e pastores), não constando qualquer
permissão para as irmãs ou demais irmãos, nem mesmo para os diáconos, ungirem
enfermos. Assim, o atual costume das irmãs ungirem enfermos não encontra apoio
bíblico.
A SALVAÇÃO DE JOÃO BATISTA?
"Onde estava João Batista durante
a matança dos inocentes?"
A matança dos inocentes, relatada em
Mateus 2.16-18, e relacionada com Jeremias 31.15, não é contada por qualquer
outra fonte. Segundo a descrição bíblica, aconteceu num raio de oito
quilômetros em volta de Belém, como recurso de Herodes para livrar-se de um
futuro concorrente. É de se estranhar que, já velho, Herodes acreditasse que
uma criança recém-nascida pudesse prejudicar o seu reinado, mas o fato é que
não somente ele perturbou-se, mas "toda a Jerusalém com ele", Mt 2.3.
E mais estranho ainda é que intentasse um recurso que, embora tenha causado a
morte de muitas crianças, não poderia garantir que nesse meio estaria também
aquela visada por ele.
Acreditamos que o infanticídio
profetizado por Jeremias, inclusive com a designação da cidade de Rama, situada
a oito quilômetros de Belém onde se achava o túmulo de Raquel (Gn 35.19), teve
também apiedados que pouparam da espada a vida de não poucos meninos, como
fizeram as parteiras tementes a Deus nos dias do nas- cimento de Moisés: Êx
1.16,17.
Hoje temos notícias provindas da
China de que alguns casais são forçados ao controle da natalidade que os
restringe a um único filho; dessa maneira; um chinês matou a filha de 11 meses
quando lhe foi dito por uma curandeira que o filho próximo a nascer sena um
menino; e como as leis tradicionais da religião chinesa favorecem o filho
homem, o pai achou melhor sacrificar a filha. Outra notícia do mesmo país, diz
que um outro homem foi condenado e executado por atender a 80 mulheres
desejosas de ter outro filho e que a ele recorreram para que lhes removesse o
aparelho anticoncepcional (DIU), imposto pelo Estado. Há sempre alguém disposto
a salvar vidas, mesmo com o sacrifício de si próprio.
No caso de Jesus, o próprio Deus se
encarregou de livrá-lo, fazendo com que fosse levado ao Egito, também em
cumprimento das profecias: Os 11.1. E João Batista não parece ter sido atingido
pela matança, uma vez que seus pais moravam nas montanhas, fora dos contornos
de Belém, em lugar considerado deserto: Lc 1.80. Se houvesse um critério na
verificação das idades das crianças, ainda assim ele teria ficado fora do
morticínio, pois nessa época teria mais de dois e quase três anos: Mt 2.11,16;
Lc 1.36. Cremos que se a mortandade tivesse de atingi-lo, Deus proveria para
ele e para seus pais um meio de escape.
COMO DEVEMOS ORAR?
"Nossas orações devem ser
dirigidas a Deus Pai, ou a Jesus? Queira explicar João 16.26 e Efésios
2.18."
Devemos orar em nome de Jesus, porque
o pecador não se pode aproximar de Deus em seu próprio nome. Não temos
merecimento para chegarmos à presença divina: Jesus é o nosso mediador,
"porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus
Cristo, homem" (1 Tm 2.5), por isso é por Ele que nos devemos chegar a
Deus, pois "... pode salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus,
vivendo sempre para interceder por eles", Hb 7.25. João, o apóstolo, narra
que Jesus por várias vezes se referiu a isso: "E tudo quanto pedirdes em
meu nome eu o farei", 14.13; "Se pedirdes alguma coisa em meu nome eu
o farei", 14.14; "a fim de que tudo quanto, em meu nome, pedirdes ao
Pai Ele vo-lo conceda", 15.16b. "Na verdade vos digo que tudo quanto
pedirdes a meu Pai, em meu nome, Ele vo-lo há de dar", 16.23b.
Isso não importa em que as nossas orações
não possam ser dirigidas diretamente a Jesus, em seu próprio nome. Paulo diz
que os santos em todo o lugar invocam o nome do Senhor Jesus: 1 Co 1.2. Estêvão
orou a Jesus: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito"; "Senhor,
não lhes imputes este pecado". Paulo também orou a Jesus para que
desviasse dele o mensageiro de Satanás. Efésios 2.18 afirma que os judeus e
gentios têm acesso ao Pai por meio de Jesus. A dificuldade que há em João 16.26
é: "... não vos digo que rogarei ao Pai por vós", no entanto, o porquê
dessa afirmação está no versículo 27: "Porque o próprio Pai vos ama, visto
que me tendes amado e crido que eu vim da parte de Deus". O versículo 26
afirma que isso será naquele dia. Talvez fosse o dia quando os discípulos
seriam revestidos de poder, seriam batizados com o Espírito Santo, então eles
teriam uma tal comunhão com Jesus, e um tão profundo amor à sua divina pessoa
que levariam o Pai a amá-los com aquele amor (v.27), "philei", no
grego, que significa ter afeição, ser amigo. Essa situação especial dos
discípulos perante o Pai complementaria a oração deles, não se fazendo, no
caso, imprescindível a intercessão do Filho. Note-se, porém, que mesmo nessa
conjuntura, não foi dispensado o modo de pedir a Deus em nome de Jesus: v.26.
ÓSCULO SANTO
"Por que não usamos o ósculo em
nossas saudações?"
O ósculo santo, como o chama Paulo,
ou ósculo de caridade, como o denominou posteriormente Pedro; era uma saudação
de trato ou hábito puramente social, que teve lugar entre os irmãos componentes
de algumas igrejas nos dias apostólicos, mas sem finalidade religiosa, sem que
se constituísse doutrina nem meio de santificação, pois quem santifica a Igreja
é Jesus, pelo Espírito Santo.
Sendo o ósculo, apenas, uma forma de
trato social, passou com o tempo e ficou sujeito a mudanças como mudam os
costumes regionais, que ora são abolidos, ora transformados, ora substituídos.
Os hábitos morais são os que mais se arraigam à sociedade, e, mesmo assim,
sofrem transformações ou são esquecidos.
Destarte, reiterando o que foi dito
algures, o ósculo, como todos os costumes so- ciais era periódico, sujeito a
mutações com o passar do tempo. Assim aconteceu, e dizemos que caiu em desuso.
Também se deve levar em conta o
sentido higiênico, pois o beijo pode até transmitir doenças. Devemos também
considerar o desenvolvimento da maldade do coração humano. Ademais, "A paz
do Senhor" quando dada com sinceridade, traduz todo o amor e apreço
cristão.
QUAL A IGREJA VERDADEIRA?
"Qual a igreja que Jesus vai
levar para a sua glória?"
Ele vai levar a sua Igreja (Mt 16.
18), "igreja gloriosa, sem mácula, mas santa e irrepreensível", Ef
5.27. Os que se sentem vinculados genuinamente a essa Igreja, estejam seguros
de que subirão com Cristo, respeitando o constante em Mateus 24.13.
SALVAÇÃO ETERNA
"É verdade que a salvação é
eterna?" Sim, a salvação conduz à vida eterna. É uma provisão da graça de
Deus: Jo 5.24. O que merece nossa especial atenção é o seguinte: embora a
salvação seja eterna em Deus, pode não ser eterna no crente. Enquanto o crente
vive neste mundo, sua salvação é legítima, porém condicional. Os salvos têm
seus nomes escritos no livro da vida e precisam viver de tal maneira que de lá
não sejam tirados (riscados): Êx 32.32,33; SI 69.28; Ap 20.15.
NAMORO
"Como deve ser o namoro
cristão?" O namoro é o período em que o rapaz e a moça estabelecem uma
aproximação mais afetiva com a pretensão de um compromisso mútuo de
companheirismo exclusivo. Começa, geralmente, com uma palavra, uma frase, um
gesto, que demonstra a atração de um pelo outro e que vai se expandindo com o
passar dos dias. Os encontros vão se sucedendo e a afinidade se desenhando,
passando
o jovem par a se preferirem aos
demais colegas e companheiros, renunciando cada um a seus próprios interesses
em favor do seu escolhido(a) e a dedicar-lhe mais tempo do que o usual. Nesses
encontros, os jovens vão sentindo o real liame que os prende e passam então a
reconhecer no companheiro as qualidades e a desculpar-lhe os defeitos, havendo
uma aceitação maior de um pelo outro, a ponto de sentirem a ausência um do
outro, mesmo rodeados de outras pessoas. Outras vezes deixam o grupo de amigos
para se sen- tarem isolados em outro local, onde possam desfrutar a mútua
companhia sem a presença de terceiros. Nos crentes, essa afeição, esse apego é
muitas vezes reforçado ou diluído pela revelação divina, através da oração, em
que cada um pergunta ao Senhor se é realmente aquele ou aquela que lhe tem
destinado. E a confirmação pode vir, como também pode acontecer um descarte,
indo cada um para o seu próprio caminho para fazer nova escolha. Quando o
namoro persiste, a afetividade, a aproximação se acimenta e ambos estão já
cientes de que aquela escolha é permanente; começam então a faturar seus passos
em conjunto. Passam a sentir a necessidade de um respeito maior, de um
compromisso mais sincero, de atitudes mais corretas e de um reconhecimento dos
deveres recíprocos, para que a união venha a concretizar-se.
No período do namoro é que os jovens
precisam cuidar de não magoar o seu companheiro (a), pois mesmo que não venham
a perdurar este estado especial de preferência, a amizade desinteressada deve
perdurar sem ficar abalada. Quando descobrem que estão namorando, os jovens
devem fazer o possível para agradar-se um ao outro, sem ferir as susceptibilidades
um do outro, o respeito que vai marcar as suas vidas para sempre. Devem evitar
contatos menos puros, atitudes sem decoro e com prometedoras, cismas
desnecessárias, ciúmes infundados, uma vez que esse período é que vai alicerçar
as opiniões favoráveis de um para com o outro. Se um jovem se porta mal com uma
moça no período do namoro, é de se esperar que seus atos sejam lembrados por
ela mais tarde, quando casados. E a imagem não será boa para ambos, pois ele
terá também a lembrança de uma jovem que lhe permitiu todas as investidas.
VIDA CONJUGAL E SALVAÇÃO
"Uma pessoa convertida que não
se torna membro da igreja, por viver maritalmente com alguém, alcança a
salvação?"
Resumindo: o batismo é a confirmação
do que já aconteceu. Fala de arrependi- mento, de novo nascimento, de pacto de
uma nova vida com Deus. Só os salvos podem ser batizados com eficácia. Se um
não-salvo chegar a ser batizado, isso nada significará
para ele; nenhum valor espiritual
terá. Batismo é uma ordenança bíblica. A pessoa passa a pertencer à Igreja de
Cristo no instante em que é salva. Pela salvação, ela se torna filho de Deus, e
um filho de Deus pertence à Igreja de Cristo. A essa Igreja pertencem todos os
salvos de todas as línguas, povos e nações. O batismo é a confirmação de que a
pessoa está salva. Ao batizar-se, o convertido testemunha diante da igreja
local que morreu para o mundo e que deseja viver para Cristo, numa vida de
acordo com os preceitos bíblicos; que deseja cooperar nos trabalhos da igreja,
na disseminação do Evangelho. A pessoa é batizada, não para ser salva, mas
porque é salva. Para ser membro da igreja local, no entanto, a pessoa tem de
ter sua vida regularizada de conformidade com as leis do país. A igreja tem o
dever de respeitar as leis, como ensina a Bíblia. Por isso não pode receber
como membro da igreja local, no entanto, a pessoa tem de ter sua vida
regularizada de conformidade com as leis do país. A igreja tem o dever de
respeitar as leis, como ensina a Bíblia. Por isso não pode receber como membro
uma pessoa que viva maritalmente (no sentido que dá a essa palavra a linguagem
coloquial), isto é, sem estar legalmente casada. Desse modo, a pessoa que, ao
ser salva, se encontrar nesse estado precisa casar-se ou deixar o(a)
companheiro (a), e nesse sentido, tudo deve fazer; até ir ao sacrifício deve
estar disposta, para que não perca a bênção de cumprir em si a ordem de Jesus:
"... batizando-os em nome do Pai; do Filho e do Espírito Santo".
Ninguém deve acomodar-se nessa situação. Acomodar-se é estar fora da "boa,
agradável e perfeita vontade de Deus", Rm 12.2.
No entanto, se a separação for
impossível por causa dos filhos (os filhos não po- dem ser abandonados pelos
pais, isso pode levar a maior mal), então o caso só pode ser resolvido por
Deus. O que a pessoa deve fazer, nessa circunstância, é tomar o conselho do
salmista: "Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e ele tudo
fará". Queremos acentuar porém, que Deus não faz as coisas que o homem
pode fazer. Ele só faz o que é impossível ao homem. Jesus não tirou a pedra do
túmulo de Lázaro, nem desatou as suas mãos. Eram coisas que o homem podia
fazer. Também Deus não concede a quem não pede: "Pedi e dar-se-vos-á;
buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á", Lc 11.9.
CABELO CORTADO NAS MULHERES
"Deve a mulher crente cortar o
cabelo?"
Não, não deve. U ensino bíblico é que
a mulher deve ter o cabelo crescido. Vejamos o texto em 1 Coríntios 11.15:
"Mas ter a mulher o cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi
dado em lugar de véu". Ora, se é honroso tê-los crescidos, é,
conseqüentemente, desonroso tê-los cortados.
Muitos pensam, como o irmão diz em
sua carta, que a mulher pode cortar, con- tanto que não seja muito curto. Mas o
apóstolo Paulo compara esse tipo de corte a tosquiar-se ou rapar-se e pergunta
se a igreja acha decente que a mulher ore a Deus com a cabeça raspada. Além do
mais, o rosto feminino fica sem estética. Algumas até parecem homens.
Na igreja de Corinto parecia haver
uma reivindicação feminina de equiparação aos homens e algumas se manifestavam
tosquiando o cabelo e abolindo o véu, como para se manifestarem livres do
"poderio" do homem. Alguma corrente masculina as apoiava e causava
dissensão entre os irmãos e Paulo fez-lhes ver que as igrejas de Deus não
tinham esse costumes e nem se debatiam em lutas de classe.
Em conclusão, desejamos que os irmãos
reparem que os cabelos compridos nas moças e senhoras crentes dão um toque de
reverência e obediência, mostrando a santidade que exercem diante de Deus.
JEJUM
"Qual a relação entre o jejum e
a parábola proferida por Jesus, segundo Lucas 5.33-39?"
A relação da parábola com o jejum
está nos versículos 29 e 30 do contexto. Os fariseus, através de seus escribas,
repreenderam indiretamente a Jesus e seus discípulos por não jejuarem. Jesus
percebeu seus propósitos hipócritas e ministrou-lhes o ensino contido nos
versículos 34 e 35, onde compara a comunhão que mantinha com seus apóstolos com
a alegria festiva de um casamento, quando é inadmissível o jejum. Em seguida
Jesus repreendeu os fariseus, condenando-lhes a hipocrisia.
BATISMO COM O ESPIRITO SANTO
"O crente que não recebe o
batismo no Espírito Santo subirá ao Céu, ou Jesus o batizará no arrebatamento
da Igreja?"
Nenhuma pessoa pode ser crente sem o
Espírito Santo. A Bíblia afirma que a regeneração é "pela água e pelo
Espírito". Somente Ele pode convencer o homem do pe- cado, da justiça e do
juízo. Assim sendo, o ser humano é salvo através da obra que o Espírito Santo
realiza no seu coração. Quanto ao batismo com o Espírito Santo, ele não é um
passaporte para a entrada no Céu, mas um revestimento de poder para o crente
viver vitoriosamente na terra. Se o crente já é batizado, deve desfrutar dessa
bênção. Se ainda não, deve buscá-la de todo o coração, aproveitando-a no
período anterior ao arrebatamento.
SUPREMA PREOCUPAÇÃO
"Mediante a expectativa da vinda
de Jesus, acredito que o jovem salvo devia preocupar-se mais com a obra
missionária do que com a efêmera cultura em faculdade. Estou certo ou
errado?"
A obra missionária está esperando
jovens corajosos e decididos que se disponham a atravessar as fronteiras do seu
país e cruzar os mares em busca de almas. Há obreiros que estão no campo há
muitos anos e o cabedal da obra que realizam, confirma a sua chamada por Deus e
a sua disposição para trabalhar. Não seria pedir muito se motivássemos mais
jovens para o campo missionário e se as igrejas lhes dessem condições de
atender essa carência na seara do Senhor. Cremos que dentre os jovens
vocacionados, cheios do Espírito Santo, libertos da carne, da vaidade e
cônscios de que as pessoas devem ser encaradas como almas carentes de salvação,
bem se poderia aproveitar muitos deles para a obra de missões.
Sabemos, porém, que ninguém deve
lançar-se a essa obra sem o devido preparo, uma vez que vai encontrar gente
diferente, com costumes diferentes, com gênios diferentes e com intenções
diferentes. É necessário que o candidato seja antes adestrado. Falando sobre os
diáconos, Paulo diz que eles não podem ser escolhidos entre os neófitos, ou
seja, entre os de pouca vivência na igreja e pouco conhecimento da Escritura.
Se para o trabalho na sua congregação o obreiro precisa ser maduro e
experimentado, o que vai fazer um jovem em terra estranha sem conhecer o
idioma, os costumes e as disponibilidades daquele povo? Se ele não adquiriu os
conhecimentos suficientes para fazer-se entender na sua própria terra, como vai
enfrentar gente completamente oposta? Aí é que o estudo faz falta e não deve
ser abandonado nem desestimulado.
Além dessas considerações temos o
fator chamada. Nem todos os que querem ir são realmente chamados. Acresce ainda
a receptividade do povo a ser evangelizado. Temos conhecimento de regiões onde
o Evangelho não encontra pronta aceitação, mas que precisam ser evangelizadas
também. Faz-se necessário que jovens e adultos, idosos mesmo, que se sintam
realmente chamados apresentem-se para esta importante tarefa. Mas só os
realmente chamados.
ADORAÇÃO A MARIA
"Estou certo de que as
Assembléias de Deus não veneram Maria, mas gostaria de saber qual a posição
dessa denominação, em relação aos que agem de tal maneira, extrapolando os
mandamentos de Cristo."
Maria, o mesmo que Miriam ou
"amada", deve ser respeitada e, por ser a mãe do Senhor Jesus, não
podemos dizer dela menos que Isabel: "Bendita és tu entre as mulheres... E
de onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor?" Em seu
"Magnificat", Maria demonstra a sua humildade e, aí, vemos o porquê
da sua escolha por Deus. De fato, ela é venturosa entre as mulheres, por ser a
escolhida para mãe do Salvador. Mas, de modo nenhum, devemos fazê-la motivo de
adoração. É pecado adorar, não somente a Maria, mas a qualquer outro nome que
não seja o do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. Ela mesma, em seu cântico
(Lucas 1.47), afirma: "E o meu espírito se alegra em Deus, meu
Salvador". Este versículo bíblico é uma confirmação de que ela necessitava
também da salvação. Ora, como alguém que carece de salvação pode salvar outros?
Além do mais, só os cegos espirituais,não vêem a grande diferença entre o
Senhor Jesus e Maria. E quem a ela rende culto prova a sua total ignorância das
Sagradas Escrituras.
A história tem mostrado quantas
aberrações têm sido cometidas, quanto a esses fatos. A adoração a Maria e a
inúmeros outros santos, como é sabido de todos, foi uma coisa forjada pelo
romanismo. Sem ir muito longe, é digno de registro o fato, e até dispensa
comentários, de que o papa Paulo VI ofereceu uma rosa de ouro ao Brasil, e ao
benzê-la na Capela Sistina em 5 de março de 1967, perante uma representação
brasileira, expressou: "No Santuário de Nossa Senhora Aparecida, ela (a
rosa) dará testemunho de nossa constante oração à Virgem santíssima para que
interceda junto de seu Filho... Vamos a Maria para chegar a Jesus. Amando desse
modo Nossa Senhora... chegaremos a Cristo, o Filho de Deus". Qualquer novo
convertido ao Evangelho sabe que em nenhum outro nome há salvação, a não ser no
nome de Jesus.
Quanto à salvação, o próprio Jesus
disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por
mim", Jo 14.6; "... tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele
vô-lo concederá", Jo 15.16b; "... Eu sou a porta das ovelhas",
Jo 10.7.
- Que disse o apóstolo Pedro, acerca
de Jesus? - Ele disse "e não há salvação em nenhum outro nome, dado entre
os homens pelo qual importa que sejamos salvos", At 4.12.
ORAR AO ESPÍRITO SANTO
"É lícito orar ao Espírito
Santo?"
O maior exemplo de como se deve orar
está no ensino de Jesus a respeito desse importante ministério (Mt 6.7-15),
onde está implícito que a oração deve ser feita ao Pai, a quem pertence o
reino, o poder e a glória: "E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras,
assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando
perante o Deus dos céus", Ne 4.9; "Então virou Ezequias o seu rosto
para a parede, e orou ao Senhor", Is 38.2; "orai pelos que vos
perseguem", Mt 5.44. Até mesmo Jesus dirigiu ao Pai as suas orações: Mt
26.33,42; Lc 22.42; Jo 17.1.
Todavia, a oração, embora feita ao
Pai, deve ser em nome de Jesus: "Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu
o farei", Jo 14.14; "Porque onde estiverem dois ou três reunidos em
meu nome, aí estou eu no meio deles", Mt 18.20. Escritores eruditos
concordam em que a oração deve ser feita a Deus Pai, em nome de Jesus.
Para que se tenha certeza de que se
está orando a Deus é necessário uma experiência de suã proximidade, de sua
atenção para com o que lhe pedimos. Há possibilidade de estarmos orando sobre
um assunto e pensando noutro. Nessa oração não há poder. Somente quando nos
colocamos face a face com Deus, sentimos a virtude da sua presença.
Orar direto e especificamente ao
Espírito Santo não tem princípio bíblico, pois o Espírito Santo não toma para
si a glória do que recebemos por meio de oração. Ele não fala de si mesmo,
antes glorifica a Jesus: Jo 16.14. Logicamente, uma oração dirigida ao Espírito
Santo não se justifica. Vemos, contudo, que nem sempre sabemos pedir o que nos
convém e nem temos condições de chegar à presença de Deus. Neste sentido, é
lícito esperarmos numa atuação voluntária do Espírito Santo a nosso favor:
"Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza, porque
não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com
gemidos inexprimíveis", Rm 8.26. Essa intercessão pode nos comunicar uma
intensidade de oração que nos tornará agradáveis a Deus e capazes de alcançar a
sua resposta.
NEGÓCIOS NA CASA DE DEUS
"É lícito vender e comprar no
interior do templo?"
A pergunta responde-se a si mesma,
uma vez que o próprio Jesus denominou o templo Casa de oração. Na ocasião em
que os vendedores de aves e animais para o sacrifício o faziam no interior do
Templo, Jesus os reprovou e alicerçou a sua repro- vação virando as mesas dos
cambiadores. Embora a venda fosse lícita e a troca de moeda estrangeira pela
nacional fosse justa, o local é que não era apropriado. Sabia- mente, nossos
templos têm lugares especiais para a venda de livros, discos, objetos úteis aos
irmãos e cantina onde os que moram mais longe e permanecem mais tempo a serviço
da Casa de Deus possam fazer lanches, sendo também essa uma forma de contribuir
para a obra do Senhor, quando essas vendas não se transformam em usura e
proveito próprio de quem as faz.
ETERNIDADE
"Quanto tempo iremos viver com
Cristo no Céu?"
Esta pergunta se responderia com 1
Tessalonicenses 4.16-17. Todavia, nos per- mitimos estender um pouco mais a
resposta, para melhor entendimento do leitor. O termo sempre tem a significação
de permanência, continuidade, sem um espaço de tempo demarcado. Eternidade não
tem princípio nem fim. Quando o apóstolo diz que "estaremos sempre com o
Senhor", ele está falando de um estado e de uma posição sem interrupção, a
eternidade, na qual nós vamos entrar a partir da ressurreição e do
arrebatamento. Isso exclui a idéia de dias, meses e anos. Esta significação é
muito adequada para a nossa idéia de uma "eternidade com Deus", pois
qualquer determinação de temporalidade faria deixar de ser um estado permanente
de graça, uma vez que o beneficiado com esta etapa de satisfação espiritual
sofreria com a expectativa do seu término. A total felicidade da vida com Deus
ou da vida eterna, será, pois, a ciência de que ela não terá fim, de que
estaremos sempre com o Senhor. Nesse caso ainda, o termo sempre com o Senhor
significa estar a igreja permanentemente na sua presença, não havendo ocasião
em que Ele possa estar num lugar e a Igreja em outro, ou que Ele esteja
querendo alguma coisa que não a queira também a Igreja. Será uma compreensão
total de Cristo e a Igreja, uma simbiose, de acordo com sua própria vontade,
conforme o seu próprio desejo: Jo 14.1-3,24.
Esta ciência ainda mais nos encherá
de gozo, se acompanharmos no Apocalipse os movimentos de louvor e glória que os
crentes hão de presenciar e deles tomar parte: Ap 7.15-17: "Por isso estão
diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele
que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra. Nunca mais terão
fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles, porque
o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e lhes servirá de guia para
as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima".
Quem pensará em medir tempo para tais acontecimento e aventar uma interrupção
desse estado de gozo? Repete-se o termo para todo o sempre em Apocalipse 5.14,
como forma positiva, com igual valor de forma negativa em 7.16: "Nunca
mais terão fome e nunca mais terão sede, nem o sol nem calma alguma cairá sobre
eles". Esta posição de delícias será o estado eterno daqueles que servem ao
Senhor e aguardam a sua vinda.
DOM DE LÍMGUAS
"Tenho dúvidas sobre o
significado do "dom de línguas". Poderiam ajudar-me?
Para os crentes batizados com o
Espírito Santo nesta maravilhosa Dispensação da Graça, o Senhor oferece nove
dons espirituais, mencionados em 1 Coríntios 12. Destes nove, um é o dom de
línguas. Trata-se de faculdade sobrenatural de falar em línguas desconhecidas,
não aprendidas, não identificadas por processos humanos. Não se deve confundir
as primeiras palavras que um crente profere em línguas estranhas (que são o
sinal do batismo com o Espírito Santo) com o dom de línguas. A diferença
consiste em que o dom de línguas significa uma variedade de línguas. Quando as
línguas estranhas são imediatamente interpretadas (também sobrenaturalmente) e
contêm uma mensagem para a igreja, isto significa que Deus acrescentou um
terceiro dom à manifestação: o dom de profecia. Com o dom de línguas também se
adora a Deus de uma forma muito maravilhosa, secreta e direta. É lícito buscar
a manifestação do dom de línguas. Se o recebemos, devemos ter sabedoria em sua
utilização.
MULHERES CALADAS
"As mulheres devem manter-se
caladas na igreja de acordo com 1 Co 14.34,35?"
A lei mosaica e a opinião pública
entre os judeus assegurava à mulher o gozo de muitos direitos. Ela devia ser
tratada com honra e distinção: Pv 5.18; 18.22. A mãe era digna de honra e suas
palavras tinham força de lei: Êx 20.12; Pv 1.8. O espírito do Novo Testamento é
igualmente hostil à degradação da mulher. Ensina que o homem e a mulher devem
ocupar suas respectivas esferas como são indicadas pelo Criador, respeitando-se
mutuamente e reconhecendo sua mútua dependência: Mc 10.6; Ef 5.31; 1 Tm
2.12-15. A mulher participa das mesmas graças que o homem e é a herdeira das
mesmas promessas (Gl 3.28) e ocupa lugar de honra na igreja, à qual presta
serviços apreciáveis: Rm 16.1-4,6,12. Os preceitos que as epístolas contêm,
quer dirigidos aos santos em geral, quer às mulheres em particular, tinham por
fim pôr em evidência as nobres qualidades de ambos os sexos, e bem assim
exercitá-los no serviço de Deus: 1 Tm 2.9; 3.11.
Não é costume em nossas igrejas
admitir que as mulheres doutrinem, entretanto tais restrições não as privam do
direito e do dever de darem um testemunho autêntico e pessoal, "... a fim
de instruírem as jovens..." (Tt 2.4), nem de serem professoras de uma
Escola Dominical, ou de um Instituto Bíblico, já que nesse exercício transmitem
apenas o ensino previamente estabelecido pelos pastores e presbíteros da
igreja.
A BÊNÇÃO DO DÍZIMO
"O dízimo é uma obrigação do
crente, ou pode ser substituído por qualquer im- portância que o crente quiser
dar?"
A palavra dízimo já estabelece uma
quantidade, dez, décimo, o todo dividido por dez. De acordo com Malaquias 3.10,
o crente deve trazer o dízimo, isto é, 10% de sua renda. Uma quantidade maior,
seria uma bênção, porém, menor, poderá caracterizar desobediência ao que Deus
determinou.
"Honra ao Senhor..."
Podemos ver em Provérbios 3.9, que o dízimo é uma forma de honrar ao Senhor. 0
crente que realmente compreende a Palavra de Deus, como diz o leitor, sente
prazer em trazer a importância certa para a igreja. Muitos acham pesado pagar o
dízimo, mas fazem grandes crediários, que mais tarde os fará cair em desonra,
por não poderem pagar.
O dízimo é de Deus. A ordenança do
dízimo vem de Deus. Ele mesmo o estabe- leceu e falou ao povo que, em parte
esquecido e em parte ganancioso, estava deixando a casa de Deus sem provimento.
Alguns até roubavam para gastar nos seus próprios negócios. Muitos crentes não
se incomodam com a calçada do templo rachada, com as paredes manchadas, a luz
deficiente e as contas vencidas.
Jesus afirmou o dízimo. "Deveis
fazer estas coisas", Mt 23.23. Jesus não disse que os fariseus estavam
errados em dar o dízimo. Ele os recriminou por negligenciarem a outra parte da
justiça. O escritor aos Hebreus registrou que a igreja pagava dízimo, tanto
quanto os sacerdotes: Hb 7.5,8. Portanto, o dízimo não pode ser uma importância
arbitrária e ocasional, mas uma contribuição correta e sistemática para a casa
de Deus. Pagar o dízimo é uma forma de alcançar maior prosperidade.
DEVE O CRENTE MUDAR DE PROFISSÃO?
"Aceitando o Evangelho, deve o
crente mudar de profissão?"
Certamente, o prezado amigo se está referindo aos que exercem profissões
in- compatíveis com a vida cristã, como cantor de rádio e televisão, artista de
cinema, teatro e televisão, além de outras diversões mundanas, em cujo exercício o recém-convertido não se sentirá bem, uma vez que isso implica em
atitudes e vícios perniciosos à vida espiritual. Deduzimos que ali não terá
oportunidade de demonstrar a transformação recebida de Jesus. É duvidosa a
afirmação de que alguém possa ter-se convertido a Cristo, se continua gravando
música profana. Há pouco, tivemos notícia de que um grande lutador de box,
mundialmente conhecido, aceitou o Evangelho e abandonou a carreira, pois, como
ele mesmo confessou, não poderia demonstrar o amor de Deus esmurrando o seu
semelhante. QUE DEUS VOS ABENÇOE ! Stefan N. Barbosa .
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